sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

RUA AVANHANDAVA EM SÃO PAULO


Avanhandava
Rubens Ramon Romero
Quantas certezas pela Rua Avanhandava antiga:
o mundo sempre foi antigo,
a vida deliciosa,
sempre houve lugar pacato,
o sol descobrira a rua.
Seguir... Seguir caminhos
ao som das canções
e dos acordes poéticos.
Parar para um café expresso amigo, contigo,
Saborear massas olhando quem passa.
Deixar-se levar mansinho pelo cheiro do molho Mancini.
Apreciar o jeito com que me explicavas tudo, com as mãos.
E na noite quando as cadeiras foram postas nas calçadas,
soavam nas mãos dos serestei ros, harmonia cantada.
Em nenhum momento havia dúvidas
que o tempo também passava na cadência,
e o ritmo na canção.
Entre as tantas lembranças que trouxemos
está um ar de encanto da Avanhandava
e uma promessa de voltar um dia.
Pisar novamente nessa rua,
sentir aquela brisa do ar reconhecida e
fazer com que ouçam nossas vozes
em nossos versos, em antigas canções,
em qualquer canto de bar,
no Bar do Canto.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

LEO CAVALCANTI


RELIGAR E DAR OUVIDOS AO MISTÉRIO:
O POP TRANSCENDENTAL DE LEO CAVALCANTI
Por TATÁ AEROPLANO

Leo Cavalcanti foi um desses encontros mágicos. Tulipa sempre dizia: “Tatá! Você tem que conhecer o Leo! Você tem que conhecer o Leo!” O que aconteceu no final de 2005 em
São Lourenço, MG; foi amizade e afinidade musical dessas que pouquíssimas vezes
acontecem. E agora estou aqui com a missão de escrever sobre e totalmente absorvido por esse lindíssimo trabalho, que não cabe em palavras e sensações porque é metafísico, é plural, é movimento, é arte no seu estado mais elevado.
“Religar” tem que ser escutado com calma, como se estivesse numa sessão de cinema, só
você e a tela, só você e as músicas, palavras, sons, sensações, imagens, amores, danças, ritmos, lugares,essências, sabores e quando você se dá conta, o disco acabou,
o filme terminou. É uma película sonora que vai te embalar, um clássico!
Então você dilata o tempo para apreciar mais e mais vezes.
Projeto realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura - Programa de Ação Cultural - 2009.
DELEDELA
As canções são fortes, viciantes, dançantes, com melodias e letras lindas. E você quer mais, quer mostrá-las aos mais próximos e naturalmente elas ganharão a dimensão das rádios, embalarão trilhas e histórias de vida mundo afora. O disco do Leo é exatamente assim, genuinamente “Pop”, ou melhor, “Pop Transcendental”.
Dar “Ouvidos ao Mistério” é o nome da primeira faixa, e dar ouvidos ao grande mistério é fundamental para prosseguir viagem em “Religar”, disco produzido por
Leo, Décio 7 e Cris Scabello, mixado por Gustavo Lenza e masterizado por Felipe Tichauer Betão Aguiar também participou da produção de algumas faixas que estão no disco. Os arranjos em geral foram criados por Leo, assim como a concepção sonora que foi desenvolvida inicialmente em seu estúdio caseiro e totalmente integrada ao processo de composição. É um trabalho criado e confeccionado a partir de muitas edições, misturando elementos acústicos e eletrônicos como retalhos – religados, resultando num disco de camadas. Outra coisa muito bem acertada em Religar, foi a maneira como Leo trabalhou as camadasde vozes, sempre com muita criatividade e propriedade. A banda formada por; Guilherme Held (guitarra), Marcelo Dworecki (contrabaixo) e Décio 7 (Bateria), marcou presença com personalidade, acrescentando uma série de elementos sonoros de modo a refinar e tornar orgânicos os arranjos produzidos por Leo. O disco conta com a participação de Tulipa em “Sem (des)esperar”, Marcelo Jeneci em “Acaso”, Douglas Felis tocando Alaúde e Derbak, entre muitos instrumentistas. Eu tive a felicidade de participar em “Chuvarada”, música nossa, única parceria do álbum todo composto por Leo. Religar é um álbum tecnicamente primoroso, épico, místico e conceitual, concebido com paixão,
questionamentos, embates do eu com o outro, onde Leo se entrega de corpo e alma, traz o mundo para dentro de si e recria suas influências com originalidade.
Alaúdes, castanholas, música oriental, djambes, flamenco, violinos, trompetes, música
norte-americana, estalos, afoxés, bandolins, cellos, programações eletrônicas estão em plena harmonia com a banda e cada palavra cantada por Leo: Artista sublime! Cantor extraordinário!O mestre Glauber é reverenciado com vinhetas do filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, Fernando Pessoa com o Livro do Desassossego ganha citações na canções “Soldado” e “Vou Ser Você”, e Frederico Garcia Lorca aparece na “Vinheta: Cantos Novos” Cada canção de “Religar” dialoga com a procura incessante de mudar, de buscar o mundo mas sem deixar também de olhar pra dentro. Em “Inalcançável Você”, Leo diz:
E se eu disser que eu quero aprender a me amar
e te amar também ao mesmo tempo
Você teria tempo?
e depois emenda:
Eu inventei o Inalcançável Você
me fiz escravo do meu medo de ser.
Já a belíssima música que dá nome ao álbum começa com os versos
Me cansei do cansaço
de não buscar meu mais sincero porque dói demais
outros trechos da mesma canção são muito reveladores
Ensaios de encontro com Deus
Mas é um ego velho que desenha os sonhos seus
e em seus traços a verdade se escondeu (…)
o meu frágil é meu forte
morte é sempre um renascer
o milagre é uma constante
é só querer ver
pra ser”.
“Religar” é a sétima faixa do disco e está justamente no centro, no meio, religando o início ao fim.Conversando via email com o Leo sobre o processo de criação e concepção do disco, transcrevo umtrecho que acho ser fundamental para “Religar”:
“A constante necessidade de transformação, do superar-se… do deixar-se nu para si mesmo, comsuas fraquezas e forças… creio ter a ver com isso. Colocar-se em xeque para poder ser realmenteespontâneo e amar-se verdadeiramente. Essa é uma questão que todos vivem em algum nível:
a grande dificuldade de se enxergar e de ser realmente livre consigo mesmo. Uma questão destaera, que está atingindo seu limite… penso que essa é a principal mensagem do disco.Assumir o absurdo e a beleza da existência, a fraqueza e as limitações do estado atual deautoconsciência e o grande potencial disso tudo. Religar é o que podemos fazer”.O mundo precisa ser apreciado com tempo, com olhos atentos, com calma e paciência, com
“A Tal da Paciência”. É preciso estar atento e forte, respirar fundo, recomeçar e religar.Leo nos presenteia com canções lindas, ensinamentos pra nossa geração, música feita pro corpo e pra alma com muito amor, ciência, desprendimento e (in)consciência.Leo, obrigado por me fazer voar esses dias. Obrigado por esse belo disco.
Tatá Aeroplano
Mercedes Tristão / Carola González
namídia assessoria de comunicação
(11) 3034-5501. ramal 217

DELEDELA
www.myspace.com/leocavalcanti
www.leocavalcanti.com.br
contato@leocavalcanti.com.br
lidiachaib@uol.com.br
11 8552-9351

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

LÉO CAVALCANTI


RELIGAR E DAR OUVIDOS AO MISTÉRIO:
O POP TRANSCENDENTAL DE LEO CAVALCANTI
Por TATÁ AEROPLANO

Leo Cavalcanti foi um desses encontros mágicos. Tulipa sempre dizia: “Tatá! Você tem que conhecer o Leo! Você tem que conhecer o Leo!” O que aconteceu no final de 2005 em
São Lourenço, MG; foi amizade e afinidade musical dessas que pouquíssimas vezes
acontecem. E agora estou aqui com a missão de escrever sobre e totalmente absorvido por esse lindíssimo trabalho, que não cabe em palavras e sensações porque é metafísico, é plural, é movimento, é arte no seu estado mais elevado.
“Religar” tem que ser escutado com calma, como se estivesse numa sessão de cinema, só
você e a tela, só você e as músicas, palavras, sons, sensações, imagens, amores, danças, ritmos, lugares,essências, sabores e quando você se dá conta, o disco acabou,
o filme terminou. É uma película sonora que vai te embalar, um clássico!
Então você dilata o tempo para apreciar mais e mais vezes.
Projeto realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura - Programa de Ação Cultural - 2009.
DELEDELA
As canções são fortes, viciantes, dançantes, com melodias e letras lindas. E você quer mais, quer mostrá-las aos mais próximos e naturalmente elas ganharão a dimensão das rádios, embalarão trilhas e histórias de vida mundo afora. O disco do Leo é exatamente assim, genuinamente “Pop”, ou melhor, “Pop Transcendental”.
Dar “Ouvidos ao Mistério” é o nome da primeira faixa, e dar ouvidos ao grande mistério é fundamental para prosseguir viagem em “Religar”, disco produzido por
Leo, Décio 7 e Cris Scabello, mixado por Gustavo Lenza e masterizado por Felipe Tichauer Betão Aguiar também participou da produção de algumas faixas que estão no disco. Os arranjos em geral foram criados por Leo, assim como a concepção sonora que foi desenvolvida inicialmente em seu estúdio caseiro e totalmente integrada ao processo de composição. É um trabalho criado e confeccionado a partir de muitas edições, misturando elementos acústicos e eletrônicos como retalhos – religados, resultando num disco de camadas. Outra coisa muito bem acertada em Religar, foi a maneira como Leo trabalhou as camadasde vozes, sempre com muita criatividade e propriedade. A banda formada por; Guilherme Held (guitarra), Marcelo Dworecki (contrabaixo) e Décio 7 (Bateria), marcou presença com personalidade, acrescentando uma série de elementos sonoros de modo a refinar e tornar orgânicos os arranjos produzidos por Leo. O disco conta com a participação de Tulipa em “Sem (des)esperar”, Marcelo Jeneci em “Acaso”, Douglas Felis tocando Alaúde e Derbak, entre muitos instrumentistas. Eu tive a felicidade de participar em “Chuvarada”, música nossa, única parceria do álbum todo composto por Leo. Religar é um álbum tecnicamente primoroso, épico, místico e conceitual, concebido com paixão,
questionamentos, embates do eu com o outro, onde Leo se entrega de corpo e alma, traz o mundo para dentro de si e recria suas influências com originalidade.
Alaúdes, castanholas, música oriental, djambes, flamenco, violinos, trompetes, música
norte-americana, estalos, afoxés, bandolins, cellos, programações eletrônicas estão em plena harmonia com a banda e cada palavra cantada por Leo: Artista sublime! Cantor extraordinário!
O mestre Glauber é reverenciado com vinhetas do filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, Fernando Pessoa com o Livro do Desassossego ganha citações na canções “Soldado” e “Vou Ser Você”, e Frederico Garcia Lorca aparece na “Vinheta: Cantos Novos” Cada canção de “Religar” dialoga com a procura incessante de mudar, de buscar o mundo mas sem deixar também de olhar pra dentro. Em “Inalcançável Você”, Leo diz:
E se eu disser que eu quero aprender a me amar
e te amar também ao mesmo tempo
Você teria tempo?
e depois emenda:
Eu inventei o Inalcançável Você
me fiz escravo do meu medo de ser.
Já a belíssima música que dá nome ao álbum começa com os versos
Me cansei do cansaço
de não buscar meu mais sincero porque dói demais
outros trechos da mesma canção são muito reveladores
Ensaios de encontro com Deus
Mas é um ego velho que desenha os sonhos seus
e em seus traços a verdade se escondeu (…)
o meu frágil é meu forte
morte é sempre um renascer
o milagre é uma constante
é só querer ver
pra ser”.
“Religar” é a sétima faixa do disco e está justamente no centro, no meio, religando o início ao fim.
Conversando via email com o Leo sobre o processo de criação e concepção do disco, transcrevo um
trecho que acho ser fundamental para “Religar”:
“A constante necessidade de transformação, do superar-se… do deixar-se nu para si mesmo, com
suas fraquezas e forças… creio ter a ver com isso. Colocar-se em xeque para poder ser realmente
espontâneo e amar-se verdadeiramente. Essa é uma questão que todos vivem em algum nível:
a grande dificuldade de se enxergar e de ser realmente livre consigo mesmo. Uma questão desta
era, que está atingindo seu limite… penso que essa é a principal mensagem do disco.
Assumir o absurdo e a beleza da existência, a fraqueza e as limitações do estado atual de
autoconsciência e o grande potencial disso tudo. Religar é o que podemos fazer”.
O mundo precisa ser apreciado com tempo, com olhos atentos, com calma e paciência, com
“A Tal da Paciência”. É preciso estar atento e forte, respirar fundo, recomeçar e religar.
Leo nos presenteia com canções lindas, ensinamentos pra nossa geração, música feita
pro corpo e pra alma com muito amor, ciência, desprendimento e (in)consciência.
Leo, obrigado por me fazer voar esses dias. Obrigado por esse belo disco.
Tatá Aeroplano
Mercedes Tristão / Carola González
namídia assessoria de comunicação
(11) 3034-5501. ramal 217
DELEDELA
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www.leocavalcanti.com.br
contato@leocavalcanti.com.br
lidiachaib@uol.com.br
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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

RUA AVANHANDAVA EM SP


Rua Avanhandava
Após passar por uma grande reforma há cerca de dois anos, que lhe conferiu ares de boulevard, a Rua Avanhandava, que no passado foi o grande reduto de artistas em São Paulo, ficou ainda mais atraente para paulistanos e turistas que buscam diversidade gastronômica e cultural. Na via de ladrilhos coloridos, a boemia impera. E a boa gastronomia também, de barzinhos descolados com boa comidinha e acepipes a tradicionais restaurantes com cardápio internacional. As lojas alternativas e galerias de arte também são uma estimulante pedida.

Nessa segunda feira, dia 27/12/2010, reuniram-se na Rua Avanhandava, centro de São Paulo, alguns líderes de encontros literários, e entre eles estavam o Ferretti, o Galdino, o Jaime, a Mirian Warttush e outros companheiros e simpatizantes de Saraus Literomusical. A intenção da reunião era conhecer melhor o local e estudarmos a possibilidade de realizarmos um sarau nesse novo Boulevard de ares europeu.
Após algumas horas de um bate papo maravilhoso e descontraído entre os participantes, ficou combinado de marcarmos um novo encontro em breve para fazermos o lançamento oficial desse novo ponto cultural que está para nascer. E assim que tivermos definidas as datas para a realização do Sarau entraremos em contato com todo mundo para que possamos fazer uma festa de inauguração para ficar marcada na história.
Fiquem atentos. No mês de Janeiro o Jornal Virtual Cataversos trará todas as informações sobre o evento.

Acesse o site abaixo para e conheça o charme da Rua Avanhandava:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=420682
Abraços.

PRÊMIO PARA EVERI RUDINEI CARRARA

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

ADRIANA MANARELLI


Ceia
(Adriana Manarelli)

Seis concavidades amarelas
No semblante fosco —
E o reflexo velado, salgado e gélido,
Sem cor, transcende
No sétimo circuito, centro
Do círculo embaciado.

Mensagem entrançada nas artérias,
Pétala negra,
Pétala azul,
Minhas entranhas
Se estreitam
Bem fundo:
Um racemo de orvalho.
Essa noite

Em que os astros
Se entrelaçam,
Meus querubins em sangue
Guardam minhas veias
E velam por minha respiração
Quando meus dogmas aurinegros cantam
As espirais que serpentiam
Prata e vermelho.
A cordélia alva dispara
O míssil anil perene.

24/12/2010 TELA: jackson pollock

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

ANAND RAO

MARCELO BADARI


desafio/ilustração de marcelo badari

JACKSON POLLOCK


REFLECTION OF THE BIG DIPPER

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

LEO CAVALCANTI


Leo Cavalcanti cria pop transcendental a partir de máscaras Publicidade
MARCUS PRETO/FOLHA DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO

Com o lançamento, hoje à noite, de "Religar", primeiro álbum de Leo Cavalcanti, podemos considerar encerrado o ano que coroou a guinada paulistana para o centro criativo da música brasileira. Leo vem se unir a Marcelo Jeneci, Tulipa Ruiz, Karina Buhr, Luisa Maita, Thiago Pethit e outros estreantes que, nem sempre nascidos na cidade, trabalharam nutridos pela cena que nela se instalou. E acabaram por construir, em 2010, discos importantes para o que será o Brasil da próxima década.
Esteticamente, "Religar" (DeleDela; R$ 20, em média) não se parece com nenhum dos supracitados --o que o torna um filho legítimo da geração que não organiza movimentos homogêneos, mas se une para colaborar uns com as diferenças dos outros.
Produzido em nove meses de estúdio por Leo e mais Décio 7 e Cris Scabello, o disco se caracteriza pela grandiosidade dos arranjos, compostos por sobreposições de guitarras, alaúdes, beat box, violinos, castanholas, trompetes, bandolins, cellos e programações eletrônicas. "Gravamos todas as músicas ao vivo, depois picotamos esse material [no computador] e fomos colando as camadas de instrumentos, os coros", diz. "Grande parte dos arranjos já nasceram na hora da composição, a partir da batida do meu violão."
A tal batida de violão vem da linhagem percussiva de Gilberto Gil, Djavan e Lenine. Leo atribui o estilo ao passado de percussionista, quando, aos 14 anos, era músico nos shows do pai, Péricles Cavalcanti, e do grupo infantil Palavra Cantada.
Caroline Bittencourt/Divulgação
O cantor e compositor Leo Cavalcanti, 26, em foto de divulgação de seu primeiro álbum, que se chama "Religar"
IOGA
O conteúdo das letras também distingue Leo dos colegas da cena. No texto que escreveu sobre o CD, seu parceiro Tatá Aeroplano o classifica como "pop transcendental" --o que dá uma boa dica a respeito da temática geral.
Leo cita como principal agente motivador de suas músicas a "necessidade de trabalhar com as questões do ego, entender a estrutura da mente, identificar as nossas máscaras e os escuros que evitamos tanto olhar".
Ele conta que foi tomando intimidade com tais assuntos a partir da ioga, que pratica há seis anos, e do interesse por ciências holísticas.
Todo esse repertório já vem sendo testado desde 2007, quando estreou uma temporada de shows no Grazie a Dio, na Vila Madalena. Ali, chamou a atenção principalmente pela impactante performance, que incluía figurinos andróginos e marcação cênica. No show de hoje, não pretende recorrer a nada disso. "Naquele começo, queria estabelecer um roteiro marcado. Com as mudanças que vieram com o disco, tenho vontade de trabalhar a espontaneidade e a liberdade."

TANIA TAVARES


Salvando "o cara"
Não posso concordar com alguns comentários feitos pela mídia dizendo que esta greve dos aeronautas seria um absurdo se feita neste momento de festas, pois colocaria a população contra eles. Ora srs., o governo Lula teve pelo menos 6 anos para colocar em ordem a INFRAERO, a ANAC, através do Ministro da Defesa, e outros setores responsáveis pelo bom andamento dos Aeroportos, neles inclusos as companhias de aviação.
O que vimos foram maquiagens mal feitas, pois já sabiam que isto vinha ocorrendo nos natais passados, e muito pouco fizeram. Como agora o "cara" terminaria o mandato com esta greve nas costas e querendo ou não as pessoas não estariam felizes, "força" um recuo, que gostaria muito de saber do presidente do sindicato dos Aeronautas como foi feito "o acordo" de Não greve para que 2010 termine às mil maravilhas. Quem faz greve tem que escolher a melhor hora para fazê-lo, e o ex-sindicalista Lula muito usou deste expediente!
Oras, depois do dia 07 /01/11 os trabalhadores estarão enfraquecidos, as companhias lucrado e o "cara" nos picos da aprovação terminado o governo. Brasil um país de TOLOS!
Tania Tavares
São Paulo- SP

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

CECÍLIA FIDELLI


Chove lá fora.
(Poema para Everi R. Carrara).

Chove lá fora.
Ele flerta, envolve-se.
E sem camisa nem nada,
dobra os joelhos
e põe as mãos na cintura dela,
insistindo que devem ficar,
porque chove lá fora.
Vulnerável ao encanto feminino,
rostinho de menino,
sente-se
completamente livre para amar.
Então o subordinado
dos mistérios da sedução,
agradece à sua fada madrinha,
porque chove lá fora.


Cecília Fidelli.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

EL JUSTICIERO


Café Tacuba, Fito Páez y otros - El Justiciero cha cha cha: Un tributo a Os MutantesRollingStone
Comunidad RS
Nada mas "justiciero" (apropiándose del título de una de sus canciones) que esta suerte de tributo iberoamericano a Os Mutantes, luego de que su redescubrimiento fuera apadrinado por artistas del rock anglosajón, como David Byrne, Beck y Kurt Cobain. Este ambicioso proyecto independiente con dieciocho temas, reúne artistas (algunos famosos, otros emergentes) de Argentina, Uruguay, Colombia, México, Brasil y España, y fue producido por los brasileños Arthur de Faria y Sandro Bello y los argentinos Manuel Onís -quien también participa como intérprete- y Humphrey Inzillo (de la redacción de RS). A diferencia de otros tributos, éste tiene a su favor cierta coherencia dentro de la diversidad, y puede escucharse como un disco integral, entre otras cosas por la preponderancia de percusiones e instrumentos acústicos en la mayoría de los temas. Una vez superada la sorpresa (para quien conoce las versiones originales) de escuchar muchas -aunque no todas- canciones en castellano, empiezan a aparecer las joyas.El nivel general es muy bueno, pero Os Mutantes -al igual que el Pink Floyd de Syd Barrett- tenía una magia elusiva, un elemento lindante con la locura que es muy difícil de atrapar, especialmente si se lo encara con una mirada reverencial. En la segunda mitad del disco, aparece una seguidilla de temas que capturan ese espíritu, a cargo de Fernando Cabrera, Pablo Dacal, Manuel Onís y La Chicana. También para destacar: dos artistas españoles poco conocidos por estas playas, Refree y Silvia Pérez, que aportan versiones delicadas y hermosas; Aterciopelados, que se dan el lujo de contar con el guitarrista original de Os Mutantes, Sergio Dias, y los colombianos Asdrúbal, que aportan una cuota de locura que suena como el encuentro de Zappa y Os Mutantes.

Por Claudio Kleiman

ENVIADO POR LUCINHA E ARNALDO BAPTISTA

ADRIANA MANARELLI


Espetáculo (
Adriana Manarelli)

A ousadia, pensava,
Embalava o fim de uma era.
De repressão e distorção da identidade.
E a oprimida cinzenta
Num interlúdio paradoxal
Desabrochou um embrião corporificado.

Aspiro o puro veículo acumulado,
Rota de fuga singular,
Centro magnético
De perplexa subjetividade.
Esta manhã quero esse gótico
Azul, feito de abóbora de ocre à tarde.
Quero esse apinhado de brocado: noite
Dos olhos de Irina da noite.

De rígidas estruturas passivas
A singular alteridade
Grunhiu espontânea:
A destemida Laélia
No gemedouro do universo.
A terra, os cabelos de açucena,
Os interlúdios de primazia,
O soberbo sol de ébano
Tombando Órion,
Sobre o espaço da verve.

EFIGENIA COUTINHO


Fantasias
Efigênia Coutinho

Há uma Deusa muito desejada e amada
Ao teu lado com tesão embriagada,
A perde qualquer razão diante do sentir
Até os Deuses felizes vão consentir.


Vem com teu fogo matar este desejo
Com teu gozo, na carne febril sem pejo,
Faz-me mulher, rasga sem censura,
A timidez que esconde minha ternura.


Navegaremos por loucas fantasias,
Matando a fome da boca sem simetrias,
A megulhar na fenda já intumescida
Para receber teu gozo em acolhida.


Vem nessa dança frenética da libido,
Sem medo ousar, vem lúbrico e atrevido
Onde a tua carne em mim se inflama,
Para perecer na fenda que te clama.

ANDRÉ AUGUSTO PASSARI


André Augusto Passari
Ribeirão Preto / SP

Improvável amor, mais provável amor

Improvável amor, mais provável amor
Das flores que guardas no peito
Quais delas lhe trazem rancor?

Improvável amor, mais provável amor
Dos beijos não consentidos
Quantos a deixaste em rubor?

Improvável amor, mais provável amor
Das noites despidos no leito
Em quantas sentiste pavor?

Os carinhos, os espinhos, o destino...

Improvável amor, mais provável amor
Sem risco, sem perigo, sem um grito
Jamais se dirá que foi amor

CONTINENTAL COMBO


Clube Berlin apresenta a festa: "Turn On, Tune In, Drop Out"Flyers distribuídos e cartazes fixados pela cidade, e só pra lembrar mais uma vez:
Sábado, 18 de dezembro, faça chuva ou faça sol, é dia de ir ao Clube Berlin na festa "Turn On, Tune In, Drop Out" e conferir o Cosmo Shock exercitando lisérgia com seus teclados e guitarras saturadas (aos presentes a garantia de ouvir covers de Kim Fowley, Hendrix, Them e Serguei) já o Continental Combo repassa seus riffs de guitarra de 12 cordas, incluíndo no set do show faixas do The Charts, Buffallo Springfield, Momento 68 e Wilson Pickett. Seu 3º album "Conveniências na Cidade" já está pronto e tem lançamento previsto para o início de 2011 pela Voice Print.
Na pista, som direto das bolachas de vinil, com as Thee Pushin too Hards, Lipa e Anumati.
Um grande abraço e até lá.
Festa "Turn on, Tune In, Drop Out":
Sábado, dia 18 de dezembro, à partir das 23h
$15 Porta / $10 Lista / $30 Consuma
$10 Porta / $7 Lista ou / $25 Consuma.
listaberlin@gmail.com
Clube Berlin
www.clubeberlin.com.br
Rua Cônego Vicente Miguel Marino,85
Barra Funda - 11 3392-4594
www.myspace.com/cosmoshock
www.myspace.com/continentalcombo

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

CAVALEIRO SIDERAL


CAVALEIRO SIDERAL
Montei o meu cavalo encantado,
mil anos-luz varei num só minuto;
Na cancha reta de um céu dourado,
sonhei-me o cavaleiro absoluto.

Solto aos galões, em campo estrelado,
Galáxias campeei, tão resoluto,
e em passo, marcha,trote,ou esquipado,
tangi cometas no abissal reduto.

Se a pata, no que toca,tudo acende,
saltei de astro em astro,qual duende,
como um folgaz e luminoso rei.

Transpondo o "pingo" um sideral abismo,
senti-me estremecer dentro de um sismo
e...ao cair da cama...acordei!...

Ernane Gusmão http://ernanegusmao.blogs.sapo.pt/


Efigênia Coutinho
Presidente Fundadora
AVSPE

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MADAME MIM LANÇANDO NOVO CD


Estou lançando meu novo CD "Quero Ver Seu Bang Bang". Um álbum de canções com pegada eletropop, cada faixa remete a diferentes referências do dance, do eletro, do rock'n'roll, seventies, eighties, nineties and today. Produzido por três feras: Stigma em "Ping Pong" (com um cheirinho de new wave e a participação especial de Marcelo Adnet), "Mimderella" (delicada em todos os detalhes), "Pode Pode" (e seu refrão bubblegum) entre outras; Plínio Profeta em "Hipnotizar" (dancefloor irresistível); Fabrizio Iorio em "À Prova D'água" e JR Tostoi na faixa de encerramento "The Adeus" (climão de set ending). Direção artística Rafael Ramos e realização Vigilante/ Deck.
Acompanhando o lançamento do álbum também chega a nova coleção de roupas com muito brilho e texturas pra vc compor um visual rockstar. ;)
A idéia era transpor o conceito do visual e apresentar uma coleção prêt-à-porter dentro do meu estilo. Ficou incrível!
A coleção já está a venda pelo site www.7polegadas.com.br/mim
fotos by Egydio Zuanazzi/ marca parceria ECOW e DHUO
"Quero Ver Seu Bang Bang" é um ótimo presente de natal, einh! ;)
Vc já pode comprar na loja mais próxima ou nos seguintes links: FNAC - SARAIVA.
Beijos,
MIM

ADRIANA MANARELLI


Guernica
(Adriana Manarelli)


Esse ilimitado azul
Corrói as entranhas
Nos rubros dezembros.
Ovelha encouraçada,
Estrela guia no horizonte
Gritando à força do imemorial.

Uma nuvem de perpétuas
Me abraça,
E sobre ela me deito
E sigo.
Minha estrutura tênue:
Hausto de sangue,
Substancialmente
Alciônico.

Estabelecendo o puro instinto,
Busca do ventre.
A todo minuto âmbar
Ou tabaco,
Retenho o âmnio
Brancura medular,
Advento,
Trêmula camélia,
Fábula vicária,
Dessa pele adunca.

09/12/2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

TELA DE JAN TENGNAGEL

FORTE ORANGE


O FORTE ORANGE
Também conhecido como Forte de Santa Cruz, está situado na entrada sul do canal de Santa Cruz, na Ilha de Itamaracá.
Teve a sua construção em taipa de pilão iniciada pelos holandeses em 1631, após a invasão da Ilha, segundo projeto do engenheiro Pieter Van Bueren. Foi denominado Forte Orange em homenagem à Casa de Orange, cujo príncipe Frederico Henrique de Orange era tio de Maurício de Nassau.
De início, era uma pequena fortaleza que posteriormente foi ampliada.
A sua função era defender a barra de São Marcos, que dava passagem ao antigo Porto de Pernambuco, e a Vila da Conceição, sede da Capitania de Itamaracá.
Com o término da ocupação holandesa, em 1654, passou para as mãos dos portugueses, sendo ocupado por um corpo de tropa comandado pelo mestre de campo Francisco de Figueiroa.
Em 1696, foi reconstruído em pedra pelos lusos, cumprindo as determinações de uma carta régia.
Foi reformado em 1777, por ordem do governador José César de Menezes, e ocupado em 1817, pelo padre Tenório, durante a Revolução Pernambucana.
Em 1938, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural (Iphan).
A partir da década de 70 o presidiário José Amaro participou, juntamente com outros presidiários, dos trabalhos de restauração do Forte. Após o cumprimento da sua pena, ocupou o monumento histórico e tomou para si a responsabilidade de conservá-lo.
Em 1971, foi parcialmente escavado pela equipe do Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, sendo descobertos a cozinha, a capela, os alojamentos e os paióis. Também foram resgatados das escavações alguns esqueletos, munições, canhões e objetos de uso pessoal dos holandeses.
Em 1973, foi parcialmente restaurado pelo Iphan.
Desde 1998 é administrado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento (Fade) da UFPE.
Em 2000, o Laboratório de Arquelogia da UFPE elaborou em conjunto com a Mowic Fundation o Projeto Forte Orange, que tem como objetivo o resgate de uma herança comum entre o Brasil e a Holanda.

Clóvis Campêlo
Recife, 2008
-

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

NOVO CD DE GLAUCIA NAHSSER


NOVO CD DE GLAUCIA NAHSSER EXPLORA SONORIDADES E HETEROGENEIDADE DE ESTILOS
Em Vambora, cantora mineira trafega pelos mais diversos ritmos e apresenta novas canções com letras de Chico Amaral, Carlos Rennó, Carlos Careqa, Chico César, Alexandre Lemos, Rodrigo Bergamota, Magno Melo, André Abujamra e Marcio Nigro e Edu Krieger
Voz claríssima, cristalina e swing certo. Foram estes elogios, vindos de Roberto Menescal, que colocaram de vez Glaucia Nahsser na trilha da música. E, desde 2003, quando estreou como cantora profissional, com o CD Glaucia Nahsser, ela vem se destacando não só por valorizar as canções que interpreta, mas também por suas elogiadas composições. Agora, em Vambora, quarto cd independente da carreira e que será lançado em outubro, Glaucia Nahsser amplia os horizontes sonoros, embalando sua voz marcante em estilos musicais variados.

Com André Abujamra na direção musical e Márcio Nigro (parceiro nas trilhas cinematográficas) nos arranjos e na produção, Vambora navega pelos diversos territórios da música popular brasileira e sonoridades de outros lugares do mundo, como o roc k, tango, choro, samba e, mesmo, música árabe.

Glaucia Nahsser, em Vambora, conta com um time de músicos experientes (Naylor Proveta, Emiliano Castro, Serginho Carvalho, Hugo Hori, entre outros) e letristas talentosos, como Chico Amaral, Carlos Rennó, Carlos Careqa, Chico César, Alexandre Lemos, Rodrigo Bergamota, Magno Melo, André Abujamra e Marcio Nigro. Das 12 faixas do CD, 10 são inéditas, com exceção de Mais uma Vez (Renato Russo e Flávio Venturini) e Pensando em Você (Paulinho Moska), recriações que já integravam o repertório de seus shows mais recentes.

“Deixei os letristas muito à vontade, sem dar muitos toques”, conta a cantora. “Para minha surpresa, as letras, que foram criadas a partir das melodias que fiz com Tiago Vianna e dos arranjos prontos, vieram todas com algo de minha história e, portanto, me proporcionaram um mergulho interno”.

Os arranjos e harmonias de Vambora nasceram de forma intuitiva, em geral das diferentes cores dos acordes de violões afinados de forma menos usual, como os de Michael Hedges, André Geraissati e Joni Mitchell. O que norteou basicamente o trabalho foi a vontade de resgatar as origens da música brasileira e trazê-las para o pop, recuperando a riqueza de timbres e texturas. É algo que transforma a MPB em PPB, Pop Popular Brasileiro, na definição de Glaucia Nahsser. Um exemplo claro disso, pode ser apreciado na faixa Mais uma vez, que traz uma miscelânea de ritmos harmonicamente integrados.

O resultado é que, quem já pode ouvir algumas faixas de Vambora, gostou muito. “A mineira Glaucia Nahsser demorou a começar como cantora profissional, mas começou muito bem, com uma ótima versão de Balanço Zona Sul, sucesso de Simonal. Agora vem com novo cd e novas parcerias como o grande letrista mineiro Chico Amaral, com uma levada empolgante em um clima meio árabe, que está no sangue da Nahsser. Ficou uma beleza, sô!”, comentou Nelson Motta.

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Para conhecer as novas músicas do CD VAMBORA, acesse www.myspace.com/glaucianasser

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ADRIANA MANARELLI


"Estigma"
(Adriana Manarelli)
O toque de Midas
Que arde as entranhas
Para a eternidade.
Cio de cigarra: chamando, chamando
A água celestial do ouríves
Que craveja o infinito.

Espelho refletor
De todo selo,
Obscura face sedenta.
Ofélio
Resgate de cada chaga,
Esse escândalo
De filamentos
Expostos.

Versátil revestimento —
Também o ventre:
Coisa de pele,
Química dos Ardés.
A fusão que veste corpo e alma
(De)Batendo(-se) loucamente,
Bastando
Que o aroma se espalhe
Para chamar
As fomes insaciáveis.

10/10/10 FOTO: ESCHER

ADRIANA MANARELLI




"Marionetes"
(Adriana Manarelli)
Carne crua

Sob o balão de oxigênio,
Anjos rústicos —
Feitiços e feiticeiros
Distante e tola pajelança
Anjos estúpidos.

Comum,
Popular
Ônix e ouro
Clandestinos
Mundo-de-todo mundo
Plácida plebe do arco verde —
Auto didata do ditado aço
Tatibitá de areia.
Simiescos, amputados —
Globo indigente.

Origami:
Céu de estanho,
Confetes:
A luz do dia estrelas de papel —
Carne crua.
Anjos rústicos,
Anjos estúpidos,
Dobraduras.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

TOM ZÉ


Newsweek
25 de outubro, 2010

Anote, ‘Dancing With the Stars’ a visão de Tom Zé sobre o samba, leva nota 10.

Nos anos 60 uma confederação informal de jovens artistas, poetas e músicos fez uma revisão quase completa da cultura do seu Brasil natal. O movimento foi chamado de Tropicália; quanto aos músicos, principalmente, influenciaram a música não só de seu país como do exterior. Liderada por Caetano Veloso e Gilberto Gil, a Tropicália misturou e recombinou formas tradicionais como o samba – e sua prima mais moderna, a bossa nova – com ritmos africanos, jazz e psicodelia. Os artistas da Tropicália, ainda que díspares, conseguiram ajustar-se no interior de um mesmo abrigo – certamente amplo. E lá estava Tom Zé.

Hoje na casa dos 70, Tom Zé sempre traçou seu próprio caminho. Suas canções podem se tornar líricas em um momento, soando a seguir como o dueto de uma serra elétrica e um coro de cigarras. Seu canto é tão cambiante quanto: aqui, ele é um crooner de big-band da década de 40; ali, um Leonard Cohen num dia ensolarado. Suas influencias, às vezes enumeradas nos encartes dos discos, abrangem de ensaios literários a Bach e, subjacente a tudo, encontramos um senso rítmico sem paralelo. No alforje das canções de Tom Zé há música para quase todos os gostos. E quanto mais se ouve, mais se quer explora-lo.

Agora é a sua chance. O audacioso selo de David Byrne, Luaka Bop, lançou Studies of Tom Zé, uma caixa com 3 discos que compilam suas clássicas reinvenções do samba, bossa nova e ópera. Lançados em vinil, soam magnificamente (para os aficionados dos suportes digitais foi incluído na caixa um código para download)..B ônus extras incluem um registro em 45 rotações de uma recente apresentação ao vivo e um CD contendo uma conversa entre Tom Zé, David Byrne e o guitarrista Arto Lindsay. No encarte, uma esmerada reflexão escrita pelo especialista em música brasileira Christopher Dunn recapitula a carreira de Tom Zé, dentro do contexto – ou frequentemente deslocando-o dele – do moderno pop brasileiro.

Esta caixa abrange o percurso da vida musical de Tom Zé começando com o clássico dos anos 60 Estudando o Samba, sua idiossincrática abordagem do maior produto de exportação brasileiro. Apesar de sua formação erudita, Tom Zé é, em parte, sempre o garoto do interior que olha para dentro de si. Garoto do interior, possivelmente. Caipira, talvez não. O segundo disco, Estudando o Pagode é uma ópera de bolso – com arias, duetos e coros ocasionais – que examina a exploração feminina por parte dos homens através dos tempos. Mas Tom Zé não saberia ser bombástico mesmo se tentasse: a maior parte das músicas desse disco, apesar de seus temas grandiosos, é maliciosa e humorada. O disco três, Estudando a Bossa, um “estudo” da bossa nova, soa bem familiar a princípio. Então, antes da metade do primeiro lado, a letra de “Outra Insensatez, Poe!” perfura a doçura cadenciada com informações sobre “catapora, sarampo e uma maldita febre que me entrou no peito” (chicken pox and the measles and then/ a nasty fever that entered my chest). Tom Zé brinca com a forma – e conosco. “Eu tô te explicando pra te confundir / Eu tô te confundindo pra te esclarecer”. ele canta. Esta coleção dá a um artista incomum o reconhecimento que lhe cabe.
Enviado por neusa/tom zé

EFIGÊNIA COUTINHO


O Tempo, Senhor do Universo.
Efigênia Coutinho


Eis que vem o tempo implacável,
Como um vento, assola vontades.
Como um mar, afoga verdades...
Mas como sábio, é incomensurável.


E afoita-se o tempo. Seria traiçoeiro
Que apaga as nossas emoções?
Ou simplesmente passa ligeiro
Deixando apenas as recordações?


É o Tempo, do Universo o senhor,
Que marca o compasso da vida,
Que cria ou mata, da alma o amor,
Mas que alimenta a ilusão perdida.


Ó Tempo! Que não espera por nada,
Eu espero ansiosa a tua vinda,
Numa busca incessante, desvairada...
Mas só me resta chorar a tua ida.


Balneário Camboriú
Novembro 2010

ADRIANA MANARELLI


A mulher calada
(Adriana Manarelli)

Repito gestos maternais, maternalmente.
Essa água estagnada
Sucumbe em circunferência.
A luz na minha janela consome
Meu ancestral alabastro
E o tempo descora, ouro a ouro,
Minha pelagem de artífices —
Implantando craquelês
No reflexo do espelho
Até colher-me no índigo infinito.

Sibilo
Como algo que quer ficar.
Permanecer insurgente,
Como as gotículas regando o verde no vermelho.
Sulco de silvos,
Letreiros... balbucios.

Ela está quieta.
Flechas ardentes
Demolem nossas estruturas.
Em meio a nossos discursos
Andamos em círculos.
Vagido de aço
No breu mutilante —
É isso — Quero que somente as dunas falem. (...)

17/11/2010 - 18/11/2010 TELA/klimt

ANIVERSÁRIO DO EVERI CARRARA


Everi Carrara -Feitio e Brilho
Clevane Pessoa

Meu amigo Rudinei Everi Carrara
tem mesmo que rimar com jóia rara,
sempre que lhe escrevo o nome.
Itimorato, não tem medo de levantar um dedo acusatório
através da palavrarma,
ou acariciar com a a palavramante
para elogiar tudo que aprecia.
Não tem pudores na hora de apaludir,
e preenche de estrelas a memória de sua cidade.
Pouco fala de si, em seu espaço:
prefre colocar os Outros
nos palanques virtuais,
sem esconder que não gosta muito de púlpitos
nem de fariseus , nem de preconceitos ou falsos moralismos .
Everi enxerga com argutos olhos de dentro.
Descobriu há muito o absoluto e o essencial,
descartando de quando em vez o relativo,
na lixeira do desnessário.
Gosto de sua verve instigante, seara de luzes
a cortar os céus da festa e do desastre,
num brilho capaz de ofuscar
nossos olhos cansados de mesmices...

Belo Horizonte, Minas Gerais,

SILAS CORREA LEITE


M ú s i c a (Poema de Aniversário)

Para o Everi Carrara
De tudo o que fizeres, querido, na lida
Faça-se feliz, pleno, único, singular
Para valer a sua vida
De tudo o que você plenamente amar

Ame o infinito de cada segundo que nunca mais vai voltar
Faça seus amigos; seja-os
A família cósmica você escolhe
Muito além do seu lar

Seja verdadeiro, positivo, exemplar
No riso, na dor – E tente se encontrar
Nas mais belas coisas, as coisas pequeninas
Que são eternas pérolas divinas

Cada dia de seu aniversário
É página íntima de seu próprio sudário
Cada minuto de cada dia
Faça luz, relâmpago, nuvem, música, harmonia
Pois o tempo virá cobrar
Não o que você colheu em sinfonia
Mas o que você nunca soube plantar!
-0-
Longa vida, Saúde, Felicidades
E um Parabéns do tamanho do universo.
Silas Correa Leite
Santa Itararé Boêmia das Artes
www.portas-lapsos.zip.net

ANDRÉ AUGUSTO PASSARI


André Augusto Passari
Ribeirão Preto / SP


Perplexidade em paz

Sou o eterno de um tempo acabado
Personagem mítico do mundo real
De um futuro ontem, já passado
Mas ainda por chegar

Homem moderno fragmentado
Feito de barro e tempo
Cânone sagrado dessacralizado

Hoje sou só um boneco, atônito,
Em desgovernado movimento
Mas um dia fui Deus
Senhor do fogo e do vento
Capitão da terra e capitão do mar
Era capaz de parar o tempo
Quando pedra me dissolvia em ar

Hoje sou o boneco
Homem de horários, leis e dinheiro
Sempre atrasado em meu passo apressado
Senhor de dúvidas e angústias

Porém à noite, em silêncio,
A memória do eterno me instiga a fantasia
Vivo o isso e o jamais
Numa perplexidade em paz

ROBERTO ROMANELLI MAIA


UM SOL EM MINHA VIDA
Chegaste nem mesmo eu sei como!

Sem pedir licença nem passagem!

Como quem não quer nada!

Como uma sombra plena de luz!

Mas os meus sonhos,
os meus desejos e as minhas ilusões
não debandaram, assustados...

Sim, chegaste como um vendaval
para tudo pela frente levar!

Mas os meus sonhos e as minhas ilusões
te receberam de braços abertos ...

E, aos poucos, preencheste o vazio
dos meus momentos...

Com o teu corpo e a tua alma
invadindo o meu silêncio...

Me tirando da minha solidão!

Sim, gravaste em meu coração
as tuas digitais!

Me invadiste, como
uma noite com estrelas,
acedendo todas as luzes...

E o teu brilho próprio
transformou-se no meu sol!

Um sol descoberto e revelado...

De mim para você!

Um amor cúmplice
para um novo recomeço...

Sim, no meu mundo chegaste
para ficar!

E, contigo ao meu lado, hoje,
poucas são as minhas tristezas
e dores...

E estas são, por nós, somadas,
divididas e compartilhadas...

Sim, se um dia eu fui triste e infeliz,
deste homem nada mais resta!

E o que ficou vive somente felicidade,
por tê-la junto a mim!

Dentro de mim!

ROGERIO BOTTER MAIO

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

EFIGÊNIA COUTINHO


FÊNIX
Efigênia Coutinho
Na audaz inspiração, que me arrebata,
Entre abismos de Luz e Harmonia,
Possuída pelo silêncio, o gesto mudo
Virei à costa pela Dignidade.


Foi preciso ser forte, ter coragem
E matar tudo num suspiro!
De luz, de amor, de êxtase.
Contemplo!...
O grito, na expectativa do Amanhã!


Os músculos se estendem, e sentem
Minhas Asas começarem a se movimentar:
É o renascer duma Alvorada ...
Tal qual Fênix das cinzas Futurecendo!


E não vejo a hora de iniciar meu
VÔO COM FORÇA, PAIXÃO E DETERMINAÇÃO!!!
Sou Rainha, Deusa e Guerreira
À espera desta minha ou dessa outra mão!
27/12/04
Balneário Camboriú

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CONSTRUINDO LEITORES EM SANTO ANDRÉ

CLÓVIS CAMPELO


LINDO PENDÃO
Em homenagem à Torquato Neto e ao Dia da Bandeira

Salve o teu lindo olhar de esperança,
símbolo augusto de um novo dia,
e a saúde que o mesmo irradia
faz-me crer apenas na bonança.

Dos teus olhos o belo pendão,
na grandeza do afeto que encerra,
mantém-me na alegria e descerra
a cortina de nova visão.

A tua nobre presença alimenta
em meu peito um amor varonil,
facho aceso a tua luz afugenta

meus fantasmas, temor juvenil;
verde olhar o teu que me acalenta
a quimera de um sonho infantil.

Clóvis Campêlo
Recife, 1991

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ADRIANA MANARELLI



"Marionetes"
(Adriana Manarelli)
Carne crua
Sob o balão de oxigênio,
Anjos rústicos —
Feitiços e feiticeiros
Distante e tola pajelança
Anjos estúpidos.

Comum,
Popular
Ônix e ouro
Clandestinos
Mundo-de-todo mundo
Plácida plebe do arco verde —
Auto didata do ditado aço
Tatibitá de areia.
Siamescos, amputados —
Globo indigente.

Origami:
Céu de estanho,
Confetes:
A luz do dia estrelas de papel —
Carne crua.
Anjos rústicos,
Anjos estúpidos,
Dobraduras.


04/11/2010/ TELA: leonardo da vinci

EFIGÊNIA COUTINHO




Um Mágico Lugar
Eu ando cansada de vagar
Nestes caminhos espinhosos.
São tantos horizontes
Cheios de íngremes montes!
Quero encontrar um mágico lugar
Onde nossos corações silenciosos,
Possam então serenos amanhecer
A magia de um Futurecer...
E o amor poder sentir,
Lá, onde tuas mãos eu possa segurar,
Levemente teus lábios beijar
Até o tempo deixar de existir.


Corra, corra nesta direção!
Onde o peito clama futurecido
Abasteça de sonhos o seu coração
E deixe este tempo desluzido.
Deixe que os olhos brilhem,
Os braços num abraço compartilhem
E os lábios comungam da emoção.
Corra cheio de desejos,
As vozes celestiais a escutar,
De Anjos e Querubins em solfejos,
Tão suave e perene canção...
Tirando-nos o cansaço de vagar.


Como se não tivesse corpo a alma ama.
Ama o corpo na calma que clama
Sentindo da vida a essência,
A deslumbrar na fragrância
Do amor a si contentar.
No aconchego do ninho
Num terno bem-querer a lacrar,
O sorriso vai ao céu aberto,
A sentir o aroma do ar descoberto.
E no encanto do tempo sonhado,
Vai natureza perfazendo o caminho
Com ramos de flores do sonho apaixonado!


Balneário Camboriú
Novembro 2010

GUIDO BILHARINHO


Questões do Nosso Tempo
ATUALIDADES, POLÍTICAS E TRIBUTÁRIAS
Guido Bilharinho

Alguns assuntos estão na ordem do dia: extinção do Senado, limitação da função do vice-presidente da República, financiamento público das campanhas eleitorais e até a ressurreição da malfada CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira).
As três primeiras propostas são altamente positivas e mesmo necessárias.
*
As atividades senatoriais são, em grande parte, repetitivas de funções da Câmara sendo, portanto, dispensáveis, e, as que não o são, poderão ser transferidas para a Câmara sem nenhum prejuízo institucional e funcional.
*
Conforme emenda recém aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o exercício vice-presidencial nos dois primeiros anos do mandato ficaria limitado apenas à substituição temporária do presidente, devendo nesse período haver novas eleições no caso de morte, doença grave ou impedimento do presidente. Essa medida evitaria série de inconvenientes, principalmente, levando-se em conta que quem votou em Dilma ou em Serra votou neles e não em seus respectivos candidatos a vice, os quais, do ponto de vista dos votantes, não entraram na equação eleitoral.
*
O fundo público para financiamento de campanhas eleitorais com proibição total de contribuições de outras origens, inclusive do próprio candidato, conforme projeto de lei em tramitação no Congresso, restringirá, se aprovado, as campanhas eleitorais às suas devidas e necessárias proporções, evitando-se o marketing, muitas vezes excessivo e sempre enganador, a prática de caixa 2, o comprometimento dos candidatos com grandes financiadores e, por último e não menos importante, estabelecerá, pela primeira vez, o princípio democrático e constitucional de igualdade de condições e oportunidades para todos os postulantes a cargos públicos eletivos.
*
Já a proposta de ressurreição da CPMF é de todo desaconselhável, dada a alta e mal distribuída carga tributária do país, que incide principal e inapelavelmente sobre o produto do trabalho de pessoa física (salário, proventos, etc.) do que sobre a renda, devendo, em seu lugar e no lugar da excessiva máquina arrecadadora, proceder-se à eliminação dos gastos públicos inúteis, faraônicos, sobrefaturados (para atender os financiadores das campanhas eleitorais), mal-empregados, mal-fiscalizados e muitas vezes inconstitucionais e ilegais, a exemplo das campanhas e promoções publicitárias oficiais.
Por sinal, ninguém falou nisso e disso na campanha eleitoral. Agora, que o Sistema não mais permite a manifestação popular, representa estelionato eleitoral. Dos grandes e graves.
Contudo, mais grave do que tudo isso é que o mecanismo arrecadatório da CPMF representa meio de controle da sociedade pelo Sistema por intermédio do Estado. Apontam, essas e outras medidas já em curso, na direção dos regimes discricionários descritos por Aldous Huxley em Admirável Mundo Novo (1932), George Orwell em 1984 (1948) e Ray Bradbury, em Fahrenheit 451 (1963), este último filmado por François Truffaut em 1966 sob o mesmo título.
______________________
Guido Bilharinho é advogado em Uberaba, ex-candidato ao Senado Federal, ex- editor da revista Dimensão e autor de livros de literatura, cinema e história regional.
(Publicação autorizada pelo autor)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

CECÍLIA FIDELLI


EXTRAÍDO DA PELE.
O PRAZER, NÃO PODIA ESPERAR.
EU ME DEIXAVA LEVAR PELA INTUIÇÃO
E ELE SE ENVOLVIA COM AS EXPRESSÕES,
OS GEMIDOS.
ELE COMIA OS MORANGOS SILVESTRES
DA BEIRA DO RIO, E EU ROUBAVA AS
FLORES DO CAMPO.
NÓS ENSACÁVAMOS PÊSSEGOS TÃO ATRAENTES,
TÃO LINDOS,QUE ELES PARECIAM ESTAR SINTONIZADOS
COM A NOSSA IMAGINAÇÃO.
ABUSÁVAMOS DA SENSUALIDADE,ATÉ NOS DIAS SEM SOL,
E NAS NOITES SEM LUA.
DESCOBRÍAMOS NAS RESERVAS VERDES,
O ODOR DAS MANHÃS LÍMPIDAS.
EM INCONSCIENTES POEMAS,
CÉUS, ROMANTICAMENTE AZUIS.
FAZÍAMOS DE CONTA, QUE CEREJA NÃO FICA PRETA.
FAZÍAMOS DE CONTA QUE CEREJA NÃO FICA PRETA,
PORQUE AQUELES MOMENTOS...
ERAM MOMENTOS DO CIO.

CECILIA FIDELLI.

- DO LIVRO: POEMAS DE AMOR, SEM DOR.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

PEDRO DU BOIS


CONSTRUIR
O telhado impede
a natureza

o piso
concede aos pés
a maciez

as portas, bifurcações
do acaso: entrar
sair
ficar na soleira
voltado ao tempo
original da hora

janelas permitem observar
a rua pelo lado de fora.

Pedro Du Bois, inédito)

http://pedrodubois.blogspot.com

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

MÁRCIA SANCHEZ LUZ



Fazendo as contas...

Tiraram-me os discos,
meus sonhos jogaram
na lata do lixo.

Deixaram-me os livros,
meus medos guardaram
junto aos meus rabiscos.

As noites que eu tinha
trocaram por dias
às vezes escuros
como o céu sem lua.

E eu me sinto nua:
coito prematuro
beirando a ironia
de uma dor rainha.

© Márcia Sanchez Luz

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ADRIANA MANARELLI


Espetáculo
(Adriana Manarelli)

A ousadia, pensava,
Embalava o fim de uma era.
De repressão e distorção da identidade.
E a oprimida cinzenta
Num interlúdio paradoxal
Desabrochou um embrião corporificado.

Aspiro o puro veículo acumulado,
Rota de fuga singular,
Centro magnético
De perplexa subjetividade.
Esta manhã quero esse gótico
Azul, feito de abóbora de ocre à tarde.
Quero esse apinhado de brocado: noite
Dos olhos de Irina da noite.

De rígidas estruturas passivas
A singular alteridade
Grunhiu espontânea:
A destemida Laélia
No gemedouro do universo.
A terra, os cabelos de açucena,
Os interlúdios de primazia,
O soberbo sol de ébano
Tombando Órion,
Sobre o espaço da verve.

tela:van gogh 23/10/2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

FERNANDA LEITE BIÃO


Ah! Juventude!Fernanda Leite Bião

Ah! Juventude!
Sonhada pelas crianças
Invejada pelos adultos

Ah! Juventude!
Período de grandes conflitos
Um mexe, remexe, sem cessar

Ah! Juventude!
Começo de luta
Tempo de rebeldia

Ah! Juventude!
Não se sabe
Sim ou não

Ah! Juventude!
Criança ou adulto
O que ser então?
TELA: van gogh

terça-feira, 9 de novembro de 2010

ALMANDRADE


O OLHAR CÔMICO DA ARTE
A arte ou um saber sobre o plágio. Esta ciência maldita que ri de suas
invenções “inúteis” (para a disciplina do circuito cotidiano). O
artifício do riso é um meio de desfazer o compromisso do homem com a
ideologia da seriedade. Tudo é possível para tornar visível a
obscuridade do fazer social e cultural. Ao artista é concedido o
direito de mudar e dissimular o valor e a ordem das coisas e do mundo.
Ele inventa ilusões, relações, e “inutilidades” para ironizar os
desencantos de um determinado lugar da vida. O artista tem o bom senso
de falsificar simbolicamente, sob o olhar do vigilante, sem ludibriar
a vítima.
PENSE O JOGO: Um campo de futebol com uma única trave no centro. O
futebol tem suas regras, mas neste campo perverso há uma sugestão de
um possível jogo onde suas regras não estão explícitas. Fica com o
espectador a difícil tarefa de imaginar hipóteses de impossíveis
soluções. Uma sutil ironia aos dois jogos o do gramado e do território
da arte.ALMANDRADE, poeta e artista plástico /salvador-BA

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

WORKSHOP DE FÉRIAS


Queridos amigos!
Estou formando um grupo especial para uma semana intensiva de workshop em janeiro. Vamos mergulhar nessa pesquisa da afirmação da arte no corpo, que eu chamo de "O Ator-Performer - Dramaturgia do Desejo".Vai ser muito especial porque será no Instituto Gaia Revida, uma pousada repleta de energia em meio à natureza de São Francisco Xavier / SP. Para mim, será um momento de alegria e gratidão, retribuindo tanta vida e afeto que lá eu aprendi a vivenciar.
Quem quiser se aventurar e ousar a alegria da criação, será muito bem-vindo!
Qualquer dúvida, é só escrever, ok?
Até lá!
Abraços,
Silvana Abreu
www.silvanaabreu.com
(11) 3539-2985
Workshop de Férias
O Ator-Performer - Dramaturgia do Desejo
com Silvana Abreu
de 17 a 21 de janeiro de 2011 - segunda a sexta
= total de 15 vagas =
A Dramaturgia do Desejo para o Ator-Criador. Técnicas de expressão corporal e exercícios de criação personalizados, para identificar e potencializar o que cada um tem de mais expressivo e único. O objetivo é que o artista esteja vivo e presente e a cena seja necessariamente intensa, prazerosa, autêntica e vibrante.
*** A Dramaturgia do Desejo foi contemplada pelo Prêmio Interações Estéticas 2010 da Funarte / Ministério da Cultura.
Veja todas as informações em www.silvanaabreu.com

JOÃO WERNER


tributo ao homem do campo/escultura
JOÃO WERNER

ANA ALMEIDA


SEXO
Sexo é necessário
Mas não é prioridade
É importante, mas sozinho não tem validade
Pelo menos para quem tem sensibilidade

Amor e sexo
É o conjunto de afinidades
O encontro do respeito mútuo
A mistura da admiração mental
Com o prazer físico

Sexo engana...
Os convencidos pensam que fica
Esbanjam euforia
O ato em si, do jeito que entra sai
O amor olha e sorri...
Trouxa! Sem mim segue sem teto.
Postado por Ana Almeida às 07:39 1 comentários

ALMAS GÊMEAS
Almas gêmeas que se encontraram
Depois de tanta procura e espera
Anos e anos dividindo o mesmo espaço
Muitas coisas e amigos em comum
Caminhando na mesma estrada


Abordando os mesmos assuntos
Se vendo na feira, no mercado
Nas festas e jantares
Olhares trocados e nada
Lado à lado com a indiferença


Eram muitas as evidências
Mas não percebiam
Até que um dia sem correria
A surpresa para ambos
Almas gêmeas reconhecidas
Pelo tato, se entregam ...

A felicidade chegou se instalou
Mas não ficou por muito tempo
A razão aparece e bombardeia o coração
Decidindo que é tarde
E pela lógica da vida...
Vai despedir primeiro

Apesar de serem dois em um
Estarem em sintonia com as palavras
E com o amor, os corpos separam
Vão morrer levando perguntas sem respostas
Almas gêmeas que adormecem chorando
ANA ALMEIDA/araçatuba/spwww.anaalmeidazaher.blogspot.com
foto: bresson