sexta-feira, 8 de julho de 2011
EDSON BUENO DE CAMARGO
lâminas
ancoro estas utopias
em asas de borboleta
hastes duplas
delicadas
e precisas
como lâminas de cortadeiras
meus olhos já foram inundação
e secaram tantas outras vezes
(e medraram nos esquecimentos)
açude pisado no barro
das estrelas desta noite
respire o frio possível
no ar da alunagem
(as rãs
em concerto
vigiam a nova prole)
as pedras de Cusco
as esporas
dos galos vermelhos da manhã
riscavam as pedras de Cusco
com aço e fogo
tinir de sinos
e o bronze do sol
as moças lavavam
os cabelos na fonte
e a fronte dos cavalos
também era vermelha
porque a grama
ninava os meninos
e suas esporas de prata
e abotoaduras de ouro
e dentes de metal
tudo brilhava ao sol
despiam-se os milharais
no fim da safra
um imenso amarelo
e seus grãos
e era verão
no coração dos homens
e baixo ventre das mulheres
no calor da tarde
a grande árvore
abraçava a praça
e ao longe galos novos
testavam os quintais
bicando o oco do horizonte
TELA: leger
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Um comentário:
Exelentes poemas do Poeta Edson, como sempre. Parabéns. Abraços, Pedro.
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