A FLOR DA HONESTIDADE
ROBERTO ROMANELLI MAIA
ESCRITOR, JORNALISTA E POETA
Por volta do ano 250 A.C., na China Imperial, na corte de um
príncipe da região norte do país, que iria ser coroado imperador, de
acordo com a lei, ele deveria, antes da coroação, se
casar.
Sabendo disso, ele
resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte e entre quem quer que
se
achasse digna de ser sua esposa.
No dia seguinte, o
príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as
pretendentes
e lançaria um desafio.
Uma velha senhora,
serva
do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos,
sentiu
uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de
profundo amor pelo príncipe.
Ao chegar em casa
contou
à jovem e desesperou-se ao ver que ela pretendia ir à celebração, indagando
preocupada:
Minha filha, o que
você
fará lá ?
Estarão presentes
todas
as mais belas e ricas moças da corte.
Tire esta ideia
insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne esse
sofrimento uma loucura.
E a filha
respondeu:
Não, querida mãe,
não
estou sofrendo e muito menos louca.
Eu sei que jamais
poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns
momentos perto do príncipe, e isto já me torna feliz.
Na hora marcada, a
jovem
chegou ao palácio.
Lá estavam, de fato,
todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas joias
e
com as mais determinadas intenções.
Em determinado
momento,
o príncipe anunciou o desafio:
Darei a cada uma de
vocês, uma semente.
Aquela que, dentro
de
seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e
futura
imperatriz da China.
A proposta do
príncipe
não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a
especialidade de "cultivar" algo.
O tempo passou e a
doce
jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com
muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor
surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o
resultado.
Mas passaram-se três
meses e nada surgiu.
A jovem tudo
tentara,
usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido, Dia após
dia.
Por fim, os seis
meses
haviam passado e nada havia brotado.
Consciente do seu
esforço e dedicação a moça comunicou a sua mãe que, independente das
circunstâncias retornaria ao palácio, no prazo combinado, pois não pretendia
nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
Na data e hora
marcada,
lá se apresentou, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes,
cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas cores e
formas.
A jovem ficou
admirada,
nunca havia presenciado tão bela cena.
Finalmente, chegou o
momento esperado e o príncipe passou a observar a flor trazida por cada uma
das
pretendentes, com muito cuidado e atenção.
Após analisar todas
elas, ele anunciou um resultado surpreendente, indicando a bela mas humilde
jovem, do vaso vazio, como sua futura esposa.
O público presente,
perplexo, quis saber o motivo, afinal, o desafio previa que se casaria com a
moça que lhe trouxesse a mais bela flor e ele escolhera, justamente, a que
não
cultivara flor alguma.
Então, calmamente, o
príncipe esclareceu:
Esta jovem foi a
única
que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz: A Flor da Honestidade, pois todas as sementes que
entreguei
eram estéreis.
E foi neste dia que
aprendi algo que me trouxe ainda mais felicidade a minha vida que a Honestidade é como uma flor, tecida em fios de luz, que
ilumina
quem a cultiva e espalha claridade ao redor.
Assim, independente
de
tudo e de todas as situações que nos rodeiam, que possamos espalhar essa luz
àqueles que nos cercam...
E se para vencer,
estiver em jogo a sua honestidade, PERCA!!!
Só assim você será
sempre um vencedor !!!
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