segunda-feira, 30 de junho de 2014

LANÇAMENTO CD



Estou lançando a musica "Todo dia é dia" do cantor e compositor "Nell Filho" que está disponivel no sitewww.tododiaedia.art.br  para baixar gratuitamente.
Baixe e  compartilhe com seus amigos.

Rogério Motta-Manager
(11) 98861-8390

CLAUDIO WILLER



Os rebeldes: Geração Beat e anarquismo místico é um guia de leitura para quem quiser saber mais sobre autores beat e seus antecessores. Trata de temas fascinantes, como as rebeliões religiosas e manifestações de anarquismo místico ao longo da história, e suas sincronias com a contracultura e rebeliões contemporâneas. O ponto de partida, a frase de Jack Kerouac em Visões de Cody. “Tudo me pertence, porque eu sou pobre”. É comparada a observações do historiador Norman Cohn sobre os anarquismos místicos medievais como o Espírito Livre: “a pobreza, propriamente observada, abolia todo pecado; daí seguia-se que os pobres podiam, por exemplo, fornicar sem pecado.” E mais: “uma expressão dessa atitude era ainda um erotismo promíscuo e misticamente colorido [...] pois para os ‘sutis em espírito’ a relação sexual não pode, em quaisquer circunstâncias, ser pecaminosa.”
Além desses paralelos de capítulos da história ainda pouco estudados com o pluralismo beat, o ensaio é sobre valor literário e substância filosófica em Allen Ginsberg, Michael McClure, Gregory Corso, Gary Snyder; em William Burroughs; e especialmente em Kerouac, autor ainda controvertido, apesar do crescimento da bibliografia sobre ele. É também sobre política; sobre a crítica beat, mostrando como Ginsberg e seus amigos anteciparam, lucidamente, temas de um debate contemporâneo. Daí o crescimento dos leitores e das edições, ensaios e adaptações, atestando sua importância.
fonte: claudio willer

sexta-feira, 27 de junho de 2014

HOLANDA DETONANDO O CHILE!!



CHUPA!!!!!!!!!!!!!!
Final de Partida | Holanda 2-0 Chile | Gols: Leroy Fer e Memphis Depay |#Huporanje
MULHERES HOLANDESAS!!


sexta-feira, 6 de junho de 2014

RAQUEL NAVEIRA




QUI, 05.06.2014
Gato de Botas
Ele sabe quando preciso dele e fica por perto, esfinge enigmática
Raquel Naveira
Para o Portal Top Vitrine
Toda vez que meu gato sobe de mansinho na cama e suavemente se aninha em meu peito, os olhos amarelos me fitando com inteligência e ternura, penso que ele se parece muito com o Gato de Botas do conto de fadas. Imagino que ele me diz:

- Não fique triste por ter recebido de herança da vida um gato. É certo que aquele moleiro deixou para o filho mais velho o moinho com o qual ele poderia fazer farinha; para o do meio, um burro para o serviço pesado de transportar cargas e para o caçula, um gato. Mas era um gato mágico, de uma esfera superior, de um nível mais elevado da consciência, como eu. Vá, junte suas forças, compre-me um par de botas e você não vai se arrepender por ter me acolhido quando caí de uma janela do edifício Copan  e me dado comida e carinho.

Nesse ponto, ele salta da cama e passeia pelo apartamento ronronando, arrepiado, todo cheio de uma energia negativa que estava em mim, que ele já sugou e transformou em sentimento e compreensão.

O Gato de Botas saiu pelo mundo, com suas botas de couro pretas, com suas artimanhas. Conseguiu convencer a aldeia e o rei de que pertencia ao fidalgo Marquês de Carabás. O rei ficou encantado com as notícias sobre o Marquês: moço fino, educado, dono de propriedades, corajoso a ponto de acabar com o ogro gigante que ameaçava o reino. Deu assim, como recompensa, a mão de sua filha em casamento ao jovem.

Personagem que ironizava a corte francesa antes da Revolução, o Gato de Botas foi uma espécie de publicitário, difundindo e promovendo com técnicas de comunicação apurada as virtudes e os feitos de sua marca, de sua criação: o Marquês de Carabás. Os campos cultivados de trigo, o palácio no meio do bosque, o gigante reduzido a um rato e devorado, pela narrativa e astúcia do gato, foram conquistas atribuídas ao tal Marquês. Com imagens, ambiguidade e dando ordens determinadas e imperativas, o gato potencializou o valor de um produto, persuadindo o rei a comprar uma ideia: a união da princesa com o idealizado Marquês de Carabás. O Marquês passou a ser um reflexo do próprio rei: de sua juventude distante, de suas mais altas aspirações.

Lá vem de novo, sinuoso, o meu gato. Ele sabe quando preciso dele e fica por perto, esfinge enigmática. Dessa vez posso ouvi-lo nitidamente:

- Sou seu Gato de Botas. Ainda vou assistir a festas, celebrações, vitórias com pompa. Estou trabalhando por aí, pelejando pelo alto dos telhados, miando para a lua, planejando, sonhando, fazendo propaganda de seus dons, de sua arte. Logo, logo você receberá uma coroa e eu um novo par de botas com cordões encarnados e preciosos diamantes. Seremos felizes. Tenha calma, paciência, perseverança, autodomínio, confie no meu instinto caçador, minha dona. Observe como vivo apenas um dia de cada vez e com silêncio e elegância. Não queira desvendar mistérios antes da hora.

Passo a mão sobre seu pelo lustroso. Agradeço sua presença. Ele é meu Gato de Botas. Tenho fé.