Na célula de solidão
a cama tão grande
dispensa unhas vermelhas.
Da porta (que porta?)
o tempo
contempla
e se come autofágico
à espera de si mesmo:
a moça nua
na posição de concha
captura o futuro
de seus descendentes.
Entre quatro paredes
o desencanto
mora no canto
da frente:
no frenesi efêmero do
prazer
a volúpia é séria
porque a natureza
não sorri.
Alaor Tristante Júnior
Um comentário:
Parabéns, Alaor! Muito lindo, esse seu lírico é porreta! !
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