segunda-feira, 1 de agosto de 2011
PAULO ROBERTO DO CARMO
Canto dos Abraços
No limiar das pequenas revoluções que se levantam
do cotidiano, recriar-te, mudando os hábitos,
será a mais alta devoção.
Ser de sonhos e fratrimônios, não te habituarás
à sucessão de sangue e desprezo e dor,
nem poderás calar os disparos da manhã.
Quando muitos desertam no limiar das possibilidades,
caberá a ti, enquanto a lua purgar a noite
e o sol germinar o dia, continuar o manto tecido
dos sentidos, ponto a ponto, na rotação dos fusos,
até alegrar-se a esperança com o dia de amanhã.
Senão o sonho, argila e sangue que podes compor
com outras mãos, muitas mãos solidárias,
o que mais podes alicerçar na rocha?
Abre a boca,
quando o Destino jogar uma tâmara,
e planta sementes com mãos coletivas.
Do que o dia permite, resta o abraço.
Paulo Roberto do Carmo
No site são postados poemas inéditos, sempre às terças-feiras, para publicação, depois de selecionados, em livros futuros.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário