sexta-feira, 14 de maio de 2010
GUSTAVO DOURADO
Reconhecimento
O escritor Gustavo Dourado comemora aniversário na próxima terça, 18 de maio, muito feliz, especialmente pelo reconhecimento de seu trabalho como poeta por várias instituições, como a Unesco e a Academia Brasileira de Letras (ABL) que destacou seu cordel para Machado de Assis como "uma bela obra literária". A poesia de Gustavo Dourado é objeto de estudo em várias universidades no Brasil e exterior. (Texto: Jornalista Maria Félix Fontele)
GustavoDourado 1984
Gustavo Dourado. 50 anos...
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Gustavo Dourado, poeta da reinvenção e da magia. Seu universo pujante e criativo é desvendado página a página, com palavras que jorram sons e cores, matéria prima da imaginação.
Conhecedor profundo de nossa língua e de obras dos imortais Guimarães Rosa, Mário Faustino, Euclides da Cunha, Castro Alves, dos repentistas Cuíca de Santo Amaro, Zé de Duquinha, Cego Aderaldo e Zé Limeira, sem falar nos modernistas, faz uma junção básica do popular, do erudito e do concreto.
Ao inspirar-se, costuma beber em fontes glauberianas e torquatianas. Não é à toa que dedica dois poemas a Glauber Rocha e um belíssimo cordel a Torquato Neto. Sua magia vem também de leituras de Jorge Amado, James Joyce e de Baudelaire. Assim, o poeta lança um olhar sobre o futuro, transcendendo, com sua obra, os muros do lugar comum. E o resultado não poderia ser outro: versos que primam pela inventividade, versatilidade e ineditismo.
Em "Guimã-Rosa", por exemplo, faz uma exaltação à língua portuguesa e aos inventores da linguagem quando diz: "Língua! Por(tu)guesa errante, lusídica rosa personalizada/experimentalizo la langue nas ancas filológicas do verso...Guimã-Rosa do povo/Cobra, Cabral Macunaíma".
Suas palavras brotam cores devido a forte influência das artes visuais. Fez, inclusive, parcerias com os artistas Toninho de Souza, Zé Nobre, Sabino Costa, Delei, Edgar Santana, Jorge Braga, Regina Ramalho e alunos-pacientes do Sarah.
Contrário às profecias do caos, rebate essas idéias de forma peculiar com "homonovo" e ponteia: "O novo homem surgirá dionisíaco/poético-sensual/consciente rítmico/homem performático, bailarino sideral/surfista alquímico da palavra." Mas é cruel quando fala de nossas instituições políticas, uma herança da geração panfletária e engajada e deixa escapar a constatação: "O Brasil quem U.$.A sou E.E.U.U.".
Maria Félix Fontele. Jornalista e Escritora.
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