sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

ITARARÉ/SP









Itararé: O Céu Pode Ser Lá!

Irmãos, amigos, companheiros, conterrâneos, camaradas, musas e boêmios, como é que eu não pensei nisso antes? Estância Boêmia de Itararé: O Céu Pode Ser Lá! Sim, porque o paulista de Itararé é mais paulista, o Itarareense-Andorinha sem breque não desiste nunca, Itararé é um estado de espírito, levamos nossa Cidade-Poema para onde vamos, mas nunca podemos sair de lá, já que nunca podemos sair de nós mesmos. O nosso mar azul é o céu de Itararé. E a história do Brasil passa por lá. Tenho até um poemeto que diz: “Itararé não existe/É a mais pura ilusão/Palco iluminado alegre e triste/Na cor púrpura do meu coração”
Itararé, O CÉU PODE SER LÁ, nosso berço esplêndido, nosso palco-íris, nosso ninhal, encantário, Terra do Nunca, santeria, cidade dos anjos, capital etílico-cultural da região. Por onde vamos, Itararé vai na nossa alma-andaluz. Somos todos Fanáticos por Itararé. Aleluia, Maestro Gaya!
Nossos bosques têm mais flores, nossas flores têm mais vidas, nossos bares têm mais seresteiros enluados, nossa fauna notívaga é mais amor e menos pescarias, somos cervejólos pela própria natureza, a BOA mesmo gostamos de tomar sob o luar de Itararé, pois foi lá que um anjo meio a la Carlito-Burle-Marx pendurou o lustre mágico: A lua nasce em Itararé. Quando pula fora fica cheia. Deus perdeu cinco dias fazendo o mundo, depois caprichou no sexto dia fazendo São Pedro de Itararé, claro, para no sétimo dia cair na gandaia, ir pro forfé, pro guaiú, tomar umas e outras no Bar Fecha-Nunca, porque Itararé é nosso reino da fantasia, nossa terra-mãe, nosso chão de estrelas, terra de artistas. Morremos pelo Brasil mas matamos por Itararé, como já dizia o humorista Solda, ou, Itararé, nosso amor já tem cem anos, como diria o Zunir. Itarareense não morre: estréia no céu. Sempre haverá Itararé. Itararé, é isso: O CÉU PODE SER LÁ. Já pensou? Itararé tem dessas coisas mesmo. Lá o Jesus Casado era solteiro, um Passarinho anda de bicicleta, Casagrande, o homem mais bonito do Brasil é de lá, os professores são jóias, as mulheres mais bonitas do Estado de São Paulo são de lá, Jorge Chueri nosso Patrono é uma figura fora de série, Elefante lá é jogador de futebol, tem restaurante que fecha pro almoço, o pessoal das saunas ganha dinheiro com o suor dos outros, tem gente que prefere ficar preso em Itararé do que solto em Itapeva. O céu só pode ser lá. Imaginem só. Acredite, se quiser. Alguns sonhadores após-calipsos a chamam de República Etílico-Rural de Itararé, porque já tentamos a independência várias vezes, poderíamos ser um Condado, o Estado de Itararé, ou mesmo um país, pois lá tudo tem, em se plantando tudo dá, mas, se erguem a clava forte, Itararé, verás que um filho teu não foge à luta. Itararé, o céu pode ser lá. “Quem nasceu em Itararé/Adora uma brincadeira/Pois toda Andorinha é/Uma criança a vida inteira” – Itararé nos idos do antes em que a água bebia a onça, era terra de dinossauros, imagine só eu, então, um Silassauro-rex, espécie em extinção, e no meu habitat escrito: Não atirem amendoim. Só cerveja. Viu só? Itararé, o céu pode ser lá: “Itarareeense quando nasce/Se esparrama pelo chão/Com um pouquinho de alface/Dá um belo sanduichão – E em Itararé tem no geofísico, um lugar chamado Corisco. Contam os índios que, de bem antes de 1500, naves partiam dali e chegavam prali, daí porque, o espaço natural (natural?) feito rampa de lançamento de foguetes de viajantes do espaço, tem o nome de Corisco. Itararé, o céu pode ser lá: “Se Deus é brasileiro/Jesus Cristo também é/Deus do Rio de Janeiro/E Jesus de Itararé” – Em Itararé, crianças polacas cantam nas janelas dos casebres, os pintores são ótimos, cantores vertem-se aos montes, poetas e gente de brilho especial lá ta cheio. Ruas cor-de-rosa, balés de andorinhas, campos de feijão com pintassilgos. Itararé, o céu pode ser lá: “Itararé tem pinheiros/Onde canta a gralha azul/E fica lá na rabeira/De São Paulo, bem ao sul” Washigntom Luiz já dizia em 1930 (virou mote histórico) “Defendam Itararé a Todo Custo”. Pois é: O Céu só pode ser lá! Longe de Itararé não somos nada, aliás, somos apenas como meros peregrinos anjonautas, com sandálias de auroras e prelúdios, em estúdios estranhos. Só em Itararé é que estamos dentro do nosso próprio coração. Itararé, o céu pode ser lá: “Eu sou pobre, pobre, pobre/De marré, marré, marré/Mas eu tenho a alma nobre/Pois eu sou de Itararé.” Itararé é onde tivemos a honra de nascer, e teremos orgulho de morrer, pois lá é um hangar do céu nesse mundo de framboesas e piruás. – Poetinha Silas Corrêa Leite - WWW.portas-lapsos.zip.net

Um comentário:

Flores da Vergonha disse...

Lendo este artigo sobre a cidade de Itararé, como não se lembrar de uma das figuras mais emblemáticas que o Brasil já teve: Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé. Durante a revolução, em 1930, a batalha de Itararé foi vastamente propagada pela imprensa. Apporelly não ficou de fora desta tendência. Esta batalha ocorreria entre as tropas fiéis a Washington Luís e as da Aliança Liberal que, sob o comando de Getúlio Vargas, vinham do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de Janeiro para tomar o poder. A cidade de Itararé fica na divisa de São Paulo com o Paraná, mas antes que houvesse a batalha "mais sangrenta da América do Sul", fizeram acordos. Uma junta governativa assumia o poder no Rio de Janeiro e não aconteceu nenhum conflito. O Barão de Itararé comentaria este fato mais tarde da seguinte maneira:
Fizeram acordos. O Bergamini pulou em cima da prefeitura do Rio, outro companheiro que nem revolucionário era ficou com os Correios e Telégrafos, outros patriotas menores foram exercer o seu patriotismo a tantos por mês em cargos de mando e desmando… e eu fiquei chupando o dedo. Foi então que resolvi conceder a mim mesmo uma carta de nobreza. Se eu fosse esperar que alguém me reconhecesse o mérito, não arranjava nada. Então passei a Barão de Itararé, em homenagem à batalha que não houve. O Barão de Itararé foi vereador pelo Partido Comunista, eleito com o lema "mais água e mais leite. Mas menos água no leite", e cassado, em 1947, quando o registro do partido foi anulado. Extirpado do cargo de vereador, respondeu: "Saio da vida pública para entrar na privada."