Lo Prete, minha Musa do Mensalão
Neil vesgo de admiração Ferreira
Se fosse a
Musa dos Jogos Olímpicos, seria a Ishimbayeva, não a Sharapova. Mas é Renata Lo
Prete, star da Globo News, a Musa do Mensalão e da heróica disputa das Medalhas
de Ouro, Prata, Bronze e Tampinha de Tubaína de Paciência Nacional.
Tampinha de
Tubaína é o que a molecada descalça e montada em cavalos de cabo de vassoura usava
no peito, quando um era xerife, nas brincadeiras de mocinho e bandido. Tubaína,
maior e mais barata, portanto mais gostosa do que Guaraná, vinha em garrafa de
vidro, casco retornável e reutilizável, em paz com o ambiente, para alegria dos
avós dos ambientalistas de hoje..
Já tô até as
tampa do tema Mensalão que vai dar em
nada, como eu e a torcida do Flamengo sabemos. “Até as tampa” é modo de falar
das minhas adoráveis tias velhas de Cerqueira Cezar, bebendo café de coador passado
na hora e pitando um palheiro, à beira do fogão de lenha.
Forçado por
mim mesmo a tratar de assunto tão serôdio por macunaímica preguiça de procurar algo mais interessante, prefiro
vadiar, escolhi o ângulo que me parece mais atraente.
É uma pausa que
faço no bla bla bla inacredtiável da banca examinadora dos capas pretas, que
deram bomba por unanimidade no trabalho inepto daquele aluno lá do fundão, de
nome Procurador Não-Sei-do-Quê, que fez exame oral no primeiro dia, com um
trabalho “pífio”, segundo um dos examinadores.
Se entendi,
ficou entendido que o Procurador procurou e não achou o que procurou mas mentiu
que achou, insinuando-se, data venia e com o máximo respeito, que nem fez seu
dever de casa, vagau que é.
Se vi direito,
alguns dos capas pretões, capas mais pretas do que os que falavam, pois só
escutavam sem abrir seus nobres bicos, cansaram-se
de tanto carregar o peso supremo da justiça federal e puxaram reparadoras
sonecas em meio ao palavrório.
O Diretor de
Tevê, “malandro” (!), como elogiaria (!!) Galvão Bueno, cortava a cena para
fora da Excelsa Corte e acordava-me (ou punha-me a dormir e sonhar) com a visão
de uma Anja do Paraíso -- em gritante contraste com a galera discurseira. Em contraste com eles, até eu seria George
Clooney. Aparecia por alguns minutos Renata Lo Prete, da Globo News, escolhida
por mim por unanimidade e de imediato, Musa do Mensalão.
Andressa
Mendonça pode ser a Musa da CPI do Cachoeira – e é, com toda justiça; voto nela
para esse cargo, eu que já assinei esta coluna com o meloso rodapé “I love
Marcela”, você sabe Marcela Quem; mensagem atirada ao léu, como se a distinta
nunca estivesse ao alcance. Nunca esteve; low (zíssimo) profile que é, para
infelicidade geral da Nação.
Com o high (zíssimo)
profile da Andressa, a cachoeira fica mais à montante; o Andressão dela tem muito
mais pudê de fogo do que o Marcelão da Marcela, embora o Marcelão da Marcela
tenha um emprego mais nos trinques, cheio de vossas excelências pra cá e pra lá.
Não sei se a
Lo Prete tem Lopretão; nada sei da sua vida privada, de low (zíssimo)
profile. Da vida pública, sei que é de
high (zíssimo) profile. É estrela da Globo News e já foi da Falha de S. Paulo.
Só por ter mandado a Falha ver se ela estava na esquina, merece outro Prêmio
Esso – um foi em 2005, quando fez a entrevista em que Roberto Jefferson jogou Mensalão
no ventilador da pátria amada, salve, salve.
Cada vez que
aparece na cobertura do julgamento do Mensalão, com uma leve maquiagem lá aplicada
para parecer que lá não está, segura o
microfone com graciosa firmeza na mão esquerda (seria uma canhotinha de ouro
como Julia Roberts ? fatal como Messi ?), para deixar ser vista uma discreta
aliança, advertindo como sinal vermelho de trânsito a existência de um
invisível Lopretão, Deus os benza e
guarde.
Vi Dirceu,
Genoíno, Delúbio e Marcos Valério declarados por seus advogados de defesa mais
que inocentes: beatificado Valério e santificados os outros. A lógica demonstra
que se são inocentes, os culpados somos eu e você, idiotas nacionais.
Torci para
Lo Prete lembrar e falar o que lembrei e falo aqui. Numa cena do filme
“Carandiru” (2003, Hector Babenco): um velho prisioneiro, experiente de mais de
20 anos de cana, ensina a um recém-chegado: “Aqui é o lugar que tem mais
inocente no Brasil; aqui ninguém é culpado”. Mesma coisa neste julgamento.
Ainda não vi
a defesa de Jefferson, mas já cantou com sua voz de tenor (?), barítono (?), que
a base alugada não só é alugada como
também comprada e acusou Dirceu de ser o criador, orientador e cavador da
Petrobrás de dinheiro que abasteceu o PT com a dinheirama nunca antes vista
“neçepaíz”.
Cantou
também “Rápido, Zé; sai rápido daí Zé” (do governo Lula). Dirceu ganharia de
Usain Bolt na rapidez da corrida que deu. Cantou mais, cantou “Eu tirei a roupa
do Rei, mostrei ao Brasil o que é o goverto Lula !” Espero que seja concedido
bis sem frescura na sua defesa.
Verei a Lo
Prete, queo ver o que ela fala que vai acontecer; se nada acontecer como
espero, terei visto a Lo Prete, como espero. Não terei de todo perdido o meu
tempo.
.Oi zum zum zum zum zum tá faltando um.
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