sexta-feira, 28 de setembro de 2012

MYRIAM MACEDO

 
                      Quem é o objeto indireto?    

     Quem se lembra das aulas de português vai se lembrar do verbo transitivo direto e indireto: quem recebe, recebe “alguma coisa” “ de alguém”.  Essa frase de Marco Aurelio Mello, além de trazer boas lembranças da escola ( muita gente vai achar o contrário!), traz também a boa expectativa de que desta vez, em havendo crimes, haverá finalmente criminosos – nomes, mãos, rostos. De quem os parlamentares envolvidos no processo do mensalão receberam o dinheiro que já foi reconhecido como público? Eis a questão! E, num alento ao povo brasileiro, vem  a ministra Cármen Lúcia firmar sua crença na existência de políticos corretos, dizendo esperar que o jovem não desacredite da política. E eu acrescento, com a máxima vênia,  aludindo ao mesmo desejo, que para que isto ocorra é necessário que a Justiça seja feita, pois um país onde não há justiça é sempre e inevitavelmente um país de bandidos. E somente a Justiça em seu mais puro, belo e legítimo exercício pode dar ou devolver  essa crença aos jovens. Srs. ministros do STF, muito se tem feito nos últimos dias para desqualificá-los ou intimidá-los. Porém, a  postura de Vossas Excelências em sua maioria permanece irretocável, irrepreensível, numa ação constante dentro dos autos, das leis, da competência, sem heterodoxias como alguns querem fazer crer. Tenho certeza de que os jovens, hoje, estão reformulando suas convicções. É o futuro se iluminando para todos os brasileiros?

                                 Myrian Macedo
                                 São Paulo

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