sexta-feira, 28 de novembro de 2014

WALDO LUIS VIANA




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                                               “O argumento de que  ‘Somos sujos, mas outros se sujaram antes’, 
                                                                                                             não honra quem o defende.”
                                                          Nicolau Ginefra

Waldo Luís Viana*

        A claudicante e envergonhada defesa dos petistas, diante dos evidentes escândalos de corrupção que pululam de alto a baixo em seus governos sucessivos, argumentando que todos os “mal feitos” havidos em doze anos já existiam antes, é um sofisma muito bem construído e repetido, à la Goebbels, como se fora verdade.
         Afinal,  em tantos anos de governo,  desde Lula em 2003, com a faca e o queijo na mão, os petistas não investigaram nenhum “crime anterior” da tal herança maldita de FHC e passaram em branco sobre as maracutais sugeridas, o que, no mínimo, os transformam em cúmplices.
         Se não se investiga o crime das duas uma:  ou se fez vista grossa mediante cumplicidade ou se temeu que a investigação das barbaridades impedissem, por contágio, o funcionamento dos novos governos.
         Na verdade, a corrupção tornou-se sistêmica desde 2003, fazendo parte da própria sustentação do aparelho petista, que preferiu ocupar a maioria dos cargos de confiança (cerca de 23 mil) e instituiu quase 40 ministérios, colonizando a administração pública por uma rede de falcatruas que afetou as estatais, os partidos aliados e os fundos de pensão.
         Hoje faz parte do cotidiano do brasileiro as expressões: atos de corrupção, corruptos e corruptores, operações da Polícia Federal, mal feitos, falhas de gestão, prisões preventivas, delações premiadas,  lobistas culpados, lavagem de dinheiro, caixa dois, contribuições de campanha, sigilo bancário, sigilo telefônico, contas no exterior – etc., numa cornucópia de escândalos complexos, que revelam perfeitamente as franjas ocultas de contabilidades criativas e a institucionalização da esperteza. São bilhões de reais roubados, diante de um cidadão comum que luta com dificuldades para ganhar seus tostões suados na vida...
         Para os petistas, num clima de capitalismo tardio e obsceno, que se pretende ultrapassar por esquemas socialistas bolivarianos, capitaneados pelo Foro de São Paulo –, a corrupção é benéfica e necessária. E não só para manter os financiamentos das causas “puras” do partido e atrair políticos aliados, mas também para garantir as pretendidas vitórias eleitorais. Basta lembrar a frase de Lula: “vocês não sabem do que seremos capazes para reeleger a Dilma”. Nada mais profético.
         Tanto é assim que os militantes de cúpula, processados e presos no mensalão, jamais pediram desculpas à Nação por seus mal feitos. Pelo contrário. Ergueram o punho cerrado no braço esquerdo, num desafio aberto à Justiça que os acabava de condenar. Até o deputado André Vargas, hoje ameaçado de perder o mandato por falta de decoro, fez o mesmo na Câmara dos Deputados, onde foi seu vice-presidente, diante do olhar atônito do então presidente do STF, Joaquim Barbosa.
         Este, por sua vez, pediu aposentadoria precoce, num lance shakespeariano de renúncia, que não se entende o motivo, talvez para se acautelar de uma possível vingança por sua atuação na ação penal 470, que colocou na cadeia a cúpula do petismo.
         Dizer que se corrompia antes do PT assumir o poder não cola, porque sabemos que a corrupção deveria ser localizada, tanto que não foi detectada pelos militantes de posse do governo. Se todos ficaram isentos de processos deve-se entender que o governo petista – tão bonzinho e  generoso – não encontrou nada. Os “casos” citados pela candidata Dilma, nos debates com Aécio Neves, como atos de corrupção dos governos do PSDB resultaram na expressão universal: “estão todos soltos”.
         Mas como? Só se pode deduzir que ficaram soltos porque eram inocentes mesmo ou pela habitual cumplicidade do PT. Será que existiu um acordo tácito e espúrio entre os dois partidos, a ponto de garantir aos petistas que sempre ganhassem as eleições contra um adversário fraco e sem defesa?
         Na verdade, o Brasil tornou-se campo fértil para teses conspiratórias. Por exemplo, os Estados Unidos espionaram o governo Dilma e agora processam a Petrobras. O que haverá depois? Enquadramento dos corruptos e corruptores, de fora para dentro? E as operações internas do aparelho de Estado será que vão chegar a alguma conclusão prática ou os bandidos escaparão ilesos?
         O homem das ruas, acostumado a ver advogados caros defendendo os corrompidos ricos, sabe por intuição que temos uma cultura de impunidade que devemos superar. Os petistas servem-se disso, pretendendo dizer que “num país em que todos são sujos, que mal tem em sermos sujos também?”
         Esse argumento de lógica corrupta quer isentar de punição os que delinquiram. Principalmente se os processos evoluírem para culpar quem não pode ser culpado. Aí a coisa fica difícil de apurar, porque existem forças ocultas que não permitirão que os governantes – que todos sabemos os nomes – possam ser punidos.
         E para eles, sobra outro escovado e safado argumento: “nós não sabíamos de nada...”
         Sobrará apenas para a sociedade a suposição funesta de que, a despeito de todas as violências, eles sabiam de tudo...

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*Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta e tentando ficar na moda diz que não sabe de nada...
Teresópolis, 25 de novembro de 2014.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

TATÁ AEROPLANO



Agenda Voadora do Aeroplano - Novembro e Dezembro de 2014
 O disco "Na Loucura & Na Lucidez" foi lançado em agosto e pode ser baixado no site! http://www.tataaeroplano.com.br
 

 Lancei também a promoção com os dois primeiros discos autografados e frete grátis para todo país;
"Tatá Aeroplano" (2012) + "Na Loucura & Na Lucidez" (2014) - Por R$ 25,00  com frete grátis para todo o país. O caminho das pedras no site :



Agenda Voadora
Dia 25 de Novembro -  Terça - 21h - São Paulo
SESC Pompéia - Choperia - Prata da Casa
Participo com a Verônica Ferriani do show de lançamento do disco "Sombras e Sobras" da Camila Garófalo
Rua Clelia, 93 - Entrada Franca - tel: (11) 3871-7700

 
Dia 03 de Dezembro – Quarta - 20h - Belo Horizonte
Show "Na Loucura & Na Lucidez" no Oi Futuro BH - Participação especial do músico e compositor "Nobat"
Com Junior Boca, Dustan Gallas, Dj Marco e Richard Ribeiro
Dentro do "Vitrola Festival do Vinil"  com shows também das bandas Somba e Angu Stereo
 

Dia 04 de Dezembro – Quinta – 22h - São Paulo
pequeno festival de futuros antiquários
shows Tatá Aeroplano, Juliano Gauche e Daniel Groove com participações de Bárbara Eugênia, Gustavo Galo, Pélico, Helio Flanders, Diogo Soares, Felipe Cordeiro, arrudA, Danislau, Banzo, Tutu Mores e Dj Marco nas pick ups
Centro Cultural Rio Verde
Rua Belmiro Braga, 119
R$ 20,00 antecipado / R$ 30,00 na porta
ingresso on line: http://ingres.se/22d
 

Dia 09 de Dezembro – Terça – 21h – São Paulo
Show "Na Loucura & Na Lucidez" na Casa do Mancha
Com Junior Boca, Dustan Gallas, Dj Marco e Richard Ribeiro
Rua Filipe de Alcaçova, s/n - Vila Madalena
R$ 20,00
 

Dia 16 de Dezembro – Terça – 21h – São Paulo
Show "Na Loucura & Na Lucidez" na Casa do Mancha
Com Junior Boca, Dustan Gallas, Dj Marco e Bruno Buarque
Rua Filipe de Alcaçova, s/n - Vila Madalena
R$ 20,00
 

Tatá Aeroplano entre a Loucura & a Lucidez a 49.323 pés de altura escutando Banda do Mar, Jorge Ben, Dire Straits, Can, Frank Black, Walter Franco, Thiago Pethit, Murilo Sá, Passo Elétrico, Submarinos, Stéfhane San Juan, Stereo Total e Delvindelux

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

PAULA FAOUR TRIO



Meus queridos o show no Capanema/Funarte foi lindo. Agradeço a todos que foram, e os que não puderam ir, quinta dia 06/11, depois de amanhã tem mais, e agora é no Berço da Bossa Nova onde tudo começou!
Anotem as informações abaixo e aguardo voces lá.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

ROBERTO ROMANELLI MAIA




A RAIVA E O ÓDIO COMO ALIMENTOS

 

NAS ULTIMAS ELEIÇÕES

 
ROBERTO ROMANELLI MAIA
ESCRITOR, JORNALISTA E POETA


 
As últimas eleições e a polÍtica que se apresentou no dia a dia dos brasileiros, independentemente da ideologia defendida e pregada por cada um, na prática, seja qual  for, consistiu na pregação sistemática da raiva, do ódio e da destruição do rival, num vale tudo que, em um país verdadeiramente civilizado, seria razão para a exclusão da candidata à reeleição.
Infelizmente, Dilma, o PT/PMDB e seus marqueteiros, sem ética e sem respeito por ninguém, procuraram seguir os  passos da própria história humana, que nos ensinou essa mesma prática. Lembremos que há bem pouco tempo, na Guerra Fria, vimos a pregação que incentivava os americanos a odiarem os comunistas, e os soviéticos, os capitalistas.
Mas atrás no passado constatamos que na Revolução Francesa, Jacobinos e Girondinos odiavam-se reciprocamente, e ambos odiavam a monarquia, a tal ponto que milhares de cabeças foram cortadas apenas porque era mais fácil odiar os nobres, prendê-los e eliminá-los.
Durante o Brasil Imperial, os conservadores e os liberais  detestavam-se e segundo os historiadores revelam eles se pareciam de tal forma que não se distinguia claramente quem era quem e a qual partido pertenciam.
Nas eleições presidenciais de 2014 o quadro que se apresentou diante de todos foi também o da raiva e do ódio organizado e direcionado, para converter-se em votos, o que significaria a reeleição da então candidata Dilma.
Utilizaram  as redes sociais,  não para serem apresentadas as necessárias propostas de Dilma de um futuro governo, mas para repassar acusações, injurias, slogans e notícias falsas e tendenciosas sobre o candidato adversário.
Inventaram ou distorceram gráficos e exageraram ou falsificaram números e dados.
Criaram caricaturas de péssimo gosto, todas espalhadas por todo o país, tendo como objetivo ridicularizar e humilhar o oponente.
Pior: o alvo de tanta raiva e de tanto ódio não foi apenas o candidato rival, mas também seus eleitores, num frenesi que a cada dia se tornou rapidamente pura agressão e humilhação.
Na prática o programa e a ideologia da candidata e dos partidos que ela representava permaneceu durante toda a campanha escondido e em último plano.
Os petistas e os marqueteiros de Dilma souberam muito bem organizar sistematicamente essa raiva e  ódio, pintando o rival com as cores do que o seu eleitorado imaginava serem as do próprio demônio.
Isso não pode ser negado; ficou claro, escancarado e subjacente em toda a campanha eleitoral.
Forjou-se, de forma pérfida e maldosa, uma falsa polarização entre a direita e a esquerda, muito mais retórica do que prática, rotulando-se o candidato oponente, Aécio, como sendo de uma direita conservadora, um demônio que acabaria com os programas sociais, o Banco do Brasil, A Caixa Econômica, o BNDES, etc.
Pior: que ele leiloaria o Brasil ao capital internacional com o objetivo, de reduzir nossa liberdade individual e de corromper a administração pública ou destruí-la.
A campanha da candidata à reeleição não se preocupou em esclarecer seus programas de governo, concentrando-se em  destilar o medo e fazer com que o voto do eleitor não fosse a favor do outro candidato, mas contra ele, acusando Aécio de promover um retrocesso se fosse eleito. Que ele iria instaurar o caos com o cancelamento dos programas sociais de caráter assistencialista, em especial o Bolsa Família.
Para alcançar seu objetivo, ela contou com a ajuda e colaboração das redes sociais, que participaram dessa batalha campal, sendo o principal front em que seus exércitos de raiva e de ódio contra um candidato se reuniram para um combate sem limites éticos de nenhuma espécie. 
Essa organização sistemática da raiva e do ódio consistiu em definir e agrupar os outros, como inimigos, buscando transformar todos os adversários eleitorais em objetivos de deboche e de humilhação.
Até a mídia , em especial as redes de TV, buscaram estimular tais simplificações e a estratégia do ataque, da raiva e do ódio, sob o pretexto visível que se houvesse  diálogo civilizado, ele não traria resultados, muito menos, voto.

PAULA FAOUR