quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CARTAS


http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,forum-dos-leitores,812774,0.htm
O Estado de São Paulo, 20-12-2011.
Fórum dos Leitores


DIREITOS E DEVERES

Gostaria imensamente de terminar 2011 com aquela mensagem de Natal e Ano Novo. Mas, e há sempre um mas, vivemos no Brasil e, mesmo tentando ignorar a corrupção, as falhas na Saúde, Educação, Segurança, a falta de credibilidade desse Governo e da sua responsável, não posso ficar quieto quando a Câmara aprova mais uma lei (ainda deve ser "discutida" no Senado) que vai colocar mais um obstáculo entre pais e filhos. Temos leis que interferem em tudo nas nossas vidas, desde como acordar até de que lado da cama devemos deitar, passando por todas as variáveis possíveis. Temos uma legislação trabalhista que consegue transformar colaboradores (patrão e empregados) em inimigos irreconciliáveis e dá emprego a milhares de sindicalistas que vivem à custa do trabalho dos outros. Temos um Código de Defesa do Consumidor que não defende ninguém porque não é respeitado, como tantas leis que há por aí. E há mais um montão de gente por aí ganhando sem trabalhar. Temos um Estatuto da Criança e do Adolescente que só serve para descriminalizar os atos de "crianças" de 15, 16, 17 anos e que interfere na educação das crianças de fato. E mais gente ganhando! O brasileiro médio já não gosta muito de educar os seus filhos, deixando essa função para professores e escolas cuja função principal não passa por aí. Além disso, é muito mais fácil reclamar do professor do que educar um filho e, entre outras coisas não há discussão porque todos são contra o professor e a escola. A História nos mostra que sempre que se tenta defender demais uma pessoa ou uma classe social, através de leis específicas, costuma haver o efeito contrário. O próprio ECA é um exemplo disso: após a sua promulgação, a violência praticada por "elementos di menor" foi exacerbada. As leis e as respectivas delegacias de proteção à mulher geraram um aumento da violência contra elas jamais descrito anteriormente. As leis contra a homofobia geraram mais homofobia e até uma certa heterofobia totalmente desnecessárias.
Agora fica a pergunta: se um pai vir o filho de 2 anos colocar os dedinhos na tomada, deve deixar e depois rir do desastre anunciado ou dar-lhe um tapinha protetor para evitar o malfeito?É claro que esta pergunta muito facilmente respondida por qualquer mãe ou pai minimamente consciente mas e se esse pai for a julgamento por "maus tratos", uma figura de linguagem totalmente indefinida? Como se comportará a nossa "Justiça"? Vai depender do sobrenome da família, do saldo bancário, das amizades políticas? Tratando-se de Brasil, tudo é possível!

Ricardo Melhem Abdo ricabdo@gmail.com
São Paulo

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