quarta-feira, 27 de maio de 2009
ZÉ RODRIX
Existem indivíduos pelos quais, embora sem conhecermos pessoalmente, desenvolvemos uma inexplicável dose de bem querer. Já tive a oportunidade de vivenciar esta prazerosa experiência em algumas ocasiões, com a renovada satisfação de, embora já passado no "corrimboque da vida", continuar tendo a aventura de fazer novos “amigos de infância”. Com Zé Rodrix a coisa funcionou exatamente assim. Tomei conhecimento da sua existência quando, ainda na década de 70, tornei-me apreciador de um trio por compositores da MPB, formado para convenientemente interpretar suas próprias música. Posteriormente, quando o trio Sá, Rodrix e Guarabira foi engolido pela engrenagem da indústria fonográfica, continuei acompanhando a carreira de Zé Rodrix através de suas composições musicais e de seus jingles publicitários. O tempo passou, até que um dia, em meados de 2007, recebi um e-mail de Zé Rodrix, parabenizando-me por um texto publicado na grande imprensa, no qual tecia críticas aos desmandos dos petistas que haviam se apossado do Palácio do Planalto. A partir daí, aquela admiração pelo “artista” foi sendo multiplicada, na medida em que eu conhecia o cidadão. Hoje, ao tomar conhecimento da morte de Zé Rodrix, mesmo sem crer, peço a Deus que o acolha com a decência e dignidade com que ele viveu, reservando-lhe como moradia, quem sabe, a tão sonhada “casa no campo”, onde ele possa continuar compondo seus rocks rurais. Valeu, amigo!
Júlio Ferreira
Recife - PE
BANDA AUTORAMAS EM BUENOS AIRES
NOVO LIVRO DE CLAUDIO WILLER
Caros,
A seguir, convite de lançamento do meu Geração Beat, L&PM Pocket, na Livraria Martins Fontes, Paulista, dia 03 de junho, quarta-feira.
Venham todos.
Agradeço divulgação impressa e digital, retransmissão e demais manfiestações de interesse e simpatia. E, principalmente, é claro, leitura do livro.
L&PM
LANÇAMENTO – ENCYCLOPAEDIA
Geração Beat
de Claudio Willer
Volume 756 da Coleção L&PM POCKET – 128 páginas – R$ 12 Lançamento e sessão de autógrafos do livro Geração Beat, de Claudio Willer:
3 de junho, quarta-feira, às 19h30, na Livraria Martins Fontes: Av. Paulista, 509 - São Paulo – SP (esquina com ruas Brigadeiro Luís Antonio e Pe. Manoel de Nóbrega), fones (11) 2167-9900 e 2167-9937, www.martinsfontespaulista.com.br
Quer saber mais sobre uma das manifestações culturais mais originais do século XX? Leia Geração Beat, livro da Coleção L&PM Pocket Encyclopaedia, a nova série que traz livros de referência com conteúdo acessível, útil e na medida certa. Escrita por Claudio Willer, especialista no tema, esta obra traz as principais informações sobre o revolucionário movimento da vanguarda artística norte-americana em 128 páginas de texto claro. Em Geração Beat você irá saber como surgiu a expressão “beat generation”; desvendar a origem deste grupo de poetas, escritores e artistas, e conhecer suas principais obras e aventuras, desde os primórdios do movimento até a chegada do beat ao Brasil.CLAUDIO WILLER é poeta, ensaísta e tradutor. Nasceu em São Paulo, em 1940. Publicações mais recentes: Estranhas experiências, poesia (Lamparina, 2004); Volta, narrativa em prosa (Iluminuras, 1966, terceira edição em 2004); Lautréamont – Os cantos de Maldoror, Poesias e cartas – Obra completa (Iluminuras, nova edição em 2005) e Uivo e outros poemas, de Allen Ginsberg (L&PM, nova edição de bolso de 2005). Teve lançado Poemas para leer em voz alta, (Editorial Andrómeda, San Jose, Costa Rica, 2007) e uma série de ensaios sobre poesia surrealista na coletânea Surrealismo (Perspectiva, coleção Signos, 2008). É autor de outros livros de poesia e da coletânea Escritos de Antonin Artaud, esgotados. Seus vínculos são com a criação literária mais rebelde e transgressiva, como aquela ligada ao surrealismo e à geração beat. Doutor em Letras, DLCV-FFLCH-USP, tese em 2008: Um obscuro encanto: Gnose, gnosticismo e a poesia moderna. Co-edita, com Floriano Martins, a revista digital Agulha.Outros lançamentos da série L&PM Pocket Encyclopaedia: Budismo, Claude B. Levenson; Cleópatra, de Christian-Georges Schwentzel; A crise de 1929, de Bernard Gazier; Cruzadas, de Cécile Morrisson; Sigmund Freud, de Edson Sousa e Paulo Endo; Império Romano, de Patrick Le Roux; Revolução Francesa, de Frédéric Bluche, Stéphane Rials e Jean Tulard, e Santos Dumont , de Alcy Cheuiche.
www.lpm.com.br
Rua Comendador Coruja, 314, L. 9 – CEP. 90.220-180 – Porto Alegre/ RS – BRASIL
( 055+51+ 3225.5777 – Fax 055+51+ 3221.5380 e-mail: marta@lpm.com.br
abraço
Claudio Willer
terça-feira, 19 de maio de 2009
LIVRO DE JOÃO WERNER
Venda do livro "Pinturas de João Werner. 2002-2008"São reproduzidas 34 de minhas pinturas das séries rural e urbana, tanto nas técnicas tradicionais do óleo e acrílica quanto nas novas técnicas digitais.
Edição com 20x25 cm., capa dura e 40 pp.
compra deste livro: http://www.joaowerner.com.br/venda-do-livro-pinturas-de-joao-werner.htm
REVOLUÇÃO CUTURAL NA AMÉRICA LATINA
www.imersaolatina.blogspot.com(Entre e vote no blog do IMEL para o Prêmio TOP Blog)
Ativismo poético pela América Latina
Por Brenda Mar(que)s*Se há uma verdadeira revolução emergente na América Latina é a realizada pelos poetas ativistas. Eles buscam novas linguagens, transpõem fronteiras de línguas, mesclam cores e credos. Nas montanhas de Minas Gerais tem sido lapidada a poética de grandes homens e mulheres que hoje trazem um novo horizonte e espalham pelo mundo poesia. Acompanhem as atividades no rádio, nas ruas, praças, cafés e livros e participem!
sexta-feira, 15 de maio de 2009
SILAS CORREA LEITE
Declamar Poemas
Para Regina Benitez
Não fui feito para declamar poemas
Ter timbre, empostar a voz, tempo cênico
E ainda dar tom gutural em tristices letrais.
Não fui feito para decorar poemas
Malemal os crio e os pincho fora
Para o poema saber mesmo quem é que manda.
Não fui feito para teatralizar poemas
Mal os entalho e deixo que singrem
H orizontes nunca dantes naves/gados.
Não fui feito para perolizar poemas
Borboletas são pastos de pássaros
Assim os poemas que se caibam crusoés.
Não fui feito para ser dono de poemas
Eles que se toquem e se materializem
Peles de pedras permitem leituras lacrimais.
Não fui feito nem para fazer poemas
Por isso nem cheira e nem freud a olaria
Apenas uso estoque de presenças jugulares.
Não fui feito eu mesmo. Sou poema
Bípele, cervejólo, bebemoro noiteadeiros
Quando ovulo sou fio-terra em alma nau
GRAZIELA MELO
JEANINE WILL
PEDRO DU BOIS
ASSUNTOS
Referendado, assunto
a platéia
(pais e mães
em holocausto
pela palavra dita)
modificado, o cânone
irrompe em paradigma
além do acontecido
(o dia anterior encerra
a necessidade).
A desventura da virtude
no virtuosismo do avançar
constante ao desabrigo.
(Pedro Du Bois, inédito)
meus poemas:
http://pedrodubois.blogspot.com
http://www.worldartfriends.com/modules/publisher/userstats.php
quinta-feira, 14 de maio de 2009
TERESINKA PEREIRA
CIBER- DISSIDENTES
Agora desembarcamos
em um pais
transformado
no quartel general
da ciber-inteligencia
no qual nos vigiam,
nos gravam, nos trilham,
nos agarram na rede,
por telefone ou on line,
os piratas oficiais
da CIA ou da FBI,
os ciber-comandos,
como se os internautas
fossem ineficientes
e nao confiaveis
ciber-dissidentes
da politica
do rei da Terra.
TERESINKA PEREIRA
AUTORAMAS EM SP
terça-feira, 12 de maio de 2009
QUANDO A VERGONHA ACABA
Estado de S. Paulo, Sábado, 09 de Maio de 2009 | Versão Impressa
ESPAÇO ABERTO
Quando a vergonha acaba
Mauro ChavesQuando um chefe de Estado e governo afirma que a cobrança ética da sociedade é uma hipocrisia, está explicado como acabou a vergonha geral da Nação. E quando acaba a vergonha nacional, toda indecência vira normal. Com a maior naturalidade, considera-se que o dinheiro público deva ser gasto para assegurar vantagens especiais em favor dos que têm por função cuidar da coisa pública. E com a maior naturalidade se desrespeitam direitos dos cidadãos comuns, enquanto facilidades e confortos são ofertados a cidadãos "especiais".Quando a vergonha acaba, parlamentares recebem dinheiro público para custear passagens aéreas da cidade em que moram para a mesma cidade em que moram, ou para custear moradia, apesar de residirem em casa própria. Legisladores fazem seguros vitalícios de saúde, pagos com dinheiro público, mesmo para quando não tiverem mais mandatos a exercer, e mesmo que o sistema de saúde pública do País seja o de doentes espalhados pelos corredores dos hospitais por falta de leito, crianças morrendo em massa por falta de equipamentos, de medicamentos e de higiene nos hospitais, idosos morrendo nas filas de atendimento e tudo o mais que caracteriza o tipo de tratamento médico que o poder público brasileiro oferece à sua população.Quando a vergonha acaba, um tribunal superior é capaz de enviar ofícios a companhias aéreas ou a autoridades aeroportuárias para solicitar tratamento especial - que inclui dispensa de alfândega, de revista de malas - em favor de passageiro(a) que tenha por atributo o simples fato de ser amigo(a) de filho(a) de magistrado de tribunal superior. E é só mesmo quando a vergonha geral acaba que um sério e competente magistrado de instância superior, que tem a mais nobre função pública de assegurar o belo princípio constitucional do "todos são iguais perante a lei", torna-se capaz de aceitar, talvez "docemente constrangido", um descabido privilégio em proveito de amizades de sua própria família.Quando a vergonha acaba, lá em cima nos Poderes da República, a falta de vergonha se dissemina pela sociedade "abaixo", como uma virulenta pandemia, de rápido contágio e combate cada vez mais penoso e infrutífero. O desrespeito aos cidadãos, então, passa a ocorrer de forma generalizada, manifestando-se na decadência da qualidade dos serviços, no descaso geral do atendimento público, no desprezo aos direitos dos consumidores, na propaganda enganosa, na venda de produtos fraudados, na entrega de mercadorias com defeito e no completo descaso em relação ao treinamento dos que têm por função vender bens ou prestar serviço às pessoas. Ninguém liga para nada porque o descaso não acarreta consequência alguma. Assim, quando a vergonha acaba, revogam-se todos os controles de qualidade.É só quando a vergonha acaba que a maior fabricante de bebidas do País, e uma das maiores do mundo, tem a coragem de fazer aqui o que jamais ousaria em qualquer nação civilizada: usar um grande ídolo esportivo, nosso e mundial, para "passar" à sociedade, especialmente à juventude, a ideia de que quem toma sua marca de cerveja é mais guerreiro, é mais perseverante no trabalho e na superação das dificuldades, sabe lutar melhor pela vida, "não desiste nunca" e imbecilidades assemelhadas. E, no mesmo sentido, também já fez perder a vergonha um bom sambista popular brasileiro, que levou ao ridículo de tentar dar seu nome a um dos dias da semana - para nele aumentar o consumo de sua cerveja.É quando a vergonha acaba que a maior empresa de telefonia celular do País - que sempre se fez tão viva na comunicação - vende em suas lojas produtos maravilhosos que só mostram seu defeito quando o feliz freguês que o comprou chega em casa - a partir do que esse coitado terá de procurar uma inacessível "assistência técnica", passando a depender (por dias a fio) de quem nenhuma participação teve na relação de compra do cidadão com a loja, estabelecida na véspera. E é quando a vergonha acaba que a maior rede de varejo do País, aquela que tanto alardeia sua "dedicação total a você", vende um produto eletrônico com defeito que só aparece, coincidentemente, passadas as poucas horas durante as quais faria a troca na loja - obrigando, igualmente, o cidadão comprador a relacionar-se com uma desconhecida "assistência técnica", às vezes no cafundó do Judas, sem tempo algum para a "dedicação total a você".Quando a vergonha acaba, uma grande e centenária rede de drogarias, com serviço de entrega "em casa", faz venda por telefone de medicamentos que já acabaram em seu estoque - e cuja falta só "descobre" meia hora depois de efetuada a compra com cartão de crédito, obrigando o freguês ao estorno (sempre incerto) de valores já debitados em seu cartão e ao transtorno de sair atrás, às vezes em altas horas, de remédio que já julgava comprado - podendo essa droga de atendimento levá-lo às raias da loucura. Quando a vergonha acaba, uma grande montadora francesa, com marcante qualidade na suspensão de seus veículos - sendo famoso seu velho teste da cesta de ovos conduzida em estrada ruim, sem quebrar -, depois de fazer propaganda galáctica de seus carros novos, em suas concessionárias não aceita como parte de pagamento veículos de sua marca (embora aceite marcas concorrentes), deixando o freguês que caiu no seu conto da fidélité apenas com a propriedade de um invendável ferro-velho, celebrando bodas com sua inútil sucata.
Enfim, até pessoas e empresas que sempre foram corretas, quando a vergonha acaba "lá em cima", também perdem a vergonha "cá em baixo". E nunca antes neste país houve tanta falta de vergonha como nos dias correntes.
P. S. - Tu quoque, amigo Suplicy?!
Mauro Chaves é jornalista, advogado, escritor, administrador de empresas e pintor. E-mail: mauro.chaves@attglobal.net
ESPAÇO ABERTO
Quando a vergonha acaba
Mauro ChavesQuando um chefe de Estado e governo afirma que a cobrança ética da sociedade é uma hipocrisia, está explicado como acabou a vergonha geral da Nação. E quando acaba a vergonha nacional, toda indecência vira normal. Com a maior naturalidade, considera-se que o dinheiro público deva ser gasto para assegurar vantagens especiais em favor dos que têm por função cuidar da coisa pública. E com a maior naturalidade se desrespeitam direitos dos cidadãos comuns, enquanto facilidades e confortos são ofertados a cidadãos "especiais".Quando a vergonha acaba, parlamentares recebem dinheiro público para custear passagens aéreas da cidade em que moram para a mesma cidade em que moram, ou para custear moradia, apesar de residirem em casa própria. Legisladores fazem seguros vitalícios de saúde, pagos com dinheiro público, mesmo para quando não tiverem mais mandatos a exercer, e mesmo que o sistema de saúde pública do País seja o de doentes espalhados pelos corredores dos hospitais por falta de leito, crianças morrendo em massa por falta de equipamentos, de medicamentos e de higiene nos hospitais, idosos morrendo nas filas de atendimento e tudo o mais que caracteriza o tipo de tratamento médico que o poder público brasileiro oferece à sua população.Quando a vergonha acaba, um tribunal superior é capaz de enviar ofícios a companhias aéreas ou a autoridades aeroportuárias para solicitar tratamento especial - que inclui dispensa de alfândega, de revista de malas - em favor de passageiro(a) que tenha por atributo o simples fato de ser amigo(a) de filho(a) de magistrado de tribunal superior. E é só mesmo quando a vergonha geral acaba que um sério e competente magistrado de instância superior, que tem a mais nobre função pública de assegurar o belo princípio constitucional do "todos são iguais perante a lei", torna-se capaz de aceitar, talvez "docemente constrangido", um descabido privilégio em proveito de amizades de sua própria família.Quando a vergonha acaba, lá em cima nos Poderes da República, a falta de vergonha se dissemina pela sociedade "abaixo", como uma virulenta pandemia, de rápido contágio e combate cada vez mais penoso e infrutífero. O desrespeito aos cidadãos, então, passa a ocorrer de forma generalizada, manifestando-se na decadência da qualidade dos serviços, no descaso geral do atendimento público, no desprezo aos direitos dos consumidores, na propaganda enganosa, na venda de produtos fraudados, na entrega de mercadorias com defeito e no completo descaso em relação ao treinamento dos que têm por função vender bens ou prestar serviço às pessoas. Ninguém liga para nada porque o descaso não acarreta consequência alguma. Assim, quando a vergonha acaba, revogam-se todos os controles de qualidade.É só quando a vergonha acaba que a maior fabricante de bebidas do País, e uma das maiores do mundo, tem a coragem de fazer aqui o que jamais ousaria em qualquer nação civilizada: usar um grande ídolo esportivo, nosso e mundial, para "passar" à sociedade, especialmente à juventude, a ideia de que quem toma sua marca de cerveja é mais guerreiro, é mais perseverante no trabalho e na superação das dificuldades, sabe lutar melhor pela vida, "não desiste nunca" e imbecilidades assemelhadas. E, no mesmo sentido, também já fez perder a vergonha um bom sambista popular brasileiro, que levou ao ridículo de tentar dar seu nome a um dos dias da semana - para nele aumentar o consumo de sua cerveja.É quando a vergonha acaba que a maior empresa de telefonia celular do País - que sempre se fez tão viva na comunicação - vende em suas lojas produtos maravilhosos que só mostram seu defeito quando o feliz freguês que o comprou chega em casa - a partir do que esse coitado terá de procurar uma inacessível "assistência técnica", passando a depender (por dias a fio) de quem nenhuma participação teve na relação de compra do cidadão com a loja, estabelecida na véspera. E é quando a vergonha acaba que a maior rede de varejo do País, aquela que tanto alardeia sua "dedicação total a você", vende um produto eletrônico com defeito que só aparece, coincidentemente, passadas as poucas horas durante as quais faria a troca na loja - obrigando, igualmente, o cidadão comprador a relacionar-se com uma desconhecida "assistência técnica", às vezes no cafundó do Judas, sem tempo algum para a "dedicação total a você".Quando a vergonha acaba, uma grande e centenária rede de drogarias, com serviço de entrega "em casa", faz venda por telefone de medicamentos que já acabaram em seu estoque - e cuja falta só "descobre" meia hora depois de efetuada a compra com cartão de crédito, obrigando o freguês ao estorno (sempre incerto) de valores já debitados em seu cartão e ao transtorno de sair atrás, às vezes em altas horas, de remédio que já julgava comprado - podendo essa droga de atendimento levá-lo às raias da loucura. Quando a vergonha acaba, uma grande montadora francesa, com marcante qualidade na suspensão de seus veículos - sendo famoso seu velho teste da cesta de ovos conduzida em estrada ruim, sem quebrar -, depois de fazer propaganda galáctica de seus carros novos, em suas concessionárias não aceita como parte de pagamento veículos de sua marca (embora aceite marcas concorrentes), deixando o freguês que caiu no seu conto da fidélité apenas com a propriedade de um invendável ferro-velho, celebrando bodas com sua inútil sucata.
Enfim, até pessoas e empresas que sempre foram corretas, quando a vergonha acaba "lá em cima", também perdem a vergonha "cá em baixo". E nunca antes neste país houve tanta falta de vergonha como nos dias correntes.
P. S. - Tu quoque, amigo Suplicy?!
Mauro Chaves é jornalista, advogado, escritor, administrador de empresas e pintor. E-mail: mauro.chaves@attglobal.net
PELAS RUAS DO RECIFE
PELAS RUAS DO RECIFE
Pelas ruas do Recife
surge a novidade,
afirmam-se credos seculares,
renascem mitos modernos.
Pelas ruas do Recife
dorme-se o sono dos justos,
cessam as palavras,
falam por si sós os fatos.
Pelas ruas do Recife
caminha a humanidade,
correm as notícias,
dispara a revolução.
Pelas ruas do Recife
travam-se todas as lutas,
cruzam-se todos os olhares,
reverenciam-se todos os deuses.
Pelas ruas do Recife
transitam todos os anjos,
ocorrem todas as mortes,
condensam-se todas as imagens.
Clóvis Campêlo
Recife, 1999
CAMPOS SONOROS
CAMPOS SONOROS II
Curadoria: Leo Alves Vieira
Dias: terça-feira, 12 de maio de 2009
Local: Espaço Sérgio Porto - Rio de Janeiro
Horário: 20 horas
Preço: R$ 10 (inteira), R$ 5 (meia).
“Obras Sacras?!", de Valério Fiel da Costa
Sinopse da Apresentação
Concerto de obras camerísticas do compositor paraense, radicado em
São Paulo, Valério Fiel da Costa, que lida com a questão do sagrado
dentro do escopo da performance musical.
O que faz de uma obra musical algo sagrado? Sua temática? Seu
formato? Qual o papel do ritual no ato de sacralização de um evento
sonoro qualquer?
Sem pretender responder a essas perguntas, mas lidando com estas o
tempo todo, o concerto propõe uma sequência de obras que lidam com a
questão da espiritualidade em diversos níveis: às vezes por intermédio
dos títulos das obras (missa, matinais), às vezes por meio da própria
performance proposta enquanto ritual..
As obras apresentadas aqui possuem como característica marcante a
construção paciente de situações sonoras de caráter meditativo e
imersivo. A importância do desenvolvimento motívico é diminuída em
favor da busca por uma estaticidade que visa transformar o evento
temporal que é a música em algo próximo de um evento espacial.
O ouvinte é convidado a mergulhar nas texturas e buscar por conta
própria caminhos dentro delas. É nesse espaço criado pela imersão que
o concerto busca situar a dimensão religiosa da performance. Assim,
nos encontramos dentro de uma situação sonoro-visual apropriada para
fruir, cada um à sua maneira, da relação que se queira estabelecer com
os mistérios ocultos do mundo."
Programa do EspetáculoMISSA (2007)
para sons gravados e sintetizador
AURORA (2008) eletroacústica
MÚSICA PARA TERÇA-FEIRA (2002) para sons gravados, guitarra
e sintetizador
MADRIGAL (2004) para guitarra, theremin e apito de pássaro (ouça uma versão de Madrigal em www.myspace.com/contemporarybrazilianmusic )
MATINAIS (2004) para violão, guitarra, violino e flauta
Intérpretes:
Valério Fiel da Costa – sintetizador (Missa); apito de pássaro
(Madrigal); violão (Matinais).
Marcos Campello – guitarra elétrica (Madrigal, Música para Terça-feira
e Matinais).
Jean-Pierre Caron – sintetizador (Madrigal, Música para terça-feira).
Paulo Dantas – escaleta (Matinais)
Participação especial: Gabriela Nobre /
LILIAN MAIAL
CANTOS DE AMOR
Canto III
Por onde anda aquele, por quem meu coração padece?
Vem ter comigo, ó amado, o que tem ventre de caminho de bois,
umbigo de poço, profundo e magnético, atraindo meus carinhos!
Vem, amado, de coxas feito monumentos,
pilares do altar do deus de todos os deuses!
Vem, que te faço orações e sacrifícios,
e me ajoelho em frente à tua imagem!
Tu, poema entre os versos, amado e esperado, como as manhãs de primavera,
escolhido por essa pele de relva - veludo tenro de calores tantos.
Tu, amado, por quem meu coração suspira, de pés delicados como asas,
voa ao meu encontro, repousa em meu regaço, como cisne em espelho d’água.
Vem, ó doce amado, e ocupa teu trono no reino de meu corpo,
dá as ordens, com essa tua voz de violinos, aos meus ouvidos servos,
que sorvem teus sons, como sorvo teus odores!
LILIAN MAIAL
GERAÇÃO BEAT
sexta-feira, 8 de maio de 2009
O DIA DELA
O DIA DELA
Por Luiz Carlos Amorim (Escritor e editor – http://br.geocities.com/prosapoesiaecia )
Minha mãe teve dez filhos. Eu sou o primeiro deles e ajudei a cuidar dos outros, porque ela trabalhava. E ela teve que dar conta de “criar” os mais novos quando a caçula chegou, porque ficou sozinha. Então digo que ela é a nossa heroína, pois sempre trabalhou e ainda teve que cuidar dos filhos, pois mais da metade dos dez ainda eram menores.
O que não a impediu de dar uma boa educação a todos eles, não deixando lhes faltar nem alimentação, nem teto, nem o que vestir e calçar, nem a educação básica. Não éramos uma família rica, éramos até bem humildes, mas me orgulho de ser honesto e esta é a maior herança que minha mãe me deixará.
E tenho orgulho da mãe que Deus me deu, pois ela formou pessoas dignas, amou a todos os filhos como se fosse um único, deu a eles tudo o que foi possível e daria a própria vida, se fosse necessário.
Lembro de quando eu era menino, que antes de sair para o trabalho, de manhã, ela deixava o almoço encaminhado, deixava o café para a filharada pronto e as tarefas para os maiores. Quando chegava de volta, ao meio dia, terminava o almoço, servia todo mundo, almoçávamos e ela ainda adiantava a lida da casa antes de retornar ao trabalho. À tarde, quando voltava, lavava roupa, fazia pão, limpava a casa, fazia comida, cuidava dos filhos, ufa! Nos finais de semana ela tentava descansar um pouquinho, mas era muito pouquinho mesmo. Como não trabalhava no sábado à tarde, fazia doces – bolo, cuca, biscoitos de araruta com coco. Fazia compras, fazia limpeza geral, por dentro e por fora da casa, que naquele tempo morávamos em casa, com jardim, quintal, horta, pomar. Capinávamos, cortávamos grama, varríamos o chão. Plantávamos, colhíamos. E era ela quem nos ensinava. E olhe que naquele tempo as coisas não eram muito fáceis. A água era encanada, para a cozinha, para o banheiro, para a área de serviço, mas não era de rede. Era de poço, e como o solo mais profundo de nosso terreno era de pedra, tínhamos um poço de apenas uns três metros. E no verão faltava água. Então minha mãe tinha que se virar com o pouco de água que a gente ia buscar no rio para lavar e na vizinhança para beber e cozinhar. Mas sobrevivemos.
Fico pensando, então, cada vez que o Dia das Mães se aproxima: o que dar para uma mãe assim? Um presente caro, uma jóia fina? Posso até dar qualquer coisa assim, mas o que vale mesmo é dar a ela o mesmo carinho que sempre tive, o amor que me empurrou pra frente na vida, o abraço, o beijo. E, mais que tudo, dar a nossa presença, o nosso respeito e admiração, sempre.
Se não pudermos, por qualquer razão, comprar-lhe um presente, uma flor pejada de carinho e de ternura e o abraço apertado, não serão aceitos de bom grado? Eu tenho certeza que sim. Dou, também, meu coração de presente, que é o que tenho de mais caro. E sei que ela merece.
VIGÍLIA AMAZÔNICA
No dia 13 de maio, quarta feira próxima, estaremos fazendo uma Vigília Amazônica no plenário do Senado Federal.A Vigília, que será interativa, ocorrerá das 18 às 24 horas e estamos fazendo uma convocação para que as pessoas acompanhem pela TV SENADO e participem enviando suas sugestões, comentários e protestos através do telefone ALÔ SENADO – 0800 61 22 11 ou através do email scomcmmc@senado.gov.br
Estamos a beira de um grande retrocesso na votação de emendas que flexibilizarão o Código Florestal e mesmo a Constituição.
A Vigília é um alerta geral! Divulguem e participem!
“Amazônia para Sempre”
ALÔ SENADO – 0800 61 22 11
scomcmmc@senado.gov.br
AJUDEM A DIVULGAR !!! PASSE ISSO PARA TODOS OS AMIGOS DA SUA LISTA !!! ISSO É MUITO IMPORTANTE !!!
Deise Alencar 11-92061468
11-80906540
LÁGRIMA DE MÃE
SER MÃE
SER MÃE
Mercília Rodrigues
Confiaste-me, Senhor, corações
nascidos de minh'alma, corpo, ventre.
Fui mãe, com certeza, por razões,
de compromisso de longe existente!
Envolvi-me em comunhão contigo,
na alegria de recebê-los com amor.
São flores do meu jardim que bendigo,
pois encheram minha vida de calor!
Agreguei, pelo caminho, outros tantos!
Chegaram tantos que até já nem sei...
Tornei-me mãe de almas em desencantos
com eles, às vezes, sorri e chorei!
Agradeço-Te, comovida, Pai Amado,
porque confiaste em mim e me entregaste
a mais bela tarefa nesta vida,
fazer dos filhos, seres renovados!
mercilia.rodrigues@terra.com.br/ENVIADO POR LÊDA YARA
quarta-feira, 6 de maio de 2009
AUGUSTO BOAL
Augusto Boal - A Alma do Teatro, o Teatro na Alma
“Atores somos todos nós, e cidadão
não é aquele que vive em sociedade:
é aquele que a transforma”.
Augusto Boal (In Memoriam)
Escolhido pela ONU-Organização das Nações Unidas como O Embaixador Mundial do Teatro; indicado ao Prêmio Nobel da Paz pelo projeto de Teatro como Inclusão Humana, torturado nos bastidores da Canalha de 64 (ditadura militar incompetente, corrupta, violenta e senil), tendo que se exilar, viveu na Argentina, em Portugal e Paris, sempre trabalhando a inclusão cidadã na arte cênica, partindo do pressuposto de que todos os humanos são atores; todos devem sair da opressão da máquina social as vezes pouco ética e muitas vezes mesmo insana, visando buscarem assim a libertação que há na arte de representar propriamente dita. Um mito do melhor do teatro popular brasileiro, Augusto Boal nascido carioca, acabou, promovendo o Brasil, tornando-se por isso também um cidadão do mundo de quilate, baluarte dos oprimidos de todas as terras e urbanidades, ele mesmo bandeira dos excluídos sociais, postulando pela inclusão via arte cênica. Quer mais?“Inventar outro mundo é possível”, disse Augusto Boal em Lisboa, completando: -“A invenção de outro mundo é possível, construído pelas mãos de todos em cena, no palco e na vida". Este era o desafio do dramaturgo brasileiro Augusto Boal na mensagem internacional que assinala o Dia Mundial do Teatro, completando, ainda: "Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida" – Esse é o mote deixado pelo ensaísta e diretor de teatro brasileiro, fundador do Teatro do Oprimido e que especialistas consideram uma das grandes figuras do teatro moderno contemporâneo. Olhando o mundo "Além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, classes e castas; vemos o mundo injusto e cruel" disse ele, e concluiu: porque, afinal, de uma forma ou de outra, "Somos todos atores”.
Augusto Boal morreu na madrugada de sábado de 02 de maio de 2009, no Rio de Janeiro. Ele sofria de leucemia e estava internado na CTI do Hospital Samaritano. Augusto Boal também era ensaísta e teórico do teatro, ganhando destaque nos anos 1960 e 1970 quando esteve à frente do Teatro de Arena de São Paulo, quando fundou o Teatro do Oprimido, pelo qual foi internacionalmente reconhecido por aliar arte dramática à ação social.Augusto Boal chegou a se formar em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1950, mas viajou em seguida para os Estados Unidos, onde estudou artes cênicas na Universidade de Columbia. De volta ao Brasil, sua primeira peça como diretor do Arena foi “Ratos e Homens”, de John Steinbeck, que lhe rendeu o prêmio de revelação da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte). Dirigiu ainda, entre outras peças, “Eles Não Usam Black-Tie” de Gianfrancesco Guarnieri, e “Chapetuba Futebol Clube” de Oduvaldo Vianna Filho. Foi o diretor do espetáculo “Opinião”, com Zé Ketti, João do Vale, Maria Bethânia e depois Nara Leão, que passou para a história como um ato de resistência ao golpe militar de 1964.
O Teatro do Oprimido provou ser importante ferramenta para a conscientização de todos que o praticam. Essa era a ambição de Augusto Boal: que todos os seres humanos, sejam quais forem suas profissões, gêneros, etnias ou condições sociais, instrumentalizando conscientemente o teatro e todas as artes que trazem em si, para que se pudessem alcançar os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Que a Liberdade, a Justiça e a Paz tenham por base o reconhecimento da dignidade intrínseca e dos direitos iguais e inalienáveis de todos os membros da família humana(...)”. Augusto Pinto Boal nasceu em 16 de março de 1931, na Penha, bairro da zona Norte do Rio. Suas técnicas e práticas foram espalhadas pelo mundo inteiro, principalmente nas três últimas décadas do século XX. Foram usadas não só por aqueles que entendem o teatro como instrumento de emancipação política, mas, e principalmente também nas áreas de educação, saúde mental e no próprio sistema prisional, tal a qualidade sócio-inclusiva das mesmas. Suas teorias sobre o teatro são estudadas até hoje nas principais escolas de teatro do mundo. O jornal inglês The Guardian, por exemplo, escreveu que "Boal reinventou o teatro político e é uma figura internacional tão importante quanto Brecht ou Stanislavski".“O Ser Humano é Teatro”, dizia Augusto Boal. Teatro, Dança, Música, Circo, Balé, Literatura, Voz Populi, humanagente, pois. O Teatro de vanguarda de Augusto Boal incomodava, tocava no cerne de questões ético-humanistas (humanitárias), sendo ele um porta-voz da liberdade de criação, da liberdade que é inerente ao ser humano em pleno exercício de cidadania exercitada ao extremo. Sim, Augusto Boal era a alma do teatro. E o teatro era a alma dele. No palco da vida deixou seu brilho, e como o show tem sempre que continuar, ela ainda será cantado em verso e prosa por esse mundão da nova desordem econômica sub-humana, bem ao jeito de uma espécie assim de Brecht moreno-tropical.
Bravo Boal!
Silas Correa Leite, Itararé, SP
Jornalista Comunitário, Ficcionista Premiado, Conselheiro em Direitos Humanos (SP)
E-mail: poesilas@terra.com.br
terça-feira, 5 de maio de 2009
AUGUSTO BOAL
AUGUSTO BOAL (1931-2009)
Celso Lungaretti (*)
A morte de Augusto Boal me atingiu como se eu tivesse perdido um grande amigo. A ele e a Gianfrancesco Guarnieri devo o texto e a encenação da primeira peça de teatro profissional a que assisti, aos 15 anos: Arena Conta Zumbi. Marcou-me para sempre, assim como a seguinte, Arena Conta Tiradentes. As duas têm muito a ver com o rumo que tomei na vida.
Falei sobre essas peças em dois artigos escritos dias antes do último feriado de Tiradentes, então seria ocioso repetir-me agora. Para quem quiser recapitular, estão em:
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2009/04/conspiracao-era-palaciana-tiradentes.html
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2009/04/desmistificando-o-mito-recuperando-o.html
Tenho quase certeza de que era Boal um dos atores de Arena Conta Zumbi, quando a peça foi para os bairros e eu a assisti no teatro Arthur Azevedo, da Mooca. Talvez substituindo Lima Duarte, que atuou nos primeiros espetáculos e participa do excelente disco com os principais trechos e músicas, mas não ficou para a temporada popular.
Registro: Boal foi preso e torturado em 1971. Quando o libertaram, passou cinco anos na Argentina, onde, apropriadamente, encenou Torquemada, texto de sua autoria sobre a Inquisição. Deve ter sido fácil para ele desenvolver o seu personagem, depois de passar pelas garras dos Torquemadas brasileiros.
Há mais de quatro décadas, ele escreveu estes comentários que permanecem atuais até hoje e dão uma boa idéia do homem e de suas devoções, às quais se manteve fiel pelo resto da vida:
"Quanto a fase nacionalista do teatro foi sucedida pela nacionalização dos clássicos, o teatro chegou ao povo, indo buscá-lo nas ruas, nas conchas acústicas, nos adros de igrejas, no Nordeste e na periferia de São Paulo.
"Esses espetáculos, festas populares, eram gratuitos, mas o artista é um profissional. Conseguia-se apoio econômico que tornava o desenvolvimento possível.
"Já não se consegue. A platéia foi golpeada. Que pode agora acontecer?
"O único caminho que parece agora aberto é o da elitização do teatro. E este deve ser recusado, sob pena transformarem-se os artista em bobos de corte burguesa, ao invés de encontrarem no povo a sua inspiração e o seu destino.
"O beco não parece ter saída. A quem interessa que o teatro seja popular? Descontando-se o povo e alguns artistas renitentes, parece que a ninguém de mando e poder.
"Vindo o que vier, neste momento de morte clínica do teatro, muitos são os responsáveis: devemos todos analisar nossas ações e omissões.
"Que cada um diga o que fez, a que veio e por que ficou. E que cada um tenha a coragem de, não sabendo por que permanece, retirar-se."
* Jornalista e escritor, mantém os blogs
http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/
AUGUSTO BOAL
(1932-2009)
Naqueles anos
de exilio
nao qualificado
de "tortura"
encenavamos
o absurdo da vida
em um festival de teatro
na California.
O absurdo nos fazia
denunciar
a ditadura militar
sem aceitá-la.
Hoje me entregas
uma quota de absurdo
que nao me permite
negá-lo: tua morte.
Sentiremos tua falta,
companheiro Boal,
para sempre.
TERESINKA PEREIRA
3 DE MAIO, 2009.
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