sexta-feira, 21 de maio de 2010

JOSÉ ANTONIO JACOB


Silêncio em Casa

(José Antonio Jacob)



Quando eu a beijava timidamente
Ela fremia o rosto, emocionada,
E dizia uma frase delicada
Para o nosso namoro adolescente.


Depois o nosso amor ficou frequente
E ela, com a voz ávida e molhada,
Falava-me em dialeto diferente
Malícias de mulher apaixonada.


Um dia veio um tempo de descrença,
Deixando em nossa casa a indiferença,
E o amor não teve mais razão de ser...


Restou-nos um silêncio reticente...
E sempre que nos vemos frente a frente
Não temos nada mais a nos dizer.

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