quarta-feira, 24 de novembro de 2010
ANDRÉ AUGUSTO PASSARI
André Augusto Passari
Ribeirão Preto / SP
Perplexidade em paz
Sou o eterno de um tempo acabado
Personagem mítico do mundo real
De um futuro ontem, já passado
Mas ainda por chegar
Homem moderno fragmentado
Feito de barro e tempo
Cânone sagrado dessacralizado
Hoje sou só um boneco, atônito,
Em desgovernado movimento
Mas um dia fui Deus
Senhor do fogo e do vento
Capitão da terra e capitão do mar
Era capaz de parar o tempo
Quando pedra me dissolvia em ar
Hoje sou o boneco
Homem de horários, leis e dinheiro
Sempre atrasado em meu passo apressado
Senhor de dúvidas e angústias
Porém à noite, em silêncio,
A memória do eterno me instiga a fantasia
Vivo o isso e o jamais
Numa perplexidade em paz
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