terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

EDSON BUENO DE CAMARGO


http://inventariodn.blogspot.com/2012/02/teatro-empirico-da-outra-margem-do-rio.html

Acabei de fazer a leitura completa do livro " Teatro empírico da Outra Margem do Rio", onde o autor, Caio Evangelista, discorre de forma autobiográfica, sua trajetória no teatro, que coincide e se confunde em muito com a história do teatro em minha cidade, Mauá-SP.

Em muito momentos me diverti na leitura por estar de certa forma envolvido nos acontecimentos, tanto como protagonista, como antagonista, e muitas vezes como mero expectador dos fazeres da Cultura.

Confesso que as partes que gosto mais é quando o autor mergulha em sua infância, assim como mergulhou no Velho Chico e este quase o levou.

Das águas que sobraram em suas tripas, tece o que de fato é memorável na vida, as histórias de sua Vó Redonda, pisando paçoca de pilão, que me deixou aguado até agora de vontade de comer desta paçoca com uma café bem forte. De ver a velhinha pitando no borralho, como fazia a madrinha de meu pai. Igual como todas as avós negras e índias deste Brasil afora.

Das suas traquinagens de menino, e de quanto estas raízes matutas lhe ensinaram sobre a modernidade do teatro. Se fosse Caio fazia de escrever sobre este menino cheio d'água, de pés de barro, feito um personagem africano de Mia Couto. Como vivido em um conto de Guimarães Rosa, sair em uma canoa ria acima e rio abaixo. Vingar-se da represa que abarcou e engoliu sua casa de nascença.

Enfim, a leitura do livro flui de forma quase natural, e apenas em um momento ou outro fica enumerativa de acontecimentos, para depois se perder em lembranças da casa de seus pais, para mim os melhores momentos. Leitura muito recomendável, mesmo que aparentemente geograficamente localizada a narrativa, no entanto muitas coisas a torna universal, já que a grande história do mundo é o entrelaçamento de todas as histórias, e sua urdidura a poesia, que vai ser encontrada em muitos bons momentos neste livro.
Edson Bueno de Camargo
Poeta, haicaista biossesto, fotógrafo empírico.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

IVONE VEBBER


Deus nos mostra o paraiso
onde o amor está presente,
e na magia do sorriso
de uma criança inocente

IVONE VEBBER
vencedora nos JOGOS FLORAIS DE CAXIAS DO SUL 2012

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

REVISTA COYOTE


Coyote traz entrevista com Moacyr Scliar
e conto inédito de Daniel Wallace
Vigésima terceira edição da revista literária tem também traduções de Gregory Corso e inéditos de Beatriz Bracher, Marcia Tiburi e Bernardo Vilhena


“O direito de delirar é uma conquista da literatura desde Lautréamont. A crítica bem poderia entrar em uma crise de delírio obedecendo a motivos poéticos. Os delírios de hoje são, às vezes, as verdades de amanhã.” É sob o espírito desta citação do crítico Roland Barthes que a Coyote, revista de literatura editada em Londrina (PR), chega a seu número 23. Patrocinada pelo PROMIC (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) de Londrina (interior do Paraná), Coyote firmou-se como uma das mais importantes revistas literárias do país.
Um dos destaques desta edição é o dossiê-homenagem com o escritor Moacyr Scliar, falecido no começo de 2011. “Escrevo no aeroporto, em avião, no hotel. Aprendi a desligar do lugar onde estou e me concentrar no que estou fazendo. Não preciso ficar isolado, não preciso de silêncio, não preciso de nada disso”, diz o escritor, em entrevista inédita feita por Ademir Assunção, em novembro de 2008.
Entre as histórias publicadas neste número está “De Chinelos”, conto inédito do americano Daniel Wallace (autor do romance Peixe Grande, levado às telas por Tim Burton), traduzido por Cristina Macedo e Rodrigo Garcia Lopes, e inéditos também de Marcia Tiburi e Beatriz Bracher.
A poesia ganha um apanhado da lírica estridente do americano Gregory Corso (1930-2011), apresentado e traduzido por Reuben da Cunha Rocha, e do português Jorge Melícias, além de inéditos de Bernardo Vilhena, Renato Tapado, Bruno Brum, Rodrigo Madeira e Augusto de Guimaraens Cavalcanti. Maria Lúcia Milléo Martins apresenta e traduz (do inglês) a poesia do poeta brasileiro (radicado no Canadá), Ricardo Sternberg.
A fotógrafa Mara Tkotz assina a capa e o ensaio fotográfico do número, em imagens aéreas captadas na região rural de Londrina. A quarta-capa traz cartum de Beto.
COYOTE 23 // 52 páginas // R$ 10,00. Uma publicação da Kan Editora. Vendas em livrarias de todo o país, com distribuição pela Editora Iluminuras – fone (11) 3031-6161. Pode também ser adquirida pela internet através do site: www.iluminuras.com.br

Contatos: marcoslosnak@gmail.com/zonabranca@uol.com.br/ rgarcialopes@gmail.com
Fone: (43) 3334-3299 / (11) 3731-3281

PATROCÍNIO: PROMIC - PROGRAMA MUNICIPAL DE INCENTIVO A CULTURA – PREFEITURA MUNICIPAL DE LONDRINA - SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA DE LONDRINA

ENTREVISTA COM FERNANDA TAKAI



ENTREVISTA gentilmente CONCEDIDA POR FERNANDA TAKAI, uma cantora fundamental, uma pessoa extremamente gentil,uma referência para todos nós que amamos a poesia,o talento e a simplicidade.

1- QUERIDA FERNANDA, SABEMOS DE SUA ADMIRAÇÃO POR NARA LEÃO, E SEUS RESPECTIVOS TRABALHOS EM CD E DVD SOBRE ESSA ARTISTA TÃO IMPORTANTE PARA TODOS NÓS. ALGUMAS CANÇÕES FICARAM DE FORA DO CD "ONDE BRILHEM OS OLHOS SEUS", HÁ POSSIBILIDADES DE AINDA SEREM GRAVADAS POR VOCE EM NOVO DISCO?

Acredito que não faria um álbum inteiro dedicado à Nara outra vez, mas não posso dizer que nunca mais gravarei outras canções que foram apresentadas ao público em sua voz. Meu próximo disco vai ser em parceria com Andy Summers (The Police) e terá apenas canções inéditas em inglês e português.

2- NARA ERA UMA ARTISTA ATUANTE EM RELAÇÃO AS INJUSTIÇAS OCORRIDAS NO BRASIL EM SUA ÉPOCA, VOCE NÃO ACHA QUE HOJE OS ARTISTAS PODERIAM CONTRIBUIR MAIS , CRITICANDO, CONSCIENTIZANDO A POPULAÇÃO PERIODICAMENTE SOBRE OS MAUS GOVERNANTES,AS MENTIRAS,OS MENSALÕES ,A CORRUPÇÃO QUE SUGA O DINHEIRO PÚBLICO QUE IRIA PARA SETORES IMPORTANTES COMO A SAÚDE,EDUCAÇÃO, SANEAMENTO BÁSICO ETC..? \

Acho que alguns o fazem. Há maneiras diferentes de contribuir que talvez não sejam tão visíveis quanto empunhar uma bandeira publicamente. Gosto de me envolver em questões em que acredito e tenho feito isso ao longo de 20 anos de carreira, só que nem todas as ações desse tipo dão notícia. Prefiro me manter num perfil discreto atuante, poderia assim dizer...

3- GERALMENTE OS ARTISTAS GOSTAM MAIS DE TRABALHOS RECENTES, NO SEU CASO HÁ ALGUM TRABALHO COM O PATO FU,QUE VOCE CONSIDERE MELHOR OU MAIS QUERIDO POR VOCE?

Meu disco do Pato Fu preferido é "Ruído Rosa" (2001). Ele tem uma mistura perfeita de peso e delicadeza.

4- SEU LIVRO MAIS RECENTE É " A MULHER QUE NÃO QUERIA ACREDITAR" - UM LIVRO MUITO GOSTOSO DE LER EM QUALQUER IDADE - ESTE LIVRO É DEDICADO Á SUA FILHA NINA, VOCE PRETENDE TER MAIS FILHOS E ESCREVER MAIS LIVROS? O QUE É SER MÃE PARA VOCE, NESTE MOMENTO TÃO CONTURBADO DE VIOLÊNCIAS, FALTA DE RESPEITO AO SER HUMANO, E DESTRUIÇÃO DO PLANETA?

Não sei se terei mais filhos por conta da vida de muitas viagens que levo. Nina já está com 8 anos e eu tento fazer com ela seja uma menina feliz, educada e responsável, como eu mesma fui criada. Acho que vou escrever mais coisas sim, mas sem pressa. Gosto muito do meu papel de mãe: ensinar e aprender todo dia. Pena que o mundo esteja tão desumano por conta de tantas desigualdades.

4- DE QUE MODO A CULTURA JAPONESA PODE INFLUENCIAR NÃO APENAS O SEU TRABALHO, MAS NA CRIAÇÃO DE NINA ?

Esteticamente influencia de modo considerável, através dos clipes, capas de discos, figurino. No jeito de pensar e agir, espero que influencie na dedicação, disciplina, leveza e sinceridade ao mesmo tempo. Tradição e modernidade. Um equilíbrio pelos opostos.
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5- VOCE JÁ GRAVOU LIVE AND LET DIE (PAUL MCcartney), que outras canções do PAUL,voce gostaria de gravar? E AINDA ACREDITA NA POSSIBILIDADE DE ENCONTRÁ-LO UM DIA?

Sim! Paul tem canções lindas. Uma de minhas preferidas é "This One". Vou gravar com o pai do baterista dele em Los Angeles, quem sabe ele nos convida pra um chá qualquer dia?

6- MUITA GENTE CRITICA O EXCESSO DE PROGRAMAS E BANDAS RUINS NAS TVS, MAS HÁ ARTISTAS TALENTOSOS GARIMPADOS POR AÍ, COMO POR EXEMPLO, A ERIKA MACHADO, AUTORAMAS, os clã (banda portuguesa), TATÁ AEROPLANO, CONTINENTAL COMBO, MAS VOCE PODERIA INDICAR MAIS ALGUMAS QUE VOCE APRECIE?

Meu artista novo preferido é o Leo Cavalcanti, de São Paulo. Gosto também da Céu, Natalia Mallo, Lucy and The PopSonics, Bonifrate, Cecília Silveira...

7- PERGUNTA FEITA POR NEUSA, ESPOSA DO NOSSO ÍDOLO E AMIGO TOM ZÉ:
PARA FERNANDA,UMA PERGUNTA QUE PODE FAZÊ-LA QUERER NOS TRANCAR NO HOSPÍCIO OU NA PESTALOZZI. É QUE ELA CANTA COM UMA QUALIDADE TIMBRÍSTICA, UMA NATURALIDADE, QUE PARECEM SER PRODUTO NÃO SÓ DAS CORDAS VOCAIS MAS TAMBÉM DE UMA GRANDE INTELIGÊNCIA. ELA ESCREVE BEM, FALA LIMPIDAMENTE, SUA EXPRESSÃO É TODA BONITA. VOLTANDO AO COMEÇO: O CANTO DE FERNANDA É DOM DA NATUREZA OU É A NATUREZA CULTIVADA PELA INTELIGÊNCIA DA MENINA? DÊ UM JEITO DE PERGUNTAR ISSO,POIS TOM ZÉ HÁ TEMPO ANDA CURIOSO E EU TAMBÉM. DEU PARA PERCEBER QUE ELA TEM GRANDES ADMIRADORES POR AQUI?

Que pergunta mais ilustre!
Eu nunca estudei canto formalmente, mas escutei muita coisa boa ao longo da vida. Ouvindo vozes diferentes, me identificando com algumas. Acho que fui aprendendo a usar minha voz de forma mais natural. Teoricamente eu deveria cantar bem mais agudo, pois tenho facilidade, mas prefiro minha voz num tom mais grave. Então fico me ajustando numa pequena extensão que consigo dominar. Não sou muito versátil, tem gente que não gosta, mas eu só sei cantar assim... E fico muito, mas muito feliz mesmo em saber que Neusa e Tom Zé me querem tão bem!

Um beijo a todos que torcem a favor sempre,

Fernanda Takai

ABRAÇOS DO SEMPRE FÃ
EVERI RUDINEI CARRARA

NEIL FERREIRA


O pau comeu na casa de Noca

Neil ziriguidum Ferreira


Entre mortos e feridos neste carnaval, salvamo-nos todos. Em Sumpólo, a Gaviões da Fiel, do Córintcha, saiu com um enredo beatificando e santificando São Lula e pegou um vergonhoso 9º lugar. No Rio, a bolivariana Vila Isabel, teúda e manteúda do cumpañero Tchávez, chegou em 3º lugar . Nem por isso o Rio está a salvo, vi fotos do honorável ex-presidiário Belo aos abraços com o prefeito Eduardo Paes, do PMDB; sinto aí cheiro de clorofila.

Em Sumpólo, nunca vi uma festa do povo acabar com tanta pancadaria e baixaria. Não sei quem é a Noca em cuja casa o pau comeu, nem quem é o João Sem Braço, costumeiro dador de golpes na praça, cujo golpe nesse caso era melar o resultado.

O sucedido sucedeu há 3 dias, uma eternidade para a curta memória nacional. Não me meto a me afogar em águas tão passadas. É exemplar a amnésia do Bloco Unidos dos Urubus, os Onze de Brasília, estilosamente fantasiados com suas capas pretas à conde Drácula. O julgamento dos mensaleiros continua esquecido sob a poeira, nos seus caixões de repouso diurno; dormem o dia inteiro, suspeita-se; são avessos à luz do Sol, afirma-se.

O que vi, vi igual ao que você viu, só que diferente. Vi pela tevê um cidadão de camiseta azul discordar da contagem dos votos e democráticamente exercer sua cidadania. Pleno de coragem revolucionária, expropriou os votos ainda não divulgados e os destruiu com as mãos limpas, à vista de todos, como se nada tivesse a temer (não confundir o verbo “temer” com o marido da Marcela).

A tevê mostrou tudo da baixaria, só vou falar uma coisa. A Gaviões da Fiel adentrou o gramado certa de que iria levar o caneco, entrou no vácuo da baderna, tocou fogo em carros alegóricos e invadiu a Marginal, provocando pânico. Estava no vergonhoso 9º lugar, onde ficou. Dito o quê, peço licença para apresentar o meu enredo.

“Em Sumpó... tem carná / Tenho um fusca e um viô / Sô Córintcha e jogo no chão uma talagada / pro santo São Lula...” Ops ! “Ops !” é a interjeição “Opa !” em internetês, como “blz”, que é “beleza”. Então, ops, citei um trechinho do “Samba do Petista Doido”. Usei essa sintaxe para mostrar que sou mudérrrno e escrevo em jovês.

O sutaque com que falei “mudérrrno” é canadense. É igual a “mudêlo” significando “modelo”, como pronunciado pelo encenador canadense Lindbergh Farias, PT/RJ, numa discussão com o senador Aloysio Nunes, PSDB/SP, o mais votado do Brasil, ao afirmar que “u mudêlu de privatição petista é melhor do que u mudêlo tucano”. “U mudêlu” pode ser melhor, “o modelo”não é. Farias foi o ai Jesus das menininhas assanhadas quando era cara-pintada, nas passeatas que ajudaram a derrubar Collor, de quem é aliado hoje.

É necessário compreender o significado de “blz”. Manuela d´Avila, aquela fofurinha do PCB/RS, foi a mais jovem e mais votada deputada federal pelo Rio Grande do Sul. Era vice-presidenta da UNE e precisava de uma campanha jovem e intelectual, para marcar posição.

Apareceu com um slogan que mataria de inveja Duda “Goebbels” Mendonça, autor confesso da embromação nunca antes vista nesse país, “Lulinha Paz e Amor”, pela qual recebeu “tax free” gordas quantias de dólares, num paraíso fiscal.

As palavras mágicas da Manuela na campanha foram “Aê blz !” propaganda reveladora do que a candidata era e é -- que lhe renderam uns 500 mil votos, reveladores do que seus eleitores eram e são.

Manu era fofinha sim, ou mais; numa entrevista confessou que dos 15 aos 17 anos jogou ao mar 40 quilos de carga extra, não se sabe à custa de quais sacrifícios, imagine a vida sem chocolate e com Coca Zero. Sendo a mais cobiçada belezinha da Câmara, cedeu aos encantos do deputado federal José Eduardo Cardozo, PT/SP, atual ministro da Justiça, com quem engatou prolongado namoro, não sei se dura até hoje.

Não estou ao par dos assuntos de alcova do Congresso, a não ser aquele da Mônica, do Renan Avacalheiros, que saiu nua em pelo(s) na Playboy, vista por todos que, como eu, compram a revista para alegadamente ler as entrevistas “cabeça” que publica – e não para olhar com olhares lúbricos aquelas fotos cabeludas ou descabeladas que saem no folder central.

Voltemos à vaca fria, a Gaviões da Fiel, escola de samba do Córintcha e sua derrota de goleada. O enredo deste carnaval foi uma homenagem ao Cara, que queria porque queria sair no carro alegórico, para cantar com a lingua presa a preciosidade da qual aqui vai um trechinho: “Viu… No coração do Brasil / Tanta desigualdade / O retrato da realidade / A utopia buscando a dignidade!/ Solta o grito da garganta e vem comemorar / A soberania popular/ Felicidade… / O povo unido venceu / A cidadania resplandeceu /Uma nova era aconteceu!”. Foi impedido pela conspiração da junta médica, que o impediu de sair e nos poupou do vexame de ver e escutar.

Cultuado pelo enredo como um novo São Jorge, embora a Igreja tenha derrubado o santo do cavalo; como um padim Padi Ciço redivivo, que derrotou sózinho a ditadura milical; inventou o Plano Real e estabilizou a economia; acabou com a fome e nunca ameaçou a liberdade de imprensa. Percebo aí as digitais do Duda “Goebbels” Mendonça. Seus acólitos afirmam que são dele as “Tábuas da Lei”, a.k.a. “Dez Mandamentos”, que escreveu ao ser ungido “ghostwriter” de Jeová. A verdade é o avesso do avesso do avesso, sabe-se.

O palanque móvel desfilou na madrugada de domingo, muito tarde para os meus costumes espartanos. Como você notou por este relato pleno de honestidade, nada vi, nada ouvi e não gostei. Daí, este texto que vai como o Samba do Afrodescendente com Deficiência Mental.

A Gaviões da Fiel perdeu feio, o que prova que em Sumpólo o Cara é um tremendo pé frio e não ganha nem desfile de escola de samba. Brimo Haddad que se cuide.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

TOM ZÉ


TOM ZÉ NÃO FUMA BÍBLIA

Quem é o imbecil que está dizendo que eu fumei Bíblia?

Primeiro: não sou analfabeto; amo tanto a Bíblia quanto Thomas

Mann, Henrich Zimmer, Joseph Campbell, o próprio James Joyce.

Sou inveterado leitor dela, converso sobre ela com amigos, ouço o

que os doutores têm a dizer. E até divulgo.

Agora: o que eu acredito. Ah! Isso é outra coisa. Veja por

exemplo em “José e Seus Irmãos” o capítulo em que Mann

palmeja a saga de Abrahão fundando no deserto o Deus que

conhecemos, já que esse Deus data de cerca de 4.000 anos antes

de Cristo.

Que coisa mais ridícula, essa de fumar Bíblia! Quem anda

dizendo que eu fiz isso não viu nem o próprio filme “Filhos de

João”, no qual quem trata desse assunto claramente não me inclui

e não me cita em seus pronunciamentos.

Que coisa mais ridícula, não gostar da Bíblia! Desrespeitar a

literatura religiosa e mítica, desrespeitar a poesia!
SITE DE TOM ZÉ

TOM ZÉ


Brigitte Bardot
Tom Zé


A Brigitte Bardot está ficando velha,
envelheceu antes dos nossos sonhos.
Coitada da Brigitte Bardot,
que era uma moça bonita,
mas ela mesma não podia ser um sonho
para nunca envelhecer.
A Brigitte Bardot está se desmanchando
e os nossos sonhos querem pedir divórcio.
Pelo mundo inteiro
têm milhões e milhões de sonhos
que querem também pedir divórcio
e a Brigitte Bardot agora
está ficando triste e sozinha.
Será que algum rapaz de vinte anos
vai telefonar
na hora exata em que ela estiver
com vontade de se suicidar?
Quando a gente era pequeno,
pensava que quando crescesse
Ia ser namorado da Brigitte Bardot,
mas a Brigitte Bardot
está ficando triste e sozinha

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

LIVROS / LANÇAMENTO


A Coleção da Sissi é "Em Busca de Um Mundo Melhor" .
A narradora Sissi Yellow é a minha cachorrinha mais velha ( vai fazer 14 anos dia 12 de abril desse ano 2012).
Essa coleção é engajada com a luta pelos animais e pela natureza. Excelente para crianças lerem e entrarem na psique da narradora.
Memórias de Um CacHorro Velho é a história do meu primeiro resgate na década de 80.
XOLO é o narrador.
Compras pelo meu email: sinara@sinarafoss.com
Cada livro é 23,00 individual , mais a postagem, 5,00.
Mais de um livro fica 20,00 cada.
Ex. os 3 livros da Sissi + postagem Modica = 65,00
Depósitos: no Banco do Brasil 03697 CC 10419-1
SINARA FOSS

LILIA DINIZ


vulcanizo lágrimas
sob o sol de maio
deixando na tua boca
a promessa de um gozo enfurecido
levando entre as pernas
a dança da tua língua
na Ballet da despedida

Lilia Diniz

www.outroladodamargem.zip.net
fonte :piauinauta
tela: di cavalcanti

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

ALPHARRABIO LIVRARIA E EDITORA


ALPHARRABIO LIVRARIA E EDITORA

Rua Eduardo Monteiro, 151 – Fone 4438-4358, Fax 4992-5225 – Santo André

e-mail: alpharrabio@alpharrabio.com.br

www.alpharrabio.com.br - http://blog.alpharrabio.com.br/
ALPHARRABIO – 20 ANOS
03.03.2012, sábado, às 10h30
A Livraria Alpharrabio, Editora e Centro Cultural sediada em Santo André, completa 20 anos de intensa e ininterrupta promoção cultural. Para marcar o aniversário, promove uma série de atividades que iniciam no próximo dia 03.03.2012, sábado, às 10h30, com a abertura da exposição "Do outro lado aqui", da artista visual Fátima Roque, ocasião em que amigos e frequentadores estão sendo convidados para um encontro de confraternização e celebração da data.

Programação completa de aniversário
Serviço:
Data: 03.03.2012, sábado, às 10h30
Abertura da exposição: "Do outro lado aqui", de Fátima Roque que marca o 20º aniversário da livraria, seguida de coquetel de confraternização.
Local: Alpharrabio Livraria
Rua Eduardo Monteiro, 151 – Fone 4438-4358
Fax 4992-5225 – Santo André, SP
e-mail: alpharrabio@alpharrabio.com.br
www.alpharrabio.com.br
http://blog.alpharrabio.com


Programação aniversário 20 anos - 2012






03 de março, sábado, 10h30

Abertura da exposição:

Do outro lado aqui

Fátima Roque



Coquetel de Confraternização pelos 20 anos da Livraria

Exposição: Do outro lado aqui
Fátima Roque
Sobre a Atista:
Fátima Roque


20 de abril de 1960, São Paulo – Brasil
Fotógrafa e investigadora da fotografia na área dos processos fotográficos, para além da técnica. Fotografa com frequentes incursões pelos rios da Amazônia e ali ministra cursos e oficinas. Participa em grupos de discussão e atuação nas artes visuais e, especialmente, surrealismo, integrando o Grupo Surrealista de São Paulo. Expôs individualmente no Mezanino de Fotografia, Instituto Cultural Itaú SP (2005) curadoria Helouise Costa e integrou várias exposições coletivas dentre elas Surrealism in 2012 – GoogleWorks Center of Arts, Pennsylvania/USA; Iluminações Descontínuas, Convento de São José, Lagoa/Portugal; Exposição Internacional do Surrealismo Atual – O Reverso do Olhar/ Museu do Chiado, Coimbra/ Portugal; 2008; Atelier da Imagem/RJ 2008; Centro Cultural da CPFL/Campinas (2006); Prêmio Porto Seguro de Fotografia (2005 e 2006); Olhares Paulistanos/Paço das Artes (2005) e Outdoors, nas ruas (2004); Luzenças (2003), atual Estação Pinacoteca; Habitat II, em Instambul. É autora de livros-objeto de fotografia: Gaveta Fotográfica; Caixas de Quase Nada; Frederich Van Velthem e o Mar de Chacororé; Para sempre não existe; O Espírito do Tempo; O que está não é; “Outras Paragens”; Caderno de Descontroles (2006) e Aldeia (2007). Publicações: Sá, Lúcia - Life in the Megalopolis: México City and São Paulo – Editora Routledge, Londres; Rev. Brasileira de Educação – Anped – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - Rio de Janeiro; “O que está não é” - Revista Fotofagia; Eder Chiodetto - Revista SENAC e Retrato dos Índios no Brasil – Séc. XIX . Recebeu alguns prêmios e dá aulas. Nasceu em São Paulo, vive em Santo André, SP, Brasil.
Fátima Roque

Av. Portugal, 1500 – apto 22

Jd. Bela Vista – Santo André - CEP 09041-320 – tel.(11) 4436 0321 – 9658 7727

faroque@uol.com.br e fa.roque@hotmail.com


http://surrealismin2012.org/surrealists_and_friends.htm;

http://issuu.com/itaucultural/docs/possibilidades_da_fotografia

http://ccjuve.prefeitura.sp.gov.br/2011/07/26/criacao-e-expressao-livros-a-partir-de-imagens/;
www.portoseguro.com.br;
www.cemwebdesign.com.br/encontrosepretextos;

Sobre a exposição:
Do outro lado aqui – não é mais do que pretexto para o encontro com o inesperado, a tentativa de propulsionar a imaginação pelo caminho dos sonhos através de imagens e objetos. Não se trata, portanto, de mimésis fotográfica, nem tampouco de matéria de prova, mas da tentativa de pôr a ver o humano onde o silêncio possa revelar-se.
O outro lado, aparentemente tão distante, é, na verdade, suficientemente próximo, a ponto de nos fazer entender que, de fato, inexiste. Estamos diante do tempo, elemento do ato fotográfico, repetido nas imagens de asas duplicadas a criar, paradoxalmente, borboletas de pedra encontradas como guarda às avessas, especialmente no material gráfico e no painel de entrada da exposição. Ali há a advertência, aos mais incautos, para deixarem-se levar sem prévias explicações, já que os sonhos não possuem roteiros.
No caminho O vazio não é sem, O gato de Schrödnger ou Viagem ao fundo do olho, A Camera Obscura e os retratos dos viajantes presentes, além das trocas. Os menos acostumados sentirão a ausência de explicações técnicas, esperarão aparelhos, lentes, indicações de impressões, dentre outros elementos totalmente prescindíveis, segundo a fotógrafa, mas que, como parte do processo, lá estarão de maneira não convencional, em conversas pessoais.



Barbara M. Watson

curadora



Barbara M. Watson é membro do PCM – Photo Center Mapetla – South Africa e participou da curadoria, à distância, aqui.





10 de março, sábado, 10h30 - Antonio Possidonio Sampaio, 80 anos - Homenagem



A Livraria Alpharrabio homenageia Antonio Possidonio Sampaio pelos seus 80 anos, escritor que, além de colaborador e cúmplice de ideias do projeto cultural Alpharrabio, inaugurou, em 1993, com o seu livro ABC Cotidiano - Cotidiário, o catálogo Alpharrabio Edições, hoje com mais de 100 títulos publicados.

O encontro consistirá de uma palestra autobiográfica, intercalada de leituras de

de trechos de quatro de seus livros, Sim Sinhor, Inhor Sim, Pois não... e Em Manhattan do Terceiro Mundo, livros que o autor classifica como "Fase paulistana" e Lula e a Greve dos Peões e Em Busca dos Companheiros, da "Fase Abeceana". Escritores amigos do autor foram convidados para a leitura.

Antonio Possidonio Sampaio, autor de 14 livros, dos quais 7 foram publicados pela chancela Alpharrabio Edições, ABC Cotidiano - Cotidiário; 1993; Andanças na Contramão - Reportagem Sentimental; Em Busca dos Companheiros; 1996; Sim Sinhor, Inhor Sim, Pois Não..., 2a. edição, 1997; ABC no Fim do Milênio, 1999; No ABC dos Peões (edição conjunta de A Capital do Automóvel e Lula e a Greve dos Peões); 2005; e Andanças com Salvador Bahia, 2006.





16 de março, 6ª feira, 18h30 - Lançamento do livro Diário de uma mulher em rota de chuva – Conceição Bastos

Sobre o livro:

"Um diário (ainda que toda poesia tenha um pouco de diário) tem ainda mais razões para se ouriçar diante de quem pretende invadi-lo, como a proteger segredos cuja guarda é tão insuportável quanto sua revelação.

É assim que os textos ocupam essa área nebulosa entre guardar e revelar (que, no limite, é também entre confiar e desconfiar do leitor), e talvez por isso tenhamos um livro repleto de trânsitos entre dentro e fora, cidade e corpo, sonho e realidade, ou, como diz a poeta, entre limbo e Olimpo.

Conceição Bastos, quando traz seu Diário à praça, preserva consigo ”a palavra/ Submersa/ Palavra-âncora/ chave para a porta do calabouço”. Mas, leitor, não se apresse em dizer se a chave aí é a que abre ou a que fecha; a que permite a entrada ou a que bloqueia. Como boa ouriça, aquilo que nela é defesa também é ataque. Proteja-se". Tarso de Melo, na apresentação.

Diário de uma mulher em rota de chuva
Conceição Bastos
Selo Dobra Literatura
Formato 14 x 21 cm - 64 páginas - 2011



24 de março, sábado, 10h30 - Conversa de livraria para pequenos leitores


Lançamento do livro A menina e o sol, de Júlio Gonçalves (texto) e Constança Lucas (ilustrações)

Na oportunidade, o artista Carlos Sereno fará a leitura encenada do livro, seguida de uma conversa com os autores que ficarão à disposição para autógrafos.
Constança Lucas: artista visual e ilustradora. Trabalha e vive em São Paulo. Atualmente é doutoranda em Artes Visuais, área Poéticas Visuais, pela Universidade de São Paulo (ECA/USP). constancalucas@gmail.com
Júlio Gonçalves Dias: nasceu em Novo Horizonte, interior de São Paulo. Estudou Sociologia e Filosofia, deu aulas, trabalhou com jovens em projetos sociais e com crianças na rua. juliogdias@gmail.com
Carlos Sereno - Professor de artes cênicas e Educação Artística formado pelas Faculdades Integradas Teresa D’Avila. Ministra cursos diversos sobre a Arte de Contar Histórias, Voluntário Contador de Histórias atuando no Centro Hospitalar do Município de Santo André através da Associação Viva e Deixe Viver.
"A menina e o sol" retrata, de maneira sensível e poética, os "porquês" das crianças. Perguntas simples, e, por isso mesmo tão profundas, sobre a existência, o mundo, os afetos e a vida.

Não é por acaso que o autor do texto, Júlio Gonçalves Dias, tem formação em Filosofia (além de ser sociólogo). Muitas das perguntas que as crianças se fazem, especialmente nesta idade que A menina e o Sol representa, têm a possibilidade de um aprofundamento tão bem lapidado e sensível, dentro de um curto diálogo na essência que o fio da pergunta lança. É um diálogo bem dosado que instiga o "desembrulhar" da menina para outras e mais outras perguntas...sendo fiel às inquietações das crianças ao se debruçarem, curiosas, para conhecer o mundo.”

Editora Saraiva

Texto: Júlio Gonçalves - Ilustradora: Constança Lucas

Formato 30 cm x 23 cm - Acabamento : Brochura

Edição : 1 / 2011 - Número de Paginas : 24


04 de abril, 4ª feira, 18h às 21h00 - Lançamento do livro AMoral Poética, de Henrique Pontes

Primeiro livro do autor. Segundo ele "um muro sendo pichado por anjos".

Uma tentativa poética de rompimento, de insurgência à moralidade, aos claustros da linguagem, à necessidade de ser "digestiva" para o leitor, de ser bonita. Não aspira nem teme o fracasso. Fere ao acaso, e não lambe se lhe pedem. Não cutuca, nem fica de braços cruzados. Não faz o que se espera dela. Enfim uma poética amoral, que, em qualquer círculo que entre, nunca faz aquilo que se entende por poesia."

AMoral Poética

Henrique Pontes

Editora Multifoco - Selo Vale em Poesia

14 de abril, sábado, 10h30 - Conversa de Livraria
Laboratório da imagem - Conversa de Livraria com Kenji Ota

um papo ao pé das imagens, sobre o processo de produção/criação
Kenji Ota, fotógrafo e pensador dialoga com o público presente, a partir de suas imagens, originais e projeções, no Alpharrabio Livraria, em 14/04/2012.
Com trabalhos voltados para a fotografia experimental, Kenji Ota utiliza-se de diferentes suportes e materialidades. Mergulhado na tradição oriental, sua produção evidencia a valorização do acaso e destas experimentações na prática fotográfica. Kenji Ota é fotógrafo, e professor de fotografia no Centro Universitário Senac e na pós-graduação em fotografia na FAAP. Bacharel em Ciências Sociais pela Escola de Sociologia e Política da USP é mestre em Artes pela ECA/USP, com a Dissertação “Derivações: a errância da imagem fotográfica"

18 de abril, 4ª feira, 18h30 – Alexandre Takara, 80 anos - Homenagem
Homenagem a Alexandre Takara, pelos seus 80 anos decorridos em 2011, escritor que integra o Catálogo Alpharrabio Edições.
Takara profere palestra autobiográfica interativa, na qual, amigos escritores, farão a leitura de trechos de seus livros.
Alexandre Takara é autor de 5 livros, todos publicados pela chancela Alpharrabio Edições, são eles: Semeador de Lembranças, crônicas, Col. Prosas, 1996; Além da Prosaica Realidade (quase diário), coleção Imaginário, 2000; Educação Inclusiva - movimento hip-hop, ensaio, 2003; Entremundos, crônicas, 2004; Subsídios para o Entendimento das Relações entre Educação e Cultura (Artes), ensaio, 2008.
20 de abril, 6ª feira, 19h – Conversa de Livraria
Conversa de Livraria com Fátima Roque, a propósito do encerramento da exposição Do outro lado aqui

NEIL FERREIRA


Neil Ferreira

“Você pensa que cachaça é água...”

Neil skindô-skindô Ferreira


“Cachaça não é água não / Cachaça vem do alambique” / E paga muito imposto pro Leão. O Leão já nos mordeu mais de duzentinhos bilhõezinhos, entre 2 de janeiro e 13 de fevereiro. Não há quem não saiba disso, nem há quem tenha se acostumado com isso.

Não estão quebrados só os pés da quadrinha acima citada; eu e você estamos com os pés, as mãos, os bolsos e as contas bancárias quebrados, lambendo as feridas da mordida do Leão, sem tugir nem mugir; pagamos e não bufamos. Para os otimistas incuráveis, aqui vai uma dica que pode ajudar na salvação: no jogo do bicho, Leão é grupo 16 e as dezenas são 61-62-63-64.

Vamos arredondar a tascada para tornar a conta mais fácil: em 31 dias úteis, 200 bi; 6 bi e 451,6 mi por dia útil; 806,37 mi nas 8 horas úteis que você trabalha por dia; 67,2 mi nos 5 minutos que você perde lendo este besteirol, se é que alguém lê o que digito com 2 dedos e tanta dificuldade. Começou e acabou de ler, o Leão já mordeu mais de 67 mi do otariado nacional. Ler meus textos custa uma nota. Imagine o que custa escrever.

Essa grana arrancada do nosso couro bem que poderia voltar para a sociedade, na forma de pagamentos decentes aos médicos, educadores, policiais civís e militares, com o Estado cumprindo sua obrigação mínima de proporcionar Saúde, Educação e Segurança ao povo, separando parte do sobrante para a tão abandonada infraestrutura; mas não.

Sabemos que a bufunfa vai para destinos mais nobres, como aquele bilhão faturado com o honesto suor dos corpos em embates nas aconchegantes alcovas de Brasília, em inocentes conúbios articulados por aquela advogada fofinha, que a “Veja” colocou na capa desta semana, com uma reportagem sobre poder, sexo e alcovas, nível BBB.

(Só faltaram drugs and rock´n roll, sei lá se faltaram mesmo ou se não li tudo com a atenção devida). O sobrante escorre pelo sumidouro da maior corrupa nunca antes vista neçepaíz.

Só a talagada da cachaça que você engole pra se animar e mais a outra que joga no chão pra animar o santo, pagam 81% de imposto; a cervejinha, que a molecada dimenor bebe como se fosse refresco ou energético, entrega uns 60% numa única golada com colarinho, para a fera aplacar a sede e lamber os bigodes de satisfação.

Se você fuma, anote aí 85% de imposto que se esvaem na fumaça de cada tragada, sem contar o risco de faturar como brinde um câncer na boca, na garganta, nas cordas vocais -- como alguém que você sabe muito bem quem é e eu também sei, mas não falo o nome, sou otário pagante de imposto mas não sou bobo -- na traqueia e nos pulmões; até no câncer da bexiga já foram encontradas impressões digitais do fumo.

Mas ninguém encosta o três-oitão no peito de ninguém para obrigá-lo a beber e/ou fumar. Se bebi e fumei, filo porque quilo, de livre escolha do uso do corpo e da busca da felicidade, é o que dizem bebuns e fumantes, plenos de razão.

Igual àquela Ministra da Mulher, que é tão a favor do aborto nas outras mulheres como é a favor nela mesma; anuncia aos quatro ventos que se submeteu a alguns e faz propaganda ideológica de como é livre e feminista militante aquela que, como ela, transa com homens e mulheres.

Esse é um assunto pessoal, de saúde e de alcova, em que não me meto a besta de me meter; longe de mim cometer esse pecado capital, mangalô treisveis, saravá zifíos ê-ê.

Numa democracia, cada um é cada um. Sei lá se essa madama aí é mesmo democrata; ela parece ser dirigida pelas instâncias menores, a saber, o Coletivo e o Partido (POC, Partido Operário Comunista, quem conhece levanta a mão) e pela instância superior, o Coletivo do Partido, a quem ela apelou para ajudar na decisão de fazer um dos seus abortos.

Não pense que isso aí é invenção da minha mente que perversamente inventa e mente; essas informações estão à disposição na internet, numa entrevista que ela deu em 2004, em que cita como companheira de prisão a atual presidenta. Se a gente for somar as autonomeadas companheiras de prisão da presidenta, dá para lotar um Carandiru inteiro. O Carandiru era uma prisão imensa, sabe-se.

De volta ao bloco do Leão, solto pra jantar a tua carcaça, quero que o povão (não sou povão, sou zelite), a quem a Mentirobrás convenceu de que não paga imposto, saiba que paga sim e tanto quanto qualquer um de nós. Até mesmo o povãozinho, que fica no porão debaixo do andar de baixo, leva suas mordidas do Leão. Paga no arroz, feijão, mistura e cafézinho; na luz, água e celular (há um celular e meio per capita neçepaíz, resultado da “privataria” do FHC).

Quanto à nova Crasse Mérdia A Sem Dente, a quem disseram que enricou, é bom que saiba que ao comprar em vezes o seu primeiro Fusca 65, em ótimo estado de conservação, apenas com um amassadinho que não deixa abrir a porta do motorista, com os 4 pneus carecas e sem estepe, metade dele é a parte do Leão. Pode não ser o filé-mignon que é uma BMW, mas é a mesma metade.

Quanto riso, oh quanta lambança...


EI VOCÊ AÍ ME DÁ UM DINHEIRO AÍ, PRA PAGAR O LEÃO AQUI

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

EFIGÊNIA COUTINHO


TERRAS DISTANTES
Efigênia Coutinho


Andarei de sonho em sonho
De um lugar a outro lugar
O caminho não será bisonho.
Quero encontrar quem me fale
Alguém com quem possa falar
De Amor, mesmo diga que me cale.


Fatias de céu me ponho a colher
Para o caminho engrandecer
Teceria com algodão de nuvens
Ao leito para com Amor aquecer
Antes que os sonhos se turvem
Com poemas sonoros enriquecer.


Seja por fim o sonho envolvente
Ao longo deste árduo desejo
Num Sonho transcendente...
Transpus céus,montanhas cruzei
Dos tantos anseios que rumorejo
Em Terras Distantes me enamorei.


Fevereiro 2012
Balneário Camboriú.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PLÍNIO MAGNO


ESTE TEXTO FOI POSTADO ESTADÃO - SP

“DINHEIRO PELO RALO”

“Se o governo não estivesse jogando bilhões no lixo com elefantes brancos por conta da Copa do Mundo construindo estádios de futebol, se não estivesse ajudando em bilhão os bárbaros comunistas cubanos, se não estivesse ajudando a Hugo Chávez, no Metrô venezuelano e que ainda não nos devolveu os 85 milhões de litros de gasolina que Lula mandou, se não houvera perdoado os milhões em dívidas pelo mundo, dinheiro nosso, se não tivera vendido a preço de banana a refinaria da Petrobrás à Bolívia, se não houvera dado ao FMI os US$ 10 bilhões, dinheiro que não retornará jamais por conta de uma cadeira na ONU que foi um blefe, se não dera bilhões para ONGs de apaniguados, aí, sim, teria dinheiro para dar aumentos dignos aos trabalhadores brasileiros. Ajudam outros países, mas nosso povo está na miséria. As Forças Armadas ganham mal..., porque combateu os terroristas que hoje tomaram de assalto o comando do país.”
PLÍNIO MAGNO

NEIL FERREIRA


PAC 2: Programa de Ampliação da Craco(Lu)lândia

Neil chapado Ferreira


Craco(Lu)lândia: “Acende-puxa-prende-passa”. Kassab não dá nó sem ponto; pensou com a cabeça do bandido e deu um nó górdio no lulo-petismo. O ponto foi de placa, no jogo que suas ambições políticas jogam, ao assentar a pedra fundamental da Craco(Lu)lândia, obra do PAC 2.

Bêbado equilibrista, tento explicar o que consigo enxergar, mesmo com a cabeça obnubilada pela maresia.“Maresia, sente a maresia/ Maresia uhuh/ Acende-puxa-prende-passa”. Quando Gabriel o Pensador lançou “Cachimbo da Paz”, a molecada que lotava seus shows cantava em êxtase, como se aquelas cabecinhas todas estivessem embevecidas pelo fumacê. Estavam.

O refrão grudou nos ouvidos, a memória mastigou-o como se fosse chicletes. Os profissionais do jingle, que passam dias e noites de trabalho insano procurando chicletes parecidos, raramente alcançam essa glória suprema, talvez uma ou duas vezes na vida, se tanto.

Gabriel o Pensador conseguiu colocar no momento certo o refrão certo nas cabecinhas certas. Os adolescentes, seu público, talvez se sentissem reprimidos por pais e mães, que gozaram de total liberdade na juventude. Queriam romper as amarras. Quais amarras ? Se eu soubesse, engarrafava a sabença e vendia nas drogarias, daria mais grana do que o “Facebook”. Filho não vem com Manual do Proprietário.

Acho que eram as amarras de pais caretas, que tinham queimado tanta erva lá atrás, nos bons tempos da revolução dos costumes dos anos sessenta, e agora véideguerra ficam descomendo regras pra riba dos seus rebentos.

“Cachimbo da Paz” é um jingle da maconha e contem um pouco de crítica ao cigarro e álcool, drogas permitidas usadas sob a proteção da lei. “Apaga a fumaça do revólver e da pistola / Manda a fumaça pra cachola” dá cana; transportou-vendeu-comprou-acendeu-puxou-prendeu-passou,teje preso. O “Cachimbo da Paz”(& Amor, Bicho) é um fora da lei.

O fumito deixa um perfuminho que é a maior bandeira. Uzômi vinham farejando e rosnando e nada achavam. A molecada descolada, naquele tempo ainda não havia essa palavra (nem “imperdível”, a lingua era tipo mais manera de escrever e de falar, meu ) estava sempre cheirosinha do inocente patchuli, colocado nas gavetas das blusas, cuecas, calcinhas, meias, bermudas, camisetas.

Cheirou a patchuli, tá marcando presença mermão. Mas não há bem que sempre dure, uzômi se tocaram também nessa. Aí, acende-puxa-prende-passa-cheirou-a-patchuli, teje preso mano. Jogo de gato e rato; esquecer, quem há de.

“Aviõezinhos” aterrisam nas escolas e fornecem a carga aos colegas de classe. Depois do tapa no banheiro, é ir comer uma coisinha no carrinho ali no portão, que poderia ostentar o sugestivo nome de “Larica”.

Depois... nada; vida adulta careta, trampo, uma chatice; cadê a vida bandida cheia de graça, o senhor é conosco, vinde a nós as vossas meninas de minissaias... cadê a mesada ?

Formados em cigarrinho e cervejinha no Fundamental e em fumito no Colegial, a impressão é que se parava por aí. A fumaça do fumito já é quase aceita; tem até passeata de maconheiros exigindo a legalização da diamba. Não é o que traficantes querem. Ao perder o sabor da ilegalidade, perde metade do sabor, perde metade dos usadores. Adeus metade do lucro.

O cachimbo, porém, continuou sua carreira vertiginosa, passou pelo Vestibular, Curso Superior, Mestrado, PhD e Pós-Doc, graduando-se em Arma de Suicidio – é Cachimbo de Crack Magna Cum Laudae.

Os viciados atiram-se ao crack como se fosse a última coisa que fazem na vida; e é. Traficantes e viciados invadem pontos da cidade, que se transformam nas cracolândias. E você conhece a lei fundamental do capitalismo selvagem “Enquanto houver um otário comprando, haverá um esperto vendendo”.

A cracolândia de Sumpólo há pouco tempo recebeu as atenções da Prefeitura e do Governo do Estado. Houve uma gritaria histérica do lulo-petismo, acusando de “ação arbitrária e violenta” a prisão dos traficantes pela PM e a oferta de apoio aos viciados. Ocuparam as tevês, rádios, jornais e blogs amansados da internet com a sua pregação, parecia que a cracolândia é um gueto de resistência e o viciado, um herói antifacista.

Duas coisas aconteceram, inesperadas para quem queria tranformar os viciados em assunto da campanha do brimo Haddad: (1) uma pesquisa mostrou que 84% da população apoiavam a ação da PM; e (2) Kassab deu um terreno de 4.400 metros quadrados no coração da cracolândia, para um improvável e inexistente Instituto Lula de não sei qual finalidade. Seria, digamos, a Craco(Lu)lândia.

Kassab deu um cala-boca nos lulo-petistas, que poderiam atrapalhar suas ambições políticas. As bocas calaram-se. Nem as hordas do padre Lancellotti são vislumbradas de novo nas ruas. O PT, quem diria, virou base alugada do Kassab.

Ao Cara, resta fazer o que sempre fez na vida, dar mais um golpe de marketing e anunciar que vai construir no local as tais Clínicas de Reabilitação, tão prometidas na campanha que elegeu o Poste. Só anunciar como sempre fez; nada fará, como nunca fez. O cachimbo continuará fumegando altaneiro, acendendo-puxando-prendendo-passando – e matando. Quem duvidar, que fume a primeira pedra.

PS: Espero o Gilberto Carvalho dizer que “Salvador é uma praça de guerra” e a chefa dele dizer que “é uma barbárie”, como já disseram antes de eventos muito menos graves, sem saques nem mortos, ocorridos no Estado de Sumpólo.


“STONED, EVERYBODY MUST GET STONED” (Bob Dylan).

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

LUIZ ROSEMBERG FILHO


“ A sensibilidade musical é a manifestação vital do ser humano.”
Wittgenstein

P A T R Í C I A
De certo modo a música clássica confronta a desumanização da vida moderna que se arroja a ser uma via de mão única. Mas não queremos com nosso novo trabalho, demonstrar ou anteciparmos um outro tipo de poder pois entendemos que todo poder instaurado só pode ter algum valor se levado por porcos ou charlatões. Ora, a música é uma das essências da linguagem dos deuses. Torna-se impossível visualizá-la buscando expressões no seu uso político. E só em estar muito além de si, torna-se uma expansão da Paixão, pois ao não se explicar essêncializa movimentos de prazer no dançar, no cantar e no ouvir. E enquanto os porcos chafurdam na política de interesses duvidosos, a música se eterniza purificando a existência ligando a realidade a um prolongado sonho dionisíaco.
Mas queremos esse sonho para todos! Esta é a razão de ser da Arte. E por isso é tão dificultada como sendo uma expressão impudica do Amor. Os aristocratas sifilíticos da “nota”, da burocracia e da política não suportam a defesa da beleza e da poesia da velha Grécia, pois só obedecem e entendem a circulação do seu dinheiro. Ora, como introduzir a Arte em tal espaço? O nosso “PATRÍCIA” é uma espécie contida de retorno a Dionísio, pela alegria musical de uma jovem Soprano. E da nossa parte apenas a elevamos como devoção a beleza da música de Bach ou Vila-Lobos. E como bem expressava Nietzsche::”Quem não amar com sabedoria desespera-se com o poder do amor.” É um pouco como vemos a função da música de qualidade: ao mesmo tempo interior e exterior, só que sagrada.
Eu sempre quis homenagear de algum modo a música erudita, enraizada em mim desde a juventude. Mas não sou teórico, nem profundo. Apenas me deixo levar por conceitos musicais que não domino, ao contrário da parceira e co-diretora Ana Terra. Mas é pela música que me deixo repousar. Que me procuro na representação positiva de um mundo que nunca gostamos. E ela nos ajuda como força, alimento, poesia e beleza. Talvez seja a única Arte nascida para aceitação de todos pois não necessita de nenhum tipo de interpretação como o cinema, o teatro ou a filosofia. A boa música popular ou erudita está além de convulsões comerciais e simpatias. E raramente é obscurecida como mercadoria de segunda, manipuladíssia pela TV. Televisão que só se alimenta de excremento.
Claro que se pode gostar mais de Bach que de Wagner ou Vivaldi sem que isso invalide a importância de qualquer um. Todos ultrapassaram a grandeza do discernimento imediato. Ou seja, a habilidade da boa música é uma espécie de refinamento da alma humana. Falo aí como degustador da beleza a serviço dos homens. Precipito-me na grandeza da contemplação de uma jovem Soprano, professora e Mulher apaixonadíssima pelo seu ofício. Chegamos a Patrícia Vilches me apresentada por Ana Terra com quem divido a direção deste novo trabalho sobre a música erudita e a sua representação no mundo de hoje.
“PATRÍCIA” é uma pequena classificação da vontade criativa como potência. Não é uma interprete canhesta da nossa sofrida aprendizagem da sensibilidade musical. Nos deixamos levar arrastados de um lado pelo desconhecimento profundo do tema, e do outro pela paixão aplicada ao crescimento do humano no grandioso lago da harmonia possível com o Outro. Ou seja, não fizemos cortes ou malabarismos publicitários conhecidos no mundo do baixo cinema-televisivo. “PATRÍCIA” que estávamos conhecendo e descobrindo, habilmente nos conduziu afetivamente à todos. Não como professora, mas como ser humano.
A grandeza do filme se divide entre a Soprano Patrícia Vilches e as músicas que livremente ela escolheu cantar. Mas foi além do cantar. Deu grandeza e importância aos seus compositores preferidos e a todos nós. E aí me refiro a Ana Terra, Renaud Leenhardt, José Carlos Asbeg, Sindoval Aguiar, Vivian Lacerda, Eugênio Hollanda, Dília Tosta, Tatiana Tsai e a Marcelo Ikeda. É um pequeno filme de alma grande. Uma carta de amor de todos a restituição da música como elemento de formação necessária para um povo mais sensível. De uma nação ainda jovem. Um trabalho que quer ser útil a saúde emocional de todos. Claro que estou falando em nome de todos. Outros podem pensar de maneira diferente.
É um trabalho simples, próximo, terno, afetuoso como foi o nosso “ANA TERRA” e o “ANALU”. Nos permitimos dar legitimidade ao afeto tão artificializado pela TV e pela publicidade. E talvez a graça esteja justamente aí: o de reinventarmos o essencial do nosso lado humano, o respeito, a ternura, o afeto, o humor, o saber...e por fim a vida. Uma vida mais pura, menos inventada pela técnica e mais vivida por todos. Ou seja, não estamos fechados para nada. Produzir o aparentemente comum pode ser também audacioso se nos deixarmos surpreender pelo lado afetivo da criação. E como o gozo, aí nunca nada se repete. Mesmo porque trabalhamos temas e pessoas grandiosas na liberdade da Criação.
Nos permitimos observar quietos a docilidade irresistível da música a serviço do sentimento humano. E se a atual peste do mundo chama-se poder, o seu desmembramento só será possível com o saber e a sensibilidade. Do contrário fundamentaremos como colaboradores a aceitação do horror velado que se tenta impor ao mundo. E a Arte de modo algum se identifica com a fraqueza dos muitos discursos que nada dizem. Discursos de ontem e de hoje. E as mesmas ladainhas de sempre.
Cantando a sua pequena revolução-possível a Soprano Patrícia Vilches me remeteu a Albert Camus que sabiamente dizia: “Não existe vergonha em ser feliz. Atualmente o imbecil é rei, e eu chamo de imbecil aquele que tem medo de ser feliz.” E é por onde passa a voz da Soprano: pela vida, vivida. Pelo coração esperançoso de felicidade onde tudo é permitido, menos a submissão ao mercado de inutilidades, consumo e exploração pela má-fé da música comercial descartável. E lamentavelmente é claro que não interessa a TV aberta, a sensibilidade como experiência humana do saber ser para o coletivo.
Patrícia Vilches é uma convulsão de bom humor e simpatia. Admitir a sua importância é de certo modo ultrapassar generalizações que acabam por só justificar o mercado de aberrações. E se é disso que vive o sistema, somos obrigados a questioná-lo na sua indiferença pela beleza. Daí o final como nossa habilidade, dos que preferem o inútil lado da vida: o poder do dinheiro, da avidez, dos negócios duvidosos, dos discursos que nada dizem, do oportunismo, da pilantragem, do “sucesso”, da fama... E se ainda existe alguma grandeza em remar contra tudo e todos, o seu núcleo chama-se: beleza, saber, poesia, Democracia, respeito, simplicidade, afeto, natureza, ousadia, ética, luta, vontade, leitura, criatividade, conhecimento, humor, Amor e sensibilidade; E por fim , a existência de uma guerreira chamada Patrícia Viches. Que se abram os corações para vê-la e ouvi-la! Vamos ao filme!

F I M
Luiz Rosemberg Filho/ 2012

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

RAYMUNDO ARAUJO FILHO


Stédile X Dilma: Blá, blá, blá para enganar desavisados

Não gosto de enviar nada sobre política sem que tenha o meu comentário, pois política sem debate ou opinião firmada pelos interlocutores. Como recebi de um entusiasta do MST a reprodução sem comentários do diálogo entre Stédile e Dilma, sem nenhum comentário, talvez na certeza que ali se travava um debate entre um justo e uma injusta, tento aqui colocar alguns pingos em alguns iiiis.
Senão vejamos:
Primeiro a escolha do palco, para o "enfrentamento". Nenhum seria melhor do que este FMS (e os Fóruns Temáticos) em Porto Alegre que, a partir do terceiro realizado, foi totalmente hegemonizado pelas "forças militantes" do PT, tornando mais esta experiência que poderia ser virtuosa em palco para claques políticas e partidárias, uma espécie de FPU (Forum do Pensamento Único), nada mais se encontrando por lá, em termos de diversidade cultural, ideológica e política. No máximo uns europeus e estadunidenses, com cara de bobos alegres, ávidos por contatos com "o Povo pobre da América Latina e África")
Depois o local "sui generis" para o encontro de Romeu e Julieta, digo Catupiry e Goiabada, ooops, digo, Stédile e Dilma. Uma reunião fechada, com convidados especiais das cúpulas partidárias, ONGs amigas e demais aliados, todos imbuídos que a aliança vai resistir às diferenças de opinião, pois é o Poder quer está em jogo (e as verbas, liberadas em conta a gotas, e sob condições políticas explícitas). E o Poder, como sabemos, é a principal meta deles, desde que eles sejam os dirigentes. A mídia amiga, do PIL (Partido da Imprensa Lullista) já estava toda preparada para divulgarem "o nível de democracia de nosso Brasil, il, il, il. A presidenta Dilma en "confronto" direto com o Rei, digo, sec. geral do MST, Stédille.Agora os fatos: Dias antes deste "confronto" o dirigente do MST Joaquim Pinheiro deu entrevista expondo o que venho denunciando aqui há vários anos. Literalmente disse que o MST está no chão, sem capacidade de monbilização, que atribui ao crescente nível de emprego no país, ao Bolsa Família e a inatividade do governo federal com a paralização da REFORMA AGRÁRIA. lembro a todos que 65% dos empregos do país são de salário mínimo, que corresponde a cerca US$ 60, em se comparando ao dólar de FHC (cerca de R$3,60). E como sabemos, a cotação do dólar é fictícia, respondendo mais as necessidades políticas do que a qualquer coisa mensurável pela econometria.Primeira Pergunta: Porque um governo avançaria em um programa como a Reforma Agrária, se a demanda (= pressão popular) é quase nula?. Ora! É porque um "governo popular tem esta obrigação, a de democratizar o acesso e uso da terra", diria algum entusiasta Lulo-Petista-Dilmista. Conclusão Aristotélica: Este governo do PT não é de cunho e ideologia Popular, portanto.
Segunda pergunta: Porque então o MST apóia politicamente este governo, fingindo não ver que ser derrotado sem luta, aliás apoiando quem nos trai, é pior, pois não deixa sementes nem histórias para, quem sabe um dia, novas forças recomeçarem a luta, com outras perspectivas (a não ser que os "esquerdistas" de agora, persistam nos tempos vindouros, o que serria um desastre).Com este substrato Stédile dirige-se respeitosamente para aquela que veio terminar o serviço iniciado por Lulla, isto é, acabar com o MST, só que "democraticamente", sem uma borrachada, como faziam os outros presidentes. Já é alguma coisa! Diriam alguns. E muitos, além de acharem isso, se locupletaram com cargos públicos por nomeação (o MST sempre teve gente deles nomeada no INCRA, MDA e outros ministérios e governos estaduais e municipais) além de falcatruas como o PRONERA em MG, junto com a Universidade Metodista (segundo denúncia inequívoca do companheiro Julio Castro, aliás ameaçado de morte por um dirigente do MST mineiro, um marginal que atende pelo nome de Critistiano). Na sua preleção retoma, de forma monótona e quase cifrada toda a agenda abandonada pelo governo (pasmem, até o governo FHC superou os números do PT, na Reforma Agrária), na mesma lenga lenga anódina que estamos acostumados a ouvir, como se estivesse a dizer para a presidente Dilma "se preocupa não, pois tapa de amor não dói", reafirmando que as críticas não significam nenhuma possibilidade de rompimento e tornando mais popular ainda um ditado que tanta desgraça já causou neste país machista e misógeno, como afirmo ser o Brasil.

Dilma respondeu, simplesmente DEMOLINDO a prosopopéia "frapé" do Stédille, reafirmando como verdades todas as mentiras que estávamos acostumados a ouvir do....FHC (e do Collor). E tudo ficou por isso mesmo, todos satisfeitos com o grau de "democracia" deste Brasil, il, il, il.

Em seguida, a presidente DiLLma foi fazer bonito em Cuba (onde ficou um só dia - menos que na Bulgária, terra natal de seu pai, e sem nenhuma importância para nosotros brasileiros). Lá fez bonito, questionada sobre os direitos humanos, mencionou Guantánamo "colocando uma saia justa nos EUA", como ouvi um basbaque falar - com,o se o Brasiol tivesse alguma imnpoortãncia política no mundo e não fosse apenas a maior Casa de Tolerância do Capitalismo Internacional, como somos hoje, quando não se fazem mais meretrizes como antigamente....(aquelas ao menos cobravam alto pelos seus serviços).

Ao sair, deixou umas moedinhas para Cuba que, país pobre que é, e sujeito ao Bloqueio Econômico, não pode rejeitar, e até agradeceu (o que fez muito bem, visto o beco sem saída em que estão, infelizmente, mas não sem parcela de responsabilidade de seus dirigentes, mas que não me faz imprecar contra eles, com,o fazem alguns "esquerdistas mudernos". Ato contínuo, a presidente do Brasil, país que nos últimos dois anos recebeu de braços abertos e com visto de trabalho, cerca de 80 mil estrangeiros, quase todos brancos e europeus, que vieram para o Brasil, como a redescoberta do Novo Mundo quinhentista, para dizer aos haitianos que o Brasil recebeu de braços abertos 4 mil haitianos, e vai receber mais mil....POR ANO, isto é, 40 vezes menos do que recebe de europeus, sem reclamar. Temo uma guerra civil no Haiti, na fila de vistos diplomáticos para o Brasil....

Assim, Dilma deu um cala a boca nesta Ex Esquerda Corporation W.C. de StédiLLes e Companhia, que a acompanha nesta aventura governamental, dizendo que "não corremos o risco de voltar ao neoliberalismo" (é lógico, pois dele não saímos...), com esta resposta tão contundente quanto mentirosa ao Stédille, em um Forum Internacional, como é o FSM, e a viagem de "marketing" pessoal, como uma Rainha de Sabá a distribuir esmolas aos seus primos pobres do Caribe e, de quebra, alguma movimentação tímida, sem graça, eficácia e tardia, sobre o Massacre de Pinheirinhos, talvez para encobrir a paralisia das forças petistas que dizem antagonizar o PSDB, e com o rabo preso por ação de igual teor, com violenta desocupação de área, feita pelo governo petista do Distrito Federal, outro dia, mas não noticiado (vide http://emicles.blogspot.com/2012/01/fiscalizacao-derruba-500-edificacoes.html). Com uma fachada desta, qual o "esquerdista" que vai contestar o que vai por aqui?
O chato é esperar o que VIRÁ por aqui...
Assim, fica a possibilidade de um "enfrentamento" mixuruca, sem resultado algum, virado senão em mais uma derrota do que seria a reinvindicação de um projeto social consistente para o país, cuja política de habitação não dependesse dos "humores e rentabilidade" para os empresários, uma Reforma Agrária que signifique a mudança de rumos e de modelo econômico (mais do que neo liberal, a meu ver) e tudo aquilo que todos estão cansados de saber, mas que apenas uma minoria tem a coragem de denunciar, sem que esteja por trás, apenas a luta política para o retorno do outro time de Ali Babás, para nos governarem.
Assim, Stédile conseguiu a visibilidade que necessita para fingir que "continua na luta", e Dilma ampliou a sua área de manobra, engolindo o Stédile e jogando para a platéia da Ex Esquerda Corporation W.C., para tudo "continuar como d'antes no quartel do Abrantes", inclusive em Guantánamo pois, como já escrevi acima, mas repito convicto, Dilma e o Brasil NADA, ABSOLUTAMENTE NADA representam politicamente na geopolítica mundial, sendo somente o país onde o capitalismo poderá se reorganizar na sua nova etapa de exploração.Qualquer interpretação diferente desta que faço, do "embate de Itararé" entre Stédile e Dilma terá de vir acompanhado de fatos, e não apneas conjecturas pessoais.

Raymundo Araujo Filho é médico veterinário homeopatia e reinicia em 2012 a sua labuta de articulista chato e crítico, escrevendo Lula e Dilma com um "l" só, mas adotando o mesmo para o Collor (agora Color) por considerá-lo apenas um aprendiz de feiticeiro, comparando-o com o que vai nas nossas costas com estes "governos populares" que temos tido de uns anos para cá.

PIER PAOLO PASOLINI


Capriccio all'italiana (Capricho a Italiana) - episodio: O que são as nuvens?

Produção: Itália, 1967
Duração: 22 min
Idioma: italiano (legendas eletrônicas em português)


Em um teatro, diante de um público popular, é encenada uma versão cômica da tragédia "Otelo", de Shakespeare, em que atores reais fazem papel de marionetes. O invejoso Iago, alferes de Otelo, mente ao seu senhor. Diz que sua amada mulher, Desdêmona, o havia traído com Cássio, soldado de sua confiança. Otelo não se conforma e quer vingança. O público não aceita o final da história, invade o palco e reverte toda a situação.

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Che Cosa Sono le Nuvole? ("Que Coisa São as Nuvens?", 1967), episódio do filme Capricho à Italiana, uma farsa no estilo do genial A Terra Vista da Lua, e um dos melhores curtas de Pasolini, parábola cômica, grotesca e profundamente triste. Um teatro de fantoches encena o Otelo de Shakespeare para um público popular. Os fantoches são atores com cordas amarradas nos braços e pernas. Totó representa Iago, com um esquisito chapéu negro, uma roupa de bufão sinistro e a cara pintada de verde. Ninetto Davoli faz um jovem Otelo meridional, com trejeitos e dialeto de subproletário. Tem o rosto pintado de chocolate. Desdêmona é encarnada por Laura Betti, com voz esganiçada e rosto de boneca de porcelana. Um cômico popular, ex-parceiro de Cicio Ingrazia, faz um Cássio perfeito, um fantoche em cena e também nas mãos do maquiavélico Totó-Iago. Mas, na cena final, quando Otelo começa a estrangular Desdêmona, o público invade o palco e separa os bonecos, investindo contra aqueles personagens que, a seu ver, deveriam ser linchados, ou seja, o Totó-Iago e o Otelo-Ninetto. Os dois são estraçalhados pelo público: assim inutilizados, são descartados pelo dono do teatro.

O resto da troupe de bonecos chora o abandono e a morte dos dois parceiros. Totó e Ninetto, descarregados pelo furgão numa montanha de entulho, estão quebrados, mas ainda vivem em seu estado de bonecos falantes. Ninetto vê, então, pela primeira vez, o céu, carregado de nuvens. Maravilhado ele pergunta: "Que coisa são as nuvens?" E Totó, como sem resposta diante da imensidão da realidade, responde: "Maravilhosa beleza da criação!" Pasolini reescreve a tragédia de Shakespeare do ponto de vista do povo e de seu próprio ponto de vista. Para o povo, Otelo e Iago deveriam morrer para que Desdêmona pudesse formar o "casal perfeito", branco, loiro, bom, normal. Mas Pasolini sacraliza os marginais. O verde Iago e o Otelo cor de chocolate já são diferentes dos outros bonecos por sua cor. Eles representam a alteridade que perturba a massa. Neles, as paixões (inveja, ciúme) são mais fortes que a razão e por isso são condenados e linchados pelo povo e atirados no lixo, fora da cidade, zona limite que marca o lugar que a sociedade reserva aos diferentes. Nesta extrema humilhação, contudo, eles descobrem o êxtase, a realidade que havia sido encoberta pelo teatro da sociedade, as nuvens que estão no céu, como uma força da natureza: o desaparecimento destes fantoches causa profunda tristeza: a sociedade só perde quando extermina seus antagonistas. Ao mesmo tempo, há alegria na morte porque, para Pasolini, só ela dá sentido à vida.
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Fonte:
http://www.grude.ufmg.br/gerus/noticias.nsf/e76867f1f59135c983256bd8006d3f64/ddac255ed76bf95183256c5200121714?