terça-feira, 6 de dezembro de 2011
ALMANDRADE
Almandrade
(esculturas, objetos, pinturas, desenhos, instalação e poemas visuais)
caixa cultural
praça da sé são paulo
de 03 de dezembro / 2011 a 26 de fevereiro / 2012
A mostra é constituída de diversos suportes utilizados por Almandrade.
São trabalhos elaborados dentro de princípios e critérios que vêm
direcionando a produção do artista, por quase quatro décadas. “O
Almandrade capricha nas miniaturas de suas criaturas, cuja nudez
implica mudez, límpido limpamento do olho artístico, já cansado da
fantástica história da arte deste século interminável, deste milênio
infinito.” (Décio Pignatari, 1995). Século que já é passado. O
importante é mostrar, mesmo de forma abreviada, o percurso do artista
. A coerência e o rigor do artista em lidar com diferentes suportes,
incluindo a palavra (poesia), fazem de Almandrade, um pensador que se
utiliza desses suportes para produzir reflexões.
A proposta artística de Almandrade convida o espectador a pensar sobre
a própria natureza da arte. Depois da passar pelo concretismo e arte
conceitual nos anos 70, seu trabalho prossegue na busca de uma
linguagem singular, limpa, com um vocabulário gráfico sintético.
Aparentemente frias, suas construções estéticas impressionam pelo
rigor e pela leveza de suas concepções, marcadas pelo exercício de um
saber ao lidar com formas, cores, a matéria e o conceito. Provocam
emoções variadas conforme o ponto de vista do observador. Que ninguém
duvide: a economia de elementos e de dados não se dá por acaso,
configura uma opção estética, inteiramente coerente com a tendência a
síntese, ao traço essencial, ao quase vestígio. Um nada, cuja gênese
reside na totalidade absoluta. Assim também é a sua poesia.
Esta exposição é um recorte do seu trabalho elaborado em mais de três
décadas de utilização do objeto de arte para estimular o pensamento e
provocar a reflexão, segundo critério fundamentados na racionalidade,
na materialidade e, não por acaso, na economia de dados, sem deixar
que conceitos sobreponham ao fazer artístico. Almandrade compromete-se
com a pesquisa de linguagens artísticas que envolve artes plásticas,
poesia e conceitos. No percurso do artista destaca-se a passagem pelo
concretismo e a arte conceitual, nos anos 70, o que contribuiu
fortemente com a incessante busca de uma linguagem singular, limpa, de
vocabulário gráfico sintético. De certa forma, um trabalho que sempre
se diferenciou da arte produzida na Bahia.
O trabalho de Almandrade, tanto pictórico quanto linguístico, vem se
impondo, ao longo de todos esses anos, como um lugar de reflexão,
solitário e à margem do cenário cultural baiano. Depois dos primeiros
ensaios figurativos, no início da década de 70, conquistando uma
Menção Honrosa no I Salão Estudantil, em 1972, sua pesquisa plástica
se encaminha para o abstracionismo geométrico e para a arte
conceitual. Como poeta, mantém contato com a poesia concreta e o
poema/processo, produzindo uma série de poemas visuais. Com um estudo
mais rigoroso do construtivismo e da Arte Conceitual, sua arte se
desenvolve entre a geometria e o conceito. Desenhos em preto-e-branco,
objetos e projetos de instalações, essencialmente cerebrais, calcados
num procedimento primoroso de tratar questões práticas e conceituais,
marcam a produção deste artista na segunda metade da década de 70.
Redescobre a cor no começo dos anos 80 e os trabalhos, quer sejam
pinturas ou objetos e esculturas, ganham uma dimensão lúdica, sem
perder a coerência e a capacidade de divertir com inteligência.
Um escultor que trabalha com a cor e com o espaço e um pintor que
medita sobre a forma, o traço e a cor no plano da tela. A arte de
Almandrade dialoga com certas referências da modernidades,
reinventando novas leituras.
O artista ainda completa “É permitido o devaneio, e ele dá sentido
àquilo que vê”.
. Artista plástico e poeta, formado em arquitetura, ele se mostra um
artista versátil dentro de sua proposta. Nos seus quase quarenta anos
de carreira nas artes visuais caminhou pelo desenho, pintura,
escultura, instalações e poesia. Transita entre a bi e a
tridimensionalidade, entre a imagem e a palavra de forma fluida. A
metamorfose de uma para outra às vezes não se completa e mesmo
observando duas formas de expressão distintas elas parecem falar a
mesma língua.
Almandrade é o nome artístico de Antonio Luiz M. Andrade, Artista
plástico, poeta, arquiteto com mestrado em Urbanismo, pela Escola de
Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, é considerado pela
crítica como um pioneiro da arte contemporânea da Bahia., participou
de importantes mostras nacionais e internacionais como Bienal de São
Paulo. Experimentalista assumido, Almandrade vem se comprometendo com
a pesquisa de linguagens artísticas desde l972, onde ora se envolve
com as artes plásticas, ora com a literatura. Poeta da arte e artista
da poesia. Realizou mais de trinta exposições individuais em várias
capitais, autor do livro de poesia “Arquitetura de Algodão”, “Escritos
sobre Arte” e “Malabarismo das Pedras” (poesia). É um dos principais
divulgadores e crítico da arte contemporânea no Brasil. Ou melhor, um
defensor da arte como instrumento de pensamento e não entretenimento.
Almandrade (Antônio Luiz M. Andrade)
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