terça-feira, 29 de novembro de 2011
HEITOR DE PAOLA
Heitor de Paola
O texto abaixo é uma carta que mandei para um debatedor de outro grupo de
discussão que me parece um democrata autêntico e sincero, mas submetido ao
encantamento gramcista da moda. Tudo começou quando ele escreveu: "Eu ainda
prefiro a democracia petista do que os anos de chumbo da ditadura de 64".
Apenas perguntei: "Você vivenciou os chamados "anos de chumbo" para poder
afirmar isto"? E ele me respondeu que não precisava, pois nunca viveu em
Cuba e pode dizer que não lhe serve.
Texto completo
Como eu já estava querendo escrever sobre isto, estou aproveitando para
postar neste grupo também, onde alguém de fora há uns tempos se referiu aos
"comunistas arrependidos" com desdém, se referindo a mim.
Caro R
Sabe por que você nunca viveu em Cuba? Porque os militares, a pedido da
população, abortaram a tentativa de fazer do Brasil uma Cuba, pelos mesmos
que hoje, na "democracia petista", estão no poder e vão tentar de novo,
podes ter certeza. A frase do Olavo de que "a democracia leva à ditadura" é
o que talvez venhamos a experimentar em breve e são as verdadeiras
intenções dos "democratas" Zé Dirceu, Genoíno et caterva.
Pois eu vivi intensamente aqueles anos, em 64 eu já estava no segundo ano
da Faculdade, era Vice-Presidente do Centro Acadêmico e, obviamente, como
qualquer babaca daquela época, de esquerda, da AP (a mesma do Serra).
Estive foragido alguns dias e dois meses preso. Perdi um ano de estudos. E
me desencantei. Com as esquerdas, não com os militares. Em 68, inicio do
ano, foi oficialmente lançada a "luta armada". Eu participei das reuniões
com gente vinda de Cuba, não é mentira não, eles estavam aqui fornecendo
dinheiro e armas tchecas para tornar o Brasil uma outra Cuba a serviço de
Moscou, como a original. Não era nada de democratas em luta contra uma
ditadura como hoje dizem: eram comunistas querendo instalar uma verdadeira
ditadura totalitária! Eu estudei os textos, meu chapa, não ouvi falar nem
li em livrecos idiotas escritos por ex-seqüestradores. Sabe o que nos era
indicado para ler? Mao Tse Tung, Ho Chi Min, Nguyen Vo Giap, Lenin, Che,
Fidel e, como não podia faltar um francês, Régis Debray, o tal da
"Revolução na Revolução". Como descobri que eu era, autenticamente, um
democrata - mas sem negar os riscos da democracia - pulei fora e acredite,
meus "cumpanheiros democratas" me ameaçaram, a mim e à minha então
namorada. Como eu sou um ávido leitor de livros policiais e de espionagem,
inventei uma carta colocada no cofre de três advogados com todos os nomes e
esquemas, para ser entregue no quartel mais próximo, caso algo ocorresse
comigo ou com ela .... e me livrei das ameaças!
Eu frisei que isto ocorreu no início de 68 porque hoje é dito que a luta
armada foi desencadeada contra o endurecimrnto da ditatura com o AI 5,
quando foi justo o oposto: o AI 5 foi conseqüência do desencadeamento da
luta armada! Você me diz, com toda a sapiência de historiador: "Heitor,
história é história". E eu te respondo: história é um troço escrito por
gente e, como tal, cada um puxa a brasa para a sua sardinha. Os reais
vencedores de 64 foram os que escreveram estas mentiras que você, como
tantos outros democratas sinceros, engole com facililidade!
Pois no Governo Castello Branco - que hoje reputo como o maior estadista
brasileiro do Século XX (tenho engulhos quando ouço dizerem que este idiota
pomposo do FHC é estadista!) - e também nos primeros anos do Costa e Silva,
o Brasil era uma efervescência cultural. No teatro surgiram grupos como o
Opinião que atacava publicamente o regime. A peça "Liberdade, Liberdade"
era um libelo contra a "ditadura". Surgiu "O Pasquim" que ironizava os
"milicos" e o Stanislaw Ponte Preta ( Sérgio Porto) com seu FEBEAPÁ
(Festival de Besterias que Assola o País - como faz falta hoje em dia!) que
não poupava ninguém. Juca Chaves, ácido crítico dos militares (sua modinha
"Brasil já vai à guerra" devia irritá-los profundamente) cantava à vontade.
Aliás, ainda em 70 (Governo Médici) ele dizia o que bem entendia no Circo
Irmãos Sdruws, no Parque da Catacumba, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio -
isto não é história, eu fui a três shows.
Ocorreram os Festivais da Canção, com as músicas antimilitaristas de
Geraldo Vandré - hoje puxa-saco dos "milicos" da FAB - e as bobagens do
Chico Buarque (até hoje não sei porque depois do AI 5 censuraram as músicas
deste chato, só dando mais "charme" a elas).
O Caio Prado Jr, comunista de carteirinha, publicava em sua Editora o que
bem queria, bem como a Ed Civilização Brasileira. A velha editora do PCB, a
Editorial Vitória Ltda. editava e distribuía livros de Marx, Engels e
Lenin. Sua sede ficava na antiga Rua das Marrecas (hoje voltou a se chamar
assim), à época Rua Juan Pablo Duarte, Centro, Rio, num sobrado que tinha
sido a sede do Partidão no Estado da Guanabara. Isto, meu caro, não é
história, fui à minha estante agora mesmo buscar um livro editado em 64 e
que eu comprei livremente em livraria aberta, em 1970 (Médici): "A origem
da Família, da Propriedade Privada e do Estado", do Engelsdo de quem Marx
era gigolô . Em 1971 comprei da Editora Saga, também de orientação
comunista, "A História da Revolução Russa" de Leon Trotski, em 3 volumes de
lombada vermelha, como sói!
Se você não me chamar de mentiroso, ou como fez com a A. e o P., levar no
sarcasmo hostil, vê se abre a tua cachola para algo que não seja a
"história oficial"
Houve sim uma guerra revolucionária em que ambos os lados mataram. Por que
raios só os de um lado hoje recebem comendas, indenizações e aposentadorias
milionárias, status de pobres vítimas; e os do outro são desmoralizados,
suas corporações são sucateadas - como se mante-las fosse só do interesse
deles e não da defesa nacional, cáspite! - tem seus soldos achatados e suas
aposentadorias ameaçadas de serem tungadas para sobrar dinheiro para o
BNDES mandar para a Venezuela?
Adiantando-me a algumas idiotices que já ouvi: não, meu caro, não sou
puxa-saco de milicos nem o Olavo de Carvalho é meu gurú. Estou numa
situação curiosa na qual a tchurma da esquerda me chama disto aí e os
nacionalistas de direita me chamam de entreguista porque não concordo com o
antiamericanismo obssessivo reinante. Incrível, não?
Para terminar, um pouco só de teoria histórica. Hanna Arendt - que já não
deve ser lida, sequer conhecida dos modernos "historiadores" - fez uma
diferenciação entre regimes autoritários e totalitários que as esquerdas
execram, pois põe a nú suas mentiras. Os primeiros são regimes como o de 64
em que alguns são perseguidos, mas não se impões o pensamento único. Tanto
que a esquerda venceu no terreno "intelectual" (sic). Os outros, são
aqueles em que se impõe o pensamento único do qual não pode haver a mínima
discordância senão, paredón! Nos primeiros a imprensa é censurada, o que
ocorreu aqui, nos segundos a imprensa é totalmente destruída só sobrando o
órgão do Partido condutor das massas - seja o Pravda, o Granma, o
Vöelkischer Beobachter ou o Popolo d'Italia.
Leia algo mais dos que as cartilhas oficiais que você só tem a se
beneficiar.
Atenciosamente, Heitor
TELA: chagall
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
SHOW DE GONZAGA LEAL EM RECIFE
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
CARLOS LÚCIO GONTIJO
Porto dos prazeres
Carlos Lúcio Gontijo
www.carlosluciogontijo.jor.br
Nem próprio nem impróprio
Sexo com amor é puro ópio
Onde a alma se entorpece
E o corpo semimorto amanhece
Ancorado no porto dos prazeres
No conforto do horizonte de um beijo.
(Poema extraído do livro PELAS PARTES FEMININAS - CLG/1993)
tela: renoir
VIVIANE MOSÉ
Será reapresentada a entrevista com Viviane Mosé no programa CONEXÃO Roberto D'Ávila na TV BRASIL, dia 27 de novembro, neste domingo, às 20 horas.
Ela abordará temas de seu novo lançamento, o livro de filosofia “O HOMEM QUE SABE – do Homo Sapiens à Crise da Razão”, editado pela Civilização Brasileira, além de discutir política, educação e cultura.
Confira!
Atenciosamente,
Usina Pensamento.
WINDERSON SILVA
Nilmar e Montillo e Breno, a SOLUÇÃO.
Com estes jogadores teríamos um time de respeito.
Publicado por windersonfanatico 25/11/2011
Duas noticias agitaram os bastidores do Maior do Mundo nesta semana. Fomos pego de surpresa, a até então inútil diretoria está trazendo dois jogadores de ponta para começar a montarmos um forte time em 2012, jogadores estes que vinham para duas posições que há tempos está carente, segundo atacante e o tão esperado camisa 10.
Começamos a falar de Nilmar,a primeiras das surpresas, o típico segundo atacante, viria para atuar no lugar de Dagoberto que está indo para o Internacional. Seria uma excelente contratação, não temos um jogador deste nível há muito tempo (nessa posição). Rápido, driblador, raçudo e ainda tem muito lenha pra queimar no futebol.
O problema seria o preço, nossa diretoria tem uma política muito definida sobre contratação, mas parece que está começando a mudar. A proposta tricolor seria 10 milhões de euros mais Casemiro. Nilmar vem se recuperando de uma cirurgia no joelho e voltará a jogar no começo do ano. Com a excelente estrutura que temos no reffis podemos recuperá-lo, essa lesão pode nos ajudar na transferência como aconteceu no caso do Luis Fabiano, alias já imaginaram um ataque com Lucas, Nilmar e Luis Fabiano?
Mas ai ficaria a pergunta, e quem levaria a bola até eles? Cadê o tão sonhado camisa 10? Dê que adianta um ataque dos sonhos se não há um pensador atrás dele?
Essa foi a segunda surpresa informações são conta que o São Paulo cederia Jean, Bruno Uvini e Marlos mais 5 milhões de reais, proposta ao meu ver muito satisfatória para ambas as partes, sei que posso causar polêmica com minha opinião, muito não gostaria de ver Jean e Bruno nessa negociação.
Mas seria para a contratação do jogador que resolveria nosso problema de anos, por muito tempo. Montillo é um excelente jogador (Milton Cruz tinha indicado-o para o tricolor, mas a diretoria preferiu não arriscar, mas isso é outra história) e ao lado de jogadores como Luis Fabiano e Lucas formariam um sistema ofensivo dos sonhos.
Com estes dois jogadores resolveríamos o problema do ataque, agora e a defesa? Caros amigos, Breno á a solução, jogador alto, rápido e sabe jogar quando tem a bola dominada, (quem não se lembra do gol contra o Santos?) formaria uma excelente dupla de zaga com Rodolfo, não será difícil essa negociação e creio que gastaríamos menos do que com Nilmar e Montillo.
Com tudo que foi dito, meu time para 2012 seria, Rogério Ceni, Piris, Rodolfo e Breno, Juan, Wellington e Denílson, Lucas e Montillo, Luis Fabiano e Nilmar. Já pensou? Galinhada e a porcada iam tremer só de ver a escalação.
E para você esse seria o time ideal para o São Paulo em 2012? Opinem sua opinião é muito bem vinda neste espaço.Winderson Silva, 20 anos, é gerente comercial de um distribuidor da BAYER CROPSCIENCE. Doente pelo São Paulo, nasceu cantarolando o Hino do Tricolor./FONTE SPnet
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
ROBERTO ROMANELLI MAIA
SIM, RESPONDA, MINHA AMADA
Roberto Romanelli Maia
Escritor, Jornalista e Poeta
SIM, RESPONDA, MINHA AMADA:
COMO IGNORAR, DENTRO DE MIM,
TODO ESTE AMOR QUE SINTO POR VOCÊ
E QUE CULTIVO DEIXANDO MAIS E MAIS
CRESCER E CRESCER?
DIA APÓS DIA SEM CESSAR!
SIM, COMO NÃO PERCEBER QUE MINHA VIDA MUDOU
COM A SUA DESCOBERTA?
COM A SUA CHEGADA?
COM A SUA PRESENÇA JUNTO, AO MEU LADO?
COM SEUS OLHOS ME FITANDO ATRAVÉS DA DISTANCIA QUE NOS SEPARA?
COM SUA BOCA DIZENDO PALAVRAS MUDAS QUE SÃO ESCRITAS POR VOCÊ?
SIM, COMO?
COMO ESQUECER QUE A VIDA SÓ TEM SENTIDO QUANDO SE AMA E SE É AMADO?
QUE ESTAR ENTRE OS SEUS BRAÇOS NÃO É UM DESEJO É O AR QUE RESPIRO?
SIM, MINHA AMADA, COMO EXISTIR SEM A SUA PRESENÇA PERTO DE MIM?
SEM SEU CORPO, SUA ALMA E SEU CORAÇÃO UNIDOS AO MEU?
SIM, RESPONDA PORQUE EU NÃO TENHO TODAS AS RESPOSTAS.
SEI APENAS O QUE VIVO E SINTO.
QUE O MEU AMOR É A TOTALIDADE DO MEU SER.
QUE É SEU, SÓ SEU, MINHA AMADA.
SEU, DE MAIS NINGUÉM!
tela: manet
EFIGÊNIA COUTINHO
TARÔ
Efigênia Coutinho
Ás cartas de Tarô não mentem
Mandou minha alma louca
Não resistir a ausência pouca
De ir viver os sonhos também!
Para amar como todos lá fora
Amar...Amando...ser muito feliz
Escutas o que ás cartas te diz
Não duvides da afirmação agora.
Ás cartas de Tarô estão prevendo
Que um dia qualquer eu partiria!...
Chegou a hora e quem diria,
Meu coração não está sofrendo
Os sonhos estão em toda parte
Sobre teu peito descoberto
O luar contempla bem de perto
Estrelas desejando beijar-te...
Deixarei que este sonho se eleve,
Lá! Acima pelo páramo celeste,
Onde a horda de astros se reveste
Para receber o que Tarô prescreve!
Balneário Camboriú
WALDO LUIS VIANA
Waldo Luís Viana
Ter uma filha é um presente do céu, um motivo de alegria. Deus brindou-me com essa imensa claridade que rebrilha sempre em meu coração. Saibam todos que me orgulho dela, que ela preenche os meus espaços de dor e solidão. Mesmo longe, sinto o frescor de seus braços, em volta de meu pescoço, e sua voz firme, mas terna me dizendo "pai", que se torna o substantivo mais lindo e leve do mundo. Como é bom ser seu pai, Alana e carregar a responsabilidade de assistir feliz os seus êxitos. Como é bom saber que seus novos 24 anos são tão bonitos quanto o primeiro momento em que a peguei nos braços e, chorando, lhe disse, baixinho, "filha minha!". Feliz Aniversário e meu amor para sempre! Do seu paizinho, Waldo.
ANIVERSÁRIO DE EVERI RUDINEI CARRARA
ANIVERSÁRIO DE EVERI RUDINEI CARRARA
Everi Carrara aniversaria!
Mesmo com o risco do lugar comum , repito sempre que aniversariar é renascer.
Meu amigo Everi Carrara aniversaria, e a amiga bate asas de bem-te-vi
!Já viram a euforia desse pássaro quando saúdo o amanhecer: tatalar e
fremir de asas, trinado inconfundível.De bem-te-vi para bem-te-vi, nos
re/comhecemos, embora apenas pela Internet.Paixões semelhantes-
Glauber Rocha, Tom Zé, Nara Leão, Piva e por aí vai.Gosto pela Poesia,
representação em nossas cidades do aBrace -Movimento Cultural
(Brasil/Uruguai) .
Cuidados de bem querer cordifraterno: Como vão seus olhos, como vai
seu filho, como vai você? Estamos sempre ligados, divulgando o que o
outro precisa, divulgando o Outro, sem jamais nos centrarmos em nossos
próprios umbigos.Publicamos em nossos blogs o que julgamos ser bom
divulgar, é bom comprazer-se na vitória, na excelência dos outros...
Em tempos de Internet há desss amizades inexplicáveis:j amais nos
vimos, e nos sabemos de almas irmãs.
Mas, claro, há diferenças adoráveis: ele e suas paixões , seu
entusiasmo, sua palavra. Alcançam por aqui uma alma atenta e
solidária. Ele é ÚNICO! Somos mesmo de repartir o pão cultural.
Eu ia sair para colocar no Correio algumas coisas que lhe prometi, uma
revista que homenageia Glauber Rocha - o número 1 de PROSA - uns
livros.
Mas a chuvarada impediu-me.Não faz mal: quando o envelopão chegar a
Araçatuba, ele saberá que a intenção valeu, que "vale o escrito"
...Que lhe desejo, nesta nova idade, todas as alegrias, das mais
genuínas.Os sucessos que o sol do espírito possa iluminar.A beleza da
vida, seja-lhe um girassol gigantesco , O amor derrame-se sobre seu
coração que tem a ductilidade do Ouro. Cheguem-lhe todas as sementes
da saúde e sua carreira floresça.
Enfim, FELICIDADES, MIL Parabéns.
Você merece!
Um abraço amigo!
fonte:hana.haruko
Clevane Pessoa
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
ANIVERSÁRIO DE EVERI RUDINEI CARRARA
CARLOS LÚCIO GONTIJO
PAISAGEM DE JANELA
Carlos Lúcio Gontijo
www.carlosluciogontijo.jor.br
Minha musa pode ser...
A calma de um vazio exacerbado
Quem sabe um rio de anjos
Ou arcanjos demônios em mim
Minha musa pode ser...
A preguiça domingueira do feriado
Quem sabe a fome dos jornais
Diante a barriga cheia dos arrozais
Minha musa pode ser...
A brincadeira da criança
Da espera a maior querença
Ou uma vontade de chover
Minha musa pode ser...
Uma deusa do Egito
Um grito que caludei
Ou um beijo que não sei
Minha musa pode ser...
Uma mulher de muitos sóis
De muitas luzes, muitos filhos
De cabelos de cometa
De boca de vermelho doce
De mão sensível que apela
De olhos de estrela
Simples paisagem de janela...
(Poema do livro LEITE E LUA - CLG/1977)
ANIVERSÁRIO DE EVERI RUDINEI CARRARA
Meus Lábios...
Sim, meus lábios
...comungam felicidade
por saber que este Dia
Ferverá júbilo recíproco...
Alegro-me por entender
que a beleza dos teus sonhos
é tão intensa quanto o
carisma que externas...
Assim sei, que estes sonhos
são os mais belos
que alguém já sonhou...
Ah! Quero muito ser
uma das figurantes
deste cenário ímpar!
Ilka
Saúde é o que mais peço ao
Grande Arquiteto do Universo
e que, qual orvalho, a cada amanhecer,
regue todo teu Ser...
Ah! ...e, junto a este "pacote"
seja agregado
uma "pitadinha" de sentimentos
que nutres por alguém...
E que este alguém coloca-te
no "pedestal"mais nobre
do Palco da Vida!
Felicidades!
Ilka Bosse
Bailarina das Letras
Blumenau-SC-Brasil
Música: - InstOrquetra -
- ilka.bosse@terra.com.br -
ANIVERSÁRIO DE EVERI RUDINEI CARRARA
terça-feira, 22 de novembro de 2011
GONZAGA LEAL E ALAÍDE COSTA
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
WLADEMIR DIAS PINO
Wlademir Dias Pino é uma figura, não somente no sentido figurado da palavra. No sentido mais amplo que a palavra pode alcançar. É um homem que trabalha, compõe, recompõe, poemiza com figuras, formas e cores. A sua palavra é gráfica, pois ele, um homemgráfico, viveu enfronhado nas gráficas abarrotadas de bobinas de papel, tinta, linotipos, a vida toda. "Eu nasci dentro de uma gráfica"... Bom ponto de partida para começar a entender um pouco sobre sua poesia visual. A arte que vem de Wlademir não é coisa pra se entender tão facilmente, mas é inegável que ela surge com uma estética depurada, delicada, com significados múltiplos e liberta das obviedades complacentes.Wlademir, junto a e escritores e intelectuais da década de 1960, participou da fundação do movimento denominado poema processo e do concretismo. É um homem alinhado com a contemporaneidade. O tempo passa para todos, menos pra ele que tem vitalidade intelectual de um jovem. Lembramos dele mostrando e discorrendo sobre a estética das linhas de quebra da “piçarra”. O fazia com tanto ardor, que parecia estar falando de uma obra de arte. Acredito que ele já deve ter colocado das simetrias e assimetrias dessas rochas moles, de plano inclinado, encontradas facilmente em Cuiabá, num de seus trabalhos. Sua obra deve ser emparentada com as linhas da piçarra.
Livro-poema
Wlademir Dias Pino revolucionou nosso entendimento das artes. Numa entrevista com ele, em meados dos anos 80, conversamos bastante sobre o tal do pós moderno. Sabíamos que ele era verbete da enciclopédia britânica e que lançara seu primeiro livro com uns quinze anos. "Entendeu o que eu disse, o que eu te expliquei? Se não, não tem importância, porque daqui a uns quinze anos você vai entender". O poeta visual já me tascou essa, expressa assim diante de jovens que tentavam beber de sua fonte rara e preciosa.No início desta semana chegaram notícias dessa figuraça, há vários anos radicado no Rio, sua cidade natal. Uma exposição no espaço Oi Futuro foi aberta com 700 poemas seus. Seu conceito de arte e sua elaborada produção são mirabolantes e traduzem uma pegada meio científica. Classifico-o como um artista bastante racional, mas autor de uma estética que combina sensibilidade e inspiração. Um artista genial.
Certa vez, pesquisando sobre ele nas altas madrugadas, me deparo com um depoimento do brilhante Octavio Paz, poeta e ensaísta mexicano, ganhador do Nobel de Literatura em 1990, que apontou Wlademir como o principal poeta visual do mundo. Antonio Houaiss considerava como “um dos mais perspicazes pesquisadores visuais no Brasil”. Assim é Wlademir um desses artistas que...
fonte: tyrannus melancholicus
PEDRO DU BOIS
TEMPOS
Avesso ao calendário traço
no espaço o tempo onde me distraio:
sei do amanhecer que me acorda
do meio dia que me alimenta
da tarde propícia à tormenta
da noite em que me desoriento
revisito o tempo na capa
da magia e me refugio
em mim mesmo
mantenho o som do rádio
e me delicio em estáticas: olhos
fechados
imagino a cena na tela
despegada.
(Pedro Du Bois, inédito)
http://pedrodubois.blogspot.com
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
USP
USP – Invasão Democrática ou Piada sem Graça?
A Reitoria da USP – Universidade de São Paulo, nega esclarecimentos à sociedade civil em especial a população do estado de São Paulo. Vale ressaltar a grande dificuldade em obterem-se de forma clara informações sobre como são aplicados os recursos obtidos em grande parte através de receitas provenientes do ICMS arrecado pelo Estado de São Paulo. A USP se fosse comparada a uma cidade seria a sétima maior arrecadação do Brasil, perdendo apenas para as cinco maiores capitais do Brasil mais São Bernardo do Campo/SP. A Reitoria da USP a muito deve explicações sobre como, onde e quais os critérios de aplicação dos recursos da instituição. Seria curioso ouvir esclarecimentos da Reitoria sobre a real necessidade em a instituição possuir em seus ativos, imóveis adquiridos em inúmeras regiões da cidade de São Paulo/SP sem nenhuma aparente, finalidade estrutural ou educacional para a USP. Claro que pode existir mesmo sendo uma possibilidade remota, boa intenção de um projeto ainda não revelado para estes locais e caso exista a população de São Paulo ficaria feliz em obter estas informações, nada mais justo.Somente a titulo de exemplo, merece esclarecimentos, quais, os benefícios à USP ser proprietária de um terreno locado a uma empresa administradora de estacionamentos em uma das regiões mais cara do município de São Paulo, estaria a USP investindo no mercado imobiliária em busca de ganhos financeiros com a valorização dos imóveis e rentabilidade obtida através da locação? Estaria a Instituição publica de ensino atuando com investidora ou teria estas aquisições motivação educacional mais nobre?
Outras curiosidades, porque a grande fatia dos investimentos em pesquisa favorece projetos de pessoas próximas a reitoria apesar de alguns deles serem de inexpressivos ganhos cientifico ou tecnológico em detrimento de outros como maior potencial cientifico ou tecnológico, alem de inúmeras denuncias de favorecimento em compras suspeitas de equipamentos entres outras estripulias. Porem parte dos alunos da USP, não conseguiu encontrar em nenhum destes questionamentos algo que os deixassem indignados. A estes alunos o que incomodou mesmo, foi o fato de três alunos flagrados consumindo maconha dentro da cidade universitária terem sido supostamente mau tratados pela Policia Militar. Alias o fato da Policia Militar estar fazendo ronda na cidade universitária é fruto de muita luta da sociedade civil paulistana realizada através de convenio firmado com a reitoria da USP.È no mínimo lamentável que estes alunos tenham em nome da democracia invadido a reitoria da universidade, danificado a reitoria, agredindo quem se opusesse ao dito protesto e ainda tendo como principal bandeira a retirada da policia militar da cidade universitária. Isso parece até piada. Infelizmente foi sério ou pelo menos o prejuízo que estes ditos “alunos” deixaram para a instituição e por tabela para a população do estado de São Paulo foi realmente sério. Se este “democrático” grupo de alunos acha por bem liberar o uso da maconha, que tente obter este direito de forma democrática, através de passeatas, busca de comoção popular e até de apoio parlamentar neste sentido. Mas reivindicar a saída da policia militar do local, para que possam usufruir de um entorpecente que atualmente tem seu uso proibido por lei é no mínimo bizarros. Usar métodos de protesto vulgo democrático para este fim só pode ser piada de péssimo gosto.E ainda propor em “assembléia” chamar uma greve geral dos alunos da instituição como se representassem o pensamento da maioria dos alunos é no mínimo ridículo. Se é este o novo perfil político dos alunos da USP, só restará a população do Estado de São Paulo, rezar, porque dias cinzentos viram por ai.
Grato.TELA: CHAGALL
Fabio Cavalcante
www.blogfabiocavalcante.blogspot.com
CONTINENTAL COMBO
Continental Combo no Gusta Café Bar y Gastronomia.
O Continental Combo se apresenta mais uma vez no Gusta Café Bar y Gastronomia divulgando o seu mais recente álbum "Conveniências na Cidade", lançado pela Voiceprint.A ocasião vai ser também motivo para comemorar o aniversário de (40 primaveras) da Consuelo. Haverá ainda venda de material da banda no local, além da exibição do vídeo:The American Folk Blues Festival (1962-1966)
O Gusta Cafe Bar Y Gastronomia ocupa uma a pequena casa dos anos 50 na Pompéia, o espaço é um mix aconchegante de café Gourmet de primeira, bar com incríveis drinks, cocktails tradicionais e inovadores, petiscos e deliciosos pratos da cozinha mediterranea.
SÁBADO DIA 19.11· À PARTIR DAS 17:00HS - COUVERT R$ 2,00
POCKET SHOW PONTUALMENTE AS 20:00HS
Estão todos convidados.
Gusta Café Bar y Gastronomia
Rua Desembargador do Vale, 1090 - Pompéia
tel.: 11 2925 1157
www.gusta.com.br
www.myspace.com/continentalcombo
NEIL FERREIRA
Nosso cão alcoólatra e seu veterinário homeopata
Neil abstêmio a força Ferreira
Nosso cão ? Nosso nada, nós é que somos dele. Chicão é mais um sortudo
ex-sem teto, que a minha filha recolheu da rua para fazer companhia ao
Fedegoso, também recolhido e que hoje é o dono de fato da nossa casa.
Aceitei mais este habitante e pensei com toda minha sabedoria que os
dois não conviveriam, assim como dois invasores do MST não aceitam
dividir o butim entre si nem por fingimento; a cumpanherada é cada um
pra si, ou “cada um pra mim”, que é o lema do ex-barbudo Careco desde
os tempos imemoriais.
O que sei de Lula li no livro “O que sei de Lula”, de José Nêumanne
Pinto, jornalista, poeta, cinéfilo, romancista (“O Silêncio do
Delator”) e agora historiador da nossa história recente e competente
analista de um dos seus personagens mais esquisitos, o inventor da
frase-lema mais mentirosa da Novilingua, falada no país “dos mais de
80%”: “-- Nunca antes na história dessepaíz”.
Lula, quando ainda frequentava o chão da fábrica, deu um puxão de
orelha num companheiro que trabalhava rápido e bem no seu torno,
muito melhor do que ele, Lula fazia: “-- Cumpanhero, assim você me
prejudica...”; é uma das passagens do livro.
Chicão veio, viu e venceu; após rapidíssima vitória e invasão do
nosso território vital, no segundo minuto em que entrou em casa, com o
flanco protegido e reforçado pela tropa aliada (a minha filha Ju).
Foi uma “blitzkrieg”, guerra relâmpago, de fazer inveja às Panzer
Divisions, que ocuparam a Polonia em poucas horas e tomaram a França
em um mês.
Fedegoso é um cão de tamanho médio, chegou há alguns anos e já me
domesticou; aprendi diretinho quais as fofices que faz para receber
o preço combinado: um biscoito; e qual a mistura que ele gosta de
comer, adicionada à ração, para melhorar um pouco o sabor da gororoba
que lhe é servida. Sabe aquelas rações que aparecem anunciadas na tv,
mostrando lindos cães comendo felizes da vida ? Conversa fiada.
Fedegoso não as come sem mistura nem que eu faça aviãozinho (já
tentei, pensa que não sei ).
Chicão, como o nome indica, é grandalhão e chegou em casa só pele e
osso. Ah, sim. Cheirava mal de dar pena em nós, ele já devia estar
acostumado. Primeira medida de autopreservação nossa: veterinário,
banho e vacinas. Primeira medida de autopreservação dele: atacou a
tijelinha do Fedegoso e mandou ver toda comida que tinha lá.
Quando voltou do veterinário de imagem mudada era outra pessoa, mas
isso só por fora; por dentro, continuou a mesma doçura e bom humor que
nos conquistou a todos e de imediato – Chico é um cão que sorri o
tempo todo.
Quem mesmo teve dramática troca de imagem há poucos anos, passando da
noite para o dia a usar “Armani” e “Dolce e Gabbana” ? E cuja
amantíssima esposa, dita a “Galega”, habituou-se a vir de Brasília a
Sumpólo num jatinho chapa-branca, para frequentar seu cabelereiro
predileto, onde colocava em dia as fofocas da sua roda, a nobreza
sangue azul do ABC ?
“Num vi nada, num sei di nada, sisquici”, lema do reinado du Roi Louis
51, que tentou implantar a palavra de ordem “Tout le pouvoir au
peuple”. “Le peuple” lá deles, diga-se; “les camarades (a
cumpanherada) au pouvoir”, sabe-se.
Adaptado, Chicão treinou nosso funcionário José, que cuida com
especial competência do nosso jardim, a levá-lo passear todas as
manhãs. É só o Zé chegar que o Chicão começa a docemente pressioná-lo
para a saída diária.
Certo dia o Zé notou que o Chicão mancava da pata dianteira direita e
avisou a Ju, que imediatamente levou-o ao veterinário, que receitou
uma injeção anti-inflamatória.
Natureba convicta, a Ju desconfia da alopatia. Quis uma segunda
opinião e lá foi o Chicão consultar o dr. S*, veterinário homeopata
aqui do bairro.
“—Estresse”, foi diagnóstico, ao perceber que o Chicão mancava também
e/ou da pata esquerda; acho que, hipocondríaco ou espertalhão, Chicão
esquecia-se de qual pata mancaria para obter mais atenção ainda.
“-- Floral, quatro gotas quatro vezes por dia”, foi a receita;
desconfio que pelo resto da vida pois homeopatia é mais ou menos
assim, o tratamento não acaba nunca.
Quem iria pegar o Chicão quatro vezes por dia, abrir sua bocarra,
pingar as gotas e depois dar um prêmio para ele, em geral um pedaço de
manga ou banana, que ele adora ? Eu, é claro; a Ju nunca tem tempo,
coitada, ocupadíssima com seu doutorado na USP.
Para minha surpresa, depois da primeira dose não tive nenhuma
dificuldade para medicar o Chicão, ao contrário. Ele passou a me
rondar, como que pedindo outra dose e outra e outra.
Curioso, fui verificar o rótulo do vidro do Floral e lá está escrito
“30% brandy”; 30% de conhaque importado, a gente serve isso em casa
em noite de visita importante e só no inverno.
Chicão viciou, virou alcoólatra, se não ganha as suas doses de
direito, periga de cair em síndrome de abstinência, “DT”, ou “Delirium
Tremens”. Fui conversar com o dr. S*, que me falou para ficar
tranquilo, nada havia de mal nisso, dito o quê, tomou uma boa talagada
do mesmo Floral que o Chicão toma.
Alguém aí conhece algum “AA” ou “rehab” para cachorros ?
DESCULPE FALAR DO CHICÃO, UM TEMA SÉRIO. NÃO ESQUECI A CAÇA AO(s)
LUPI(s), TEMA CARREGADO DE HUMOR NEGRO.
Lupi sabe aonde os corpos foram desovados.
Lupi é um arquivo vivo, tenho convicção, embora nenhuma prova.
Lupi, se cair, abre a boca e dela saem cobras, lagartos e podres da
cumpanherada, tenho certeza, embora nenhuma prova.
Lupi tem a Cacica pela coleira, estou íntimamente persuadido, embora
não tenha nenhuma prova.
Lupi sabe coisas que até Zé Dirceu duvida; se cair o mundo cai,
porisso sempre diz ao povo que fica, sei do fundo do coração, embora
eu não disponha de nenhuma prova.
Chegamos ao fundo do poço – e continuamos cavando. Esse é o país dos
“mais de 80%”. Esta é mais uma convicção que tenho, sem precisar de
prova nenhuma.
PS: Todos vimos nos jornais a mesma foto do ex-barbudo Careco, na
“foto oficial” da sua doença, tirada pelo ex-fotógrafo da presdência
nos dois mandatos do agora Careco.
O fotógrafo acompanha o Careco em todas suas atividades por conta da
seleção brasileira, pois é integrante da Comissão Técnica, nomeado
por... por quem mesmo ? “Sei lá, não sei... “(diria Chiquê Buarquê du
Holandá).
Nessa cobertura diuturna, registrou o momento da derrubada da
cabeleira e da poda barba.
Especula-se se é verdadeira a especulação que cochicha em voz bem alta
ter a Gillete oferecido trilhões de zilhões de dracmas para fornecer o
barbeador do evento, aquele mesmo do Kaká.
Acham que o Careco recusou por Kaká ser um ex são-paulino. Se fosse o
barbeador do Ronaldo Fofão, ex-córintchano, quem sabe... sabe-se lá.
Mas o “bottom line” deste lero todo é o seguinte: o que realmente
assola o Careco com mais gravide – a doença do marketing, que o
acomete desde o início da sua carreira de metalúgico de porta de
fábrica; ou o marketing da doença, comprovado pela maneira como a
mídia é utilizada para criar mais, digamos, simpatia ?
De quem esse marketing quer mais simpatia ? De nós, que desde a
primeira hora demonstramos respeito e compreensão, ou do país dos
“mais de 80%”, a quem “sugerem” orações, promessas e romarias ? A
crença não é uma idéia que a mente possui; a crença é uma idéia que
possui a mente.
NEIL FERREIRA
QUEM TEM CACICA É INDIO
PCC - POVO CONTRA A CORRUPÇÃO tela: chagall
EFIGENIA COUTINHO
VESTIDA DE FLORES
Efigênia Coutinho
Que alegria em todas estas Flores!
Viva! Venha bailar com plenitude
Nesta colorida festa de odores
Que trazem o perfume de juventude.
As Flores sempre vêem anunciar
Da Natureza, a ressurreição.
Sorrindo com o astro Sol a raiar,
Elas cantam do Amor bela canção.
Cantam horas e embelezam os dias...
Depois escondem sua frágil beleza,
Para que outras desabrochem em poesias...
E assim, obedecem a lei da Natureza.
Pra que nunca seja quebrada
Esta dança de cores vestida,
A Natureza fez uma bela grinalda
Com as flores que enfeitam a Vida!
Balneário Camboriú
Setembro 2009/ tela MANET
CINEMA
HIROSHIMA, MEU AMOR
A Memória Inconsolável
Guido Bilharinho
De tempos em tempos, alguns filmes causam impacto, introduzindo inovações formais, temas inexplorados ou perspectivas inusitadas no trato de assuntos já repisados por inúmeros artistas. Enfim, introduzem e praticam novas maneiras de fazer (forma) e de ver (significado) o cinema e a vida.
Desde Méliès, nos primórdios do cinema ou mesmo no ato de seu lançamento pelos Irmãos Lumière, passando por diversos outros cineastas, a exemplo (apenas alguns poucos e notórios) de Griffith, Eisenstein, a vanguarda francesa e alemã da década de 1920 e Welles, o cinema vem sendo submetido a periódicas ampliações de suas possibilidades.
É o caso de Hiroshima, Meu Amor (Hiroshima Mon Amour, França, 1959), de Alain Resnais (1922-), baseado em texto do nouveau roman francês de Marguerite Duras, rico de nuanças e aspectos que abrangem desde seu fio central temático, o bombardeio atômico de Hiroshima, a presença do passado no presente ou a unidade do tempo até a estruturação fílmica propriamente dita.
É filme (de e) sobre o amor, tratado, porém, de maneira visceral e contemporânea. O romantismo e o pieguismo que vicejaram em épocas anteriores são substituídos pela verdade e significado da simpatia que aproxima, do sentimento que une e da convivência que solidifica os liames entre dois seres humanos. Como as notas musicais submetidas ao toque e pressão dos dedos do pianista, os graus e variabilidades da atração, relacionamento e necessidades mútuas dos parceiros subordinam-se à aguda sensibilidade do cineasta, que lhes infunde consistente conteúdo humano.
Todos os tatos, contatos, expressões, diálogos, atitudes e posturas pautam-se pelas sutis tonalidades e variações de acordes musicais na leveza, flexibilidade e imponderabilidade do som, que, à semelhança do pensamento, do sentimento e das emoções, não se concretiza materialmente, conquanto se manifeste fisicamente.
O tratamento poético e musical e as mais altas formas de formulação artística casam-se com sua materialização plástica e visual, formando indissolúvel unidade estético-cinematográfica.
Se a exteriorização artística, sonora, verbal e imagética acompanha e pauta-se pela maior ou menor intensidade, sofisticação e imprevisibilidade, o estado de espírito e o teor dos momentos vividos e compartilhados pelos protagonistas variam e alteram-se de conformidade com seus momentâneos e impressivos significados num desdobramento atiladamente procedido desde as cenas iniciais de felicidade, íntima satisfação e alegria até o tormentoso instante da separação, que diacronicamente refletem os instantes vividos e as transformações operadas nos estados de espírito e nas expressões fisionômicas, estendendo e atingindo todo o aparato cinematográfico que os configura, conduz e serve de envoltório e sistematização.
Décors, paisagens, luminosidade, ângulos, enquadramentos e a demais mobilidade da câmera modelam-se pela imponderável (ou inexorável) transfiguração do cerne temático.
Os dois tempos amorosos nítidos em que se reparte o filme refletem-se com igual intensividade em momentos distintos e opostos em seu clima humano e delineamento ficcional.
Nesse percurso de densa e intensa vivência humana sentimental procede-se orgânica junção do passado com o presente não apenas como simples e usual retrospecto da memória, mas, como incorporação no agora dos sentimentos e perturbações emocionais e psíquicas pretéritas, presentificando-o num processamento poético e fílmico balizado pela essencialização da mais profunda e dolorida substância do humano, de seu modo de ser, existir, agir e reagir aos impulsos, solicitações e imposições íntimas e em seu posicionamento frente à realidade objetiva, seja na fruição das oportunidades que oferece, seja no enfrentamento dos obstáculos e desditas que desencadeia, num fusionamento temporal refletido na repetição das mesmas alegrias e dores.
Esse processo dinâmico, iterativo e interativo perfaz e compõe a própria estruturação fílmica.
A hábil utilização dos primeiros planos iniciais é ponteada pelas referências simultâneas ao bombardeio atômico de Hiroshima e sua ainda ocorrente consequência, desglamourizadas em apropriadas imagens e textos que objetivamente retêm e expressam o horror do maior atentado e carnificina da História, no qual, em apenas 9 (nove) segundos morreram 200.000 (duzentos mil) pessoas e outras 80.000 (oitenta mil) ficaram feridas. Não há outro exemplo de maior desumanidade e violência, que gerou, a partir daí, no sentir da protagonista, “o começo de um medo desconhecido”, resultando uma “memória inconsolável”, uma “memória de sombras e pedras” nunca mais apagada da História das atrocidades humanas.
(do livro O Filme Dramático Europeu, editado pelo Instituto Triangulino de Cultura em 2010-www.institutotriangulino.wordpress.com)
Guido Bilharinho é advogado atuante em Uberaba, foi candidato ao Senado Federal e editor da revista internacional de poesia Dimensão, sendo autor de livros de literatura, cinema e história regional.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
CLOVIS CAMPELO
Imaginação - Clóvis Campêlo
Poema
Numa atitude de coragem,
atirei no presidente
(na vitrola, Bob Marley
atirava no xerife).
Neste sangrento cenário,
entre heróis e patifes,
as balas do imaginário
alimentavam meu rifle.
Como você mesmo sabe,
não sou malandro malvado
e, como Kid Morengueira,
hoje estou regenerado.
Porém, se a autoridade
declina do seu papel
de acabar com a impunidade,
mando-lhe pro beleléu.
E não tenho piedade
dessa gente sem moral
pois o povo brasileiro
merece um grande final.
Acordei sobressaltado,
findando a revolução
pois o combate travado
fora na imaginação.
Por Clóvis Campêlo
Recife, 1995
NOVO LIVRO DE FERNANDA TAKAI
Recebo com muita satisafação do livro "A MULHER QUE NÃO QUERIA ACREDITAR", da cantora FERNANDA TAKAI (banda PATO FU). Editado pela Panda Books. O livro é repleto de crônicas e contos, é dedicado á sua filha NINA.
O que mais me cativa no modo como FERNANDA escreve é sua espontaneidade comovente,a naturalidade como ela conta uma histórinha recheiada de simplicidade e certo humor surrealista. O humor é essencial, é uma espécie de desaforo contra as vicissitudes do cotidiano. Podemos ,através do bom humor nos vingar dos obstáculos que nos circundam,e superar as frustrações. Fernanda Takai sabe se comunicar com o público, uma linguagem insinuante toma de assalto as páginas de "A MULHER QUE NÃO ACREDITAVA", e voce consegue ler até o final com a impressão de querer mais. Em certos momentos, a ficção harmoniza-se com o real,e vice-versa, parecem ter sido escritos por uma adolescente retornando da escola após um dia ensolarado. Pensei que o jeito de escrever de FERNANDA TAKAI talvez fosse reflexo também do trabalho com o PATO FU, digo isso, pelo aspecto pop, natural de compor, que reveste a sonoridade do PATO FU. Claro,são linguagens distintas,mas não irreconciliáveis. Portanto, um desdobramento natural do perfil musical para o literário. O livro é dedicado á NINA e parece ser decorrente desta relação mãe e filha, é pura beleza. O conto que dá nome ao livro inspira-nos uma reflexão sobre a crença, a dúvida sobre o estar no mundo, uma solidão que nos perpassa diante da fragilidade desta vida tão efêmera. Para mim, a história mais tocante é "MAIS LEMBRANÇAS DE VOCÊ" (pg.26). Trata dessa relação fugaz e ao mesmo tempo implacável que mantenos em relação aos objetos,seres estranhos, que ocupam nosso passado, na infância, e que nos fazem refletir sobre a ausência de pessoa queridas e distantes, costurando assim um universo perdido de imagens e sonhos imersos em nossa alma.
everi rudinei carrara
telescopio.vze.com
UM DISCO INEVITAVELMENTE POP!
UM DISCO INEVITAVELMENTE POP!
A banda de rock TOMADA lançou o cd "o INEVITÁVEL". É rock ao estilo saudoso das bandas RITA LEE E TUTTI FRUTTI, GUILERME ARANTES, MADE IN BRAZIL, ou seja, rock and roll básico,sem muitas fírulas,mas bem produzido,desde o encarte. Alguém poderia contestar dizendo que esse tal roque en rol é datado, perdeu o vernil, envelheceu demais para os nossos dias. Aí é que está o engano. O que é bom, não possui data de validade, daí que algumas bandas e artistas continuam atualíssimos sempre. A impressão que tenho ,com o passar do tempo,é que o importante é a fidelidade, a franqueza,a sinceridade mantida entre o artista e seu trabalho - o público ,invariavelmente perceberá o talento do artista, ainda que este processo demore um pouco mais do que o esperado. A banda TOMADA possui músicos muito bons,os arranjos e letras bem acessíveis para o público - poderiam estar sendo divulgadas em diversas emissoras de rádio e TVs por aí. Gosto especialmente de "Catarina", "Entro em Órbita", ´"À sombra do trem" , "Rock de Aventura" e "Hoje Eu Não Tenho Muito A Dizer" ( essa música poderia dar nome ao disco, ela é inesquecível, tem um pique muito pop, de fechamento do trabalho todo,e um clima que me fez lembrar pelo andamento arrastado do rítmo "happiness is a warm gun", do albúm branco dos Beatles). Senti nas baladas ,alguma influência de GUILHERME ARANTES, um toque mais pop, mas o cd é repleto de muita energia, vigor,fruto do amadurecimento do TOMADA, que demonstra seu crescimento musical ao longo dos anos, um disco para ser re-ouvido a qualquer momento de prazer. A banda não perdeu sua identidade, não enveredou pelos inevitáveis estilos vacilantes que rondam a paranóia do sucesso a qualquer preço,e este é maior mérito do grupo. Rock and Roll é isso, simplicidade, autenticidade, raça, coragem para mostrar um trabalho sério, nesta época tão sinistra, rotineira, insossa.
everi rudinei carrara
telescopio.vze.com
USP
USP
Greve
Cumprimento o Estado pelo excelente editorial A desocupação da Reitoria (9/11, A3). Sou engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da USP, turma de 1948. Após difícil exame vestibular, estudei na prestigiosa Poli, pois meu saudoso pai não tinha
condições financeiras para pagar uma faculdade particular. Devo meu sucesso profissional à querida Poli! Tenho consciência de que devolvi à sociedade o muito que dela recebi, pagando meus estudos com prestação de serviços técnicos sem remuneração. No meu tempo de Poli, de manhã tínhamos aulas teóricas e à tarde, aulas de projetos. Tenho certeza que esse método de ensino sério, conduzido por dedicados professores, vários deles meus prezados amigos, ainda continua. Aluno da Poli não faz greve! No futuro vai construir pontes, barragens, grandes edifícios, estradas, redes de altas- tensões, equipamentos eletrônicos, etc. Enfim, trabalhos que exigem competência profissional e responsabilidade. Nosso Código de Ética Profissional estabelece em seu artigo 2.º: “Considerar a profissão como alto título de honra e não praticar nem permitir a prática de atos que comprometam a sua dignidade”. É assim que se forma um engenheiro, desde os bancos escolares.Do exposto, concluo dizendo que a minoria de baderneiros que ameaçam com greve não representa os milhares de estudantes da USP, que desejam estudar para no futuro melhor servirem à sociedade. Os arruaceiros fazem greve porque não pagam mensalidade! Nós, contribuintes, que pagamos, com escorchantes impostos, as despesas da USP, exigimos que esses baderneiros sejam expulsos. Eles que vão fazer greve em faculdades particulares, se é que seus pais estão dispostos a pagar sem que os filhos frequentem as aulas. Em seu lugar seriam convocados estudantes carentes que estão fora dos cursos superiores porque seus pais não têm condições financeiras para eles frequentarem as caras faculdades particulares. Jovens carentes, procurem a USP, estão sobrando vagas!
BRAZ JULIANO
São Paulo/ TELA : pollock
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
ANTONIO ANTUNES
ISTO NÃO É UM PAÍS, E, MUITO MENOS SÉRIO
Vivemos em um aglomerado que não é um país, e, muito menos sério.
Se aprovada a lei da “tolerância Zero”, padres não poderão mais rezar missas ou dirigir carros. Até hoje não há projeto de nosso senado (este senado que pensa ser deus), de fazer a “Consagração” com suco de laranja, isto porque para que esta proposta estúpida tenha validade é necessário abolirmos o vinho da “Consagração”.
A proposta é tão idiota que se uma pessoa comer um bombom de licor o teste do bafômetro acusará, portanto essa pessoa não poderá dirigir. Tampouco uma pessoa poderá dirigir se tomar um xarope à base de álcool, e, quase todos o são. Partindo dessa premissa, teremos que colocar na cadeia os responsáveis por crianças que lhe deram o bombom ou o xarope.
O Senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), provavelmente não foi a escola, porque senão saberia que quase todos os alimentos são fermentados e produzem alcoóis. Isto significa dizer que nesse caso, qualquer teste de laboratório vai indicar álcool no organismo. Sabe-se também que as pessoas abstêmias, para compensar a ausência de álcool, consomem muito mais alimentos fermentáveis.
Depois aparece outros senadores mais idiotas ainda ou talvez verdadeiros corruptos e dizem que o tolerância zero vale apenas para bebidas alcoólicas. Como irão separar o xarope ou o bombom da taça de vinho? Sou engenheiro químico e não sei como fazê-lo, talvez estas inteligências pensam estar ainda no senado do Império Romano.
Diante de tanta estupidez, gostaria de saber para que serve o senado, afora servir para as maracutaias governamentais? Está na nora de extinguirmos este monstrengo que não serve para nada.
Por falar em extinção está na hora de elegermos deputados como se faz no campeonato brasileiro, por pontos corridos. Sabemos que todos os partidos são iguais. Partidos de direita apresentam propostas mais a esquerda que partidos de esquerda e partidos de esquerda apresentam propostas mais a direita que os partidos de direita. Ora, então porque teremos que eleger deputados sem votos, só porque tiveram um tiririca em seu partido.
Está na hora desse senado ser um poder legislativo de fato e não apenas algo para homologar o que o executivo decidiu. Chega de propostas infantis e sem nexo.
A mídia precisa ser de fato independente e denunciar esses arranjos.
Se esta proposta for aprovada, teremos um mar de corrupção nunca visto, ou caso contrário teremos mais da metade da população na cadeia.
Alguém tem que dizer a esses liliputianos como funciona o nosso organismo.
Rio, 12 de novembro de 2.011.
Antonio Antunes
Engenheiro químico. TELA: bosch
NEIL FERREIRA
A Cacica baixou mais um decreto-lei: “O passado passou”.
Parece que a Cacica determinou que o roubo de hoje para trás caiu em “exercício findo”. Por exemplo, os mensaleiros não são mais mensaleiros; os “40” réus no Supremo estão anistiados. Os 6 ministros defenestrados voltam para suas atividades e levam a grana sumida, que não volta jamais, já que “o passado passou”.
Lupi permanece ajoelhado no milho mas beijando a mão da Cacica, a quem declarou amor (cada um ama a quem pode; veja o Temer, nisso ele é professor Magna Cum Laude).
Na teoria do “passado já passou”, os fichas sujas agora são fichas limpíssimas; o passado só não passou para a cumpanherada que já recebeu 4 BI em indenizações e receberão ad-aeternum as bolsas-subversão a que fizeram jus por seus empregos de oposição à ditadura.
Quanto a essa turma do PC do B (do Bolso) que está caindo fora com os bolsos forrados e os dos demais partidos da base alugada, o interessante é que são todos jabutis do Cacico, aceitos e nomeados pela Cacica, portanto são jabutis tambem da Cacica.
Em resumo, o Lupi, malandro (“pessoa que abusa da confiança dos outros e usa de esperteza para sobreviver, em vez de trabalhar”, Aulete Digital), não é sozinhoi o lobo das verbas; é quem o mantem no poder.
Logo, a culpa não só do jabuti, que se locupleta por estar por cima da carne seca; a culpa é de quem colocou e de quem mantem o jabuti por cima da carne seca, namely o Cacico e a Cacica.
É bom que o Cacico e a Cacica saibam que o passado nem Deus apaga; o passado está sempre presente.
--
NEIL FERREIRA
QUEM TEM CACICA É INDIO
PCC - POVO CONTRA A CORRUPÇÃO
tela:bosh
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
CARLOS LÚCIO GONTIJO
Mera Constatação
Carlos Lúcio Gontijo
www.carlosluciogontijo.jor.br
Todo amor que chega surpreende
Pois a gente já sentia o seu gosto
De certa forma seu rosto sabia
Conhecia-o profundamente sem conhecê-lo
Feito carinho antigo que acorda de repente
E ao vê-lo, dele simplesmente se recorda
Isso nos faz crer que os amores estão no ar
Cada qual com seu esvoaçar, seu porto-seguro
Seu pouso final em determinado corpo
Assim como o amanhecer sabe a luz
Todos reconhecemos a mão que nos seduz
Não passa a surpresa de mera constatação
Como se tudo já estivesse no coração escrito
E só nos restasse seguir o velho rito
Ensaiado pelo amor novo no palco do malpassado.
(Poema extraído do romance CABINE 33 – CLG/2002)
tela MONET
CLEVANE PESSOA
O SESC da cidade mineira de Uberlãndia, em parceria com a editora Assis, fez uma seletiva de transtextualização de Fernando Pessoa, dessa forma:
a)Os autores escolhiam um poema de Pessoa
b) Os autores faziam um poema paralelo (rasntextualização) , no tema do grande poeta português.
c) Os autores tinham de explicar, em poucas linhas, o poema de pessoa.
Dessa forma, fui uma da spréselecionadas e agora, em adesivos, os poemas a Pessoa estão nas vitrinas em uberlãndia.
A organizadora é Ivone Assis (na foto, com livro), poetisa e prosadora, editora (leia-se Assis Editora) .
Clevane Pessoa foi uma das selecionadas e seu pítico de blog "De uma pessoa para um Pessoa", que sempre usa em seus poiemas a fernado, também foi utilizado no Projeto.
Veja mais autores em hana-haruko.blogspot.com .tambem divulgado no álbum da Editora Assis, no Facebook.
NEIL FERREIRA
FHCite aguda, o mal incurável do Cacico
Neil doutor de anedota Ferreira
“De médico, poeta e louco todo mundo tem um pouco”, afirma a vox populi vox Dei, nunca antes desmentida nesse paíz.
Na cidadezinha em que nasci no interior de Sumpólo, testemunhei em repetidas ocasiões uma roda de velhinhos com ares de profunda sabedoria, bebericando o aperitivo da tarde no boteco do meu tio, comendo com prazer sensual denunciado por olhares lascivos e bocas cheias d´água, os salgadinhos tira-gosto que a minha tia fazia com mão de santa.
Do alto de sua sabença adquirida através dos anos, que inexoráveis embranqueceram e/ou derrubaram os cabelos das suas cabeças depositárias de conhecimentos existenciais incalculáveis, diagnosticavam qualquer mal que acometia algum chegado, sumido da douta roda.
“—É o figo”, a junta médica unânime sentenciava, cada um dando um curto gole (pra durar mais) na mais afamada cachaça de cabeça de alambique da região, “A Presidenta”, assim batizada por um marquetero local para concorrer com o desapontador conhaque “Presidente”.
“—O figo do cumpadi Túlio destrambelou” dizia outro, dando uma cusparada na escarradeira colocada no chão ao lado da cadeira, para secar a boca e evitar que o excesso de saliva aguasse a talagada que viria em seguida, bebum de fina cepa que era.
O cumpadi seria condenado à morte pelo juri reunido no boteco, antes mesmo que a primeira rodada evaporasse : “-- O cumpadi foi pra Avaré com a família, no táxi do Pipo; vai voltar de caminhão”.
Ir para Avaré com a parentada espremida no táxi do Pipo, todo mundo vestido de missa e lenço no pescoço para proteger o imaculado colarinho branco da poeira vermelha da estrada de terra batida, era péssimo agouro.
Minhas tias beatas, não a que fazia os salgadinhos tira-gosto, essa não tinha tempo ocioso para isso, magérrimas de tantas abstinências feitas para garantir um cantinho no céu, espiavam pela janela, benziam-se e baixavam o decreto-lei: “—Todo mundo rezando pelo cumpadi”. Rezavam pra valer incontáveis “Pai Nosso” e “Ave Maria”.
A sobrinhada, que nada tinha a ver com isso, era obrigada a rezar sob pena de tortura da Santa Inquisição, como a brutal proibição de ir à matinê do domingo, para seguir o seriado do “Tarzan”, com Johnny Weissmuller.
Não sei quando a macaca Chita assumiu o papel de “leading lady” no lugar de Jane, a branquela chatinha, protagonista do famoso diálogo “Me... Tarzan; You... Jane !”
É “famoso diálogo” porque anterior e mais duradouro do que o também famoso, entre o policial francês corrupto “capitão Renault” (Claude Rains) com “Rick” (Boggy), numa cena de “Casablanca” (1942), quando o capitão Renault fala para Rick: “—E agora prendemos os suspeitos de sempre”, depois que “Ilsa” (Ingrid Bergman) deu uns tiros no peito de um oficial nazista e se mandou de avião para Lisboa.
Não cito a histórica frase atribuida à Ilsa “Play it again, Sam”, porque ela só existe no imaginário dos apaixonados por cinema, nunca foi pronunciada no filme. Mas há outra, dita quando os dois amigos e cúmplices dirigiam-se em direção ao “final fade out”. O capitão Renault, irônico, fala para Rick: “—Eu só não sou o pior elemento desta cidade porque você existe”.
Avaré era uma cidade de vibrante progresso, pouco maior do que a minha, distante umas cinco léguas; era sede de comarca e tinha Santa Casa.
Ir no táxi do Pipo era a crônica da morte anunciada; voltar de caminhão era voltar na carroceria, estendido dentro de um caixão de defunto.
É com base nesta sólida formação médica, com PhD adquirido nas séries “E.R.”, alma mater do George Clooney, “Grey´s Anatomy” e “Private Practice”, que ao ouvir os primeiros rumores de que o Cacico estaria sofrendo de séria doença, murmurei com a turma da minha roda do pastel da feira da Granja Viana, sob olhares duvidosos : “Não é o figo”. Desta vez não era, para geral admiração.
Não me refiro ao recente mal que o acometeu. Ele é forte e tem a torcida e as orações do país inteiro para que vença essa. Modesto, embora tenha escolhido uma clínica popular pra se tratar, o Sírio Libanês, sempre poderá fazer um “up grade” para o SUS, que atende a zelite, especialmente a que vem de Brasilia de jatinho, como casal Sarney, por exemplo. Vai vencer sim, não tem erro.
O verdadeiro mal incurável e insidioso que nele se instalou, do qual percebi há uns oito anos os sintomas, ignorados pela junta médica que dele cuida, é aquele cujo nome não se pronuncia, a não ser se benzendo com discrição: FHCite aguda.
O Cacico falou, o Cacico avisou, ninguém notou. Todos os dias, tomado de terror pela figura do assombração, o Cacico conta no dedos da mão esquerda seus títulos “Honoris Causa”, para ver se ganhou mais do que FHC. Perde sempre; e esperneia, espuma, grita, xinga; soube que já se cogitou de imobilizarem- no com camisa de força. Nem Freud, aquele pilantra ex- segurança do Cacico, explica.
A FHCite aguda contaminou do dedo minguinho do pé ao cérebro, ou seja lá o que for que ele tenha debaixo do cocar de penas azuis. Essa virou FHCite galopante, não tem quimioterapia que dê jetio.
PS: Os encapuzados que tentaram assumir a Reitoria da USP através de um golpe de Estado, foram gentilmente removidos pela PM. Pegaram seus carros último tipo e voltaram para as casas da Mamã ou do Papá; como se sabe, nas classes altas como no lúmpen as famílias com mais de um filho têm bem mais de um pai.
LUPI É A BOLA VEZ; CHUTA LOGO O PÊNALTI, CACICA.
TELA: salvador dalí
O GOVERNO DA POLUIÇÃO
O governo da poluição
Heitor Scalambrini Costa
Professor da Universidade Federal de Pernambuco
No mês de setembro houve o anúncio em Pernambuco da construção da maior termelétrica a óleo combustível do mundo, no município do Cabo de Santo Agostinho. Com uma potência instalada de 1.452 MW e um sistema de armazenamento para suprir à termelétrica, com capacidade para armazenar 200.000 toneladas de óleo combustível, foi prometido assim, produzir energia suficiente para atender as necessidades da cidade do Recife, caso necessário. A cada dia de funcionamento esta usina emitirá 24.000 toneladas de CO2 para o meio ambiente e quantidades expressivas de outros gases altamente prejudiciais à saúde humana. Além de ser perigosa, esta fonte energética é cara e aumentará a tarifa para todos os consumidores.
O anúncio de mais uma termelétrica não é fato isolado, pois está se construindo deliberadamente em Pernambuco um pólo de produção de energia elétrica com termelétricas sujas, funcionando a base de combustíveis fósseis, concentradas em Suape (Termope com 520 MW a gás natural, Suape II de 380 MW e Suape III de 1.452 MWh, ambas com óleo combustível). Sem contar com a termelétrica a ser construída pela Petrobrás que servirá a Refinaria Abreu e Lima.A instalação da Refinaria da Petrobrás para produzir 200.000 barris/dia de óleo diesel e a construção de estaleiros, também são atividades típicas de empreendimentos que poluem em todas as suas formas, porém a mão de obra necessária não é na sua grande maioria, oriunda da comunidade e de seu entorno.
Experiências passadas em outras partes do Brasil e do mundo mostraram como é perigosa para a saúde das pessoas a concentração de indústrias que utilizam combustíveis fósseis. Além de gases que contribuem para o efeito estufa produz óxidos à base de enxofre e de nitrogênio, que são lançados a atmosfera e assim se transformam em ácido sulfúrico e nitrosos, que se precipitam como chuva ácida. Elementos químicos pesados, cancerígenos são produzidos nestas termelétricas, que mesmo com sistemas de filtros ainda causam enormes danos e riscos aos habitantes próximos da usina.Existem caminhos diferentes para o tão desejado e pretendido progresso, com a criação de empregos e geração de renda, beneficiando mais e mais famílias. Em Pernambuco, patrocinado pelo governo estadual acontece uma deliberada atração de instalações industriais de alto risco, que podem provocar acidentes graves, assim como agressões severas ao meio ambiente e produzir emissões poluentes extremamente venenosas para a saúde pública.O que se espera de qualquer governo municipal, estadual e federal é a preservação do meio ambiente e da saúde daqueles moradores próximos a estes empreendimentos de alto risco. Todavia, o que se verifica é uma irresponsabilidade com o futuro. O modelo de desenvolvimento adotado em Pernambuco tem conceitos e paradigmas do século passado, ultrapassados em relação à realidade e as exigências do século XXI. O desenvolvimento tem que ser parceiro da preservação ambiental e trazer conseqüências positivas na geração de empregos e renda, saúde, habitação, saneamento, educação, lazer, cultura. Não basta somente o discurso do desenvolvimento sustentável, é preciso agir como tal.
A poluição causa danos reais e mensuráveis à saúde humana. As autoridades precisam levar esses danos em conta. Não podem esquecer que existem empregos que causam mortes e devem ser evitados. Existem estudos atuais que possibilitam estimar monetariamente os danos ambientais infligidos por diversos setores da economia. Recente estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Yale e do Middlebury College mostram que há diversos setores que infligem danos ambientais maiores que a soma dos salários que pagam e dos lucros que realizam. Portanto, não criam valor econômico e sim, destroem. Também neste estudo verificou-se que indústrias do setor de energia são as que mais destroem valor. Poluir mais como propõe o governo de Pernambuco, não vai resolver as questões de emprego, só torna a população mais pobre e doente.
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quarta-feira, 9 de novembro de 2011
CARLOS VEREZA
RELIGIÃO E POLITICA.
" Um dos espantosos subprodutos da luta entre o mundo livre e o mundo totalitário foi uma forte tendência a interpretar o conflito em termos religiosos. O comunismo, dizem-nos, é uma nova "religião secular" contra a qual o mundo livre defende seu próprio "sistema religioso" transcendente . As aplicações dessa teoria vão além de sua causa imediata; elas trouxeram a "religião" de volta à esfera dos assuntos público-politicos, de onde havia sido banida desde a separação entre Igreja e Estado. Por esse mesmo motivo, se bem que seus defensores nem sempre tenham consciência disso, a teoria pôs na pauta da ciência politica o problema já quase esquecido da relação entre religião e politica."
Hanna Arendt: A dignidade da politica. CARLOS VEREZA
terça-feira, 8 de novembro de 2011
LIVRO DE VALDECK ALMEIDA
RICARDO RIGHETTO
Os reforços de Juvenal Juvêncio
Custo Zero é a ordem!
Publicado por RicardoRighetto 08/11/2011
Salve Tricolores
Como muitos leitores pediram, essa coluna será uma continuação da última, com base nas mesmas informações e críticas.
A operação ribanceira parece não ter fim. O São Paulo está descendo dentro do poço e só não chegou ao fundo, pois seu vizinho, Palmeiras, conseguiu cavar ainda mais. O Tricolor não vence há nove rodadas e não coloca medo em ninguém. O próximo adversário será o Avaí, penúltimo colocado do Brasileirão, o qual já afirmou que pode vencer o SPFC, mesmo em São Paulo.
Juvenal Juvêncio afirmou que Leão seria a última chance para esse time funcionar. Caso não desse certo, o presidente mudaria o time todo. Pois bem, essa hora chegou!
A SPNet lançou uma enquete questionando qual é o setor que precisaria de mais reforços. Mais de 58% dos SPNautas afirmaram que é a zaga. A diretoria também pensa assim e por isso está correndo atrás dos seguintes jogadores para a posição: Breno (Bayer), Mateus (Portuguesa), Manoel (Atlético PR), André Dias (Lázio), Tolói (Goiás) e Bolivar (Internacional). O zagueiro Paulo Miranda do Bahia, já assinou um pré-contrato com o SPFC.
Acredito que o Tricolor precise de zagueiros, mas os cartolas não podem esquecer o meio de campo. Assim como 20% dos SPNautas, acredito que somos muito precários nesse setor. Não temos um primeiro volante e um camisa 10. Sem eles, nossa defesa fica desprotegida e nosso ataque pouco “municiado”. Pelo que fiquei sabendo, o SPFC já teria acertado um pré-contrato com o volante Fabrício (Cruzeiro) e estaria tentando emprestar os meias Andrézinho (Internacional) e Giuliano (ex-Inter, atualmente no Dnipro Dnipropetrovsk). Muitos torcedores aindam sonham com Montillo no Tricolor, porém a diretoria não está disposta em gastar para ter o atleta.
Ainda há torcedores que têm profundo desgosto dos laterais Tricolores. Por incrível que pareça, não há nenhum nome forte que Juvenal Juvêncio esteja buscando.
Uma minoria acredita que o SPFC esteja precisando de atacantes. Porém o Dagoberto deixará o São Paulo no próximo ano e ficaremos sem um segundo atacante. Para a posição, a diretoria tenta trazer o Osvaldo (Ceará) e o Taison ( ex-inter, atualmente no Metalist Kharkiv).
Na minha humilde opinião, Juvenal Juvêncio está tentando montar outro time com base no custo zero e isso fará com que 2012 seja o reflexo de 2011. A atenção dele está voltada somente à cobertura do Morumbi, a qual deverá sair nos próximos anos. Julgo como necessária essa cobertura, afinal os torcedores merecem isso. Porém se eles conseguem arrumar um investidor que enjete R$160 milhões no estádio, poderiam arrumar parceiros para trazer bons reforços.
A realidade é que mais uma vez o São Paulo pagará com jejum a reforma do estádio. Para quem não lembra, o São Paulo resolveu reformar o Morumbi em meados de 1995 e com isso atravessou anos sem ganhar nenhum título expressivo. Essa fase ficou conhecida como “A época das vacas magras”.
Sinceramente, estou muito desanimado com o SPFC. Atribuo a culpa ao presidente Juvenal Juvêncio, o qual pode ser facilmente comparado aos ditadores que vemos todos os dias na televisão. Sua arrogância, centralização do poder e política administrativa jurássica estão carregando o Tricolor para o meio da década de 90 novamente.
Espero que assim como o Kadafi e tantos outros, um dia Juvenal Juvêncio caia e surja um novo Marcelo Portugal Gouvêa para nos fazer rir novamente!
Frase da semana
#DiretoriaSemVergonha = #TimeSemVergonha
Extra
O América do México, segundo maior campeão da história do Campeonato Mexicano com dez títulos, decidiu nesta segunda-feira colocar todos os jogadores do elenco à venda depois da fraca campanha na temporada atual, na qual o time terminou na penúltima posição do Torneio Apertura. Em um comunicado oficial, a diretoria avisou: "O América informa que, após fazer uma avaliação do torneio, tomou a decisão de colocar todos os jogadores do grupo em qualidade de transferíveis".
No Apertura, o América teve a pior defesa. O ataque foi o quinto melhor da primeira fase, mas oito dos 26 gols foram marcados pelo mesmo atleta, o equatoriano Christian Benítez.
Juvenal?
Ricardo Righetto é São Paulino de coração. Reside em Santa Catarina, tem 24 anos e escreve nesse espaço às terças-feiras.
Fale comigo: dodiman@saopaulofc.com.br
fonte spnet o termometro da trocida tricolor
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