quarta-feira, 27 de março de 2013

ROBERTO ROMANELLI MAIA

SEM CLARIDADE, NEM ESCURIDÃO

 
Roberto Romanelli Maia
Escritor, Jornalista e Poeta
 
 
Iludem-se os que buscam razões, justificativas e explicações
para seus momentos de tristeza, solidão, amargura,
decepção, sofrimento e depressão.
 
A verdadeira sabedoria adquirida por poucos,
durante nossa curta vida na Terra,
ensina-nos que muitos dos que vivem atrás de desculpas
e de mil motivações para tudo, não corrigem  seus erros,
falhas e deficiências.
 
Não reconhecem que antes de ver a claridade ou a escuridão,
que toma conta de muitos momentos da sua vida,
terão que criar a própria luz interior.
 
Uma luz que seja bastante forte, para iluminar de fato
suas opções, ações, atitudes e decisões de vida.
 
Sim, não basta uma luz qualquer!
 
Uma luz meramente de caráter e de ordem física.
 
Somente a luz que advem da fé num Ser Superior
é aquela que conta e que representa
uma real mudança, para melhor, em nossa vida. 
 
Prender-se a uma mera e insignificante visão humana e terrena
da claridade ou da escuridão, que é visualizada por tantos,
não nos conduz a lugar algum.
 
Elas são apenas palavras vazias e ocas, ao sabor do vento,
levadas facilmente, quando diante da Realidade 
desapercebida pela maioria.
 
Platão, na sua" Republica, no Mito da Caverna", 2500 anos atrás,
afirmava com propriedade que o homem se deixa levar
por aparências e pelo que “consegue ver”,
esquecendo-se de que aquilo que vislumbra
é apenas parte ínfima e diminuta
de uma falsa realidade.
 
A verdadeira Realidade, essa não pode ser captada
através dos sentidos comuns e convencionais do ser humano.
 
Essa Realidade transcende a matéria e as regras humanas,
concebidas para manipular, controlar, e desviar cada um,
de chegar até Ela e de A conhecer, em essência e profundidade.
 
Convém sempre lembrar que um dia Jesus afirmou,
para todos os que presenciavam  seu martírio e calvário:
 
"Perdoai-os, meu Pai; eles não sabem o que fazem!"
 
Dois mil anos mais tarde, o Homem nada aprendeu.
 
Nem com a História, nem com Jesus!
 
Continua empregando as palavras para criar mentiras, ilusões, falsidades
e mistificações, com o beneplácito e a concordância de uma plateia
que, infelizmente, compreende bilhões de seres
que se julgam humanos, coisa que não são!
 
Nasceram, mas não vivem, nem pensam, nem sentem,
nem amam, pois desconhecem em seu mundo
o que é ou não o Real.
 
O que é, efetivamente, a Verdade.
 
Não, qualquer verdade.
 
Mas aquela em que ele faz parte de um Universo
que compreende trilhões de planetas,
bilhões deles habitados e com vida realmente pensante.
 
Nesse Universo, não será a claridade que combaterá a escuridão
mas a consciência de que realmente o ser humano
vive, é, pensa, sente e ama
seus parceiros e companheiros de Universo.

sexta-feira, 22 de março de 2013

HELDER CALDEIRA








Política » heldercaldeira
Pauperismo papal, lucro dilmista
Dilma não foi a Roma para ver o Papa. A presidente precisava de boas fotos de campanha ao lado de Francisco.
A audiência "privê" do Papa Francisco com a presidente Dilma Rousseff: fantasmas e santinhos de campanha

Tão logo anunciado como novo Sumo Pontífice da Igreja Católica, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio dispensou a presença de monarcas, chefes de Estado e suas comitivas na cerimônia de entronização, realizada no último dia 19 de março de 2013. Revelado arauto do pauperismo (modista e marqueteiro... ou não!), o Papa Francisco pediu que, ao invés de comparecer à sua coroação, as autoridades deveriam orar por ele em seus países e doar aos menos favorecidos todo dinheiro que seria gasto com a viagem. Por óbvio, ninguém atendeu ao apelo do jesuíta e milhões de Euros foram consumidos para que nobres excelências pudessem entrar na fila santa do “beija-mão”.

Autoridades políticas (como Sua Santidade o é, desde a eleição) tem plena convicção de que o discurso do pauperismo tornou-se, ao longo dos últimos dois milênios, um extraordinário instrumento de suposta boa popularidade. Ademais, o perfil político-salvacionista de pobres e oprimidos tornou-se um verdadeiro “sucesso de bilheteria” na América Latina. Um rápido olhar sobre a extrema popularidade das gestões do falecido comandante Hugo Chávez, na Venezuela, e do ex-presidente Lula da Silva, no Brasil, e a afirmação a seguir faz-se clara e límpida: o povo aceita, silenciosa e candidamente, um governo com farta corrupção e esquizofrenia democrática e institucional, desde que este deposite uns trocadinhos gratuitos a título de assistencialismo pedestre e para abafar a miséria múltipla deste canto do Hemisfério Sul.

Ainda que o Papa Francisco tenha as melhores intenções ao se tornar o “garoto-propaganda” do pauperismo latino-americano (bastante adequado em tempos de monstruosa crise mundial e esfacelamento social e financeiro da Europa), a mensura do pontífice é tomada pelas autoridades internacionais com base em suas próprias réguas discursivas, na maioria das vezes falaciosas. Não por acaso, centenas de líderes foram ao Vaticano e enfrentaram a longa fila, sôfregos por beijar a mão do novo Papa e garantir algumas fotos de divulgação para estampar os jornais de seus países. Clássico.

Justo por isso, não foi surpresa a denúncia feita pela imprensa brasileira com as dimensões da comitiva oficial da presidente Dilma Rousseff e seus suntuosos gastos durante estada em Roma para ver o Papa. Além da excelentíssima e seu staff, outros quatro ministros embarcaram na estratégica jornada dos “papagaios de pirata”. O “elefante branco” era tão grande que, entre os dias 16 e 20 de março, foram consumidos 52 quartos em hotéis cinco estrelas, 07 veículos sedan executivos, 01 carro blindado de luxo, 04 vans executivas, 01 micro-ônibus, 01 veículo para os seguranças, 02 furgões e até 01 caminhão baú. Somaram-se profissionais de segurança, cerimonial, comunicação, tradução, saúde, etc. Apenas com a hospedagem, a comitiva de Dilma gastou R$ 324 mil. Sem falar que, para os cinco dias na Itália, cada membro recebeu o total de quase R$ 5 mil a título de diárias para viagens internacionais. Estima-se que o passeio tenha custado quase R$ 2 milhões.

É certo que a presidente Dilma Rousseff não mencionou esses gastos astronômicos e irresponsáveis do dinheiro público brasileiro em sua audiência “privê” com o Papa Francisco. Tampouco explicou porque a comitiva presidencial dispensou a costumeira e gratuita hospedagem no palacete que serve de sede à Embaixada do Brasil em Roma e preferiu um luxuoso hotel na Via Veneto, um dos endereços mais sofisticados da Itália. Aliás, só em 2014 o “respeitável público” ficará sabendo o que Aloizio Mercadante foi fazer na posse do Papa. Levar consigo o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, e a ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, é até compreensível. Em última instância, é possível argumentar a favor da ida do ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República. Mas, o que justifica o passeio do ministro da Educação? Ou Mercadante foi discutir com Francisco a sintaxe do miojo numa redação aprovadíssima pelo ENEM ou estamos diante de um pré-candidato petista ao governo de São Paulo.

Noves fora, a ascensão do Papa Francisco renderá bons lucros à tentativa de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Apesar dos quase 80% de aprovação ao seu governo, ainda não há tranquilidade na cúpula petista. Sobram fantasmas a assombrar os vastos meses que restam até as eleições de 2014. Ironia celestial, o pauperismo defendido por Bergoglio cai bem ao discurso de pseudoassistencialismo do PT e seus asseclas que adoram suítes de luxo e contas bancárias recheada (“por fora”, fique claro!). Que ninguém se surpreenda ao ver as imagens de Dilma e Francisco, juntos, estampadas no programa eleitoral do ano que vem, de olho nos sagrados votos dos pobres e oprimidos. No Brasil do século XXI, pauperismo papal é lucro dilmista e “amém” aos dividendos políticos.

HELDER CALDEIRA
Escritor, Jornalista Político e Apresentador de TV
Autor dos best sellers "Águas Turvas" e "A 1ª Presidenta"
www.aguasturvas.com.br - www.ipolitica.com.br/fonte revista on
tela:bosch

terça-feira, 19 de março de 2013

SYLVIO BACK


Contos Quentes

Especialista no tema erótico, Sylvio Back enviou texto inédito à Revista de Verão

Atualmente, escritor catarinense vive no Rio de Janeiro


Especialista no tema erótico, Sylvio Back enviou texto inédito à Revista de Verão arquivo pessoal/Arquivo Pessoal
O catarinense Sylvio Back é cineasta e escritor, autor de 38 filmes e 21 livros Foto: arquivo pessoal / Arquivo Pessoal
Sylvio Back é cineasta e escritor, autor de 38 filmes e 21 livros (roteiros, poesia e ensaios). Ada, Assim é um conto inédito, que compõe novo livro. Agora prepara o lançamento nacional do filme O Universo Graciliano.

Ada, assim
Revejo-a. Cinquenta anos depois. É muito tempo, hein? Ou não? Para um morto é pouco, você diria! O rosto chapado, encarquilhado. Como o meu. As coxas ainda soberbas (dá pra ver pelo volume do andar). Iguais às minhas, obra e graça da musculação para macróbios. Revejo-a, assim, sem mais nem menos. Esquecida, esquecida estava para sempre. Agora, intacta, incólume, impávida, como é que pode? É isso que se chama física quântica?

Numa rua qualquer, num dia, idem, numa tarde única. Aquela chuvinha fina de Curitiba. Faltam nanossegundos para eu reconhecê-la. Ela não se demora nada. Cabelos desarrumados, é o vento sul. Alisei os meus, mais branquelos do que os dela. Devem ser pintados, invejei. O que importa, afinal? Num primeiro ímpeto, os corpos simularam se grudar ali mesmo. Feito ímã, um tanto gasto, pois não. Mas, antes que algum calor transite entre nós, só leve enrubescimento: pisca-pisca de alerta. Aliás, mútuo, coadjuvado por uma fi sgadinha, alhures. Nem tão alhures, confesso, infelizmente, impossível nomeá-la nesse átimo. Ao nos tocarmos, bingo! A vertigem vira tremor. Ou será temor? É aí que Ada faz-se a deliciosa Ada do baile de Carnaval de 1958.

Aqueles peitões antológicos! Esquecer? Impossível, se eles mantêmse incólumes! Toda vez em que nos encontrávamos, dito e feito, Ada tinha orgasminhos em série. Como se fosse dar um troço nela. A orelha ficava magenta, os lábios, flamantes, olhos de lobisomem. Ada se imolava, era um fogaréu de Eros. Coisa rápida, imperceptível a quem passasse ao largo. Eu, sim, testemunhava fingindo que não. Sabia e mui caridoso ficava enxugando umas lagriminhas alegrinhas rolando pelas bochechinhas. Nem preciso dizer que agora o incêndio se reprisa com a mesma intensidade. Tesão não tem idade nem cabimento. O tranco, porém, é maior.

Como é que pode? Como é que pode, santo Deus? Será que Ada conseguira recapturar, nesse exato fortuito, todos os gozos que juntos tivemos? Memória afetiva, como é o nome disso mesmo? Ou será que é pura imaginação, como alguém que jamais se olha no espelho, nem pra fazer a barba nem pra se pentear? Existe essa pessoa? Ada, ao menos, continua o orgasmo tal qual. Tremelica e, curiosamente, não fica mais tão vermelha. Ao contrário, parece que rebobina gozos estrangeiros, de outrem, de outrens, esse neologismo me ocorre diante da volúpia dela. O que não se faz e pensa tomado de volúpia, hein? Ada era a própria. Mais: a luxúria nua e crua, vestida dos pés à cabeça. Subitamente, o agarra-agarra vira atentado ao pudor. No meio da calçada, gente se entreolhando, carros diminuem a marcha, bisbilhotice geral. Que velhuscos sem noção do ridículo! Um pião carnal a toda. Ela enfia as coxas nunca assaz tão soberbas entre as minhas pernas. Não deu outra. E, com todo respeito, ejaculei como nunca dantes (Eros não perdoa, dispara!). De onde é que saiu tanto esperma, oh Jísus Craist? Pensei cá comigo, sem disfarçar um sutil toque de vingança.
Mesmo com o coração e a alma ululando, tive como pensar. Aleluia! Foram precisos gloriosos 50 anos para que eu recebesse o troco, literalmente, em espécie, latejante e umectante. Aquele menininho de antanho que fazia Ada gozar, agora era um velhinho encharcado de Ada.
REVISTA DE VERÃO

sexta-feira, 15 de março de 2013

CLEVANE PESSOA


Poema Vermelho- DE Clevane Pesoa, para a tela O Flautista de Todas as Fátimas-de Luiz Carlos Rufo.


POEMA VERMELHO

"Clevane Pessoa de Araújo" escreve o
Poema Vermelho
para "O Flautista de Todas As Fátimas"
pintura de de Luiz Carlos Rufo


Sangrassem, as rosas, o sangue teria perfume vermelho.
Na composição biopoética do sangue das rosas, con/vivem células de caroços de romãs,
 místicos e condutores de crenças;
Mórulas de amoras sensuais;
Amores de maças do paraíso.
Penas de Lóris branca, manchada no peito;
Morangos saborosos sem champagne;
Clamores de combatente sem campos de batalha pela Paz.
Suor sangrento de porfíria incompreensível e letal.
Mancha de virgem em lençol de linho.
Safra de raríssimo vinho;
Menstruação, de/flor/ação, nascimento.
Batom onde a cera de abelhas convida ao mel.
Tons de lábios grandes e pequenos.
Labaredas: salamandras elementais do fogo, a desenhar em rubro, 
linguetas de linguagens poderosas.
Aromático sangue de rosas: licor dos deuses,
a representar a essencial mais sutil da arte:
o milagre da criação humana.

Belo Horizonte, Minas Gerais,Brasil em 16/02/2007, poema sobreposto aos dois versos inciais, escritos em minha adolescência- em homenagem à tela "O Flautista de Todas as Fátimas" de RUFO.

O flautista, o artista a reinventar um flautista. As fátimas do imaginário se expandem pela rubra cor que caracteriza o Universo feminino biológico: o vermelho. O sangue. Donde ela nasce,donde ela é, se faz mulher, na menarca ("ficou mocinha", explicam as outras: já pode procriar), o milagre da multiplicação, o milagre da parição. O "sangue do meu sangue": fruto que afiança a linhagem. A flauta abre em leque seu som de pastoreio e doçura. Aparece uma das Fátimas e flutua, chagalmente, na chaga do céu. Tons carmin. A filha do artista, obra de carne, mulher, fotógrafa, os fotografa, aparece para registrar a obra paterna. As amigas aparecem, Fátimas tantas, e manifestos brotam, testemunhos de testemunhas verazes. E a tela espanta, na cardinalidade, nos tons e sobretons carmináceos. Penso em sangue de rosas (*) um dos versos de poema escrito com dor. E encantamento.Vou ao blog de Rufo e , sem poder lá estar, no seu locus de ser, pela telinha, delicio-me. O artista, LUIZ CARLOS RUFO (*) , em seu trabalho, carrega seu mundo espacial, seu universos de receptações, seu Cosmos particular. Aprende ao caminhar, ponderar, e ser. E apreende mas, na caminhada, a lição maior: repassar a essência artística. Presentear o olhar do outro, com as nuances de seu próprio olhar. Com o "O Fautista de Todas as Fátimas", Rufo faz com que o protagonista masculino, permita a aparição do elemento feminino: as fátimas, as que sobrevoam o Real. Mesmo um real cardeal, com caroços de romã, vinhos e uvas, amoras, amores, maçãs, morangos, sangue de rosas vermelhas, repito. Sentimos o aroma, do abstrato de seu estilo para a realidade do retrato universal da mulher. Um artista. Um flautista. Uma Fátima. As fátimas. 
Clevane Pessoa

quinta-feira, 14 de março de 2013

ROBERTO ROMANELLI MAIA


PINTANDO AS CORES
DE UM HOMEM

ROBERTO ROMANELLI MAIA
ESCRITOR,JORNALISTA E POETA


Ando à procura de pincéis e de tintas  para  redesenhar a minha vida.

Esperando que o retrato, que virá a surgir, seja, na medida certa, próximo á realidade.

Com a face, sorridente e alegre, de um homem
que sempre buscou ser feliz...

Um homem capaz de viver, de ser,
de sentir e de amar.
Plena e totalmente.

De valorizar a sua menina e mulher.

Amiga, companheira e cúmplice.

Um homem capaz de dizer
" Eu te amo"!

De abraçar e de beijar.

De receber e dar sentimentos e prazer.

Um homem que nunca aceitou
nem o desânimo, nem o cansaço
nem a adversidade.

Um homem numa procura permanente
por suas cores e os seus matizes.

Por novos caminhos na Terra
e entre as estrelas.

Um homem especial.

Que existe e está aqui!


terça-feira, 12 de março de 2013

RINGO

Eu Gosto do Ringo´s Rotogravure



O disco Rotogravure de Ringo Starr, lançado em 1976, encontrei em vinil nos anos 80. Estava criando teias de aranha numa prateleira da lojinha de discos. Gostei da capa, uma foto do Ringo com uma luneta. Ao abrir  o álbum, você se depara com fotos de seus amigos, que participaram do disco: como John Lennon, Paul & Linda McCartney, George Harrison, Eric Clapton, Peter Frampton entre outros. No meio dos anos 70, os velhos roqueiros me declaravam que se tratava de um disco fraco, que Ringo era brega, sem talento, péssimo baterista, e o disco mostra um pop simples, que poderia ser ignorado perto do que os Beatles ou qualquer disco solo deles pudesse representar!
Engraçado, naquela época, já havia ouvido muita música, mas não concordava com a maioria das opiniões - é evidente, que sempre preferi discos de John/Paul ou Harrison, que fizeram trabalhos soberbos em suas carreiras solos, porém, o disco Rotogravure, tem momentos muito bons como em Hey Baby, um pop cativante que te instiga a entrar no clima do balanço - quem já viu o clipe também sabe que é legal de se ver, simples e bem-humorado como a figura de Ringo Starr.
Há coisas pops como A Dose of Rock and Roll/Pure Gold/Crying/Cookin in The Kitchen of Love, I Still Love You/This be Called Song... Claro que, se comparado aos discos da época, Rotogravure não é tão brilhante como “Venus & Mars” (Paul McCartney & Wings), “33 & 1/3” (George Harrison), ou mesmo ao “Rock and Roll” (John Lennon) - entretanto, o tempo é mesmo o melhor conselheiro, e se você for ouvir o que se produziu no mundo pop dos anos posteriores, perceberá que “Rotogravure” é melhor que muita coisa pop e bandinhas que surgiram na Inglaterra e no mundo ao longo dos anos.
Muito se diz, que Ringo Starr nunca foi um bom baterista - quem leu o livro de George Martin (ex-produtor dos Beatles) saberá que Ringo foi elogiado e admirado por grandes bateristas da música pop, de Phill Collins ao Kraftwerk! Ringo jamais foi um solista, mas seu talento está comprovado durante toda a carreira beatle, principalmente, em Tomorrow Never Knows/Strawberry Fields Forever/I I´am The Walrus/With a Little Help From My Friends/A Day in The Life... e várias outras, seu kit de bateria era envolvente, e ele ainda cantava rocks como Boys/I Wanna be Your Man/What Goes On... tinha o magnetismo que as crianças sempre percebem em espíritos de profunda simpatia. Seu acompanhamento é certeiro, matemático no ritmo, isso é fundamental para quem faz a "cozinha sonora". Pode não ser o mais produtivo entre os Beatles, mas sua atuação foi essencial desde Please Please Me (o primeiro disco dos Beatles).
Em Ringo's Rotogravure ainda há este aspecto beatle de mostrar algo simples e belo, com bom-humor. Mesmo a faixa bizarra "Las Brisas" com ritmo e banda mexicana, é aceitável, pela inventividade e coragem do Ringo. Ela é difícil de se acostumar, com o tempo, você descobre que faz parte do mundo pop, com a necessidade de consciência da abertura mental, sem preconceitos e birras, desde que haja algum propósito legal e, ficou boa a interpretação do Ringo. Relembremos que Elvis Presley fez o mesmo com ritmos havaianos nos anos 60 e em seus filmes. John Lennon e Yoko Ono se esbaldavam com os gritos primais em seus primeiros discos solos. E Harrison também executava seus mantras orientais bem bizarros, porque Ringo não poderia cantar algo em cores mexicanas.
O disco termina com outra bizarrice Spooky Weirdness", efeitos de estúdio, parecendo uma breve trilha para filme de suspense... Na contracapa, a foto de uma porta com diversos rabiscos e nomes, entre eles, um apelo de Ringo ao governo norte-americano, pela concessão do Green-Card para a permanência de Lennon nos states, uma batalha árdua para John Lennon durante os anos 70. Ringo Starr sempre foi um cara legal, os músicos de sua geração gostam dele. John Lennon dizia, que sem ele, dificilmente os Beatles iriam adiante, porque havia brigas internas e Ringo tinha o poder de reconciliá-los, ao seu estilo de brincalhão.


Everi Rudinei Carrara






segunda-feira, 4 de março de 2013

ANIVERSÁRIO DO ATOR CARLOS VEREZA

hoje é aniversário do meu amigo/E ADMIRÁVEL ator CARLOS VEREZA! QUE DEUS E NARA O ILUMINE SEMPRE!!

O TESTE.

Aos amigos deste espaço comunico que estrarei a peça, O TESTE, de minha autoria, no Teatro Ariano Suassuna, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, no dia 5 de Abril, às 21h. Também atuarei e farei a direção do espetáculo. A atriz Carolinie Figueiredo, é a outra componente do elenco.
O cenário e figurinos, serão do renomado cenógrafo e diretor de arte, José Dias. A ação transcorre num estúdio de gravação de testes "picareta", que, como infelizmente acontece em grande parte, são realizados apenas, para sair na midia, como divulgação, sendo, que em geral, os (as) protagonistas já estão previamente escolhidos.

O texto, aborda a geração do ipod, a geração do silêncio, alienados (as), desinteressados de qualquer assunto sobre a realidade mundial, com os ouvidos bloqueados por fones, que os (as) "distanciam" do horror contemporâneo.

A peça tem uma estrutura de blues, com temas de Chet Baker, pontuando alguns momentos da narrativa.

Aguardo vocês,
Abraços, Carlos Vereza.