sexta-feira, 10 de agosto de 2012

NEIL FERREIRA

Lo Prete, minha Musa do Mensalão
Neil vesgo de admiração Ferreira

Se fosse a Musa dos Jogos Olímpicos, seria a Ishimbayeva, não a Sharapova. Mas é Renata Lo Prete, star da Globo News, a Musa do Mensalão e da heróica disputa das Medalhas de Ouro, Prata, Bronze e Tampinha de Tubaína de Paciência Nacional.
Tampinha de Tubaína é o que a molecada descalça e montada em cavalos de cabo de vassoura usava no peito, quando um era xerife, nas brincadeiras de mocinho e bandido. Tubaína, maior e mais barata, portanto mais gostosa do que Guaraná, vinha em garrafa de vidro, casco retornável e reutilizável, em paz com o ambiente, para alegria dos avós dos ambientalistas de hoje..
Já tô até as tampa do tema  Mensalão que vai dar em nada, como eu e a torcida do Flamengo sabemos. “Até as tampa” é modo de falar das minhas adoráveis tias velhas de Cerqueira Cezar, bebendo café de coador passado na hora e pitando um palheiro, à beira do fogão de lenha.
Forçado por mim mesmo a tratar de assunto tão serôdio por macunaímica preguiça  de procurar algo mais interessante, prefiro vadiar, escolhi o ângulo que me parece mais atraente.
É uma pausa que faço no bla bla bla inacredtiável da banca examinadora dos capas pretas, que deram bomba por unanimidade no trabalho inepto daquele aluno lá do fundão, de nome Procurador Não-Sei-do-Quê, que fez exame oral no primeiro dia, com um trabalho “pífio”, segundo um dos examinadores.
Se entendi, ficou entendido que o Procurador procurou e não achou o que procurou mas mentiu que achou, insinuando-se, data venia e com o máximo respeito, que nem fez seu dever de casa, vagau que é.
Se vi direito, alguns dos capas pretões, capas mais pretas do que os que falavam, pois só escutavam sem abrir seus nobres bicos,  cansaram-se de tanto carregar o peso supremo da justiça federal e puxaram reparadoras sonecas em meio ao palavrório.
O Diretor de Tevê, “malandro” (!), como elogiaria (!!) Galvão Bueno, cortava a cena para fora da Excelsa Corte e acordava-me (ou punha-me a dormir e sonhar) com a visão de uma Anja do Paraíso -- em gritante contraste com a galera  discurseira.  Em contraste com eles, até eu seria George Clooney. Aparecia por alguns minutos Renata Lo Prete, da Globo News, escolhida por mim por unanimidade e de imediato, Musa do Mensalão.
Andressa Mendonça pode ser a Musa da CPI do Cachoeira – e é, com toda justiça; voto nela para esse cargo, eu que já assinei esta coluna com o meloso rodapé “I love Marcela”, você sabe Marcela Quem; mensagem atirada ao léu, como se a distinta nunca estivesse ao alcance. Nunca esteve; low (zíssimo) profile que é, para infelicidade geral da Nação.
Com o high (zíssimo) profile da Andressa, a cachoeira fica mais à montante; o Andressão dela tem muito mais pudê de fogo do que o Marcelão da Marcela, embora o Marcelão da Marcela tenha um emprego mais nos trinques, cheio de vossas excelências pra cá e  pra lá.
Não sei se a Lo Prete tem Lopretão; nada sei da sua vida privada, de low (zíssimo) profile.  Da vida pública, sei que é de high (zíssimo) profile. É estrela da Globo News e já foi da Falha de S. Paulo. Só por ter mandado a Falha ver se ela estava na esquina, merece outro Prêmio Esso – um foi em 2005, quando fez a entrevista em que Roberto Jefferson jogou Mensalão no ventilador da pátria amada, salve, salve.
Cada vez que aparece na cobertura do julgamento do Mensalão, com uma leve maquiagem lá aplicada para parecer que lá não está,  segura o microfone com graciosa firmeza na mão esquerda (seria uma canhotinha de ouro como Julia Roberts ? fatal como Messi ?), para deixar ser vista uma discreta aliança, advertindo como sinal vermelho de trânsito a existência de um invisível  Lopretão, Deus os benza e guarde.
Vi Dirceu, Genoíno, Delúbio e Marcos Valério declarados por seus advogados de defesa mais que inocentes: beatificado Valério e santificados os outros. A lógica demonstra que se são inocentes, os culpados somos eu e você, idiotas nacionais.
Torci para Lo Prete lembrar e falar o que lembrei e falo aqui. Numa cena do filme “Carandiru” (2003, Hector Babenco): um velho prisioneiro, experiente de mais de 20 anos de cana, ensina a um recém-chegado: “Aqui é o lugar que tem mais inocente no Brasil; aqui ninguém é culpado”. Mesma coisa neste julgamento.
Ainda não vi a defesa de Jefferson, mas já cantou com sua voz de tenor (?), barítono (?), que a base alugada não só é  alugada como também comprada e acusou Dirceu de ser o criador, orientador e cavador da Petrobrás de dinheiro que abasteceu o PT com a dinheirama nunca antes vista “neçepaíz”.
Cantou também “Rápido, Zé; sai rápido daí Zé” (do governo Lula). Dirceu ganharia de Usain Bolt na rapidez da corrida que deu. Cantou mais, cantou “Eu tirei a roupa do Rei, mostrei ao Brasil o que é o goverto Lula !” Espero que seja concedido bis sem frescura na sua defesa.
Verei a Lo Prete, queo ver o que ela fala que vai acontecer; se nada acontecer como espero, terei visto a Lo Prete, como espero. Não terei de todo perdido o meu tempo.

.Oi zum zum zum zum zum tá faltando um.

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