quarta-feira, 24 de novembro de 2010
ADRIANA MANARELLI
A mulher calada
(Adriana Manarelli)
Repito gestos maternais, maternalmente.
Essa água estagnada
Sucumbe em circunferência.
A luz na minha janela consome
Meu ancestral alabastro
E o tempo descora, ouro a ouro,
Minha pelagem de artífices —
Implantando craquelês
No reflexo do espelho
Até colher-me no índigo infinito.
Sibilo
Como algo que quer ficar.
Permanecer insurgente,
Como as gotículas regando o verde no vermelho.
Sulco de silvos,
Letreiros... balbucios.
Ela está quieta.
Flechas ardentes
Demolem nossas estruturas.
Em meio a nossos discursos
Andamos em círculos.
Vagido de aço
No breu mutilante —
É isso — Quero que somente as dunas falem. (...)
17/11/2010 - 18/11/2010 TELA/klimt
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