terça-feira, 31 de maio de 2011

FERNANDA TAKAI


fui convidada pela Disney para gravar dois temas do novo filme que estreia em julho, Winnie The Pooh.

“O Bosque dos Cem Acres” e “Uma Coisa Muito Importante Pra Fazer” são as canções que ganharam versão em português. As originais em inglês são maravilhosamente interpretadas por Zooey Deschanel.

Estão todos convidados! O filme é muito bonito, em animação clássica, tive o privilégio de ver antes…

E ter a voz num desenho tão fofinho e histórico me deixou bem feliz!
: )blog onde brilhem os olhos meus

segunda-feira, 30 de maio de 2011

EDSON BUENO DE CAMARGO


Edson Bueno de Camargo

Rua José Cezário Mendes, 104 Vila Noêmia – Mauá – SP – Brasil.

CEP – 09370-600

correio eletrônico: camargoeb@ig.com.br



http://umalagartadefogo.blogspot.com/

http://inventariodn.blogspot.com/

jardim dos deuses

somos formigas no jardim de deus

que nos pisa distraído enquanto caminha



a terra ruge

e nos assustamos

e então nos inventamos deus

para aplacar o medo

e o fogo para matar o escuro



somos crianças no jardim do éden

em busca do esterco do crescimento

somos o pálio da explosão de uma super-nova

animal inquieto da criação



somos o galho da roseira que seca no inverno

e revive a primavera

crianças de pedra no jardim de correntes

sonhos de aço e balas de canhão



somos insetos verdes escalando a parede

ninfas de ontem

louva-a-deus em busca de copular hoje

lagartas de fogo em fúria

semente de nuncas

e facas afiadas de obsidiana preta



e contudo nem esbarramos nas saias de nossa mãe

que vaga nua no espaço de seus azuis

e seus irmãos errantes



e no entanto

térmites construímos casas e cidades

para serem derrubadas pelo vento

monumentos fantásticos para o tempo e o efêmero



somos formigas no jardim dos deuses
que nos pisam distraídos enquanto caminham

quinta-feira, 26 de maio de 2011

ADRIANA MANARELLI


Relíquia
(Adriana Manarelli)
Laço de sangue
É também saber
Que a palavra detém o fluxo
E, ipso facto,
Assim se está mais perto
Da cordélia fulgurante.

A máscara
Que tinge
O final da aurora
Não fere a música
Por trás das sílabas
Pungentes vísceras cortantes,
Afinidade a fim —
Elemento infatigável.


A bruma
Destrói o viço
Mas não a pétala tuberosa.
A angélica flor da romãzeira
Campânula
Rosa castanha chá
Entrevendo
Centúrias rúbias
Prateando a nascitura ancestral
Negra lente tão clara.


Para Everi Rudinei Carrara 23/ 05/ 2011
tela: bosch

Patrícia Raphael


Alguém

Alguém é parte da minha vida

Cheio de sonhos

Cheio de vida

Personalidade

Mantém a própria

Candura

Quando estou perto de ti

A felicidade vem a nós

Se reunir

O teu coração...generoso e sentimental

És tudo alma

Me encantasse

Com os teus trejeitos

Tão belo que és...

És a minha alegria de viver

Mas alguém ouve?

Alguém vê?

Alguém atesta?

Alguém aprova?

Nossa história sem fim



Patrícia Raphael é poetisa em Itajaí

E-mail:patricia.raphael@yahoo.com.br

tela: klimt

VALMIR VIANA


ÁRVORE
I
Cobre-me com teus emblemas
ramo do campo inspirado,
teu fruto colhido
são alimentos imortais.
II
Árvore que palavra
o nome cultiva a fé,
estende-se por terra
verde canção noturna.
III
Tronco fixo na areia
sementes soltas por iniciar,
constelação do cosmo vivo
métrica dos deuses.
IV
Reges a grande brisa da tarde
numa forma galgada,
na branca bandeira da paz
que calada ergues.
V
Cubra minha cabeça
tua natureza eterna,
há inteligência teu criador
seja o poema sua origem.

Valmir Viana.
http://twitter.com/valmirviana
http://sites.google.com/site/valmirviana

tela: klimt

VIOLETA DE OUTONO


Violeta de Outono volta ao Asteroid em Sorocaba
http://www.violetadeoutono.com/agenda_details.php?id=134

Data: 28/05/2011
Horário: 22:00
Local: Asteroid

Pela segunda vez, a banda cult paulistana Violeta de Outono vem a Sorocaba mostrar seu rock psicodélico de influências progressivas. Fundado há 25 anos, o grupo liderado pelo guitarrista e vocalista Fabio Golfetti é referência no cenário undeground, tendo lançado alguns discos antológicos do rock nacional. Desde suas composições clássicas dos anos 80, que refletiam uma psicodelia filtrada pelos sentimentos acinzentados da época, até seu último disco, “Volume 7” (2007), que recebeu boa recepção da crítica especializada internacional, o Violeta de Outono mantém intactos seus ideais, sua proposta e sua marca registrada: uma sonoridade viajante e espacial, que confere às suas apresentações uma atmosfera densa e onírica.

Para este show, além de clássicos como “Dia Eterno”, “Vênus”, “Declínio de Maio”, “Além do Sol” e “Fronteira”, a banda deve apresentar algumas novas composições, que farão parte de seu próximo disco.

Nesta apresentação, além de Fabio, do tecladista Fernando Cardoso e do baixista Gabriel Costa, o Violeta de Outono contará com a participação especial de José Luiz Dinola (ex-Chave do Sol) na bateria.

+ discotecagem antes e depois do show com os Djs residentes Talitha, Poe Bellentani e Mario Bross.
• Horário: a partir das 22h.
• Preço: R$12 ou consumação de R$30
• Aceitamos: Visa / Mastercard
• Com banheiro para cadeirante e amplo espaço externo para fumantes.
• Somente maiores de 18 anos

R. Aparecida, 737 | Santa Rosalia | Sorocaba/SP | 18095-000 | Telefone: 15 3329.2767
Informações: contato@asteroid.art.br | Assessoria de Imprensa: imprensa@asteroid.art.br

--

www.violetadeoutono.com.br

terça-feira, 24 de maio de 2011

VALTER FIGUEIRA


Com a mão na massa
Como realizar uma aula participativa? E o que é uma aula participativa? Segundo Édouard Claparède (1873-1940): Toda atividade desenvolvida pela criança é sempre suscitada por uma necessidade a ser satisfeita e pela qual ela está disposta a mobilizar energias. O interesse é considerado a tradução psicológica da necessidade do sujeito. Ele defende também que as aulas devem ser funcionais e não simplesmente atrativas. E qual é a diferença? Piaget defende que a construção do conhecimento da criança se dá com a interação com o meio. A sala de aula já é um meio, ou melhor, o meio que a criança passa muito tempo nela. Fazer da sala de aula um local de aprendizado de interação social e construção do conhecimento é papel fundamental do professor. As vezes complicamos com a interpretação de teorias e de projetos escritos que esquecemos que seria bem mais simples e prático se colocarmos a mão na massa.
Foi com essa intenção que a professora Rosemeire Figueira Jonas da Escola de Educação Infantil Iraci Alves Cabral Francisco em Carlinda, desenvolveu, no dia 20 de Maio, com a turma Pré-III (cinco anos), uma atividade onde ela e os alunos colocaram a mão na massa. Com o objetivo de fazer uma massa de modelar e trabalhar coordenação motora e desenvolver habilidades como: interação, criatividade, organização e oralidade. A professora levou para a sala de aula ingredientes como: Farinha de trigo, suco em pó (para colorir), óleo de soja, sal e água. Ao apresentar os ingredientes aos alunos a professora trabalhou com o conhecimento que eles trazem de casa. Eles demonstraram que conheciam todos os ingredientes e sabiam para que servem.
Então foi o momento de separar as quantidades certas de cada ingrediente. Para isso os alunos colocaram que necessitavam de uma receita. Criada a receita partiu-se para a divisão dos ingredientes, nisso foi trabalhado conhecimentos em matemática. Mas ficou uma dúvida: para que o sal. E olha que a professora colocou uma quantidade de sal suficiente para a massa ficar intragável. Os alunos disseram que se ficasse muito salgado não conseguiriam comer. Assim eles descobriram o objetivo do sal na massa: para que eles não comessem.
Com a massa pronta, iniciou a festa. Ou seria trabalho prazeroso? As crianças passaram a montar animais, letras e objetos com a massa. Cada um ficou com um pedaço para seu deleite. Com a curiosidade aguçada montava o seu objeto e procurava no vizinho o que o outro tinha feito. Voltavam para suas mesinhas e procuravam aprimorar o seu bichinho. Isso é interação e aprender com os demais.
Apesar de ser uma turma grande e agitada, a professora diz estar realizada e feliz com a aula. Ela colocou em prática os que os teóricos ensinam. O aprendizado precisa ser construído com interação e prazer.

Valter Figueira, Biólogo, professor e escritor. Reside em Carlinda-MT. Mantém um blog: WWW.valterfigueira.blogspot.com.tela: TOULOUSE LAUTREC

WALDO LUIS VIANA



LULÊS E DILMES –
SINDICALIZARAM O PENSAMENTO!

“O que não sabe é um ignorante,
mas o que sabe e não diz nada é um criminoso.”
Bertold Brecht

“Até que um dia O mais frágil deles Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a lua e, Conhecendo nosso medo, Arranca-nos a voz da garganta
E porque não dissemos nada, Já não podemos dizer nada.”
Vladmir Maiakovski


Waldo Luís Viana*

‘Stamos ferrados! O núcleo duro do governo volta a atacar, mas desta vez não é com o politicamente correto em delírio tremens. Não, desta vez não é Gramsci, cujo nome lembra até gramática! Temos agora o transgramscismo tupiniquim, em que os heresiarcas de nosso ministério da educação dirigista resolvem instituir o errado como certo. É a suprema dialética dos coitadinhos, vencendo a cultura nefanda das elites.
Não é mais o Lula dos comícios, com as faces vermelhas de cachaça e uísque, a vociferar pensamentos retorcidos para a plebe ignara. Agora, seus saudosistas querem instituir a ignorância como fórmula pedagógica. Não é o que ia dar depois de oito anos no poder? O que Lula nos legou, afinal, em seus dois governos “nóis num cunsserta nem in vinti!, né mermo, Dirma?”
Um país com gritantes gargalos de infraestrutura, sem saneamento básico, educação, saúde e segurança adequados para a maioria, com portos sucateados, pobres ferrovias, rodovias sem remendo e elevado custo-brasil e de competitividade, com os juros e os impostos mais altos do mundo – agora tenta “inovar” na cultura, instituindo a burrice galopante sem prêmio Nobel.
Onde vamos parar? Não bastasse encarar por tanto tempo a exaltação do despreparo, os escândalos verbais a que ficamos acostumados, as línguas presas, as ausências de plural e concordância, bem como o vilipêndio e sequestro de nossa língua-mãe – agora temos que aturar uma conspiração que deseja simplesmente destruir as gerações emergentes brasileiras, vale dizer, crianças e jovens, no sentido de desprepará-los para o mercado e torná-los definitivamente indigentes diante de um mundo pós-moderno em febricitante transformação.
Já não temos mão-de-obra qualificada (os cérebros-de-obra) para repaginar nosso desenvolvimento de longo prazo e estamos optando por desabilitar o claudicante modelo de eficiência que a custo mantínhamos ainda na educação.
Se a cultura está sucateada pelas distorções de favores governamentais, que apenas subsidiam os apaniguados do Estado e do partido governante, se a máquina estatal foi aparelhada por baixo, destruindo o padrão de excelência de inúmeras empresas do governo – agora querem abastardar a escola, destruí-la de dentro para fora em seu conteúdo, porque a violência exterior, medida em “bullyings” contra estudantes e professores se tornou realidade palpável e praticamente impossível de coibir.
Se a droga campeia fora de seus muros, com o crack, a cola e o oxy degenerando nossos meninos e meninas, os salários que mantêm o parque educacional são de propósito deprimidos, convidando a elite pensante e remanescente a ficar longe das escolas e faculdades.
Enquanto as universidades norte-americanas e européias disputam renhidamente os prêmios Nobel de ciência e tecnologia, nós confundimos ensino e pesquisa com funcionalismo público, congregando igrejinhas em que medalhões ultrapassados querem apenas proteger parcos privilégios em torno de seus sindicatos.
A educação e a cultura estão se estiolando, com os seus conteúdos deitando pelo ralo a dentro, sem que haja qualquer estupor social contra isso. A opinião pública distrai-se com futebol, sexo na mídia e a corrupção imorredoura da classe política sem perceber que está sendo envolvida num processo apocalíptico de destruição dos valores nacionais, o que pressupõe o sucateamento de nossas forças armadas e a sindicalização do pensamento do próprio povo.
Quem jamais assistiu a uma reunião de sindicato não percebe o que digo: nelas, um grupo forte e decidido influencia duramente a maioria, atônita e intimidada, mediante agressivas palavras de ordem. Subindo a temperatura, quando se estabelece o clima de votação ela se constrói sob o domínio dos “esclarecidos”, que pretendem conquistar o apoio da maioria silenciosa. Assim se dão esses encontros e temos vistos dirigentes sindicais eternizados em cargos, às vezes por décadas, praticando toda a sorte de desmandos que inclusive denunciam na surrada classe política. E essa gente, quando se elege, faz ainda pior: tenta dilatar o próprio poder apoderando-se da máquina pública e privatizando o Estado ainda mais do que em períodos anteriores. Como são ignorantes e medíocres, precisam da conformidade social como regra de consenso e utilizam-se de um discurso e jargão peculiares, que os identifica logo em suas cicatrizes de mandonismo e corrupção.
Se transplantarmos para o campo da educação essa podre mentalidade, vamos ver que as escolas e universidades copiam o mesmo espírito de compadrio e corporativismo das velhas estruturas sindicais. Nos locais em que deveríamos produzir humanidade e saber, temos o pensamento estandartizado, cabisbaixo e sem qualquer coragem de ser plural. Quem ousa pensar dentro de uma universidade brasileira não chega a chefias de departamento nem influencia qualquer mudança no rumo da ciência e da sabedoria...
Esse estado de coisas, quando chega à outra ponta, conduz os estudantes à mesma mediocrização, sendo seus núcleos de representação hoje meras autarquias subsidiadas por dinheiro público. O antigo “estudante profissional e ideológico”, utópico defensor de uma ideologia qualquer, passou a ser funcionário sequioso por verbas públicas e obediente aos governantes de plantão...
Nesse ambiente jamais se fará ciência ou teremos qualquer vanguarda entre os países emergentes, a não ser acreditando em doses maciças de propaganda, que narcotizam a opinião pública em torno de bandeiras mórbidas, que não correspondem à realidade.
A obra-prima governamental, no entanto, traduz-se na interferência em definitivo no modo de pensar. Se os nossos modos de agir estão sendo paulatinamente tolhidos pelas propostas modernosas do politicamente correto, a fina flor do Lácio é sindicalizar o pensamento do povo brasileiro, impedindo-o de refletir a não ser com o consentimento da casta dirigente. Esses são os desígnios evidentes: despreparar ao máximo a população, invertebrá-la inclusive na expressão do idioma, para assegurar melhor dominação. Uma juventude reduzida a pouco mais de 800 palavras não será capaz nem de pensar nem de se opor...
Esse é o fascismo pós-moderno posto em prática no país e que depende da massificação do pensamento por baixo, deixando aos poderosos do petismo, irmanados à direita oligárquica, as rédeas definitivas do poder.
Nesse contexto de perda de tudo que amamos, vocês podem escolher entre Brecht e Maiakovski, tanto faz, eles não serão lidos mesmo. Tampouco nosso Rui Barbosa, que apenas ouviremos mais uma vez do túmulo, em sintonia distante, roufenha e derrotada, dizendo: “sinto vergonha de mim...”
__________
* Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta, tendo livros em produção independente publicados na Internet: www.clubedeautores.com.br e www.agbook.com.br. Sirvam-se deles, pois...

sábado, 21 de maio de 2011

CLOVIS CAMPELO


DE ALMA LAVADA
Clóvis CampêloOs tempos modernos não nos permitem descanso e muito menos dormir sobre os louros das vitórias. Passados os momentos de euforia, temos que voltar à luta, à labuta diária de matar leões e timbus e outros bichos menores e reconstruir o nome, a história e a glória do Santa Cruz Futebol Clube.
Foi assim, abatido por uma virose inesperada, a gripe do boi, que nem mesmo pude comemorar adequadamente a conquista do campeonato pernambucano deste ano. O Santinha veio devagar, correndo por fora, e, como quem não quer querendo, abocanhou o caneco do Estadual 2011.
Chega, porém, de comemorações, deferências, elogios. É hora de traçarmos as metas para a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro, que se inicia em julho. Precisaremos da mesma eficiência que nos fez chegar ao título estadual para vencermos a Série D e subirmos à Série C nacional. O nosso caminho de volta à elite do futebol brasileiro será longo, árduo e difícil. Disso ninguém duvida. Ninguém duvida também que, dentro de uma perspectiva ascendente, temos todas as condições de lograrmos êxito nessa empreitada e, no próximo ano, colocarmos o Santa Cruz em um patamar superior ao que se encontra atualmente.
No entanto, diante de uma conquista tão expressiva e significativa, mesmo já passados alguns dias, não poderíamos deixar de ressaltar alguns aspectos singulares e traçar alguns paralelos com outros momentos históricos anteriores do clube coral.
Assim como em 2005, ano de outra grande conquista nossa, começamos o ano sem lenço e sem documento. A vinda de Zé Teodoro e a montagem do time dentro de uma política financeira realista, com os pés no chão, nos mostrou que seria dentro dessas limitações que teríamos de firmar a nossa competência dentro e fora de campo. E felizmente tudo deu certo. As vitórias foram surgindo e criando um clima de maior confiança entre a grande torcida coral e o elenco e a direção técnica. Algumas derrotas também nos surpreenderam, mas não chegaram a abalar essa relação. Pelo contrário, serviram para que alguns erros fossem corrigidos e alguns acertos fossem feitos no time. Determinados jogadores, como Landu e Tiago Cunha, que chegaram ao clube sob o signo da desconfiança da torcida, foram se entrosando, deslanchando e tornando-se peças principais na campanha. Outros, prata da casa, como Memo e Gilberto, que já tinham tido várias outras chances no time principal, sem se afirmarem, superaram-se, adquiriram a confiança necessária e colocaram à mostra, dentro de campo, os seus verdadeiros valores. Renatinho e Tiago Cardoso foram outros dois grandes nomes que se firmaram ao longo do campeonato, saindo do anonimato e entrando no rol definitivo dos campeões.
De 1995 para cá, esse é apenas o nosso terceiro título estadual. Muito pouco para um clube com a torcida e grandeza do Santa Cruz. Importante, porém, para reacender a nossa auto-estima e a nossa confiança num futuro promissor e menos ingrato do que o passado recente.
-

sexta-feira, 20 de maio de 2011

GREGORY CORSO


DESTINO

Eles entregam os decretos de Deus
sem demora
E são isentos de apreensão
e detenção
E com seu Dons Divinos
Petaso, Caduceo e Talaria
rompem como raios de relâmpago
desimpedidos entre os tribunais
do espaço e do tempo

O Espírito-Mensageiro
no corpo humano
é assinalado firme
confiante, fecundo,
perfeita existência poética
ao longo de sua duração na vida

Não bate
ou toca a campanhia
ou telefona
Quando o Espírito-Mensageiro
vem até sua porta
mesmo fechada
ele vai entrar como uma parteira elétrica
e entregar a mensagem

Não há relatos
através das eras
de que um Espírito-Mensageiro
tenha alguma vez tropeçado na escuridão

FONTE: fúrias de orfeu

ADRIANA MANARELLI


O Espírito da fúria
(Adriana Manarelli)


A face sem identidade,
O punhal sem corte
O espelho sem reflexo
A mão sem palavra...
Em verdade, direi:
É tudo o que resta
O opaco da palha
E a brasa intocada.

A eterna procura
Quando alma e corpo se apartam
E cornos (des)mistificam
À lívida dama que se descorpora
E o sol da meia-noite é obscuro
Como Rosebud ainda no sotão.

Sombra caleidoscópica
E o dilúvio escarlate.
Mesmo o diadema de papoulas
Agora é pai da inutilidade.
Quando Mágico Vento se derrama,
O atormentado espectro selvagem
Emerge do submundo:
Wopi — O coração do Sim —
Tessitura tênue
Do ventre de chumbo.
tela: j. pollock

ROBERTO ROMANELLI MAIA


UM LUGAR MUITO ALÉM
DE NOSSA IMAGINAÇÃO


Roberto Romanelli Maia
Escritor, Jornalista e Poeta




Se me amas não roubes
uma estrela do céu.

Roube todas.

Para com elas bem iluminar
os caminhos do nosso amor.

E escrevas mil músicas capazes
de traduzir tudo o que já vivemos,
sentimos e compartilhamos.

Sem esquecer as poesias que levarão
aos nossos corações mensagens,
de rara magia.

Que traduzirão os nossos sentimentos,
as nossas sensações e as nossas emoções.

Sim, quero que me carregues para uma praia deserta onde possamos nos amar.

Entre as dunas e a areia que se estende
além do horizonte.

Onde nossos corpos e as nossas almas
se encontrem....

E possamos trocar, ao pé do ouvido, palavras, murmúrios e sussuros...

Onde nossos gozos aconteçam
e se repitam sem parar.

Sim, amada quero que me leves
a sentir o que nunca foi sentido.

Porque eu farei você sair deste mundo.

Para, juntos, caminharmos de mãos dadas para um paraíso que fica distante.

Muito além de nossa imaginação.
TELA: DE CHIRICO

quinta-feira, 19 de maio de 2011

JOSÉ ANTONIO CAVALCANTI


DERInerVAÇÃO
(quando falham os cognatos)


José Antônio Cavalcanti


de baixo, baixaria
de boato, boataria
de cura, curadoria
de confrade, confraria
de glutão, glutonaria
de grito, gritaria
de infante, infantaria
de lata, lataria
de letra, letraria
de michê, mixaria
de monte, montaria
de ouro, ourivesaria
de par, parceria
de patife, patifaria
de pedra, pedraria
de peito, peitaria
de pirata, pirataria
de ponto, pontaria
de porco, porcaria
de porrada, porradaria
de porta, portaria
de prata, prataria
de puta, putaria
de Roma, romaria
de saco, sacaria
de velhaco, velhacaria
de vaca, vacaria
de Zé Mané, Zé Maria

de você, avaria

CONTINENTAL COMBO


Bazar e festa de lançamento do novo álbum do Continental Combo.

O Continental Combo acaba de lançar seu terceiro álbum "Conveniências na Cidade", pela gravadora Voiceprint, é esse material que a banda vai apresentar em um pocket show no estúdio Quadrophenia, além de faixas encontradas nos discos anteriores, "Continental Combo"/2005 (Monstro Discos) e "A Vida é um Mistério"/2008 (Monstro Discos).

A festa ainda vai contar com um pequeno bazar de discos e roupas, cervejas e refrigerantes, salgados e também uma discotecagem ao som de vinil. Todos estão convidados!

SÁBADO DIA 21.05· À PARTIR DAS 17:00HS - ENTRADA FRANCA
POCKET SHOW PONTUALMENTE AS 20:00HS

NO ESTÚDIO QUADROPHENIA - R. Clélia, 1469
(ao lado da antiga casa de show Olympia na V. Romana)

Próxima apresentação:
Bazar e Pocket Show no GUSTA Café Bar y Gastronomia
Dia 18.06, à partir das 17hs, show as 20hs

www.myspace.com/continentalcombo
www.voiceprint.com.br
www.myspace.com/estudioquadrophenia

NENUNG


Nenung & Projeto Dragão ...

Pois nesta sexta dia 20/05 é o dia de abrirmos os trabalhos e lançarmos o EP “Serenoato de Ludicidez”.O Projeto começou a se criar a + - 2 anos quando olhei pro lado e vi uma pilha de canções diferentes da linguagem dos Darma Lóvers* –minha banda de coração- que então já completava 10 anos.Somado a isso uma gana de experimentar e arriscar outras coisas na música e no palco enquanto é tempo já que a festa não dura pra sempre.Da faísca inicial foram se seguindo inspirações e conexões, allgumas novas > como com o grande Maurício Fuzzo (Locomotores)e o RafaEL > pessoa e baterista superinspirado + a renovação da parceria com mr. TH Heinrich > baixista & pianista cabeludo dos Darma que além de arrasar tocando, gravou, produziu e finalizou o EP.Bem acompanhado, composição nunca chegou a ser um problema. Problema maior foi separar um set das 30 que logo eu levava pros ensaios. Mas o tempo e a batida da gente juntos foi definindo a direção das nossas, brincando com umas versões subvertidas p/ ficarem ainda + divertidas...coisa que só vamos testar valendo nos shows.Confesso que tou com uma sensação de começar de novo e a essa altura é bem estranho respirar vertigem quando achava que já tinha visto de tudo. Que bom que não!Se quiser conhecer tamos com as 5 do EP + 1 bônus track postadas na > tramavirtual e loginho a nossa page vai estar no ar como base da intenção que temos no Projeto: fazer música e ir além dela. Alimentar junto de quem quiser um rito sonoro pra compartilhar a vontade de expressão sem tantos filtros. Acho eu que pra isso serve a arte essencial. Romper, rever, refletir, religar, ampliar... no oriente se diz que Dragões são invisíveis e fortes como o som.Nós temos Dragões esperando serem convidados dentro da gente. Está feito o convite.E já que arte é conexão, muitos amigos de longa data + felizes novos links voando com a gente > a Bebê + equipe
da BD divulgação, o Carlos Gerbase acompanhando a criação do show e o registro das performances, o Gabriel Lagoas viajando e aterrando as luzes e a concepção de palco, o Rafael Faccio que matou a pau nas artes do EP e
tudo +, o Eduf que vai criando um site incrível, o Gerson Silva e o Andy Marshall que arrasaram nas fotos, nossas mulheres que seguram legal a nossa doidera + um bando de gente de verdade dando suporte, apoio e inspiração pra gente se aventurar mais uma vez na arriscada e incomparável onda da música.
A estréia vai ser as 22:00 hrs na Casa de Teatro ( r.Garibaldi 853/ Porto Alegre,ingressos 12,00)
Um lugar pequeno mas com muito clima. Haverão outras. Nunca outras estréias... mas vão ser tbm bem interessantes, isso a gente garante.
O Dragão confirma batendo as asas.
Ah! *Os Darma Lóvers seguem flutuando fortes e faceiros sim. Vamos gravando um disco novo 100sacio nal chamado “Espaço!” e planejando novas investidas pra daqui a pouco.

terça-feira, 17 de maio de 2011

IVONE VEBBER


Luz



tua mão na minha

acendia as minhas veias

meus olhos viam além das paredes

mas tropecei nos teus braços

bêbada de luz.





Ivone Vebber

Caxias do Sul - RS/ tela MONET

ALAORPOETA


GENEZÍRIUS HUMANUS


Era uma vez ideais árvores
mil infinitas cores frutos
raízes débeis sonhos mármores
nutrindo sombra os cocô-rutos


lagartas farinavam cócegas
grávidas bobasletras-leques
cigarras fumegavam trócegas
entre um poema vários cheques


tudo começou com um sim
molécula a outras mulhéculas
penso existo logo dindim


houve récuas tréplicas féculas
da pré-história à palavrória
e havia o nunca e havia o sim.


alaorpoeta
TELA:PETER BRUGHEL

sexta-feira, 13 de maio de 2011

ADRIANA MANARELLI


Alquimia
(Adriana Manarelli)

O sensorial se desdobra:
Eco pungente
Do coração
Que não se altera,
Bate-que-bate.
Visceral língua quente
Que despontada ao longe
É o núcleo
Da lua de cipreste
Cor de alfazema.

Coágulo de sangue
No rastro puro
De verbena e sândalo,
E penugem de prata,
E mãos de veludo:
Profundezas do essencial,
Pulsação vermelha do torvelinho aquecido,
Túnel de ouro azul.

Na ponte dos suspiros,
Orgulhosa de mim mesma,
Suspiro
Gratificada,
Sob esse amparo
Água flórida lápis-lazúli.


13/ 04/ 2011 - 22/ 04/2011 TELA: BRUEGHEL

PHILIP LAMANTIA


Cuatro poemas de Philip Lamantia (Traducción de Alberto Blanco)

En el dominio de Emu

Para Franklin Rosemont

Como la tumba abierta que irradia un risueño colinabo
y la zanahoria haciendo trizas la arena
algo así como un árbol estampando sus pies en un leopardo
de ojos cuadrados
las lunas y el pan compiten por el gusto entre los corazones
de diamante

Al otro lado del lago del ser el viento fuma flamas tubulares
Las cadenas están trenzando cormoranes
Las placentas refractadas en la torre desierta de la tormenta
reemplazan a la Calle de las Maravillas sumergida de nuevo en
su oculta salida
mientras la ciudad despierta como una flor de caballeros
amantes


Para empezar entonces,
no ahora
.
El tragaluz se anega
cuando tú entras en mi voz
llevando una caja de fuego
completamente silenciosa
te abres a la horquilla encantada
de los misterios del sueño


Vibración
.
Hay un viento que tortura a los murciélagos
y están las plantas chamuscadas de los soles muertos
la ciudad hilada con el mar
donde los abismos de pterodáctilo me llaman
hay una espiral de terror animando mi mente
y el zumbido del esqueleto de la soledad
donde florecen cadáveres furiosos en una botella
y armas rojas se desvanecen en espejos

Miro hacia atrás por la hoja de mi doble
allí vuela -a través de su vista- El Ahorcado
donde una pirámide de agua se asoma entre las oscuras
vituallas de la vida interior


El elemento que amas
.
Puedo verte desde los cascos navegando en la playa bordeada de cemento, indicándome el arco caído de un cometa que colma el río de un halcón, un encuentro inaudito sumergiendo los faroles.

Un vencedor emboscado en su pirámide voladora, ocre es la ventana del espejo salutífero... y un estruendo de puertas elude a un león, por aquí y por allá, señalando displicentemente damas fugaces a punto de desvanecerse en el escudo de armas de la lluvia, donde los deseos civilizados emplumados con inanidades anti-cefálicas ruegan a sus invitados que se prendan.

Nada menos que una chava pulida ametralla la sucia luz de los predicadores que se hunden en los muelles liberados por una mujer y por el agua, peinando un vestido vítreo de donde caen zorras-en-mano y una guacamaya cuyo pico se suaviza hasta volverse su propio sello de poesía líquida.

Versiones de Alberto Blanco
Tomado de http://www.jornada.unam.mx/2005/07/03/sem-poema.html

VALTER FIGUEIRA


A importância da leitura

Quando falamos da importância da leitura há questionamentos de como o hábito de ler poderá ajudar nisso ou naquilo. Nós professores, enfrentamos certas rejeições, não só de alunos como também de alguns profissionais que não gostam de ler e se recusam a ler. Talvez ler literatura não seja o ideal, mas a literatura por si provoca sensações e constrói habilidades de interpretações e entendimentos de outros textos. É válido darmos importância no que diz o renomado escritor Elias José sobre o ato de leitura e o ato de ler para as crianças. Elias José afirma categoricamente que: “Pais e professores fiquem atentos se quiserem formar gerações de pessoas felizes e aptas a vencerem na vida. O livro infantil, que é oferecido para a criança ler, ou é lido para ela, caso não esteja alfabetizada ainda, é um brinquedo capaz de despertar o interesse pelas coisas sensíveis, criativas e inteligentes e belas, através das histórias fictícias e da poesia, fazemos uma viagem de sonho e de puro encantamento. Aprendemos sem traumas, a lidar com problemas diários. Conhecemos melhor a realidade que nos cerca. Crianças e jovens que não tiveram o seu imaginário desenvolvido, aquecido pela leitura literária, pela dramatização, pelo poder de encantamento da música e das artes plásticas, serão pessimistas, endurecidas, incapazes de sorrir e de ser feliz.” Ele nos dá uma boa dica e um argumento para pensarmos na leitura e trabalharmos nas escolas.

A leitura, principalmente a leitura literária, fica sempre em segundo plano, por ser penosa e sempre colocada em forma de castigo e também pela recusa dos profissionais em ler e valorizar o ato de ler. Algumas escolas desprezam de forma humilhante que fica explícito o que o mesmo escritor acima citado afirma: “Algumas escolas, valorizam pouco a leitura, não têm uma biblioteca infantil rica e variada, como deveriam ter. preocupam-se muito com a merenda escolar, com o alimento para o corpo. Esquecem do alimento para o espírito, da emoção, da inteligência. Esquecem do objeto que poderá, no futuro, criar o adulto mais feliz, mais humano, melhor preparado para ler o mundo e expressar-se falando ou escrevendo, preparado para vencer na vida.” Precisamos, também, alimentarmos o nosso espírito, desenvolver as nossas sensações, aprendermos com as histórias fantásticas a viver melhor.

O que nos traz de bom a literatura? Segundo Yunes a literatura é a porta de um mundo autônomo que ultrapassa a última página do livro e permanece após a leitura e é incorporado como vivência. Esse mundo se torna possível graças ao trabalho que o autor faz com a linguagem. Literatura, pois, não transmite nada; cria tão-somente, no espaço da linguagem.

Ler provoca viagens imaginárias e criações de um mundo íntimo, provocando no leitor o desenvolvimento, além de outras inteligências, a inteligência intrapessoal. Quando recebemos o impacto de uma produção literária, oral ou escrita, ela é devido a fusão inextrincável da mensagem com sua organização. Quando digo que um texto me impressiona, quero dizer que ele me impressiona porque a sua possibilidade de impressionar foi determinada pela ordenação recebida de quem o produziu. Aqui ressalta a importância do escrever, criar e organizar ideias para que outros leiam e isso só é possível com a prática da leitura.

Valter Figueira

Professor e Escritor

WWW.valterfigueira.blogspot.com

tela: de chirico

EFIGÊNIA COUTINHO


LUA PERFUMADA
Efigênia Coutinho


Ó lua, aonde vais tão alva e linda,
Com teus olhos noturnos se abrindo?
Pensativa, pura, celeste e bem vinda,
Vens triunfal majestosa, sorrindo...

Ó lua, tão serena na madrugada!
Sobe no céu, teu manto derramando
As hora de devaneio e saudade prateada,
Dos sonhos que vão pelo espaço bailando...

Ó Lua, de íntimos e imaginários sentir!
Desejos se fundem em onipotente cheiro
Alheados em êxtases num palco a esculpir,
Meu corpo no teu corpo... Por inteiro.


Ó Lua, imperiosa num só tom a se unir,
De todo o meu ser, ás sonoras vibrações...
Arrebatando-me numa dança fantástica de festim,
Com luzes, perfumes, me seduzes com emoções!


Balneário Camboriú
Maio 2011/tela: de chirico

CHACAL




Poesia e vida em close
Dentro do mundo pós-industrial,
líquido e descartável
Chacal fez um documento sociológico sobre a geração marginal
Rubens Shirassu Júnior

No próximo dia 21 (sábado) às 22 horas, no Centro Cultural Matarazzo, na Vila Marcondes, o poeta carioca Chacal estará batendo um papo descontraído com os poetas, estudantes e público em geral.
Ricardo de Carvalho Duarte, o Chacal, completou 61 anos: é que, permanecendo fiel ao espírito jovem, irreverente e contestador que marcou a sua primeira produção, na década de 70, época da Nuvem Cigana e da geração mimeógrafo, ele continua escrevendo e vivendo como quem começa, e não como quem conclui um livro ou uma aventura. Antecipando-se ao número redondo e talvez assustador, Chacal lançou, no ano passado, o livro de memórias Uma história à margem, um balanço informal de sua trajetória como poeta e agitador cultural.

O livro de memórias é o complemento perfeito e em prosa a Belvedere (Cosac & Naify, 384 pág.), volume que reúne sua poesia completa – 13 títulos ao todo, lançados entre 1971 e 2007. Recapitulando com franqueza as circunstâncias nem sempre fáceis de cada criação, com destaque especial para suas inúmeras viagens (interiores e exteriores), Chacal faz de suas memórias um documento quase sociológico sobre uma geração que, nas brechas e no contrapé da repressão política, conseguiu produzir uma obra relevante e arrojada, levando a poesia para a vida e a vida para a poesia (gente como Cacaso, Ana Cristina César, Waly Salomão e outros).



“O espantalho é um falso inimigo. Está do lado de fora e não questiona nossos vacilos e fraqueza. Derrotá-lo é uma questão de força, inteligência e persistência. Já o agrotóxico, a droga do mundo pós-industrial, dessa cultura líquida, como quer Bauman, é muito mais difícil de vencer. Ele é invisível, inodoro e letal. Quando assimilado, transforma-se em cinismo, em autoindulgência. Quando você vê, já está usando a voz do dono. Mas creio que com saúde, discernimento e entusiasmo, você consiga achar de novo sua voz. Os jovens de todas as idades saberão sempre onde o calo dói e inventarão seu jeito de dar um jeito.”

( Longa Jornada Poesia Adentro )
Lúdico
O poeta Paulo Leminski afirmou sobre a obra de Chacal, que é de tendência contemporânea: "A palavra lúdico é a chave para a poesia de Chacal". Leminski também via em seus poemas a presença "da Poesia Concreta, das letras de música popular, do mundo industrial e urbano que se abateu, irremediavelmente, sobre nós."



FELIZ 2008



narrar um assassinato é quase tão

difícil como dizer que te amo

como falar do sangue que se esvai ou

vc cantarolando numa aléia do horto de vestido florido

como descrever o terror dos olhos e o grito sequelado ou

vc vendo tv de calcinha de algodão

ou como dizer da arma ainda quente ou

seu corpo mole na cama

essas coisas do amor e do ódio

são impossíveis de narrar.



(Chacal)





“Poetas, escritores de diversos estilos e gerações, têm que ir às escolas, conversar com os alunos, falar de seus trabalhos e ouvir os trabalhos dos alunos, estimulados pela escola a ler e criar. Essa troca é fundamental. Ela criou o CEP 20.000, um sarau multimídia, que é um excelente modelo de disseminação poética. Educação e cultura são uma coisa só. Aumentando o interesse pela poesia, a mídia e as editoras vão se interessar em programá-la e publicá-la. Como aconteceu com o rap. Os poetas poderiam ajudar se tivessem um pouco mais intenção de se comunicar do que apenas expressar suas caraminholas.”

( Longa Jornada Poesia Adentro )



Biografia



Chacal (Rio de Janeiro RJ, nasceu em 1951) publicou seu primeiro livro de poesia, Muito Prazer, Ricardo, em 1971. No ano seguinte, colaborou na revista Navilouca e publicou seu livro/envelope Preço da Passagem. Passou a integrar, em 1975, a coleção literária Vida de Artista, com Cacaso, Eudoro Augusto, Francisco Alvim, entre outros; ainda em 1975, foi lançado seu livro América. De 1976 a 1977 integrou o grupo Nuvem Cigana, com Bernardo Vilhena e Ronaldo Bastos, entre outros poetas. Formou-se bacharel em Comunicação pela UFRJ em 1977. Entre 1978 e 1983, foi co-autor das peças teatrais Aquela Coisa Toda, com o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone e Recordações do Futuro, com a companhia Manhas & Manias. Na década de 80, trabalhou como cronista do Correio Brasiliense e da Folha de S. Paulo, além de roteirista da TV Globo.

Nos anos 90, teve a função de produtor do Centro de Experimentação Poética - CEP 20000, da Rioarte, coordenador de oficinas de poesia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), no Parque Lage e, editor da revista O Carioca. Sua obra poética inclui Nariz Aniz (1979), Boca Roxa (1979), Comício de Tudo (1986) e Letra Elétrika (1994) e Belvedere (obra completa, 2010).



(http://www.rubensshirassujr.blogspot.com/ )

quarta-feira, 11 de maio de 2011

AUTORAMAS


Autoramas em tour pelo Estado de São Paulo!

No repertório muitas músicas novas para o novo disco que começa a ser gravado dia 1 de Junho. Além daquelas todas que não podem faltar, é claro...
Todos os shows estarão sendo gravados para o Especial Rock Estrada do Autoramas para o canal Multishow.

12/5, Quinta, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 22 Hs
Local : Hocus Pocus, R. Paraibuna, 838 Tel. 12 3923-7525
Aniversário de 17 anos do Hocus Pocus. Abertura: Alarde e Lanova

13/5, Sexta, SÃO PAULO, 22 Hs
Local: INFERNO Club, Rua Augusta,501, Maiores informações: lista@infernoclub.com.br
Autoramas finalmente de volta a São paulo. Sexta-feira 13 no Inferno. Vai perder?

14/5, sábado, BOTUCATU, 19:30 Hs
Virada Cultural Paulista, Praça Pedro Torres
Autoramas+Cachorro Grande, entre outros. Autoramas arranca pontualmente às 7 e meia da noite.

14/5, sábado, CAMPINAS, 23:30 Hs
Local: Espaço MOG, Rua Dr. Armando Sales de Oliveira, 377, Taquaral, tel. 19-3308-5587
No mesmo dia o Autoramas emenda show em Campinas! Abertura: Violentures e DJs Rock'n'Beats

15/5, Domingo, SANTO ANDRÉ, 15:30 Hs
Virada Cultural Paulista, Parque Central, Concha Acústica
Autoramas + Maria Alcina, entre outros. Autoramas arranca pontualmente às 3 e meia da tarde

www.autoramasrock.com.br
www.myspace.com/autoramas

COMING SOON!
Autoramas y Perrosky Fora do Eixo Panamericana Rock Tour!
Autoramas EUROPE SUMMER TOUR 2011
Stay tuned...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

HISTÓRIA DA VIDA CULTURAL DE ARAÇATUBA CAP. 10


HISTÓRIA DA VIDA CULTURAL DE ARAÇATUBA CAP. 10
UM 14 BÍS PIORADO

Eugênio Thereza é músico, nasceu em Pereira Barretos/SP,mas vive em Araçatuba há décadas, fez parte da saudosa banda de MPB "TRILHOS URBANOS", no final dos anos 70 até meados dos 80. Eu me lembro de ter visto esse grupo tocando no antigo teatro INTEC,aí por volta de 1980 -naquela ocasião, o INTEC fazia divisa com a linha férrea. Eugênio, ficou conhecido como "Zé Eugênio", um músico autodidata, um moço branco,esguio, dedicado, batalhador, violeiro e violonista. Reside na rua NILO PEÇANHA, numa casa amarela ,com sua adorável esposa ANGELA.Fico sabendo que Eugênio tocou em sampa, e no ABC paulista, sabe me dizer quem é realmente gente confiável em Araçatuba/SP. O clima cultural em nosso tempo é uma espécie de 14 bís bem piorado. Eugênio sobreviveu ao cenário bovino que infesta o país. Alguns amigos nossos já residem no céu, todos sem o devido reconhecimento, porém, inesquecíveis entre artístas pelo país a fora. Eugênio se apresenta para os amigos ultimamente, no extinto Araçatuba Clube. Em seu rosto, reconheço o espírito do inconformismo, do artista vencedor, combativo, corajoso, avesso á musiquinha besta, avesso á nossa época decadente. Ser artista é ser resistente, eterno opositor, é preciso ir em lugares e tempos ainda não descobertos pela massa disforme. Suco de pêssegos para dois.
As década se passsam, mas não perdemos o verniz revolucionário, o gosto pela música de estampa fina. Chega de artistazinhos medíocres, chega de repressão via TV! Estamos caminhando sobre o campo minado, numa época improdutiva, pérfida, padronizada pela estupidez massacrante. Pasolini tinha horror á televisão italiana vexatóriamente colonizada; hoje, tudo é politicamente correto - ou seja, tudo é um horror, uma hipocrisia interminável - mas para o artista de gênio, o que sobrevive é ousadia, a transgressão contínua! O resto é conversa pra boi dormir!. Retiro-me da casa do artista EUGÊNIO THEREZA, certo de que ainda há esperança, ainda há pessoas decentes, artistas sensíveis, singelos, e honestos. Ele é fiel aos eu estilo de música, tornou-se uma jóia rara no contexto, dedilha chorinhos, marchas e coisas que não se ouvem mais neste país sem memória.
everi rudinei carrara - editor do site telescopio.vze.com,músico profissional, advogado. membro da academia poetas del mundo.

CONTINENTAL COMBO


CONVENIÊNCIAS NA CIDADE
(O NOVO CD DA BANDA CONTINENTAL COMBO)

Este é o novo cd da band paulistana CONTINENTAL COMBO, composta por Sandro Garcia, Rogério Meni, Carlos Rodrigues, e agora também, pelo guitarrista Carlos Nishimiya (ex-Maria Evangélica e atual Surfadélica). Fotos de Roberto Iwai e Patrícia Mitkus; design de Consuelo Gregori, realçando o tema essencialmente paulistano, que permeia a carreira do CONTINENTAL COMBO. A sonoridade se mantém fiel ás influências registradas nos trabalhos anteriores, mas há um progresso musical sutil, e a participação de Carlos Nishimiya, pareceu-me fundamental, contribuindo intensamente neste álbum, exibindo técnica e experimentalismo pop. Talvez falte ainda ,ao perfil do CONTINENTAL, uma levada mais hard, mais puch,sem afetar é claro, suas características básicas. Isso é apenas um detalhe, pois a banda continua coesa, competente, fornecendo assim, um registro -cinematográfico da cena paulistana. Há também mudanças de compasso em músicas como "Um dia Melhor", e eventuais flertes ao cinema nas letras do disco,e um certo clima surrealista, que poderia ser mais aprofundado, visto que o espírito surreal é sempre relevante em qualquer época e lugar. O Continental Combo é uma das bandas mais importantes no contexto da música pop brasileira, ao lado do inesquecível VIOLETA DE OUTONO, porque nestas bandas identifica-se uma postura coerente, fiel, independente, ousada, e uma plasticidade pop comovemte. Neste cd destaco as seguintes preciosidades musicais: EM CADA CORAÇÃO UM PUNHAL/UM DIA MELHOR/OI GOODBYE/O PÁSSARO COMEU O SOL/JOGOS METROPOLITANOS/TANTO TROVÕES/EU E MEUS PENSAMENTOS
Posso dizer que EU E MEUS PENSAMENTOS talvez seja a composição mais longa de toda a obra do CONTINENTAL COMBO,e minha música preferida neste disco. EU E MEUS PENSAMENTOS poderia ser até mesmo o título deste cd, por possuir uma plasticidade elegante, sugerindo futuras possibilidades sonoras para a banda. O Continental Combo traduz a cidade de SÃO PAULO, imersa em sonhos e desencantos.
everi carrara:músico, escritor e editor do site telescopio.vze.com