quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

NEIL FERREIRA


Vai que o mundo acabe em 2012


Neil que las hay las hay Ferreira


Não é a primeira vez que cito este indiscutível princípio da sabedoria universal, “que las hay las hay”; nem será a última. Com esta firme crença como ponto de partida, atrevo-me a afirmar que acredito em Stephen Hawking, quando prova a inexistência de Deus ao mesclar a teoria do Big-Bang com a da Relatividade, de Einstein; acredito nas profecias de Nostradamus e nas verdades puras que são Papai Noel, Bicho Papão, São Paulo FC e a oposicinha. Acredito no dr. Hannibal “Canibal” Lecter, em OVNIs, ETs, “X Files”, no Conde Drácula, em Nosferatu, no vampirão do Christofer Lee e naquele vampiro com penteado esquisitíssimo, do Francis Ford Copola; acredito no Lobisomem, do Anthony Hopkins.

Não acredito no Lestat, o vampiro repleto de ademanes da Anne Rice, acho-o gay demais para a espécie; vampiro tem que chupar os pescoços das meninas com volúpia, como o de Bram Stoker. Abro exceção para as belíssimas Milarca e Carmila, que quando uma chupava o pescoço da outra o cinema vinha abaixo, em “Rosas de Sangue”, de Roger Vadim. E esses vampirinhos e vampirinhas do bem, da série “Crepúsculo”, são uma ofensa pessoal aos cultores do gênero. Não acredito no SUS, outra ofensa pessoal a quem paga impostos e espera que a cumpanherada devolva-os pelo menos em parte, sob a formas de serviços decentes prestados sem a usual propinodutagem.

O Livro das Revelações do Apóstolo João Batista, também conhecido como Livro do Apocalipse, é o meu livro de cabeceira; nele revelam-se os sinais que anunciam o Fim do Mundo, com as 4 Bestas e seus Cavaleiros na vanguarda.

Crédulo, posso portanto acreditar na previsão do Calendário Maia, que marca 12/12/12 como a data do Fim do Mundo. Os sinais estão todos aí, basta ter olhos para vê-los.

Sendo crédulo, flutuo, quase me afogando, em meio a um encapelado oceano de dúvidas, a mais braba delas é a que não permite distinguir sobre qual dos dois gêmeos idênticos realmente morreu na Líbia, Muhamar al Kadafi ou Cauby Peixoto ?

Abro parênteses para revelar que assisti a um documentário no “History Channel”, mostrando hieroglifos que se supunha explicar o mistério das Grandes Pirâmides. Engano de mais de 4 mil anos, só recentemente corrigido com a descoberta de que confirmavam a profecia Maia do Fim do Mundo. Meus parcos conhecimentos de História não me autorizam a garantir quem confirma quem; se os egípcios confirmam os Maias, ou vice-versa; não sei quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha. Desconfia-se de que essa versão revista e atualizada foi soprada pela Múmia aos ouvidos dos egiptólogos de Hollywwod, Rachel Weisz e Brendan Fraser, durante as gravações do filme “O Retorno da Múmia”, grande sucesso de bilheteria. Suspeita-se que essa Múmia seja tão hollywoodiana quanto os egiptólogos citados. Fecha.

Abro novo parênteses, que prometo ser o último, para deixar bem claro que pesquisei no livro “Os Maias”, de Eça de Queiroz, alguma referência ao Fim do Mundo e nada encontrei, a não ser fofocaiadas da vida de Lisboa, na segunda metade dos anos de 1.800. Esses Maias eram outros, garanto de pés juntos, et pour cause não se fala mais neles. Fecha.

Esse nhe-nhem está aí para eu criar coragem e revelar que o Fim do Mundo já chegou. Quis escrever “tró-ló-ló” mas sobrou-me timidez porque um dos significados que o Aurélio registra refere-se à uma parte do corpo humano, dita “preferência nacional”.

O mundo acabou nos Idos de Março, em 03/03/03, terceiro dia do terceiro mês do terceiro ano do milênio iniciado em 2.000, Primeiro Ano depois de FHC. Não houve necessidade de aguardarmos até 12/12/12.

A saúde nacional foi contaminada pelo bug do milênio, sem que ninguém o percebesse; venderam-nos a idéia de que o bug não existia, existe; e nós sabemos o nome da rosa. Eu que não sou otário, percebi logo nos dois primeiros meses do primeiro ano do primeiro mandato você sabe de quem. As 4 Bestas do Apocalipse , seus Cavaleiro e áulicos chegam e instalam-se com gordas e mensaleiras mesadas, sob o codinome de “base alugada”.

Desnudo-os. A Peste (da Corrupção) a tudo infectou. O Mensalão, então recém-nascido, foi o virus que contagiou a coorte de cumpanheros, entranhada no tecido social, sem anticorpos à vista. Se anticorpos houvessem, seriam desprezados. A Morte (da Verdade), cometida a plena luz do dia por pistoleiros de aluguel, emboscados na mídia amansada e em blogs da internet, a soldo do oficialismo reinante, comprante e pagante. A Fome (de Não Largar o Osso), que rói até as migalhas que sobram do banquete das ratazanas gordas ; a Guerra (Implacável) a quem se recusa à rendição incondicional.

Travamos o Armagedon, a batalha final do Bem contra o Mal; o Mal é mais forte, mais bem armado, mais rico; o Bem entregou a rapadura.

Fugirei para Paris, lá estarei de janeiro a dezembro, ouvindo de longe as notícias do circo pegando fogo, com os olhos escancaradamente fechados para fingir que não vejo o que estou vendo aqui e agora.

Pego oavião no dia 31, umas 8 da noite, sei como será. À meia-noite, o comandante deixa sua cabine para brindar o Ano Novo com alguns passageiros. A aeromoça serve champanhe com caviar, do sistema de som vem música suave e bem educada, que permite às pessoas que conversem e troquem votos de felicidades. Nada de foguetório nem buzinaços.

À mesma hora, meia-noite, o sistema de som da classe econômica explode em foguetório e buzinaços, adrede gravados. A aeromoça serve guaraná morno e, gentil, oferece “Barrinha de cereais, senhora ?”, bem ao gosto da Nova Classe Média (rsrs) do 6º (rsrs) PIB do Mundo.

Acaricio a esperança de ter como última visão do fim do mundo a Carla Bruni passeando a sua bebê pelas belas alamedas do Parque Monceau.

Em novembro, hospedo-me no Hotel Crillon na Place de La Concorde e detono todos os meus cartões de crédito, inclusive os Platinum, na esperança de não os pagar com o Fim do Mundo no mês seguinte; rogo aos deuses Maias que o mundo acabe em barranco, para eu morrer encostado.

Como primeira visão do Outro Lado, vejo a Luz. Aquela que falam que está no fim do túnel. Lá à minha frente, banhados na Luz estourada que quase me cega, vislumbro John Lennon e George Harrison dedilhando os acordes iniciais do doce National Anthem do Admirável (Outro) Mundo Novo; “O sonho não acabou. O sonho começou”, cantam os dois primeiros “velsos”.

Doutores cardiologistas, endocrinólogos, clínicos gerais e anestesistas que me cercam na UTI do Einstein: parem as máquinas, desliguem os botões, não me obriguem a voltar, não me arranquem daqui na marra.

Dou o meu testemunho insuspeito, contrariando Hawking: Deus existe. Olha lá a Brigite Bardot aos 22 anos, só pode ser obra d´Êle; registremos isso com urgência antes que aquele outro Cara apareça por aqui e afirme que é dele a Obra-Prima, como dele é tudo o mais que é feito no mundo, fora o que é produzido pela China.

FELIZ FIM DO MUNDO EM 2012.

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