quinta-feira, 30 de junho de 2011
Rubens Shirassu Júnior
NASCENTE
Com ternura, que tanto o inverno
estimula a fornalha
do amor de jovem
pelo vão de tua boca molhada de cacau
Ouça estas palavras, numa voz quente:
“seiva que flora e flor que cresce”,
pela língua ácida de Verlaine,
uma nesga, uma nascente na mata.
Deixa meus dedos nesse musgo,
Onde o botão de rosa brilha.
Deixa que eu nessa erva clara,
Vá beber as gotas do orvalho
Com que é regada a tenra flor
de antúrio.
Teu corpo tem o encanto turvo,
Teu corpo forte que embebeda
Que estranho perfume ele tem,
exótico, pelo vão da boca.
II
Me encanta vossa boca e seus jogos
graciosos, os da língua, os dos lábios e ainda
do tremor dos dentes, palafitas de teu palácio,
tal como uma gata angorá,
entre os quais roça as matas
e lava a alma crescente
meu viril orgulho.
Por isso, manhã d´alma quero nunca
sair dessa fenda nascente
do capim molhado do vale.
Rubens Shirassu Júnior
(do livro “Cobra de Vidro”)
( http://www.rubensshirassujr.blogspot.com/ tela:renoir
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