A DESCONSTRUÇÃO DO PT
“O discurso do PT é 80% mentira e 20% malandragem.”
Fernando Gabeira
Waldo Luís Viana*
Estamos assistindo a uma das eleições mais sujas, já havidas desde 1989, quando recuperamos o direito sagrado de votar num presidente da República. Pela primeira vez, em doze anos, o PT viu a possibilidade de perder um pleito presidencial e lançou mão de expedientes reprováveis, tentando fulminar o caminho exitoso e surpreendente do candidato da oposição.
O objetivo passou então a ser desconstruí-lo, fazendo uso de argumentos que destruíssem sua honra pessoal e seu passado político, sacrificando até a necessária campanha propositiva, de oferecimento de ideias novas e comprometidas com o futuro do povo brasileiro.
Tal conduta, porém, tornou-se, perigosamente, uma faca de dois gumes, porque, se não surtiu na hora o efeito desejado, pode “não colar” na consciência do eleitorado que, desconfiado, passou a entender que a estratégia esconde um feixe de mentiras e exageros que não cabe mais nesse apagar das luzes do embate eleitoral.
O último debate, oferecido pelo SBT, marcou a virada da oposição. O candidato foi assertivo, devolvendo as insinuações maldosas da candidata oficial. Provocou-lhe até um mal-estar, vez que ela, acostumada a mandar e a dizer o que quisesse para os seus subordinados e áulicos, não estaria preparada para ouvir o que não queria – ou não esperava – sofrendo um pouco com a linguagem corajosa voltada contra si pelo candidato adversário. Logo ela que se acostumou a lançar automaticamente aleivosias e mentiras, a mando de seu marqueteiro de plantão...
O pleito vai se consumar dentro de alguns dias e parece que a desconstrução do candidato de oposição não se deu, porque não alcançou a profundidade emocional necessária no eleitorado. Ficaram mais fortes as tinturas da inflação descontrolada, do crescimento pífio, da recessão técnica, da corrupção nas estatais e do aparelhamento pelo PT dos órgãos de governo.
A sensação do povo é que estamos sem ar, num túnel escuro, cuja luz ao final depende de uma escolha corajosa e firme, contrária a tudo que está aí e que já deu o que tinha que dar...
O candidato de oposição mostrou-se duro de ser ultrapassado e demonstrou uma energia e um convencimento próprio que parece não existir na candidatura oficial.
A presidente está cada vez mais perdida, o que se vê na recente admissão de que houve mesmo corrupção na Petrobras. Ela já não pode dizer que é isento de pecados o diretor implicado na trama, que foi ao casamento da filha presidencial e convidado para assumir um ministério, que delicadamente recusou. A devolução ao Erário dos recursos desviados, agora, na undécima hora, passam a ser admitidas como assunto até válido pelo marqueteiro oficial.
Por essas e outras, o PT parece querer oferecer na próxima semana uma “bala de prata”, capaz de desconstruir de vez a candidatura de oposição, liquidando-a num arroubo emocional.
Todos esperam, enfim, que o “laboratório de maldades” destile um fel poderoso, capaz de ressuscitar a candidatura oficial, que está em nítida desvantagem em várias regiões populosas do país.
O interessante é que semelhante desígnio é acompanhado diligentemente pelos adeptos da oposição. Todos sabem do que o PT é capaz, para se manter dono do governo e dos brasileiros para a eternidade.
Nesse sentido, a oposição também guarda a sete chaves uma “bala de prata”, no bravo estilo 45 de contrapropaganda. O caminho oposicionista foi trilhado, inclusive, a partir da tônica oficial de desconstrução. Foram eles que determinaram a postura que a oposição deveria tomar...
E a conduta escolhida, de bater quando houvesse agressão, surtiu efeito brutal e mal estar, traduzindo a certeza de que as insinuações mesquinhas, envolvendo a honra pessoal do candidato de oposição, não deram certo, provocando um terremoto na conduta oficial.
Vê-se, nitidamente, que o PT e seus adeptos estão reajustando a tática para os momentos finais. Isso mostra os seus equívocos e a necessidade de correção de rumos.
Agora já é aceito que houve corrupção na Petrobras. Resta saber quem vai pagar o prejuízo e se a antiga chefe do Conselho de Administração da empresa irá arcar com as suas evidentes responsabilidades...
Na verdade, o que está havendo é a desconstrução do mito da gerente, porque como disse muito bem, em várias intervenções, o candidato de oposição: das duas uma: ou ela foi conivente com a corrupção ou então, sem saber nada de nada (como é habitual no PT), foi soberanamente incompetente.
De qualquer maneira, essa sinuca de bico demonstra, de modo cabal, que a candidata oficial não tem os méritos necessários para continuar sendo presidente de nossa atônita Pátria.
Nós, brasileiros, vamos às urnas, conscientes de que somos responsáveis por um país que precisa se libertar e se reconstruir...
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*Waldo Luís Viana é escritor, economista e poeta e está de saco cheio de tanta delinquência e corrupção no governo.
Teresópolis, 20 de outubro de 2014.