sexta-feira, 9 de março de 2012
ADRIANA MANARELLI
Lullaby
(Adriana Manarelli)
Meu decrépito amor nasceu nas vinhas
Inumanos guizos subterrâneos —
Acabrunhada sigo
Sob este manto escaldador
Minhas células inexatas
Se redimem pela palavra
E diabretes bucólicos e bonachões
Compartilham minha estrebaria.
Meus anéis de prata,
meus apetrechos de cobre
Eu poli na crescente
Resignada mulher que antecipa o refúgio
A fêmea desenganada.
Nem súplicas, nem ameaças
Infundem sobre ela
Passes de mágicas,
Truques, diagnósticos, revelações...
Ela deverá cumprir seu próprio destino.
A única fórmula encantatória
É este rosto rasgado
Fundamento de abnegação
Eixo difuso da minha imensionável bruma
Que oferece seu revoar de farrapos,
Seu rumor de cascos.
08/ 01/ 2012 -
05/ 02/ 2012
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