sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
CARLOS LÚCIO GONTIJO
Dia 19 próximo deste mês de dezembro, faz 22 anos que minha mãe BETTY RODRIGUES GONTIJO faleceu e foi sepultada no solo da cidade de Santo Antônio do Monte, onde ainda percebo as marcas dos passos de minha infância e posso ouvir a alegria de minha mãe preparando a casa e tecendo "guloseimas" para a chegada do Natal e da passagem de ano.
O poema, que abaixo lhe deixo, foi extraído do livro AROMA DE MÃE, editado em 1993.
************************************************************************************
CASA
DE
HERANÇA
Carlos Lúcio Gontijo
www.carlosluciogontijo.jor.br
Os olhos são o cio das luzes
Sem eles a claridade não teria razão
Nossa emoção espiritual é fio condutor
Calor que faz a prosopopéia dos objetos
Por isso, mãe, ao vender nossa casa
Foi como negociar meu berço
Cortar as asas de pássaro
Perder o terço de orações
Mãe, confesso que chorei
Molhei meu rosto feito nuvem de chuva
Abandonei paredes que erguemos com a mão
E o limoeiro, mãe, lá no meio do terreiro
Quando for de seca a estação
Quem vai adivinhar-lhe a sede?
Mãe, em outra rede a paisagem da janela
Nova sentinela para nossas coisas
Recordo uma vida de menos solidão
Quando antes desta minha viuvez de mãe
Até havia mais doce na acidez do limão!
TELA: MONET
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Comovente.
Postar um comentário