segunda-feira, 22 de agosto de 2011

GLAUBER ROCHA


Sobre GLAUBER ROCHA

Clevane Pessoa

Para Everi Carrara, que sabe salvar a Memória dos que se vão mas aqui permancem entre nós:

A calma e a lucidez em transe,
traduzida em imagens preto-brancas, nívea-ebúrneas ,
no movimento das pessoas nas passagens das entranhas
de emoções compartilhadas,
nas ações sobre a terra, pois "tenho duas pernas e dois pés
e sob ele, Terra" disse o poeta (*)
que descansa agora-ou rodopia e canta
em outra dimensão.
As cenas que levaste às telas, do imaginário humano,
da realidade desumana, são agora patrimônio de tua genialidade.
A POIESIS cênica , mesclada a roteirização
das revoltas, devaneios, vivências e insitências
da sofrida gente nas terras brasilis,
sempre serão admiridas, assistidas, aplaudidas.
Hoje, és ícone de um tempo que registraste , na arte sétima,
com decodificação lógica
e inspiração última.
Mas teu Cinema é o último de uma era,
que se si próprio recomeça:
a-fila-que-anda
o sol, o diabo e deus
na crença que desanda
em tantas almas gritantes,
maltrapilhas de vãs esperanças .

GLAUBER, rocha em meio
a oceano de combates
a água bate-bate
-mas não te derrubará, pois tua matéria
e a quela rara que se multiplica
de sua própria existência.

Não morreste, não morrerás.

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