CAMINHANDO ATÉ O FINAL DO
UNIVERSO
ROBERTO ROMANELLI
MAIA
ESCRITOR, JORNALISTA E
POETA
Ah, uma luz brilha perdida na cidade
dos
homens, sem rumo e sem
destino.
Um som que
não se
escuta, invisível, cheio de insatisfações e de reclamos, ressoa ao meu
redor.
Com isso, o
céu
se desvanece, desmancha-se em mil partículas, fugindo para um lugar
sem
volta,
preenchido
pela
luz da lua, que tinge a noite azul que a tudo quer
queimar.
Tento
segurá-los
com meus ombros, mas de tão fracos eles vão caindo,
desparecendo.
Seguro sobre
eles
esse céu fugitivo, que cada vez mais continua
sumindo.
Caminhando atrás
dele,
quem sabe até à frente,
até o final do
universo,
onde incontáveis estrelas pequenas se escondem,
Temendo os
homens.
Sinto a vertigem se
apossar de mim, engolido dentro de infinitas ondas de platina, de ouro e de
prata,
pois cheguei ao rio
sagrado que encontrei num final que ninguém sabe se é
mesmo o
final.
Meu coração e minha
alma
tremem, ao receber o abraço do eterno, para sempre
eterno,
que não irá
desaparecer.
Ele apenas
existe.
Está dentro de mim,
dando
força, energia e calor,
de um sol que não
deixa
de ser sol.
Que é luz, luz que me
guia e me alimenta, sem nunca cessar, nem
fraquejar.
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