quarta-feira, 17 de julho de 2013

ROBERTO ROMANELLI MAIA






 

CAMINHANDO ATÉ O FINAL DO UNIVERSO
 
ROBERTO ROMANELLI MAIA
ESCRITOR, JORNALISTA E POETA
 
 
Ah, uma luz brilha perdida na cidade dos homens, sem rumo e sem destino.
Um som que não se escuta, invisível, cheio de insatisfações e de reclamos, ressoa ao meu redor.
Com isso, o céu se desvanece,  desmancha-se em mil partículas, fugindo para um lugar sem volta,
preenchido pela luz da lua, que tinge a noite azul que a tudo quer queimar.
Tento segurá-los com meus ombros, mas de tão fracos eles vão caindo, desparecendo.
Seguro sobre eles esse céu fugitivo, que cada vez mais continua sumindo.
Caminhando atrás dele, quem sabe até à frente,
até o final do universo, onde incontáveis estrelas pequenas se escondem,
Temendo os homens.
Sinto a vertigem se apossar de mim, engolido dentro de infinitas ondas de platina, de ouro e de prata,
pois cheguei ao rio sagrado que encontrei num final que ninguém sabe se é mesmo o final.
Meu coração e minha alma tremem, ao receber o abraço do eterno, para sempre eterno,
que não irá desaparecer.
Ele apenas existe.
Está dentro de mim, dando força, energia e calor,
de um sol que não deixa de ser sol.
Que é luz, luz que me guia e me alimenta, sem nunca cessar, nem fraquejar.

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