terça-feira, 27 de julho de 2010
JULIO CASTRO CASTRO
BIS,CANTATRIZ!
Então canta, flexiona
O timbre seco-fino, inaudito
Do primitivo ao erudito
Prazeríssona prima-dona.
Meia mocetona, meia menina
Canta, recanta... desencanta!
Ora Carol, ora Carolina
Espanta os nós da garganta
Como se a sós, fonodivina.
Desse entoado remédio
A endorfina, a adrenalina
Para todo tédio.
Vai! canta seu contralto
Alternado com falsete veloz
Como que do alto da colina
Da carótida em tom atroz
Um frêmito de assalto.
Límpida, fidelíssima, peregrina
Turboflautada, airosa voz.
Canta a banjos, a pianos
Aos solfejos, em arranjos
Encanta bárbaros sopranos
E bisa! Levanta todos nós!
Eufonia tanta de arcanjos.
Canta arpejos inconsúteis
Harmonia, cadência da voz
Em alegro e adágio de veras.
Oh! Soe a percussão de passistas
Até estridulação dos fúteis!
A sonoplastia dos borogodós
O sol-e-dó de violistas.
Ai, canta o solo das quimeras
A ária dos trans-pós-modernistas
A grasnada dos cafundós.
Mas canta! ciciando às feras
Meloestilhaçando vidraças a pó.
Toe Chico, Roberto-Erasmo, Belchior
Galgar o Tenor das Esferas
Seu canto que é espasmo só.
Pulse num pronto sustenido
O penúltimo contraponto perdido
Tangendo as cordas, vibrando sinos.
Esse canto imonótono, classudo
À acústica de contrabaixo e violinos
GRAVE/
e/
agudo –
GRAVE/
e/
agudo...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário