segunda-feira, 3 de junho de 2013
EU-LÍRICO
O ARTISTA E O SEU CHAPÉU
Esta edição do Eu-lírico
é dedicada aos inventores silenciosos, aos
que trabalham sem ruído, amassando
o verbo com a ponta dos dígitos,
(mesmo os que usam apenas o índex);
Aos que, verbofágicos, assentam-se
à ceia dos comedores de palavras para degustar
o peixe mitológico
e arquetípico.
Aos incendiários, aos que atritam
palavras coruscantes.
Aos que ousam parir
e dão à luz os seus filhotes, nas cavernas neo-modernas.
Aos roubadores do fogo,
os que expõem suas vísceras aos abutres:
Esta edição do Eu-lírico
é pra vocês
Poetas tribais e ideoplásticos
que vivem sob a unção da Palavra!
(transcrição do pósfácio do Eu-lírico nº 7 jul/ago 1995)
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O ARTISTA E SEU CHAPÉU (um salmo apócrifo)
Ó chamas esfaimadas, velozes, inexatas
como uma língua de lava. Ou rio,
um imenso rio, fumegante enxurrada.
Seu rastro incandescente: o léxico brasil,
palavras fumarentas, falidas e tisnadas,
na língua de estupor de mães desesperadas:
Herodes, ó Herodes!
Romãs ensangüentadas.
(E pode traduzir-se o orbe
em árias, aquarelas, valsas, odes?)
Agulhas de tricô/espasmos nucleares
Aidéticos de trem, luar/Louis Pasteur
Tropel, trovões, tzar/ Tristan Tzara
e a degenerescência que tão clara
Vincos do nada
Ecos vazios
Alvo e absurdo
Demolidor. Cinzel. Nuncas e tudos.
VENDE-SE UM NEXO ÍNDIGO BLUE EM ÓTIMO ESTADO
Chamas na sala, bicos vorazes, mães, lavaredas.
Tenor, gibi, maçã cansada e em relativa ordem
(E ouso perguntar se o mundo pode
traduzir-se...pode?!
em árias, aquarelas, valsas, odes?)Eurico
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Um comentário:
Além de ficar feliz por ver meu trabalho por aqui, estou ainda mais feliz com o reencontro com vc, amigo. Esse convívio virtual, que era antes por carta, agora está facilitado por essa ferramenta. Abraço fraterno.
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