sexta-feira, 26 de março de 2010
ANIVERSÁRIO DE SALVADOR
Ainda como parte da programação dos 461 anos...
O Instituto do Meio Ambiente (IMA) vai inaugurar na próxima segunda-feira (29) o Memorial do Meio Ambiente Professor Milton Santos, no Largo do Carmo, às 17h. O objetivo é mostrar ao público as transformações que o meio ambiente baiano sofreu durante os séculos.
O Memorial oferece recursos digitais para apresentar o conteúdo sobre o ambiente natural da Bahia, através de telas de projeção, telas LCD nas “ilhas”, sistema de áudio com fones de ouvido, monitores para acesso ao banco de dados e uma sala de projeção para filmes, documentários etc. A exposição midiática também contém informações sobre a ocupação do território baiano desde o século XVI, filmes, mapas, textos literários e poéticos em espaços compartilhados com fotos.
O professor doutor baiano Milton Santos nasceu na cidade de Brotas de Macaúbas, na região da Chapada Diamantina, em 1926, era geógrafo, membro da Comissão Justiça e Paz, de São Paulo, formado em Direito pela Ufba, autor de livros clássicos, a exemplo de "O Povoamento da Bahia" (1948), "O Futuro da Geografia" (1953), "Zona do Cacau" (1955), dentre outros. Em 1958, o professor concluiu o doutorado em geografia na Universidade de Estrasburgo, na França. Milton faleceu em 2001.
Fonte: jornal A Tarde
ANIVERSÁRIO DE SALVADOR
ANIVERSÁRIO DE SALVADOR TERÁ AGENDA CULTURAL
Rica de história, assim será a comemoração do aniversário de 461 anos de Salvador.
Neste ano, a Prefeitura optou por organizar exposições, palestras, exibição de documentários e apresentações artísticas.No dia 29 de março, um grupo de historiadores levará estudantes de escolas públicas e de projetos sociais para uma visita ao Centro Histórico da Cidade. Os jovens receberão informações importantes sobre locais fundamentais para a história da cidade como a Praça Castro Alves, Palácio Rio Branco, entre outros.Será realizada também a exposição Reviver Salvador: 461 anos, que reúne fotografias e imagens dos séculos XVIII, XIX e XX, e apresenta o desenvolvimento urbano da cidade. Os visitantes poderão conhecer as primeiras versões do Palácio Rio Branco, as obras de urbanização dos bairros da Barra e Bonfim e avenidas como Sete de Setembro, sem a intensa movimentação dos dias atuais. As imagens são do acervo da Biblioteca Pública do Estado (Barris) e foram organizadas pelo historiador Francisco Mota. A exposição fica em cartaz até o dia 31 de março, com visitação gratuita, na Praça Pedro Arcanjo. No mês de abril, as fotos serão exibidas na Biblioteca Pública do Estado (Barris). As Bibliotecas Pública do Estado da Bahia (Barris), Juracy Magalhães Jr. (Rio Vermelho), Thales de Azevedo (Costa Azul), Anísio Teixeira (São Bento) e a Biblioteca de Extensão também participarão das comemorações.A exposição Soteropolitanas, da fotógrafa profissional Rejane Carneiro, é uma das atividades, além da exibição do documentário (Per)cursos Patrimoniais, do arquiteto Francisco Senna, e a palestra musical com o cantor e arte educador Carlos Antonio Barros de Oliveira, comemorando o aniversário da Cidade. Todas as atividades são gratuitas.
*Informações da Prefeitura Municipal de Salvador. enviado por leandro/orkut cidadania e política
quinta-feira, 25 de março de 2010
POEMÚSICA
terça-feira, 23 de março de 2010
VIEGAS FERNANDES DA COSTA
Notas sobre a literatura catarinense 05
Os cruzeiros de Urda Alice Klueger
Viegas Fernandes da Costa
Ao observarmos a história da literatura produzida a partir de Santa Catarina, percebemos a força do seu caráter fálico. Em outras palavras, percebemos o quanto nomes masculinos hegemonizam, no transcorrer do tempo, o fazer literário catarinense. Poucas são as escritoras que figuram no cânone literário deste Estado, no qual se destacam Delminda Silveira de Souza (1854?-1932), Maura de Senna Pereira (1904-1991), Lausimar Laus (1916-1979) e Eglê Malheiros (1928). A estas autoras podemos incluir, mais recentemente, o nome de Urda Alice Klueger, nascida no município de Blumenau em 1952 e atualmente em plena atividade literária e acadêmica.
Urda estreou na literatura em 1979, com o romance “Verde Vale”, seu livro mais conhecido e que já conta com mais de dez edições. Depois de “Verde Vale”, publicou “As Brumas Dançam Sobre o Espelho do Rio” (1981), “No Tempo das Tangerinas” (1983), “Te Levanta e Voa” (1988), “Cruzeiros do Sul” (1992) e “Sambaqui” (2008) – todos romances. A autora escreveu também livros de crônicas (destaque para “No Tempo da Bolacha Maria”, de 2002), relatos de viagens (destaque para “Entre Condores e Lhamas”, de 1999), além de literatura infantil e historiografia. Sua obra vasta e de gêneros diversificados tem sido objeto de estudos acadêmicos e da crítica literária, cuja apreciação não é unânime: há quem reconheça na prosa de Urda Alice Klueger inovação e qualidade literária; e há outros, como Antonio Hohlfeldt, em que a crítica aponta para problemas estruturais e pouca inovação. Divergências a parte, inegável é a importância do conjunto da obra de Urda Alice Klueger na conjuntura cultural catarinense e grande é a quantidade de leitores que acompanham suas publicações.A ficção de Urda sempre esteve muito associada à temática da imigração germânica no Vale do Itajaí, principalmente quando tratamos dos seus primeiros títulos. Entretanto, há um diferencial entre o texto desta escritora e o de outros autores que abordam o tema de forma mais ortodoxa, como é o caso, por exemplo, de Gertrud Gross-Hering (1879-1968). Já desde “Verde Vale”, Urda procura trabalhar o elemento germânico miscigenando-se aos demais grupos étnicos presentes na região, e a miscigenção é sempre um ato de ousadia, um enfrentamento social que tende ao aprimoramento material da sociedade e ao seu desenvolvimento civilizatório. É o descendente de alemães que se relaciona com o negro, com o índio, com o italiano ou com o brasileiro; seus personagens exercitando, assim, a democracia racial defendida por Gilberto Freyre (1900-1987). Não há, portanto, no universo ficcional de Urda Alice Klueger, o retrato de uma colonização de raiz identitária única, mas a construção de uma sociedade rica porque resultante do encontro multiétnico. A este respeito, manifestou-se a autora em entrevista ao “Sarau Eletrônico” em 2008:
“Tive contato com a obra do Gilberto Freyre depois que escrevi ‘Verde Vale’ e ‘No Tempo das Tangerinas’. Parece que ganhei um rótulo: a escritora que escreve sobre Blumenau e sobre o alemão. As pessoas esquecem dos meus livros que são totalmente diferentes. Acho que o que pegou foi a miscigenação que havia dentro da minha casa. Nós éramos híbridos em tudo: culturalmente, etnicamente e religiosamente. E as rejeições que minha mãe sofreu refletiam muito na gente. (...) Tenho lembrança de aniversários, casamentos, dessas festas que reúnem toda a família. Nós éramos três meninas muito bonitinhas, e pessoas da família me pegavam no colo e diziam: “estás vendo essa aqui, como é bonitinha? É do Rolando!” – que era meu pai. E aquilo tinha toda uma carga de preconceito. Ela era do Rolando, mas era também filha da brasileira. Isso reflete profundamente em mim, tanto é que nunca me senti alemã, mas sempre uma brasileira de muitas origens. E a partir de um certo momento, além de brasileira, passo a me sentir americana. Hoje, se me perguntarem, não diria cidadã do mundo, mas cidadã da América.”Além de Gilberto Freyre, é possível encontrarmos outras referências autorais em sua obra, notadamente de Érico Veríssimo (1905-1975), com sua saga “O Tempo e o Vento”; e do norueguês Knut Hamsun (1859-1952), com seu romance “Os Frutos da Terra”. De Veríssimo a predileção pela saga histórica, e de Hamsun a força do trabalho humano domesticando a natureza e construindo a civilização. Todos esses elementos que elencamos aqui aparecem com muita força no romance “Cruzeiros do Sul” que, acreditamos, constitui-se no livro mais rico e bem construído de Urda Alice Klueger até o momento. O título tem importância especial se considerarmos o fato de “Cruzeiros do Sul” marcar uma ruptura ideológica na produção da autora. Diferentemente dos textos anteriores, a construção idílica da narrativa sofre a irrupção de um realismo cruel e desestruturador dos acordos sociais, como que se “Germinal” de Émile Zola (1840-1902) passasse a ditar as palavras até então paridas por Hamsun.Quando Urda escreve “Cruzeiros do Sul”, o Brasil recém sofrera o choque econômico do Plano Cruzado, promovido pelo governo José Sarney em 1986. Enquanto bancária (profissão que exerceu até sua aposentadoria), a autora presenciou o desespero daqueles que venderam suas propriedades rurais, aplicaram o dinheiro na poupança a fim de viverem da correção monetária e, depois do novo plano econômico, viram sua segurança financeira desaparecer. É procurando contar a história dessas famílias, cuja origem estava no campo, que a autora retrocede no tempo e, flertando com a historiografia, passa a narrar a história daqueles que descenderam do encontro, ainda no século XVI, da índia xokleng Madjá-Aiú e do degredado europeu “Cabelo Amarelo”, e que participaram da construção de Santa Catarina. Assim, o “cruzeiros” do título torna-se duplamente referente: a constelação sob a qual se desenrola a narrativa e a moeda, cujo desaparecimento abrupto, interrompe uma trajetória familiar que até então parecia destinada à felicidade.Se por um lado “Cruzeiros do Sul” reproduz alguns clichês do romantismo literário e omite alguns eventos importantes da historiografia catarinense (como a Guerra do Contestado), por outro, constitui-se enquanto marco na obra da autora e na literatura produzida a partir de Santa Catarina justamente por este seu caráter de ruptura e de denúncia social.
* Viegas Fernandes da Costa é historiador e escritor. Autor de "Sob a luz do farol" (2005), "De espantalhos e pedras também se faz um poema" (2008) e "Pequeno álbum" (2009). Edita o site de literatura Sarau Eletrônico, da Biblioteca da FURB. A coluna "Notas sobre a literatura catarinense" é mensalmente publicada no jornal Expressão Universitária, no site Sarau Eletrônico e no blog Alpharrábio. Permitida a reprodução desde que citado o autor e o texto mantido na íntegra.
segunda-feira, 22 de março de 2010
S.E.R CAXIAS
PALESTRAS COM CLAUDIO WILLER
GERAÇÃO BEAT: O CURSO
PALESTRAS, DEBATES, DEPOIMENTOS E AUDIÇÃO
Claudio Willer
Datas, horários e duração: GERAÇÃO BEAT terá oito sessões, às quintas-feiras, de 8 de abril até 27 de maio, no horário das 19 às 22 h.
Local: Biblioteca Alceu Amoroso Lima, Rua Henrique Schaumann, 777, Pinheiros (São Paulo, SP), tel. 3082-5023.
Programa: Palestras por Claudio Willer, autor do recente Geração Beat; depoimentos, seguidos de debates, com Ademir Assunção, Joca Reiners Terron, Rodrigo Garcia Lopes e Sergio Cohn; palestra-audição sobre beat e música por Pita Araujo.
A Geração Beat foi o grupo de autores norte-americanos que estrearam na década de 1950, com grande impacto e circulação pela ousadia e caráter inovador de suas obras: Jack Kerouac, principalmente através de On the Road; Allen Ginsberg, que chamou a atenção para a beat com o poema Uivo; William Burroughs, Gregory Corso, Lawrence Ferlinghetti, Michael McClure, Gary Snyder, Dianne di Prima e outros. Inspirou seus leitores a mudanças no estilo de vida e à busca de novos modos de expressão. Está na origem de rebeliões juvenis, da contracultura, da geração “de mochilas nas costas” profetizada por Jack Kerouac em Os Vagabundos Iluminados. Além das estimulantes biografias dos autores beat, será exposta sua contribuição literária: suas poéticas e visões de mundo, os autores com os quais dialogaram ou nos quais se inspiraram, e a relação da beat com o jazz e outros gêneros e correntes musicais. Também será promovido um debate sobre vanguardas, rebelião poética e o modo como se projetam na vida e na sociedade; conseqüentemente, sobre a atualidade da Geração Beat e sua presença, inclusive no Brasil, através do módulo intitulado Beat Brasil, com depoimentos de autores contemporâneos. Será dada atenção à religiosidade transgressiva e ao misticismo heterodoxo de alguns beats, que pode ser associada ao que especialistas denominam de “anarquismo místico”.
Alguns tópicos específicos do curso:
1. Autores beat: Allen Ginsberg, a poesia profética e o depoimento de uma geração; Jack Kerouac, a escrita espontânea e a criação de um mito americano; William Burroughs, a experimentação na vida e no texto; Gregory Corso, niilismo, anarquia e paradoxo; Carl Solomon e a ironia; Lawrence Ferlinghetti e a conexão com as vanguardas francesas; Gary Snyder, o zen-budismo e a ecologia; Michael MacClure e a radicalidade visionária; Philip Lamantia e o surrealismo; Diane di Prima, ocultismo e irreverência;
2. A beat como rebelião ao mesmo tempo religiosa e política; misticismo e liberação sexual: a mística do corpo; alucinógenos, estimulantes e criação literária: uma poética da alucinação;
3. A beat e o ambiente cultural norte-americano nas décadas de 1940 e 1950; o impacto da beat, sua influência e as origens da contracultura e rebeliões juvenis, inclusive no Brasil; a contribuição de Roberto Piva e autores mais recentes;
Bibliografia: O recente Geração Beat de Claudio Willer (L&PM Pocket); também Uivo e outros poemas, de Allen Ginsberg (tradução, prefácio e notas de Claudio Willer, L&PM Pocket), e On the Road, de Jack Kerouac (L&PM Pocket); outras edições de autores beat publicadas no Brasil: de Kerouac, O Livro de Sonhos, Os Vagabundos Iluminados, Viajante Solitário, Visões de Cody, Tristessa, Os Subterrâneos, Livro de Sonhos, Diários e On the Road – O manuscrito original; de Ferlinghetti, Um Parque de Diversões da Cabeça e Vida sem Fim; de Corso, Gasolina & Lady Vestal; de William Burroughs, Almoço Nu e Junkie; de Ginsberg e Burroughs, As Cartas do Yage; de Solomon, De Repente, Acidentes; de, Gary Snyder, Re-habitar; de Michael McClure, A nova visão: de Blake aos Beats – etc. Isso, além de recomendar a leitura de obras dos autores que darão depoimento. Também serão comentadas obras que tratam de rebeliões e misticismo, a exemplo de The Pursuit of the Millenium de Norman Cohn, Os Filhos do Barro de Octavio Paz e Life against Death de Norman O. Brown.
abraxas,Claudio Willer
cjwiller@uol.com.br
enviado por affonso henrique
LANÇAMENTO
sexta-feira, 19 de março de 2010
EFIGENIA COUTINHO
AMIGOS
Efigênia Coutinho
Dedicado ao Escritor Edson Gonçalves Ferreira
Amigos são sonhos rindo
Vivem nas beiras do coração
Embalando nosso mundo
Num berço de mansidão.
São anjos do céu enviados
Para semear a bondade.
Com seus cristais dourados,
Desvendam a felicidade.
Os amigos rejubilam em fervores
Nas alegrias de nosso coração,
Também são os consoladores,
Nos momentos de aflição.
Amigos hoje eu digo obrigada!
Por seu ombro oferecido,
Pela felicidade compartilhada
E o bem-querer retribuído!
Balneário Camboriú
Março 2010
EFIGENIA COUTINHO
Talismã
Efigênia Coutinho
Passatempos do Amor...
quantos alimentei desde menina,
eram unicamente as leviandades
da minha seiva, incerta peregrina.
Que vivia num giro turbulento,
entontecida pela doce quentura,
pelos tons ocres e festivos das
emoções da adolescência gárrula!
Passatempos de Amor...
sem devotamento e promessas
sem profundeza, sem delírios,
sem beijos, se iam bem depressa.
Até que um dia, arremessada
por uma brisa mágica, descobri
a semente benfadada de um
sentimento vindo de outras paragens.
Foragido, veio dentro de mim
pedir guarida na ardência dos
meus afagos e cuidados, e criou
prolongamentos arraigados.
Seduziu-me com alvos sentimentos,
que agora se entretece e enrodilha
na alma que lhe fez, numa azáfama
de artista, o Amor em júbilo triunfal!
É s meu Talismã régio, e pelo
privilégio de possuí-lo, eu cuido
que daria, sem demora, todo
meu afeto, todo meu quente fluido!
Balneário Camboriú
2003
Efigenia Coutinho
Presidente Fundadora
Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores
quarta-feira, 17 de março de 2010
CULTURA DA ESTÉTICA
CULTURA DA ESTÉTICA
Rubens Shirassu Jr.
Não se deve julgar nada da mulher ou do homem pelas suas imperfeições físicas e quem, na última década do milênio, com um pouco de discernimento ficou perplexo com o desfile de frivolidades pedindo 15 minutos de fama, como dizia Andy Warhol não entendeu bem o espírito da coisa. Coisa no caso sendo a latente cultura do corpo jovem e belo, que predomina no Brasil.A estética do consumo que pulveriza o imaginário do cidadão comum, representada aqui pela propaganda, mostra um mundo fora da realidade brasileira e artificial, a automatização da vida e a felicidade artificial na americanização do mundo. É só olhar os anúncios com garotas e garotos jovens belos, atléticos e sadios.Conseqüentemente, o jovem da periferia perdeu sua gíria e criatividade, usando onomatopéias das histórias em quadrinhos. Parecem códigos quase indecifráveis. Alguns jovens não aperfeiçoam os estudos, preferindo investir numa moto ou carro para desfilar com a loira mais gostosa do bairro. Uma verdadeira batalha, mas sem compensação financeira. Pois é, pura ilusão, pra quê? Digo que as décadas de 80 e 90 foram o retorno das coisas mais caretas que conheci: o bambolê e o patinete, mal compreendidos na sua época.Lembra-se do Big Brother, de Orwell, pode não controlar totalmente as nossas vidas, porque não quer. Tem que eliminar algum hormônio que desenvolve os seus dotes físicos. Pra quê essa pressa em crescer tão rápido, esquecendo de viver uma fase importante e inesquecível de sua vida? As meninas de nossa região têm medo de envelhecer e de ficar “por fora” da moda, dizendo que importa é o aqui e agora, sem amanhã. Hoje, o público acima de 30 anos, detém maior estabilidade financeira, mas ainda é pouco trabalhado pela mídia brasileira. Puro preconceito com o segmento, ou falta pesquisa?
terça-feira, 16 de março de 2010
FERNANDA LEITE BIÃO
Desassossego
Fernanda Leite Bião
Tem algo que me incomoda! Eu mexo pra lá e pra cá, me agasalho, estico o corpo, fecho os olhos.
E, depois da realização de todos estes rituais, descubro que precisava fazer a conexão entre os meus olhos e o meu coração.
Lágrimas descem e percorrem meu rosto. Sinto o movimento quente e frio.
Meus olhos não têm a mesma claridade.
E meu coração descompassa e a cada suspiro procura voltar ao seu equilíbrio normal.
Uma alma nunca é uma alma só, mas precisa seguir seu trajeto solitário.
Os caminhos são diversos, as estações do ano mudam, as estações da vida se transformam.
Tenho medo de acordar e descobrir que ainda não tenho identidade.
E que a ânsia de descobrir o que sou me desviou do caminho que me levaria à minha própria descoberta.
Palavras são sinais de vida, palavras são sinais.
Deixo aqui minhas palavras, deixo aqui os meus sinais.
As lágrimas ainda teimam em cair, o coração mais aliviado agradece a oportunidade de ser escutado.
RONIE VON MARTINS
HOMEM SENTADO
RONIE VON MARTINS
Engolia todas as dores. E já se acostumara. Não havia dor que não estivesse acostumado a engolir. Todas. Friamente às engolia. Às vezes mastigava-as. Lentamente. Tudo ao seu redor era lento. Denso. Tudo era denso. Densidades estratificantes que lhe cobriam, envolviam em camadas. Como uma cebola. Não comia cebolas.
Os movimentos eram raros, da cama ao assento frente a parede que não se abria em janela, mas que se fechava em parede. E mesmo assim, seus olhos paravam ali. No espaço que só o olho do homem sentado conseguia ver. Ver? Seria uma frincha? Existiria a possibilidade de o olho buscar e se esgueirar pelos interstícios invisíveis e “impossíveis” da parede?
Comia dores e bebia chimarrão. Amargo e quente. E não escuta o rádio. Mas sempre ligava o aparelho. Uma estação além das vozes chiava dialetos singulares e vetustos. E seus olhos por breves instantes pareciam brilhar.
O tempo era impreciso, já não era possível determinar se era presa de Kronos ou Aion, ou se decidira deixar o corpo para um e o resto para o outro. Mas parecia que já havia preenchido seu quinhão de real com várias toneladas de memória e delírio.
Pelo substantivo louco, era definido pela família. Nunca apareciam, mas pagavam uma funcionária para limpara o pequeno apartamento. Ela chegava lépida, faceira, pequenas e infames piadinhas nos lábios, barriga volumosa e satisfeita, espantando fantasmas e poeira com seu espanador encantado.
Ele ordenava a sua máscara que forçasse um sorriso. Cordialidade. E o que saia era uma careta engraçada que fazia a mulher sorrir e dizer mais besteiras.
A funcionária era um vento. E soprava com força todo o silêncio e a solidão do espaço do homem, mas quando saia, a gravidade puxava-os para baixo. E ele realmente não sabia se gostava do agora ou do antes.
“O que estás vendo?” às vezes a mulher perguntava e ele respondia que via a cidade da memória. E ela ria. Aquecia mais água para a térmica, perguntava se ele não queria trocar a erva. “Uma carteira de cigarro” ele dizia, mais que pedia. “Eles disseram que você não pode fumar” e ele sorria. E ela trazia a carteira e ele incendiava o lugar. O fósforo incandescente por segundos frente aos olhos e em seguida a fumaça se esvaindo e abraçando o ar em valsa erótica. Lascívia. “Eles se amam.” Ele dizia. “Quem?” perguntava a mulher. “A fumaça e o ar.” A gargalhada era dela, o silêncio dele. “Você é esquisito mesmo, hein?” “É.”, dizia o verbo pensando na conjunção “e”. Este era o problema. A finitude das coisas e de si mesmo começavam a lhe causar estranhamentos. Gostaria de se ligar a outra oração, acrescentar eternamente. O meio das coisas. O verbo ser. A palavra “é” definia, estagnava e prendia tudo que não deveria ser nas estruturas sedimentares do “é”. O ser.
Ria desta suposta unidade. E se esvaia em fumaça. E dissolvido em nevoa, qual vampiro, perdia-se inteiramente pelas frestas do seu corpo real e organizado
ROBERTO ROMANELLI MAIA
UM SOL EM MINHA VIDA
ROBERTO ROMANELLI MAIA
ESCRITOR, JORNALISTA E POETA
Chegaste nem mesmo eu sei como!
Sem pedir licença nem passagem!
Como quem não quer nada!
Como uma sombra plena de luz!
Mas os meus sonhos,
os meus desejos e as minhas ilusões
não debandaram, assustados...
Sim, chegaste como um vendaval
para tudo pela frente levar!
Mas os meus sonhos e as minhas ilusões
te receberam de braços abertos ...
E, aos poucos, preencheste o vazio
dos meus momentos...
Com o teu corpo e a tua alma
invadindo o meu silêncio...
Me tirando do vazio e da solidão!
Sim, gravaste em meu coração
as tuas digitais!
Me invadiste, como
uma noite com estrelas,
acedendo todas as luzes...
E o teu brilho próprio
transformou-se no meu sol!
Um sol descoberto e revelado...
Contigo e para ti!
Um amor cúmplice
para um novo recomeço...
Sim, no meu mundo chegaste
para ficar!
E, contigo ao meu lado, hoje,
poucas são as minhas tristezas
e dores...
E estas são, por nós, somadas,
divididas e compartilhadas...
Sim, se um dia eu fui triste e infeliz,
deste homem nada mais resta!
E o que ficou vive somente felicidade,
por tê-la junto a mim!
POESIA EXPERIMENTAL
LINGUAGENS D’ESCRITA(S)
Poesia Experimental do ARQUIVO FERNANDO AGUIAR
Inaugura no próximo sábado, dia 20 de Março, pelas 16.00 horas a exposição "LINGUAGENS D’ESCRITAS – Poesia Experimental do Arquivo Fernando Aguiar", que terá lugar em dois espaços culturais de Abrantes: na Biblioteca Municipal António Botto e na Galeria Municipal de Arte.
Os poetas portugueses têm as suas obras expostas na Biblioteca Municipal e são eles: Abílio José-Santos, Alberto Pimenta, Almeida e Sousa, Ana Hatherly, Antero de Alda, António Aragão, António Barros, António Dantas, António Nelos, Armando Salles Macatrão, Avelino Rocha, César Figueiredo, E. M. de Melo e Castro, Emerenciano, Fernando Aguiar, Gilberto Gouveia, José-Alberto Marques e Salette Tavares.
Os poetas estrangeiros, a apresentar na Galeria Municipal são, entre outros, Arnaldo Antunes, Arrigo Lora-Totino, Bartolomé Ferrando, Bernard Heidsieck, Clemente Padin, Enzo Minarelli, Fernando Millán, Giovanni Fontana, Julien Blaine e Paula Claire.
O Arquivo teve início em 1983 e conta já com uma colecção constituída por cerca de 2.500 originais, maioritariamente obras de poesia experimental e visual, mas também de áreas afins como a Arte Conceptual, Fluxus, Performance e Mail-Art, produzidas a partir da segunda metade dos anos 60, com um especial relevo para a poesia visual dos anos 80 e 90, e contém trabalhos de cerca de 200 dos mais activos poetas experimentais de 31 países, existindo de alguns deles um considerável conjunto de obras, como é o caso de Ana Hatherly, Alberto Pimenta, Salette Tavares, ou do cubano Artemio Iglesias.
Conta igualmente com alguns originais de artistas Fluxus ( Wolf Vostell, Milan Knizák, Dick Higgins, Charles Dreyfus… ) e de artistas conceptuais, como Dennis Oppenheim, Monty Cantsin, Orlan ou Shozo Shimamoto.
Apesar de se situarem no âmbito de uma linguagem poética, estas obras são profundamente visuais e, no aspecto técnico, são realizadas através do desenho, da colagem , fotografia, electrografia, pintura, objecto e infografia,. Para além destas obras, são também apresentados videopoemas, videoperformance e poemas animados que podem interagir com o público.
Os poetas visuais nunca tiveram qualquer tipo de relutância em utilizar todas as tecnologias a que puderam aceder, desde a fotocopiadora (electrografias) e da máquina fotográfica (fotopoemas), ao vídeo (videopoemas e vídeo de intervenções poéticas), ao computador (infopoesia e poesia hipermédia), até aos raios laser (holopoesia), o que tem servido para veicular as palavras e a expressão visual com um propósito poético. No sentido de valorizar e de potencializar o poema, concebendo-o e transmitindo-o através de uma linguagem actual e actuante.
No texto do catálogo, Fernando Aguiar refere que “Em Portugal, um pequeno grupo de poetas participou activamente desde meados dos anos 60 neste movimento internacional resultando, talvez, no único movimento literário e artístico português contemporâneo daquilo que se fazia lá fora.”
O Arquivo contém ainda várias centenas de fotografias de performances (sobretudo performance portuguesa dos anos 80 e 90, mas também fotografias de inúmeros poetas e outros artistas, milhares de slides e de negativos, livros, catálogos, cartazes, revistas, jornais, vídeos, cassettes, cd’s e dvd’s de poesia sonora, desdobráveis, textos, postais, etc., que perfazem mais de 15.000 documentos.”
A exposição está patente ao público até ao dia 16 de Abril e, no dia do encerramento, pelas 21.30 horas, realiza-se um debate sobre Poesia Experimental seguido de leitura de poemas por Ana Hatherly, José-Alberto Marques, Manuel Portela, Fernando Aguiar e José Oliveira Baptista que vai apresentar o livro “Livre”/ poesia visual: fernando aguiar/PORTUGAL
segunda-feira, 15 de março de 2010
POR UM SEGUNDO MANIFESTO ANTROPÓFAGO
POR UM SEGUNDO MANIFESTO ANTROPÓFAGO:
A arcada dentária é característica universal que liga pela mordida todos os povos da terra. Portanto o movimento dialético entre o que está fora e o que está dentro resolve-se na devoração, força motriz do desejo ou luz do anjo caído que institui o canibalismo nas hostes do céu. Nossa fome despreza o sucesso.
Este não é um manifesto brasileiro, tão pouco latino americano ou europeizante. Insistimos em desconhecer o fronteiriço. A Revolução caraíba é a vingança suprema contra a civilização e embora sua geografia metafórica envolva a rebelião dos povos colonizados, a sua extensão e o seu significado desconhecem limites territoriais. Não somos nacionalistas. Não herdamos paranóias modernistas para uma cultura “ puramente brasileira “: Trata-se de uma excrescência que alimentou tanto fascistas quanto stalinistas e que portanto deve ser varrida para fora do espírito.
Na segunda metade do século passado fizeram em grande parte a leitura concretista da antropofagia. Nós fazemos a leitura surrealista acrescida das experiências de contracultura. Exercemos a deglutição e ambicionamos a reestruturação da contracultura enquanto a peste desconstrutora da civilização burguesa. Nossa leitura antropofágica no tocante ao Surrealismo não se confunde com o movimento surrealista: Este é especifico. Apenas reivindicamos sua influência no plano espiritual e da criação. Julgamos que as revelações surrealistas traduzidas brilhantemente no pensamento de André Breton, anunciam a idade de ouro: Esta é fundada na poesia, no amor e na liberdade. Para nós o Surrealismo não é pré-antropofágico, mas um programa revolucionário dotado de particularidades que está em franca sintonia com o projeto da antropofagia.
A europeização do mundo corresponde a uma crescente doença que ameaça a dignidade humana. Herdada pelas culturas dominantes das Américas, a civilização é felizmente golpeada por uma oposição mágica: Nas matas e nas visões dos curandeiros, nas senzalas e nas sarjetas localiza-se a negação mais radical do mundo civilizado. O relex indígena e a consciência rítmica afro. É o Beat, o Beat, o Beat, a batida e a busca pela bealtitude que Allen Ginsberg, Jack Kerouac e outros anjos perdidos estabeleciam no século passado. Beat ou improviso, cabeça antenada e quadril que se meche para além dos limites dos Estados nacionais. Salve a sarjeta continental das Américas!
Se a contracultura implica em opor-se(sem nenhuma forma de sistematização prévia) aos valores das instituições que fundamentam a cultura dominante, então ela é uma constante histórica. O nosso tempo não é exceção a isso. Contracultura envolve uma produção que está a margem do reconhecimento oficial. Num mundo marcado pela pluralidade e pela fragmentação, apresentamos o valor poético que é necessariamente fora da lei(afinal, este mesmo mundo é controlado, mesmo em sua aparente diversidade, pela tirania do mercado e da lógica). Não existe verdade absoluta, mas interpretação. Há um homem soterrado nos escombros das determinações psicológicas e culturais do colonizador. Nosso objetivo não é outro senão mostrar-lhe a saída em direção a luz da revolta.
A contracultura popularizou-se nos anos sessenta mediante a evidência midiática. Porém, de modo algum ela restringe-se aos estereótipos daquela época: A experiência contracultural passa pelo cultivo das tradições e não pela repetição das formas. Quarenta ou cinqüenta anos na História da cultura não são nada. Novo contexto: Releitura. Numa clara tendência que obedece ao contexto pós-tropicalista, rejeitamos com toda a violência necessária qualquer forma de centralização de poder, expressa por exemplo na estrutura de grupos. Devoramos nossas referências mas não aceitamos lideres para a tribo. Não somos marmita ou sanduíche: Ao provarem de nossa carne avisamos as senhoras e os senhores, que sentirão o gosto da mandioca braba.
Não tendo a contracultura uma forma definida, as vertentes que colaboram historicamente para a sua constituição são muitas. A devoração destas não implica em uma fusão de ordem estetizante, mas na ética do espírito iconoclasta. Somente a busca pela liberdade fundamenta a reflexão e a criação artística. Para além da estética existe a subversão(ao mesmo tempo não compactuamos em grande parte com os instrumentos políticos tradicionais utilizados pela esquerda em geral).Restituindo as energias interiores do homem, a nossa visão antropofágica é contracultural na medida em que desmente as falsas noções entre “cultura superior” e “cultura inferior”. Perante a sociedade do espetáculo ela é uma das principais forças de oposição.
Não somos modernos, nem pós-modernos. No banquete platônico de 22, preferimos as sobras das metralhadoras, a rajada que pulsa para além dos salões, das butiques e dos gabinetes. Longe de nós carregar o peso do Modernismo. Aliás, mesmo com o hábito saudável do escândalo os modernistas eram nacionalistas e esteticistas. Por isso a antropofagia é a novidade, ela foi teorizada hoje em 1928. Trata-se de uma postura selvagem e irreverente, que apóia-se na ousadia e na barriga de Oswald de Andrade. Não somos proprietários do pensamento antropofágico e como antropófagos não são dados a oficialidades, reservamo-nos a nossa leitura particular do canibalismo. O antropófago que se alimenta do Surrealismo e da Contracultura tem visões soberbas: Ele vislumbra cipós convulsivos entrelaçados nas pernas da cidade. Com o sexo dos edifícios descobertos e abrindo picada pelo mato dos sentidos, ele encontra na avenida o amor e o carnaval.
A crueldade de Antonin Artaud é expressão do instinto caraíba: Arrancar roupas, peles, nervos e pedaços de uma sociedade falida. O ritual. A crueldade enquanto meio de transfiguração do tabu em totem, e a vida como a principal obra do artista. A rejeição da família e do amor no contexto burguês. A GRANDE FAMÍLIA X AS RELAÇÔES MONETÁRIAS DO AFETO. O AMOR ENQUANTO PESTE, VENENO SOMBRIO X CONFORMISMO SOCIAL. A autopsia dos desejos e dos sentimentos e a aceitação dos excrementos, do suor, dos cheiros e das texturas como néctar mais precioso para a liberação sexual(cósmica por excelência). O corpo sem órgãos, despido dos conceitos e das afirmações físicas. O amor pelo sexo e pelo estômago com a mesma intensidade. O desejo das entranhas tão intenso quanto o desejo da saliva. Desejar a totalidade do outro. Abraçados em torno da fogueira, na linha direta de Xangô, com seus raios abrindo os trabalhos. A copulação entre o batuque, o jazz, as guitarras distorcidas e todos os sons povoados pelos gritos das virgens de Eros.
Eu existo em MIM, no outro e nas possibilidades gastronômicas do espírito e da carne. Uma ode à Santa Carnívora! A benção ao humano como possibilidade de superação das crenças sem tempero. Moquecas, picos, épicos e visões. A pele enquanto casulo deixa livre o espírito para sensações e obscenidades infinitas.
As ervas de defumação, as danças em volta do caldeirão, a regeneração do som, a palavra como manifestação sonora, a abolição da racionalidade e a crença na realidade absoluta. Tudo é som e som se sente, se toca, se exprime e comprime. O gesto eterno da mastigação. O infinito exercício do maxilar e das papilas gustativas enquanto meios de reação à estagnação dos que se contentam com as academias e os fast-foods do espírito.
A opção anárquica. O matriarcado enquanto uma era de esperanças. A utopia exige uma resolução prática. Não somos um movimento artístico. Lição Dada: A destruição permanente dos valores burgueses. Sempre guardando distância entre a senzala e a Casa grande, seguimos. A sarjeta e o holofote. Desenvolver uma iluminação própria. O automatismo psíquico no verbo, na imagem, na cena. O DENTE E O SONHO, A SELVA E A MARGINÁLIA.
Degustar o infinito. A vida enquanto deglutição da poesia.
Bruno Zambelli/ Afonso Machado
Campinas-SP, 2009/tela: salvador dali
terça-feira, 9 de março de 2010
NEM TUDO É PROVISÓRIO
CADÊ O CLAMOR PÚBLICO???
Segundo o promotor José Carlos Blat o rombo no caixa do Bancoop entre 2001 e 2008 ultrapassa os R$100 milhões e tudo indica que parte deste dinheiro serviu para engordar campanhas eleitorais do PT. À despeito do tamanho da cifra envolvida - parece que o promotor está contando uma história da carochinha e já de final conhecido - só falta os petistas bocejarem tamanha a indiferença e certeza de impunidade...Fora alguns "é mentira, não tenho nada com isso" ou "isso é golpe da oposição para prejudicar a Dilma" , que já são de praxe...não vejo a repercussão que tal fato teria caso o partido envolvido fosse da oposição. Cadê os meninos , os estudantes aguerridos que batalharam na frente da Câmara Distrital exigindo a cabeça dos corruptos do mensalão de Brasília? Cadê a turma responsável por criar o necessário "clamor popular"...cadê?
À propósito: que mensagem de Lula estará embutida na indicação pessoal que fez ao nome de Vaccari Neto - principal suspeito no caso Bancoop - para cuidar das finanças de campanha da Dilma?
Mara Montezuma assaf/sp
segunda-feira, 8 de março de 2010
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
MULHER
Neida Rocha
Sou Mulher...
Não sou de ferro...
Sou de ROCHA...
A vida me empurrou,
queria para baixo,
mas segui em frente.
Exausta prossegui...
Queria mais
do que eu mesma podia me dar...
Busquei além de mim mesma...
Na queda amadureci...
As cicatrizes permitiram meu seguir...
A alma leve resultou
da Paz de...
mim mesma.
na foto: tete espíndola
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Com licença poética
(Adélia Prado)
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
cortesia de jose paulod dos santos
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Mulheres são tecelãs,
Tecem sonhos com fios de lágrimas...
Mulheres são tecelãs,
Tecem vidas em suas barrigas
Com esperanças e alegrias infantis.
Mulheres são feiticeiras,
Inventam magias e encantamentos.
E atraem e cativam com um simples olhar.
Mulheres são meninas,
Acreditam em príncipes e finais felizes.
Mulheres são guerreiras,
Enfrentam a luta com galhardia.
E não esmorecem mesmo quando cansadas.
Mulheres são sabias.
Trazem em si toda a sabedoria do mundo
ao repartir entre os filhos, o pão, o carinho e o próprio tempo.
Mulheres são especiais.
Mulheres são seres próximos dos Deuses.
Mulheres são mães.
A mais perfeita tradução do mistério da eternidade da alma.
(Rita Licks)
QUANDO CHEGAR
"Quando chegar aos 30
serei uma mulher de verdade
nem Amélia num ninguém
um belo futuro pela frente
e um pouco mais de calma talvez
e quando chegar aos 50
serei livre, linda e forte
terei gente boa ao lado
saberei um pouco mais do amor
e da vida quem sabe
e quando chegar aos 90
já sem força, sem futuro, sem idade
vou fazer uma festa de prazer
convidar todos que amei
registrar tudo que sei
e morrer de saudade."
Martha Medeiros
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
NOSSO MUNDO
Efigênia Coutinho
Eu percebi quando você me viu
Que teus olhos os meus encontraram,
Num arrepio mágico e sutil,
Nossos pensamentos se abraçaram.
Você me convidou para dançar
Assim tão repleto de ilusão,
Mas nunca que saiu do lugar...
Tamanha foi sua emoção!
Naquele simples segundo
Com doçura a nos olharmos,
Teríamos todo tempo do mundo
Para sempre nos amarmos!
Você me tirou todo o ar
Quando trêmulo me beijou,
Fazendo o meu mundo girar...
E com carinho me abraçou!
Seus olhos nos meus buscaram
O mútuo enigma da essência,
Meus olhos nos teus encontraram
A razão de toda nossa existência!
Foi quando num singelo olhar,
Brotou o amor tão fecundo...
Fazendo todo o tempo parar,
E perpetuamos Nosso Mundo!
Balneário Camboriú
2003/FOTO: super-mulher, super-amiga e super-cantora TETE ESPÍNDOLA
quinta-feira, 4 de março de 2010
quarta-feira, 3 de março de 2010
ADRIANA MANARELLI
Maísa (
(Adriana Manarelli)
Entre os elementos
Se aninha
Essa respiração
Corrosiva_
O olor putrefato
E o espinho rubro
Que jamais vacila
No negro diamante.
Pétala irrecuperável.
Pulsilânime ela se aflige
Entre seios de estanho,
Ventre de chumbo,
Boca de turfa_
Espalhada em centelhas.
O escuro olho.
É a ordália azul,
A aurora que rebenta
Contra as horas
Que se perdem,
Astros que se quedam.
Centúrias se perpetuam
Nas entranhas
Dos crepúsculos_
O pano cai.
foto:bresson
terça-feira, 2 de março de 2010
CARTAS
Quando o novo presidente uruguaio Jose Pepe Mujica defende a eleição da ex Ministra Dilma Roussef para a presidência do Brasil,está claramente ¨retribuindo ¨um favor ao presidente Lula,que durante as eleições uruguaias, o apoiou,sem nenhum constrangimento!
Sr Mujica!!,nós cidadãos brasileiros,em momento algum nos intrometemos em assuntos internos do Uruguai,principamente durante as eleições presidenciais,respeitando a vontade do povo uruguaio,por esta razão,exigimos que respeite a vontade dos brasileiros neste pleito presidencial!
Estamos cansados de vizinhos de fronteira inoportunos,como Evo Morales (Bolivia) que colocou o Brasil de joelhos no episódio da Petrobrás ;Fernando Lugo(Paraguai) que exige a revisão de valores da energia gerada por Itaipu e finalmente Hugo Chavez(Venezuela) que exporta seu modelo bolivariano de governar ao Brasil,apesar de estar levando seu país à bancarrota!!!!
Lauro Fujihara
segunda-feira, 1 de março de 2010
VIEGAS FERNANDES DA COSTA
Acontece no dia 11 de março (quinta-feira), a partir das 20:00 horas, no Bar e Restaurante Farol, o lançamento do livro “Pequeno Álbum”, de autoria do escritor Viegas Fernandes da Costa.
Terceiro livro de Viegas, a obra reúne 44 contos curtos, alguns deles premiados, como é o caso dos contos Teresa e Ítalo. Com uma prosa que margeia a poesia, os textos de Pequeno Álbum procuram construir imagens com palavras, cada conto constituindo-se como fotografias compostas não por luz, mas de verbo. O livro, publicado pela editora Hemisfério Sul, apresenta ainda ilustrações da artista plástica Daiana Schvartz e orelha do contista Rodrigo Oliveira.
Durante o lançamento será servido um coquetel e o autor estará autografando a obra. O preço do livro é de R$ 15,00.
Sobre o autor:
Viegas Fernandes da Costa nasceu em Blumenau (SC) em 1977. Licenciado em História e pós-graduado em Estudos Literários, atualmente trabalha na Biblioteca da Universidade Regional de Blumenau, onde edita o site de literatura Sarau Eletrônico, e no Colégio Metropolitano de Indaial, onde leciona Filosofia e Atualidades. Além de Pequeno Álbum, é autor de Sob a Luz do Farol (Ed. Hemisfério Sul, crônicas, 2005) e De Espantalhos e Pedras Também se Faz Um Poema (Ed. Cultura em Movimento, poemas, 2008).Comentário do contista Rodrigo Oliveira a respeito do livro “Pequeno Álbum”:
“Não à toa que o primeiro texto que lemos ao nos debruçarmos sobre este Pequeno Álbum de Viegas Fernandes da Costa chama-se Poema. Não que se trate de um livro de versos. Mas é a poesia que permeia e dá corpo à prosa de Viegas.Pequeno Álbum parece trazer um tom mais intimista do que Sob a Luz do Farol e De espantalhos e pedras também se faz um poema, trabalhos anteriores do autor. Sensível, este álbum estabelece relações do texto com a própria arte, pelos olhos e palavras do escritor. Intertextual, Viegas dialoga e nos apresenta alguns daqueles que traz estampados em seu álbum: Chaplin, Tornatore, Flaubert, Quintana, Sartre, Kafka, Calvino e tantos outros que poderíamos preencher toda a orelha deste volume. Quantas memórias trazem este livro!Entre estes grandes nomes sorriem, ainda, como de fotogramas amarelados pelo tempo, figuras que resgatam memórias mais introspectivas, como em Reminiscência, de memórias expostas, gengivas nuas e sorriso ancião inocente. Com esta sensibilidade e aquela intertextualidade, este Pequeno Álbum se revela igualmente metaliterário. O autor, olhando para as figuras deste álbum, parece querer encontrar, em primeiro lugar, a si mesmo. Em Composição compõe "silêncios como quem compõe versos" e explica: "É nestes silêncios que me encontro e onde podem me encontrar como realmente sou!". Nos contos e textos de Pequeno Álbum podemos ver o escritor se dobrando sobre o próprio texto, sobre o próprio fazer literário, como no premiado Ítalo, conto de construção ímpar e riquíssima leitura. Teresa e O Velho, a Velha e o Violino apresentam ainda personagens belíssimos em narrativas sensíveis que exploram os limites desta prosa poética proposta por Viegas.É tocante, é incômodo, é lírico. É necessário, este Pequeno Álbum. Porque nos lembra que "poesia não se pode ler (...) a poesia vivemos"Apreciando este álbum observamos o autor, pouco a pouco, tentar desvendar-se, retomar um passado, vislumbrar um futuro, resgatar e desnudar a si mesmo e a seu próprio texto. É quase sem perceber que, ao fim do volume, nos quedamos nós mesmos desnudados e expostos ali, estampados neste Pequeno Álbum.”
Serviço:
O que: Lançamento de Pequeno Álbum, terceiro livro do escritor Viegas Fernandes da Costa
Quando: 11 de março (quinta-feira), às 20:00 horas.
Onde: Bar e Restaurante Farol, Praça do Estudante (no final da rua Antônio da Veiga), Blumenau, SC.
Maiores informações: Editora Hemisfério Sul (3035-3181 e 3339-7334) e Viegas Fernandes da Costa (8445-9150 e 3321-0222)
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