sexta-feira, 31 de julho de 2009

ATRIZES CONTRA O RODEIO


Thaila Ayala, atriz de caminho das índias, e a modelo Camila Jorge entraram juntas em um campanha nacional pelo fim dos animais em rodeios. A atriz e a modelo consideram um retrocesso e uma estagnação moral o fato de que nos dias de hoje ainda utilizem animais para diversão.Dessa forma, ambas cederam suas imagens e formularam frases para incentivar as pessoas a não contribuírem com rodeios e desmistificar esta prática tida como aceitável. A parceria foi fechada com o coletivo Odeio Rodeio, que há mais de 3 anos vem dando suporte em várias cidades brasileiras para o fim da utilização de animais em rodeios, além de informar a população sobre a verdadeira face desta atividade.A campanha foi produzida e dirigida pela agencia So’ Live Design, e trata-se inicialmente de duas peças publicitárias com as imagens e frases de ambas, estando ainda previstos para campanha um curta com seus depoimentos e também de outros famosos que se posicionam contra esta prática.
fonte www.vista-se.com.br/odeio
www.odeiorodeio.com/colaboração de FABIO/orkut

LÊDA MELLO


MEU SHANGRI-LA
Lêda Mello

Céu de julho, fim de tarde,
Sol de inverno no sertão
Derramando, sem alarde,
Um restinho de clarão,
Nem parece o sol que arde
No entardecer do verão.

O silêncio salpicado,
Às vezes, por uns chuviscos
Deixa o pensamento alado
Solto, fazendo rabiscos,
E os desenhos delicados
No presente, cobrem priscos.

O murmúrio do regato,
A passarada cantando,
O cheiro doce de mato,
O gado manso pastando,
São detalhes de um retrato
Que a visão vai saciando.

Pousando na vastidão,
Meu olhar reverencia
Deus e sua criação,
Presença de harmonia.
Não existe solidão,
O Pai me faz companhia.

Meu rincão, meu paraíso,
Chão que minha alma bendiz.
Na memória eternizo,
Da imagem, cada matiz,
Alegre porque preciso
De pouco pra ser feliz.

Arapiraca (AL)- Brasil, 30.07.2009
Arte final por Lêda Yara

terça-feira, 28 de julho de 2009

FERNANDA TAKAI


artista Fernanda Takai irá lançar no fim de julho o seu mais novo trabalho:
o DVD e CD ao vivo "Luz Negra", que traz o repertório do show do disco "Onde Brilhem os Olhos Seus" com inclusão de sete músicas.
Universo de “Sin City” inspira DVD de Fernanda Takai
O primeiro DVD de Fernanda Takai traz o show do projeto “Onde Brilhem os Olhos Seus”. O conceito de imagem foi muito fiel ao espetáculo apresentado na turnê que se iniciou em março de 2008, com forte referência ao universo HQ de Sin City. É um documento visual da turnê solo de Fernanda Takai que tem tido uma trajetória muito especial. Todas as câmeras foram operadas por jovens diretores premiados de Minas Gerais, o que deu um olhar bastante diferenciado do que se costuma usar no registro de um show.
Dirigido por Eduardo Zunza e Daniel Veloso com produção musical de John Ulhoa, “Luz Negra” será lançado pela Deckdisc no final de julho. Além do espetáculo, gravado no Teatro Municipal de Nova Lima, contém clipes, cenas de estrada e bastidores, mini-documentário da turnê.
IRENE DO CARMO/ BRASIL EVENTOS/BELO HORIZONTE-MG

VIDA CULTURAL EM ARAÇATUBA 4


cine-olho no furacão da manada
VALDIR CALIXTO passou a vencer diversos festivais de música popular brasileira em regiões próximas e distantes de Araçatuba. Em seus shows, não deixava de apresentar alguma composição de EDSON JOSÉ DA SILVA, ou então, musicava poemas de JOSÉ LAÉRCIO VERZA, sempre com uma postura cinematográfica, densa e ágil. Alguns de nossos amigos começaram a projetar uma área de atuação em cidades mais próxinas, em busca de amizades e novas experiências. Viajar é preciso. Em Birigui, por exemplo , conhecemos artistas como o AUGUSTO FIORIN (um poeta ruivo,guitarrista e compositor) que se destacava pelo estilo beat de escrever, sendo alguns anos mais jovem que eu e outros artistas de Araçatuba; AUGUSTO estava lendo RIMBAUD, JOYCE, BLAKE...a prosa poética de AUGUSTO me impressionou, pela alegria, espontaneidade, seu fraseado livre,cinematográfico, obsceno, visceral; não havia nada parecido por aqui, exceto o brilhantismo das letras do EDSON, que adotava o pseudônimo de "Àfrica",simplesmente. Na época, pelo BRASIL a fora falava-se muito em CAZUZA como algo delirantemente pop,enquanto o AUGUSTO me dizia que para quem havia tomado contato com a literatura de RIMBAUD, o CAZUZA representava pouco. Aliás, em meados dos anos 80, mais significativo que ouvir e ver CAZUZA era curtir ITAMAR ASSUMPÇÃO, ARRIGO BARNABÉ, TOM ZÉ, EGBERTO GISMONTE, HERMETO PASCOAL, TETE ESPÍNDOLA, RUMO, JORGE MAUTNER, FAGNER,OS MULHERES NEGRAS, ELOMAR,LULI E LUCINA, VIOLETA DE OUTONO,CÓLERA,AGUILAR E BANDA PERFORMÁTICA,INOCENTES ULTRAJE A RIGOR etc...na década de 80 ,Araçatuba era um cidade que se expandia,era conhecida como a "cidade do boi gordo", mas era também uma cidade de artistas inquietos, guiados pelo olhar cinematográfico da ambição,da cultura underground, cine-olho no furacão da manada;a praça RUI BARBOSA era o point das grandes negociações comerciais e paqueras, e atraia a moçada de municípios pequenos para os bares e cinemas.MARCELINO DUARTE me conta que na fonte da praça RUI BARBOSA havia além do efeito colorido das luzes, a audição de música. Era possível frequentar cinemas muito bons: CINE SÃO JOÃO, CINE PEDUTTI, CINE BANDEIRANTES, E PARAÍSO. Lembro-me de ver alguns deles completamente lotados quando 'THE WALL,o FILME" foi exibido. Infelizmente, os cinemas transformaram-se em estacionamentos para carros. Com o surgimento da fita-vídeo, os cinemas foram sendo esquecidos. Não para nós, porque assitir filmes em tela de cinema sempre foi uma aventura singular e incomparável. A sedução do sonho,a dimensão da tela, uma arte plural. MARCELINO DUARTE é cinéfilo, contribuia com idéias e poética visual sobre nossa formação cultural. Apareceu certa vez com uma edição preciosa de um livro, no qual TRUFFAUT entrevistava ALFRED HITCHKOCK. Estávamos rompendo a rotina do ritmo boiadeiro.
everi rudinei carrara/foto de araçatuba.praça rui barbosa/cedida por marcelino duarte

PAULO MONTI


Paulo Monti é natural de Itaqui-RS e reside em Porto Alegre, RS. Poeta, escritor e Ativista Cultural. Participou de concursos no "Centro de Estudios Poéticos", Madrid - Espanha.
Desde 2004, é Mensageiro da Paz, através do programa “Manifesto 2000”, criado pela Unesco (www.unesco.org) que nomeou a década de 2001-2010 como a década internacional por uma cultura de paz e não violência contra as crianças no mundo inteiro.
Atualmente, participa, como colaborador ativo, com poesias em português e espanhol, do programa "Poesía y algo más", através da rádio Arinfo (http://www.arinfo.com.ar), o qual é produzido e apresentado por Maria Elena Sancho que se difunde somente pela internet desde a Província de Buenos Aires, aos sábados, 20:00h às 21:00h.
Miembro del Comite Poyecto .C.del Sur - La Habana - Cuba: www.proyectoculturalsur.org; Membro Correspondente da Academia Itaperunense de Letras; Corresponsal Literário de la Delegación AVELLANEDA de la SADE Seccional SUR BONAERENSE - Argentina; Membro da Casa do Poeta Rio-Grandense, em Porto Alegre-RS; Membro da Casa do Poeta Latino-Americano, em Porto Alegre-RS.

VIDA CULTURAL EM ARAÇATUBA 3


VIDA CULTURAL EM ARAÇATUBA NOS ANOS 80/ PARTE 3
aprendendo a conviver com as diferenças
Por volta de 1982, CARLOS ROBERTO MENDONÇA possuía em sua casa na Rua Cruzeiro do Sul, provavelmente, o maior acervo de discos em vinil da cidade. Eu e alguns amigos fazíamos visitas periódicas ao MENDONÇA, para ouvirmos preciosidades como as coleções de discos dos BEATLES, DAVID BOWIE, NAZARETH, CREAM, CSN & YOUNG (raríssimos de serem encontrados por aqui, naquela época). MENDONÇA havia sido o cantor das legendárias banda THE PLAYERS (1968), 14 BÍS (1970, sendo que nessa época MENDONÇA e os demais integrantes deixaram de registrar o nome 14 BÍS,nome esse que consagrou anos depois a conhecida banda mineira ,MINIORQUESTRA GUANABARAS(1974),e THE KNIGHTS KINGS (1976).MENDONÇA sempre exibiu uma voz afinada, contralto, e sua receptividade perante a visita dos amigos é uma marca constante até os dias de hoje. Não raramente, pedimos sua apreciação sobre discos raros. O fato é que as lojas tradicionais de discos foram baixando as suas portas no final dos anos 80 e meados dos 90 com advento do shopping center, e alguns profissionais procuraram alternativas; autônomas de venda. Na mesma época, conhecemos o HERIALDO ALVES DANTAS , ex-seminarista, extremamente comunicativo, culto, falante, simpático. HERIALDO era outra figura singular em Araçatuba, criando vínculos de amizade com pessoas diversas e contrastantes. Pela sua formação rigorosamente católica, entrava em turbulência comigo e com o poeta EDSON JOSÉ DA SILVA, preservando o respeito pelas diferenças. Aprendi com HERIALDO a penosa tarefa de conviver tolerantemente com as diferenças, ele acredita piamente em DEUS,e nós sempre fomos agnósticos, e leitores contumazes dos filósofos VOLTAIRE E JEAN PAUL SARTRE. Não era comum o debate sobre temas religiosos entre os mais jovens, essas questões eram tratadas apenas entre os membros de cada família, ou simplesmente havia um silêncio arrebatador sobre o tema. Ás vezes, o silêncio é mais arrebatador que a imponência do discurso. Temas religiosos não são aprofundados entre pessoas simples, interioranas; então tínhamos que nos reunir para abordar esses assuntos, ao som de violões e pianos. Mas DEUS era uma majestosa indagação sobre nossas cabeças. Livros como a bíblia, livros cabalísticos, espíritas (Alan Kardec), Paracelso, madame Blavatsky foram trazidos pelo EDSON para serem inseridos no contexto. Lembro-me apenas de VALDIR CALIXTO, JOSE JORGE DA COSTA NETO, EDSON E EU, participarem de debates em reuniões caseiras e bares, além de artigos em jornais sobre esse tema. O jornal para o qual eu escrevia, esporadicamente, era o inesquecível A COMARCA, então localizado na rua MARECHAL DEODORO. Surpreendentemente descobri que JOSE JORGE E VALDIR CALIXTO haviam sido funcionários deste jornal. EVERI RUDINEI CARRARA

SHOWS COM LANNA RODRIGUES


Lanna Rodrigues
QUINTA 30/7 - Pocket SHOW na FNAC BARRA SHOPPING às 19:00 hs
SHOW GRATUITO

Av. das Américas, 4666 - Barra da Tijuca - RJ
Telefone (21)2109-2000
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QUARTA 19/8 - CCC - CENTRO CULTURAL CARIOCA às 21:00 hs

Participação especial no show da Cantora Raquel Koehler
Projeto Pegando Carona
Rua do Teatro, 37 Centro - RJ

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SEXTA 28/8 - CRMC - CENTRO REFERÊNCIA DA MÚSICA CARIOCA às 19:30 hs

Participação especial de João Pinheiro e Vivianne Tosto
Rua : Conde de Bomfim, 824 - Tijuca - RJ
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SÁBADO 29/8 - CARNAVAL DAS CULTURAS às 18:30 hs
SHOW GRATUITO

Praça do Lido - Copacabana - RJ
Proximo ao posto 2

Site Oficial : www.lannarodrigues.com.br

sexta-feira, 24 de julho de 2009

LIVRO DE MÁRCIA SANCHEZ LUZ


Ficha Técnica
Coleção: Poesias
Autor: Marcia Sanchez Luz
Titulo: Porões Duendes
ISBN: 9788578280574
Assunto: Poesia
Espec. Gráfica: Brochura medindo 21cm x 14cm. Interior impresso em papel offset 90g. Capa a cores, impressa em cartão especial 180g. Com selo de responsabilidade ambiental por não utilizar componentes plásticos.
Nº Páginas:: 58
Preço: R$ 16,40
Obs. do Autor:
Obs. da Editora: Devemos ler “Porões Duendes” porque a autora, Márcia Sanchez Luz, é visceralmente poeta. E como todo poeta, tem o amor como parte integrante de sua alma. Sua inteligência poética está muito acima da média. Sua presença literária ultrapassa fronteiras. Basta ler nas orelhas deste livro suas credenciais extremamente importantes. Ninguém conquista os inúmeros títulos que Márcia amealhou sem um trabalho sério, competente, técnico, paradoxalmente permeado, em sua essência, ao profundo amor que ela generosamente transborda em tudo que faz.
Depois do sucesso do livro “No Verde dos Teus Olhos”, Ed.Protexto, 2007, resolveu alçar vôos mais ousados. Inspirada nos grandes poetas parnasianos, enveredou pela difícil arte da construção de sonetos e o resultado está nas páginas deste “Porões Duendes”, fruto de estudo, dedicação, esforço e principalmente do imenso talento literário, orgulho de todos que têm o privilégio de conhecer sua obra.
Airo Zamoner - Editor
MARCIA SANCHEZ LUZ:marcial2001@yahoo.com.br

quinta-feira, 23 de julho de 2009

RICARDO CORONA


UM SUPERMERCADO DA CALIFÓRNIA
Estive pensando em você essa noite, Walt Whitman, enquanto caminhava pelo beco debaixo das árvores com uma tímida dor de cabeça e olhando a lua cheia.
Em meu esfomeado cansaço, fazendo compras na imaginação, entrei no supermercado de fruta de néon, sonhando com suas listagens!
Que pêssegos e que penumbras! Famílias inteiras comprando à noite! Corredores cheios de maridos! Esposas nos abacates, bebês nos tomates! — e você, Garcia Lorca, o que estava fazendo ali perto das melancias?

Vi você, Walt Whitman, sem filhos, velho vagabundo solitário, mexendo nas carnes do refrigerador e flertando com os meninos vendedores.
Ouvi você perguntar a cada um deles: Quem matou as costeletas de porco? Qual o preço das bananas? Você é meu anjo?
Vaguei entre pilhas brilhantes de latas seguindo você e sendo seguido na minha imaginação pelo segurança da loja.
Percorremos os largos corredores, juntos em nossas solitárias fantasias, provando alcachofras de gosto exótico, cada delícia congelada sem nunca passar pelo caixa.
Para onde vamos, Walt Witman? As portas se fecham em uma hora. Qual o caminho que sua barba hoje indica?
(Toco em seu livro e sonho com nossa odisséia no supermercado e me sinto absurdo.)
Passearemos a noite toda nessas ruas solitárias? As árvores somam sombras às sombras, luzes apagadas nas casas, ambos estaremos sós.
Andaremos à toa e sonharemos com a hoje perdida América do amor, depois passaremos por automóveis azuis no estacionamento a caminho de nossa cabana silenciosa?
Ah, querido pai de barbas grisalhas, velho e solitário mestre da coragem, qual América era a sua quando Caronte deixou de empurrar o seu barco e você desceu na margem esfumaçada e ficou assistindo o barco desaparecer nas negras águas do Letes?

Allen Ginsberg
Berkeley, 1955
Tradução Ricardo Corona

MARCO LLOBUS


DESCLASSIFICADOSarte de marco llobus

sexta-feira, 10 de julho de 2009

ALMA DO NORDESTE


Olá amigos,
Tenho o prazer de anunciar 2 concertos no Brasil em julho, dando continuidade ao lançamento do meu CD Alma do Nordeste. Os shows mostram as músicas deste disco que tem feito muito sucesso no mundo todo. Veja aqui...
·Terça-feira dia 21.7 às 19h no Instrumental SESC Brasil do SESC Paulista (Av. Paulista 119, São Paulo-SP). Entrada grátis. Clique aqui para informações.
·Sexta-feira dia 24.7 às 10h no Teatro Gebes Medeiros, Av. Eduardo Ribeiro, esquina com Rua Monsenhor Coutinho, Manaus, AM – workshop – inscrições pelo site http://www.festivalamazonasjazz.com.br
·Sexta-Feira dia 24.7 às 19:30 no Teatro Amazonas (Lgo. De S. Sebastião s/n, Manaus, AM). Festival Amazonas Jazz
A banda será composta por Marcelo Martins (flauta e saxes), Dudu Lima (baixo) Edu Ribeiro (bateria), Toninho Ferragutti (sanfona) e Durval Pereira na percussão. Com tantos “cobras”, o soro anti-ofídico é recomendado...Além disso, estou aproveitando a viagem ao Brasil para gravar um novo CD de duetos com alguns dos meus músicos favoritos. Aguardem novidades em breve...
JOVINO SANTOS NETO

terça-feira, 7 de julho de 2009

VIDA CULTURAL EM ARAÇATUBA


VIDA CULTURAL EM ARAÇATUBA nos anos 80
por everi rudinei carrara
OUVINDO DEBUSSY EM ARAÇATUBA
parte 1
Eu me mudei para Araçatuba/SP, em fevereiro de 1970, quando meus pais resolveram mudar de Bauru/SP, em razão das exigências de trabalho. boa parte de minha infância,adolescência ,juventude e maturidade foram vividas em Araçatuba,embora eu ainda conserve um carinho especial ás cidades de Bauru, Marília,e outras.Não pretendo realizar um histórico sobre a vida cultural de Araçatuba, orientando-me por alguma ordem cronológica ou refém de bibliografias e coisas semelhantes. Oriento-me pela minha intuição e vivência,colhendo evidentemente, o testemunho de amigos e alguns moradores.Devo enfatizar, que optarei pelo registro de artistas e pessoas que me parecem essenciais para a vida cultural da cidade,e que de alguma forma influenciaram-me por algum motivo,ao longo das 3 últimas décadas.Portanto, farei um relato sobre as décadas de 80 até os dias atuais. O que sempre me chamou a atenção foram os artistas e pessoas marginalizadas, que produzem arte e resistência aos modismos e á cultura elitista.Mesmo porque, as classes priveligiadas optaram por contar sua história, sua versão dos fatos, desconsiderando os feitos realizados pelos demais. Ocorre que, a arte nunca foi um dom atribuido especificamente á classes sociais . Entretanto, percebi ao longo dos anos, que houveram exclusões, não obstante serem os excluidos,artistas de reconhecido valor entre a comunidade e o povo. Com o advento da internet ficou mais fácil contar a história dessa cidade, para um número maior de pessoas.
Araçatuba é uma cidade bela, de clima quente, distante de São Paulo, o que ainda nos anos 80 dificultava o acesso á produção cultural que imperava na capital e nos grandes centros do país. Então, para se adquirir discos de vinil, fitas de vídeo cassete,livros de autores consagrados,era necessário encomendá-los em lojas ou contar com os amigos e pessoas que viajassem ,colaborando com os pedidos. A estrada de ferro ainda existia traçando o mapa de MATO GROSSO á SÃO PAULO,o que nos facilitava o percurso, na temporada de férias escolares.
Em 1980,eu estava começando a cursar Direito, e já estava estudando piano erudito, e noções básicas de violão e sax-tenor. Tive a honra de ser aluno do professor PAULO GIOVANINI, e do ZÉ PRETINHJO (que vinha de TUPÃ/SP para ministrar aulas de sax-tenor
e teoria musical). Minha maior influência em música erudita foi CLAUDE DEBUSSY, por isso procurei estudar com afinco alguns de seus prelúdios e tocá-los para os amigos,apesar de estar ciente sobre minhas deficiências técnicas,mas sabendo que todos também procuravam conhecer um pouco mais sobre esse compositor. O prof. PAULO GIOVANINI contribuiu muito para que meus conhecimentos sobre DEBUSSY fossem ampliados em teoria e prática.PAULO GIVONANI tocava alguns prelúdios de DEBUSSY ao piano. Para mim, era um prêmio. Considero DEBUSSY como uma espécie de liberador de sons e imagens para o amante das artes. Nesse período meus amigos ouviam rock,pop, mpb, música erudita, jazz. Meus amigos frequentavam uma sala ao fundo de minha casa, onde se discutia sobre música, poesia, cinema,televisão, e as coisas da vida.Nesse grupo de jovens, destacaria as presenças de EDSON JOSÉ DA SILVA (poeta "África" ,compositor e violonista), VALDIR CALIXTO (compositor, cantor,e violonista), MARCOS ZAMBON (guitarrista), JOSE CARLOS MENDONÇA (cantor/lojista), JOSE JORGE DA COSTA NETO ( filósofo,poeta e violonista), ZÉ LAÉRCIO (poeta).

sexta-feira, 3 de julho de 2009

RUA DA AURORA


RUA DA AURORA
Clóvis CampêloSituada nos bairros da Boa Vista e de Santo Amaro, no Recife, a Rua da Aurora nasceu no começo do século XIX, com o aterro de uma área de pântano localizada na margem esquerda do rio Capibaribe, pertencente ao comerciante Casimiro Antônio Medeiros.
Considerada uma das ruas mais características da cidade, por estar voltada para o rio e ainda conservar casarões autênticos do século XIX, tem esse nome por receber o sol em cheio nas primeiras horas da manhã.
Dez anos após a assinatura da Lei do Ventre Livre, promulgada pelo visconde de Rio Branco em 28 de setembro de 1871, dando liberdade aos filhos dos escravos nascidos a partir daquela data, deram-lhe o nome de Rua Visconde de Rio Branco, mas a mudança não vingou.
Graciosa por natureza, a Rua da Aurora foi endereço do conde da Boa Vista, governador de Pernambuco, e outras famílias nobres.
O conjunto urbano foi projetado pelo engenheiro José Mamede Alves Ferreira, em 1855, mas os primeiros sobrados foram construídos em 1841, situados entre as ruas do Riachuelo e Princesa Isabel.
A primeira construção foi a casa de nº 405, que serviu de moradia para o Conde da Boa Vista. Levantamento histórico feito pela Fundarpe indica que o palacete foi construído pelo corpo do comércio e oferecido ao Conde.
O prédio tem estilo diferente dos demais, com colunas dóricas encaixadas, suntuosa sacada no primeiro andar e o brasão colorido de Pernambuco no frontal clássico.
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quinta-feira, 2 de julho de 2009

VIDA CULTURAL EM ARAÇATUBA 2


VIDA CULTURAL EM ARAÇATUBA,NOS ANOS 80
invadir ambientes

o pessoal costumava frequentar alguns bares ,nos anos 80, com o propósito de ouvir boa música e colocar a converrsa em dia,mas não me lembro de algum bar específico, que nos deixasse á vontade para ouvir o repertório musical que apreciávamos. Era então necesssário romper barreiras culturais e "invadir alguns ambientes", quando levávamos fitas cassetes com gravações de bandas e artistas de nossa predileção,inclusive incitando debates calorosos sobre artes,e a vida,a qual era muito pacata e colonizada pelo modismos da época. Não raramente havia reuniões e festas na casa de alguns integrantes. No início dos anos 80, conheci no emso ano MARCO ANTONIO ZAMBON, MARCELINO DUARTE, EDSON, JOSE JORGE DA COSTA NETO, VALDIR CALIXTO e amigos desses. Zambon estava se iniciando em guitarra e violão, vinha constantemente á minha casa para adquirir a sprimeiras noções de violão e teoria,pois eu havia cursado algumas aulas de violão ministradas pelo professor ZÉ MARIA; mais recentemente, ZAMBON se tornou um exímio e respeitado guitarrista, residente em BAURU; MARCELINO DUARTE ouvia rock e sempre mantinha uma predileção por música eletrônica, influenciando-nos com suas idéias oportunas e valiosas, e sua imensa amizade, sempre prestativo,uma espécie de irmão de todos,era filho do saudoso MIRSON DUARTE(jornalista conceituado e diretor na época,da rádio DIFUSORA); EDSON e um poeta negro, comparecia sempre acompanhado de um violão e algumas letras de sua canções, havia lido BYRON em inglês, não possuia muita formação escolar, mas estava sempre bem informado sobre tudo, provocando uam impressão altamente positiva por onde passava, devido a sua educação e cultura ímpares; lembro-me dele como sendo o primeiro da turma a emprestar-me um livro de ARTHUR RIMBAUD traduzido por LÊDO IVO. Ao longo dos anos ,percebi que a leitura de RIMBAUD havia nos influenciado muito, por sua vida e obra literária errante, em constante mutação e arrojo O JOSE JORGE DA COSTA NETO, já havia ingressado no curso de filosofia da UNESP/CAMPUS DE MARÍLIA-SP em 1980,e costumava também nos receber em sua casa,localizada na rua Santo Antonio, sendo que em meados dos anos 80 sua família mudou-se para PARAGUAÇÚ PAULISTA, e ele fixou residência em MARÍLIA tendo falecido anos depois em SÃO PAULO.. Lembro-me de JORGE cruzando as ruas da cidade, provocando certo escândalo,por manter uma barba enorme descendo até a altura do seu umbigo,e certa porção de cabelos lisos e castanhos claros deslizarem sobre suas orelhas, enquanto sua calvície prematura se destacava sobre a testa reluzente,era uma figura, leitor assíduo de jornais,livros e revistas, usando óculos ao estilo john lennon,do qual era fã,e quando soube da morte do ídolo em dezembro de 1980, exilou-se num quarto de sua casa, deixando que sua mãe ,dona TEREZINHA, explica-se aos amigos, o silêncio abissal do filho...mas JORGE saia muito pouco de sua casa, era funcionário do extinto jornal A COMARCA,e nas raras vezes em que saiamos,ele nos levou para ver a banda TRILHOS URBANOS,no teatro INTEC. JORGE era um pensador combativo,um verdadeiro intelectual, leitor contumaz de CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, influenciou-nos a cultivar as leituras filosóficas. Estudava violão, era comedido em seus comentários sobre arte e política. Na cidade respirava-se o som das discotecas e algo de new wave. Estávamos na contra-mão, ouvindo BEATLES, HENDRIX, DEEP PURPLE, STONES, PUNK ROCK, MÚSICA ELETRÔNICA, TOM ZÉ etc...
foto: rimbaud