segunda-feira, 29 de novembro de 2010
FORTE ORANGE
O FORTE ORANGE
Também conhecido como Forte de Santa Cruz, está situado na entrada sul do canal de Santa Cruz, na Ilha de Itamaracá.
Teve a sua construção em taipa de pilão iniciada pelos holandeses em 1631, após a invasão da Ilha, segundo projeto do engenheiro Pieter Van Bueren. Foi denominado Forte Orange em homenagem à Casa de Orange, cujo príncipe Frederico Henrique de Orange era tio de Maurício de Nassau.
De início, era uma pequena fortaleza que posteriormente foi ampliada.
A sua função era defender a barra de São Marcos, que dava passagem ao antigo Porto de Pernambuco, e a Vila da Conceição, sede da Capitania de Itamaracá.
Com o término da ocupação holandesa, em 1654, passou para as mãos dos portugueses, sendo ocupado por um corpo de tropa comandado pelo mestre de campo Francisco de Figueiroa.
Em 1696, foi reconstruído em pedra pelos lusos, cumprindo as determinações de uma carta régia.
Foi reformado em 1777, por ordem do governador José César de Menezes, e ocupado em 1817, pelo padre Tenório, durante a Revolução Pernambucana.
Em 1938, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural (Iphan).
A partir da década de 70 o presidiário José Amaro participou, juntamente com outros presidiários, dos trabalhos de restauração do Forte. Após o cumprimento da sua pena, ocupou o monumento histórico e tomou para si a responsabilidade de conservá-lo.
Em 1971, foi parcialmente escavado pela equipe do Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, sendo descobertos a cozinha, a capela, os alojamentos e os paióis. Também foram resgatados das escavações alguns esqueletos, munições, canhões e objetos de uso pessoal dos holandeses.
Em 1973, foi parcialmente restaurado pelo Iphan.
Desde 1998 é administrado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento (Fade) da UFPE.
Em 2000, o Laboratório de Arquelogia da UFPE elaborou em conjunto com a Mowic Fundation o Projeto Forte Orange, que tem como objetivo o resgate de uma herança comum entre o Brasil e a Holanda.
Clóvis Campêlo
Recife, 2008
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010
NOVO CD DE GLAUCIA NAHSSER
NOVO CD DE GLAUCIA NAHSSER EXPLORA SONORIDADES E HETEROGENEIDADE DE ESTILOS
Em Vambora, cantora mineira trafega pelos mais diversos ritmos e apresenta novas canções com letras de Chico Amaral, Carlos Rennó, Carlos Careqa, Chico César, Alexandre Lemos, Rodrigo Bergamota, Magno Melo, André Abujamra e Marcio Nigro e Edu Krieger
Voz claríssima, cristalina e swing certo. Foram estes elogios, vindos de Roberto Menescal, que colocaram de vez Glaucia Nahsser na trilha da música. E, desde 2003, quando estreou como cantora profissional, com o CD Glaucia Nahsser, ela vem se destacando não só por valorizar as canções que interpreta, mas também por suas elogiadas composições. Agora, em Vambora, quarto cd independente da carreira e que será lançado em outubro, Glaucia Nahsser amplia os horizontes sonoros, embalando sua voz marcante em estilos musicais variados.
Com André Abujamra na direção musical e Márcio Nigro (parceiro nas trilhas cinematográficas) nos arranjos e na produção, Vambora navega pelos diversos territórios da música popular brasileira e sonoridades de outros lugares do mundo, como o roc k, tango, choro, samba e, mesmo, música árabe.
Glaucia Nahsser, em Vambora, conta com um time de músicos experientes (Naylor Proveta, Emiliano Castro, Serginho Carvalho, Hugo Hori, entre outros) e letristas talentosos, como Chico Amaral, Carlos Rennó, Carlos Careqa, Chico César, Alexandre Lemos, Rodrigo Bergamota, Magno Melo, André Abujamra e Marcio Nigro. Das 12 faixas do CD, 10 são inéditas, com exceção de Mais uma Vez (Renato Russo e Flávio Venturini) e Pensando em Você (Paulinho Moska), recriações que já integravam o repertório de seus shows mais recentes.
“Deixei os letristas muito à vontade, sem dar muitos toques”, conta a cantora. “Para minha surpresa, as letras, que foram criadas a partir das melodias que fiz com Tiago Vianna e dos arranjos prontos, vieram todas com algo de minha história e, portanto, me proporcionaram um mergulho interno”.
Os arranjos e harmonias de Vambora nasceram de forma intuitiva, em geral das diferentes cores dos acordes de violões afinados de forma menos usual, como os de Michael Hedges, André Geraissati e Joni Mitchell. O que norteou basicamente o trabalho foi a vontade de resgatar as origens da música brasileira e trazê-las para o pop, recuperando a riqueza de timbres e texturas. É algo que transforma a MPB em PPB, Pop Popular Brasileiro, na definição de Glaucia Nahsser. Um exemplo claro disso, pode ser apreciado na faixa Mais uma vez, que traz uma miscelânea de ritmos harmonicamente integrados.
O resultado é que, quem já pode ouvir algumas faixas de Vambora, gostou muito. “A mineira Glaucia Nahsser demorou a começar como cantora profissional, mas começou muito bem, com uma ótima versão de Balanço Zona Sul, sucesso de Simonal. Agora vem com novo cd e novas parcerias como o grande letrista mineiro Chico Amaral, com uma levada empolgante em um clima meio árabe, que está no sangue da Nahsser. Ficou uma beleza, sô!”, comentou Nelson Motta.
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Para conhecer as novas músicas do CD VAMBORA, acesse www.myspace.com/glaucianasser
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
ADRIANA MANARELLI
"Estigma"
(Adriana Manarelli)
O toque de Midas
Que arde as entranhas
Para a eternidade.
Cio de cigarra: chamando, chamando
A água celestial do ouríves
Que craveja o infinito.
Espelho refletor
De todo selo,
Obscura face sedenta.
Ofélio
Resgate de cada chaga,
Esse escândalo
De filamentos
Expostos.
Versátil revestimento —
Também o ventre:
Coisa de pele,
Química dos Ardés.
A fusão que veste corpo e alma
(De)Batendo(-se) loucamente,
Bastando
Que o aroma se espalhe
Para chamar
As fomes insaciáveis.
10/10/10 FOTO: ESCHER
ADRIANA MANARELLI
"Marionetes"
(Adriana Manarelli)Carne crua
Sob o balão de oxigênio,
Anjos rústicos —
Feitiços e feiticeiros
Distante e tola pajelança
Anjos estúpidos.
Comum,
Popular
Ônix e ouro
Clandestinos
Mundo-de-todo mundo
Plácida plebe do arco verde —
Auto didata do ditado aço
Tatibitá de areia.
Simiescos, amputados —
Globo indigente.
Origami:
Céu de estanho,
Confetes:
A luz do dia estrelas de papel —
Carne crua.
Anjos rústicos,
Anjos estúpidos,
Dobraduras.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
TOM ZÉ
Newsweek
25 de outubro, 2010
Anote, ‘Dancing With the Stars’ a visão de Tom Zé sobre o samba, leva nota 10.
Nos anos 60 uma confederação informal de jovens artistas, poetas e músicos fez uma revisão quase completa da cultura do seu Brasil natal. O movimento foi chamado de Tropicália; quanto aos músicos, principalmente, influenciaram a música não só de seu país como do exterior. Liderada por Caetano Veloso e Gilberto Gil, a Tropicália misturou e recombinou formas tradicionais como o samba – e sua prima mais moderna, a bossa nova – com ritmos africanos, jazz e psicodelia. Os artistas da Tropicália, ainda que díspares, conseguiram ajustar-se no interior de um mesmo abrigo – certamente amplo. E lá estava Tom Zé.
Hoje na casa dos 70, Tom Zé sempre traçou seu próprio caminho. Suas canções podem se tornar líricas em um momento, soando a seguir como o dueto de uma serra elétrica e um coro de cigarras. Seu canto é tão cambiante quanto: aqui, ele é um crooner de big-band da década de 40; ali, um Leonard Cohen num dia ensolarado. Suas influencias, às vezes enumeradas nos encartes dos discos, abrangem de ensaios literários a Bach e, subjacente a tudo, encontramos um senso rítmico sem paralelo. No alforje das canções de Tom Zé há música para quase todos os gostos. E quanto mais se ouve, mais se quer explora-lo.
Agora é a sua chance. O audacioso selo de David Byrne, Luaka Bop, lançou Studies of Tom Zé, uma caixa com 3 discos que compilam suas clássicas reinvenções do samba, bossa nova e ópera. Lançados em vinil, soam magnificamente (para os aficionados dos suportes digitais foi incluído na caixa um código para download)..B ônus extras incluem um registro em 45 rotações de uma recente apresentação ao vivo e um CD contendo uma conversa entre Tom Zé, David Byrne e o guitarrista Arto Lindsay. No encarte, uma esmerada reflexão escrita pelo especialista em música brasileira Christopher Dunn recapitula a carreira de Tom Zé, dentro do contexto – ou frequentemente deslocando-o dele – do moderno pop brasileiro.
Esta caixa abrange o percurso da vida musical de Tom Zé começando com o clássico dos anos 60 Estudando o Samba, sua idiossincrática abordagem do maior produto de exportação brasileiro. Apesar de sua formação erudita, Tom Zé é, em parte, sempre o garoto do interior que olha para dentro de si. Garoto do interior, possivelmente. Caipira, talvez não. O segundo disco, Estudando o Pagode é uma ópera de bolso – com arias, duetos e coros ocasionais – que examina a exploração feminina por parte dos homens através dos tempos. Mas Tom Zé não saberia ser bombástico mesmo se tentasse: a maior parte das músicas desse disco, apesar de seus temas grandiosos, é maliciosa e humorada. O disco três, Estudando a Bossa, um “estudo” da bossa nova, soa bem familiar a princípio. Então, antes da metade do primeiro lado, a letra de “Outra Insensatez, Poe!” perfura a doçura cadenciada com informações sobre “catapora, sarampo e uma maldita febre que me entrou no peito” (chicken pox and the measles and then/ a nasty fever that entered my chest). Tom Zé brinca com a forma – e conosco. “Eu tô te explicando pra te confundir / Eu tô te confundindo pra te esclarecer”. ele canta. Esta coleção dá a um artista incomum o reconhecimento que lhe cabe.
Enviado por neusa/tom zé
EFIGÊNIA COUTINHO
O Tempo, Senhor do Universo.
Efigênia Coutinho
Eis que vem o tempo implacável,
Como um vento, assola vontades.
Como um mar, afoga verdades...
Mas como sábio, é incomensurável.
E afoita-se o tempo. Seria traiçoeiro
Que apaga as nossas emoções?
Ou simplesmente passa ligeiro
Deixando apenas as recordações?
É o Tempo, do Universo o senhor,
Que marca o compasso da vida,
Que cria ou mata, da alma o amor,
Mas que alimenta a ilusão perdida.
Ó Tempo! Que não espera por nada,
Eu espero ansiosa a tua vinda,
Numa busca incessante, desvairada...
Mas só me resta chorar a tua ida.
Balneário Camboriú
Novembro 2010
ADRIANA MANARELLI
A mulher calada
(Adriana Manarelli)
Repito gestos maternais, maternalmente.
Essa água estagnada
Sucumbe em circunferência.
A luz na minha janela consome
Meu ancestral alabastro
E o tempo descora, ouro a ouro,
Minha pelagem de artífices —
Implantando craquelês
No reflexo do espelho
Até colher-me no índigo infinito.
Sibilo
Como algo que quer ficar.
Permanecer insurgente,
Como as gotículas regando o verde no vermelho.
Sulco de silvos,
Letreiros... balbucios.
Ela está quieta.
Flechas ardentes
Demolem nossas estruturas.
Em meio a nossos discursos
Andamos em círculos.
Vagido de aço
No breu mutilante —
É isso — Quero que somente as dunas falem. (...)
17/11/2010 - 18/11/2010 TELA/klimt
ANIVERSÁRIO DO EVERI CARRARA
Everi Carrara -Feitio e Brilho
Clevane Pessoa
Meu amigo Rudinei Everi Carrara
tem mesmo que rimar com jóia rara,
sempre que lhe escrevo o nome.
Itimorato, não tem medo de levantar um dedo acusatório
através da palavrarma,
ou acariciar com a a palavramante
para elogiar tudo que aprecia.
Não tem pudores na hora de apaludir,
e preenche de estrelas a memória de sua cidade.
Pouco fala de si, em seu espaço:
prefre colocar os Outros
nos palanques virtuais,
sem esconder que não gosta muito de púlpitos
nem de fariseus , nem de preconceitos ou falsos moralismos .
Everi enxerga com argutos olhos de dentro.
Descobriu há muito o absoluto e o essencial,
descartando de quando em vez o relativo,
na lixeira do desnessário.
Gosto de sua verve instigante, seara de luzes
a cortar os céus da festa e do desastre,
num brilho capaz de ofuscar
nossos olhos cansados de mesmices...
Belo Horizonte, Minas Gerais,
SILAS CORREA LEITE
M ú s i c a (Poema de Aniversário)
Para o Everi Carrara
De tudo o que fizeres, querido, na lida
Faça-se feliz, pleno, único, singular
Para valer a sua vida
De tudo o que você plenamente amar
Ame o infinito de cada segundo que nunca mais vai voltar
Faça seus amigos; seja-os
A família cósmica você escolhe
Muito além do seu lar
Seja verdadeiro, positivo, exemplar
No riso, na dor – E tente se encontrar
Nas mais belas coisas, as coisas pequeninas
Que são eternas pérolas divinas
Cada dia de seu aniversário
É página íntima de seu próprio sudário
Cada minuto de cada dia
Faça luz, relâmpago, nuvem, música, harmonia
Pois o tempo virá cobrar
Não o que você colheu em sinfonia
Mas o que você nunca soube plantar!
-0-
Longa vida, Saúde, Felicidades
E um Parabéns do tamanho do universo.
Silas Correa Leite
Santa Itararé Boêmia das Artes
www.portas-lapsos.zip.net
ANDRÉ AUGUSTO PASSARI
André Augusto Passari
Ribeirão Preto / SP
Perplexidade em paz
Sou o eterno de um tempo acabado
Personagem mítico do mundo real
De um futuro ontem, já passado
Mas ainda por chegar
Homem moderno fragmentado
Feito de barro e tempo
Cânone sagrado dessacralizado
Hoje sou só um boneco, atônito,
Em desgovernado movimento
Mas um dia fui Deus
Senhor do fogo e do vento
Capitão da terra e capitão do mar
Era capaz de parar o tempo
Quando pedra me dissolvia em ar
Hoje sou o boneco
Homem de horários, leis e dinheiro
Sempre atrasado em meu passo apressado
Senhor de dúvidas e angústias
Porém à noite, em silêncio,
A memória do eterno me instiga a fantasia
Vivo o isso e o jamais
Numa perplexidade em paz
ROBERTO ROMANELLI MAIA
UM SOL EM MINHA VIDA
Chegaste nem mesmo eu sei como!
Sem pedir licença nem passagem!
Como quem não quer nada!
Como uma sombra plena de luz!
Mas os meus sonhos,
os meus desejos e as minhas ilusões
não debandaram, assustados...
Sim, chegaste como um vendaval
para tudo pela frente levar!
Mas os meus sonhos e as minhas ilusões
te receberam de braços abertos ...
E, aos poucos, preencheste o vazio
dos meus momentos...
Com o teu corpo e a tua alma
invadindo o meu silêncio...
Me tirando da minha solidão!
Sim, gravaste em meu coração
as tuas digitais!
Me invadiste, como
uma noite com estrelas,
acedendo todas as luzes...
E o teu brilho próprio
transformou-se no meu sol!
Um sol descoberto e revelado...
De mim para você!
Um amor cúmplice
para um novo recomeço...
Sim, no meu mundo chegaste
para ficar!
E, contigo ao meu lado, hoje,
poucas são as minhas tristezas
e dores...
E estas são, por nós, somadas,
divididas e compartilhadas...
Sim, se um dia eu fui triste e infeliz,
deste homem nada mais resta!
E o que ficou vive somente felicidade,
por tê-la junto a mim!
Dentro de mim!
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
EFIGÊNIA COUTINHO
FÊNIX
Efigênia Coutinho
Na audaz inspiração, que me arrebata,
Entre abismos de Luz e Harmonia,
Possuída pelo silêncio, o gesto mudo
Virei à costa pela Dignidade.
Foi preciso ser forte, ter coragem
E matar tudo num suspiro!
De luz, de amor, de êxtase.
Contemplo!...
O grito, na expectativa do Amanhã!
Os músculos se estendem, e sentem
Minhas Asas começarem a se movimentar:
É o renascer duma Alvorada ...
Tal qual Fênix das cinzas Futurecendo!
E não vejo a hora de iniciar meu
VÔO COM FORÇA, PAIXÃO E DETERMINAÇÃO!!!
Sou Rainha, Deusa e Guerreira
À espera desta minha ou dessa outra mão!
27/12/04
Balneário Camboriú
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
CLÓVIS CAMPELO
LINDO PENDÃO
Em homenagem à Torquato Neto e ao Dia da Bandeira
Salve o teu lindo olhar de esperança,
símbolo augusto de um novo dia,
e a saúde que o mesmo irradia
faz-me crer apenas na bonança.
Dos teus olhos o belo pendão,
na grandeza do afeto que encerra,
mantém-me na alegria e descerra
a cortina de nova visão.
A tua nobre presença alimenta
em meu peito um amor varonil,
facho aceso a tua luz afugenta
meus fantasmas, temor juvenil;
verde olhar o teu que me acalenta
a quimera de um sonho infantil.
Clóvis Campêlo
Recife, 1991
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
ADRIANA MANARELLI
"Marionetes"
(Adriana Manarelli)
Carne crua
Sob o balão de oxigênio,
Anjos rústicos —
Feitiços e feiticeiros
Distante e tola pajelança
Anjos estúpidos.
Comum,
Popular
Ônix e ouro
Clandestinos
Mundo-de-todo mundo
Plácida plebe do arco verde —
Auto didata do ditado aço
Tatibitá de areia.
Siamescos, amputados —
Globo indigente.
Origami:
Céu de estanho,
Confetes:
A luz do dia estrelas de papel —
Carne crua.
Anjos rústicos,
Anjos estúpidos,
Dobraduras.
04/11/2010/ TELA: leonardo da vinci
EFIGÊNIA COUTINHO
Um Mágico Lugar
Eu ando cansada de vagar
Nestes caminhos espinhosos.
São tantos horizontes
Cheios de íngremes montes!
Quero encontrar um mágico lugar
Onde nossos corações silenciosos,
Possam então serenos amanhecer
A magia de um Futurecer...
E o amor poder sentir,
Lá, onde tuas mãos eu possa segurar,
Levemente teus lábios beijar
Até o tempo deixar de existir.
Corra, corra nesta direção!
Onde o peito clama futurecido
Abasteça de sonhos o seu coração
E deixe este tempo desluzido.
Deixe que os olhos brilhem,
Os braços num abraço compartilhem
E os lábios comungam da emoção.
Corra cheio de desejos,
As vozes celestiais a escutar,
De Anjos e Querubins em solfejos,
Tão suave e perene canção...
Tirando-nos o cansaço de vagar.
Como se não tivesse corpo a alma ama.
Ama o corpo na calma que clama
Sentindo da vida a essência,
A deslumbrar na fragrância
Do amor a si contentar.
No aconchego do ninho
Num terno bem-querer a lacrar,
O sorriso vai ao céu aberto,
A sentir o aroma do ar descoberto.
E no encanto do tempo sonhado,
Vai natureza perfazendo o caminho
Com ramos de flores do sonho apaixonado!
Balneário Camboriú
Novembro 2010
GUIDO BILHARINHO
Questões do Nosso Tempo
ATUALIDADES, POLÍTICAS E TRIBUTÁRIAS
Guido Bilharinho
Alguns assuntos estão na ordem do dia: extinção do Senado, limitação da função do vice-presidente da República, financiamento público das campanhas eleitorais e até a ressurreição da malfada CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira).
As três primeiras propostas são altamente positivas e mesmo necessárias.
*
As atividades senatoriais são, em grande parte, repetitivas de funções da Câmara sendo, portanto, dispensáveis, e, as que não o são, poderão ser transferidas para a Câmara sem nenhum prejuízo institucional e funcional.
*
Conforme emenda recém aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o exercício vice-presidencial nos dois primeiros anos do mandato ficaria limitado apenas à substituição temporária do presidente, devendo nesse período haver novas eleições no caso de morte, doença grave ou impedimento do presidente. Essa medida evitaria série de inconvenientes, principalmente, levando-se em conta que quem votou em Dilma ou em Serra votou neles e não em seus respectivos candidatos a vice, os quais, do ponto de vista dos votantes, não entraram na equação eleitoral.
*
O fundo público para financiamento de campanhas eleitorais com proibição total de contribuições de outras origens, inclusive do próprio candidato, conforme projeto de lei em tramitação no Congresso, restringirá, se aprovado, as campanhas eleitorais às suas devidas e necessárias proporções, evitando-se o marketing, muitas vezes excessivo e sempre enganador, a prática de caixa 2, o comprometimento dos candidatos com grandes financiadores e, por último e não menos importante, estabelecerá, pela primeira vez, o princípio democrático e constitucional de igualdade de condições e oportunidades para todos os postulantes a cargos públicos eletivos.
*
Já a proposta de ressurreição da CPMF é de todo desaconselhável, dada a alta e mal distribuída carga tributária do país, que incide principal e inapelavelmente sobre o produto do trabalho de pessoa física (salário, proventos, etc.) do que sobre a renda, devendo, em seu lugar e no lugar da excessiva máquina arrecadadora, proceder-se à eliminação dos gastos públicos inúteis, faraônicos, sobrefaturados (para atender os financiadores das campanhas eleitorais), mal-empregados, mal-fiscalizados e muitas vezes inconstitucionais e ilegais, a exemplo das campanhas e promoções publicitárias oficiais.
Por sinal, ninguém falou nisso e disso na campanha eleitoral. Agora, que o Sistema não mais permite a manifestação popular, representa estelionato eleitoral. Dos grandes e graves.
Contudo, mais grave do que tudo isso é que o mecanismo arrecadatório da CPMF representa meio de controle da sociedade pelo Sistema por intermédio do Estado. Apontam, essas e outras medidas já em curso, na direção dos regimes discricionários descritos por Aldous Huxley em Admirável Mundo Novo (1932), George Orwell em 1984 (1948) e Ray Bradbury, em Fahrenheit 451 (1963), este último filmado por François Truffaut em 1966 sob o mesmo título.
______________________
Guido Bilharinho é advogado em Uberaba, ex-candidato ao Senado Federal, ex- editor da revista Dimensão e autor de livros de literatura, cinema e história regional.
(Publicação autorizada pelo autor)
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
CECÍLIA FIDELLI
EXTRAÍDO DA PELE.
O PRAZER, NÃO PODIA ESPERAR.
EU ME DEIXAVA LEVAR PELA INTUIÇÃO
E ELE SE ENVOLVIA COM AS EXPRESSÕES,
OS GEMIDOS.
ELE COMIA OS MORANGOS SILVESTRES
DA BEIRA DO RIO, E EU ROUBAVA AS
FLORES DO CAMPO.
NÓS ENSACÁVAMOS PÊSSEGOS TÃO ATRAENTES,
TÃO LINDOS,QUE ELES PARECIAM ESTAR SINTONIZADOS
COM A NOSSA IMAGINAÇÃO.
ABUSÁVAMOS DA SENSUALIDADE,ATÉ NOS DIAS SEM SOL,
E NAS NOITES SEM LUA.
DESCOBRÍAMOS NAS RESERVAS VERDES,
O ODOR DAS MANHÃS LÍMPIDAS.
EM INCONSCIENTES POEMAS,
CÉUS, ROMANTICAMENTE AZUIS.
FAZÍAMOS DE CONTA, QUE CEREJA NÃO FICA PRETA.
FAZÍAMOS DE CONTA QUE CEREJA NÃO FICA PRETA,
PORQUE AQUELES MOMENTOS...
ERAM MOMENTOS DO CIO.
CECILIA FIDELLI.
- DO LIVRO: POEMAS DE AMOR, SEM DOR.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
PEDRO DU BOIS
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
MÁRCIA SANCHEZ LUZ
Fazendo as contas...
Tiraram-me os discos,
meus sonhos jogaram
na lata do lixo.
Deixaram-me os livros,
meus medos guardaram
junto aos meus rabiscos.
As noites que eu tinha
trocaram por dias
às vezes escuros
como o céu sem lua.
E eu me sinto nua:
coito prematuro
beirando a ironia
de uma dor rainha.
© Márcia Sanchez Luz
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
ADRIANA MANARELLI
Espetáculo
(Adriana Manarelli)
A ousadia, pensava,
Embalava o fim de uma era.
De repressão e distorção da identidade.
E a oprimida cinzenta
Num interlúdio paradoxal
Desabrochou um embrião corporificado.
Aspiro o puro veículo acumulado,
Rota de fuga singular,
Centro magnético
De perplexa subjetividade.
Esta manhã quero esse gótico
Azul, feito de abóbora de ocre à tarde.
Quero esse apinhado de brocado: noite
Dos olhos de Irina da noite.
De rígidas estruturas passivas
A singular alteridade
Grunhiu espontânea:
A destemida Laélia
No gemedouro do universo.
A terra, os cabelos de açucena,
Os interlúdios de primazia,
O soberbo sol de ébano
Tombando Órion,
Sobre o espaço da verve.
tela:van gogh 23/10/2010
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
FERNANDA LEITE BIÃO
Ah! Juventude!Fernanda Leite Bião
Ah! Juventude!
Sonhada pelas crianças
Invejada pelos adultos
Ah! Juventude!
Período de grandes conflitos
Um mexe, remexe, sem cessar
Ah! Juventude!
Começo de luta
Tempo de rebeldia
Ah! Juventude!
Não se sabe
Sim ou não
Ah! Juventude!
Criança ou adulto
O que ser então?
TELA: van gogh
terça-feira, 9 de novembro de 2010
ALMANDRADE
O OLHAR CÔMICO DA ARTE
A arte ou um saber sobre o plágio. Esta ciência maldita que ri de suas
invenções “inúteis” (para a disciplina do circuito cotidiano). O
artifício do riso é um meio de desfazer o compromisso do homem com a
ideologia da seriedade. Tudo é possível para tornar visível a
obscuridade do fazer social e cultural. Ao artista é concedido o
direito de mudar e dissimular o valor e a ordem das coisas e do mundo.
Ele inventa ilusões, relações, e “inutilidades” para ironizar os
desencantos de um determinado lugar da vida. O artista tem o bom senso
de falsificar simbolicamente, sob o olhar do vigilante, sem ludibriar
a vítima.
PENSE O JOGO: Um campo de futebol com uma única trave no centro. O
futebol tem suas regras, mas neste campo perverso há uma sugestão de
um possível jogo onde suas regras não estão explícitas. Fica com o
espectador a difícil tarefa de imaginar hipóteses de impossíveis
soluções. Uma sutil ironia aos dois jogos o do gramado e do território
da arte.ALMANDRADE, poeta e artista plástico /salvador-BA
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
WORKSHOP DE FÉRIAS
Queridos amigos!
Estou formando um grupo especial para uma semana intensiva de workshop em janeiro. Vamos mergulhar nessa pesquisa da afirmação da arte no corpo, que eu chamo de "O Ator-Performer - Dramaturgia do Desejo".Vai ser muito especial porque será no Instituto Gaia Revida, uma pousada repleta de energia em meio à natureza de São Francisco Xavier / SP. Para mim, será um momento de alegria e gratidão, retribuindo tanta vida e afeto que lá eu aprendi a vivenciar.
Quem quiser se aventurar e ousar a alegria da criação, será muito bem-vindo!
Qualquer dúvida, é só escrever, ok?
Até lá!
Abraços,
Silvana Abreu
www.silvanaabreu.com
(11) 3539-2985
Workshop de Férias
O Ator-Performer - Dramaturgia do Desejo
com Silvana Abreu
de 17 a 21 de janeiro de 2011 - segunda a sexta
= total de 15 vagas =
A Dramaturgia do Desejo para o Ator-Criador. Técnicas de expressão corporal e exercícios de criação personalizados, para identificar e potencializar o que cada um tem de mais expressivo e único. O objetivo é que o artista esteja vivo e presente e a cena seja necessariamente intensa, prazerosa, autêntica e vibrante.
*** A Dramaturgia do Desejo foi contemplada pelo Prêmio Interações Estéticas 2010 da Funarte / Ministério da Cultura.
Veja todas as informações em www.silvanaabreu.com
ANA ALMEIDA
SEXO
Sexo é necessário
Mas não é prioridade
É importante, mas sozinho não tem validade
Pelo menos para quem tem sensibilidade
Amor e sexo
É o conjunto de afinidades
O encontro do respeito mútuo
A mistura da admiração mental
Com o prazer físico
Sexo engana...
Os convencidos pensam que fica
Esbanjam euforia
O ato em si, do jeito que entra sai
O amor olha e sorri...
Trouxa! Sem mim segue sem teto.
Postado por Ana Almeida às 07:39 1 comentários
ALMAS GÊMEAS
Almas gêmeas que se encontraram
Depois de tanta procura e espera
Anos e anos dividindo o mesmo espaço
Muitas coisas e amigos em comum
Caminhando na mesma estrada
Abordando os mesmos assuntos
Se vendo na feira, no mercado
Nas festas e jantares
Olhares trocados e nada
Lado à lado com a indiferença
Eram muitas as evidências
Mas não percebiam
Até que um dia sem correria
A surpresa para ambos
Almas gêmeas reconhecidas
Pelo tato, se entregam ...
A felicidade chegou se instalou
Mas não ficou por muito tempo
A razão aparece e bombardeia o coração
Decidindo que é tarde
E pela lógica da vida...
Vai despedir primeiro
Apesar de serem dois em um
Estarem em sintonia com as palavras
E com o amor, os corpos separam
Vão morrer levando perguntas sem respostas
Almas gêmeas que adormecem chorando
ANA ALMEIDA/araçatuba/spwww.anaalmeidazaher.blogspot.com
foto: bresson
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