terça-feira, 8 de maio de 2012

RAYMUNDO ARAUJO FILHO

Verdade, Só Rompendo as Amarras! Assim, em alegres farândulas econômicas e financeiras, o capital internacional e seus agentes aqui no Brasil vão, de uma cajadada só, impor a castração da memória histórica do Brasil, escondendo quem apoiou o golpe, inclusive eles, e ainda vão, estimulando os histriônicos militares de pijama, mas sem descuidar dos novatos (lembrem-se que o homenageado na turma de cadetes formandos de 2012 da AMAN - Agulhas Negras - foi o ditador general emílio garrastazu mérdici), além de na Confusão Programada em vigor e suas pautas invertidas e “de fora” vão avançando na rapinagem econômica avassaladora que sofremos. Minha falecida avó me ensinou que um ovo pode ser desfrutado de várias formas, do cru, até o omelete recheado, frito, cozido, mexido ou até como ingrediente de doces e suflês que, sem dúvida, engrandecem este alimento, vindo das profundezas cloacais dos bípedes emplumados”, quais sejam, as aves, notadamente as galinhas (menos as dos ovos de ouro, servis aos interesses de empreiteiras e que tais). Assim, gostaria de contextualizar os cenários e interesses envolvidos pela extensão quimérica deste pesado assunto, certamente um fardo maior para quem teve parentes e/ou amigos presos, torturados, assassinados e desaparecidos pela obra sem graça dos agentes e apoiadores da ditadura civil militar, nos imposta em 1964. Para isso, recorro novamente à imagem que Leonel Brizola usou para referir-se ao senador Pedro Simon, quando este pré candidatou-se à presidência da república, sem chances, só para abrir caminho para o Quércia (prá quem se diz probo, estava com péssimas alianças o senador Simon...). Refiro-me ao “petiço da fazenda” que vem a ser aquele cavalinho que fica já pronto para os serviços ligeiros de leva e trás nas fazendas. Este debate “imorrível” sobre os crimes da ditadura está me parecendo já usado como este cavalinho serviçal, tanto por governos, quanto pelos saudosos da ditadura, todos a serviço, conscientes ou como Inocentes Inúteis, como eu bem desconfio que alguns são, sem que isso sirva de nenhum atenuante às suas idiotices políticas. Sabedores que somos que a plutocracia burguesa que nos dirige e explora mundialmente (alguém duvida disso?), “só pensa naquilo”, isto é, nos lucros e acumulação de capital, “seja sob que preço for” (desde que ardam apenas os fundilhos de alheios). Portanto, para isso, não se importam quem vai ou não vai para o Pelourinho da opinião pública, facilmente manipulada e dirigida, de acordo com quem faz que os interesses inconfessáveis desta gente, algumas vezes, até coincidam na superfície com justas reivindicações dos justos. Estes momentos históricos da política, também servem para a famosa “operação barra limpa”, levada a cabo de tempo em tempos, e que consiste em pagar alguns indigentes políticos aos quais impingiram terríveis sofrimentos, para que os auxiliem na tarefa de apagar a memória nacional, em troca de trinta dinheiros e algumas colocações vitalícias, sempre à custa do erário, é óbvio. Foi assim no acordo entre o PC do B (leia-se (ex)UNE) e a Fundação Roberto Marinho para acervar a memória da ex combativa entidade estudantil, mas com o preço de não mencionar o apoio aos crimes da ditadura , dado pelo “jornalista” que deu nome à esta Fundação, assim como da poderosa mídia corporativa que construiu (há processos judiciais que denunciam diversas ilegalidades no decurso, além das conchavarias que conhecemos). Foi assim com o “depoimento sensação” levado ao ar pelo Fantástico, há algum tempo, com formato crítico ao depoimento do militar apoiador do golpe de 64, mas sem uma pergunta sequer para algum dos donos das Organizações Globo, do porque, então, esta casa de jornalismo apoiou e, dizem, até financiou atos desta página horrível de nossa história, a meu ver, invalidando qualquer possibilidade de haver alguma exposição da verdade naquela farsa televisiva, assim como nenhuma pergunta para os responsáveis editores d’O Globo, do porque do apoio à versão rocambolesca não só do “suicídio” de Wladimir Herzog (Presente!), quanto à versão macarrônica do atentado ao Rio Centro, exposta compungidamente por aquele então coronel job lorena, contradizendo as mais elementares Leis da Física, e motivo de primeira página no jornal apoiador das torturas e assassinatos nos porões da ditadura. Recentemente, tivemos os articulistas atuais mais relevantes do jornal O Globo, Merval Pereira e Mirian Leilão, digo, Leitão (para vermos como as coisas andam de mal a pior...) a escreverem como se não fossem porta vozes do pior que nos assola, mesmo tendo a relações públicas d’O Globo (não é e nunca foi jornalista, assim como seu ex patrão Roberto Marinho) a escreverem como se progressistas fossem, sobre estas tenebrosas questões. Um escreveu sobre a necessidade de “não haver ódio e nem achincalhe das Forças armadas” neste processo de busca da Verdade, reiniciada por interesses não confessáveis, por uns, mas que é pauta justa de muitos justos, desde sempre. A mesma ladainha, infelizmente corroborada por dirigentes do PSOL como Milton Temer, articulistas como Paulo Passarinho e Paulo Metri, talvez sem perceberem que isso é uma armadilha como se os que querem e exigem a Verdade o fazem por e com sentimentos menores, o que ao é, em absoluto, VERDADE. Desta forma, a direitada mais esperta vai se desvencilhando deste apoio cruel e facínora à direitada troglodítica, que vão servir de “boi de piranha” para aplacar sentimentos de quem, ao que me parece, estão a trocar a completa investigação de nosso passado, por algumas migalhas para o Povo (quando vier a rebordosa, ou não estarão mais por aqui, ou apenas falarão “que pena!”, como na música de Jorge Benjor), enquanto ajudam a limpar a barra e distorcer a memória nacional, ocultando quem foram aqueles que sustentaram a sujeirada. Enquanto isso, a presidente Lula-Dilma tenta usar politicamente a seu favor esta questão, “jogando para a plateia” com a morosa e preguiçosa formação da tal Comissão da Verdade Chapa Branca, em cujo lançamento a filha de um dos emblemas desta cruel ditadura, Rubens Paiva, foi impedida de falar, para “não irritar os militares”. E, como principalmente no Brasil, a Ex Esquerda Corporation W.C. e a “esquerda” não pensam grande, apenas em seu presente e futuro conjuntural, “tudo ficou como d’antes no quartel do Abrantes”, mas dando fôlego para a organização de atos a favor do golpe militar, em prédios federais, como é o Clube Militar no Rio de Janeiro, em clara afrontamento à “determinação” (só prá inglês ver) da presidenta que, diz ela, proibira manifestações oficiais sobre o tema. Extra Oficiais, mas em prédios federais, pelo visto, podia... Enquanto isso, a presidenta Lula-Dilma impõe duras medidas econômicas, como é esta farsa da diminuição dos juros bancários que, agora vemos, vai ser financiada por poupadores da caderneta de poupança, que deve render pouco, para que o Povo gaste seu dinheirinho em quinquilharias, e mantenha-se sem Poupança, para alimentar as casas de extorsão, como são as financeiras dos bancos, que estão fora dos Programas de Crédito “a juros baixos”. Para completar, os poupadores ainda podem se sentir confortáveis, pois a notícia é que até R$30 mil ainda vale à pena ser roubado (não há outra palavra) na poupança, pois ela é maior que os chamados Rendimentos de Renda Fixa, só lucrativos para quem tem mais de R$30 mil rendendo, isto é, cerca de 10% de um imóvel residencial médio. Isso sem falar nos “benefícios fiscais” para 15 setores oligoplizados das indústrias, atingindo os rendimentos da, segundo eles do governo, “deficitária” Previdência Social, enquanto abre o país para a previdência privada, sem nenhuma garantia que após 35 de contribuição, a empresa existirá para pagar os benefícios a que se obrigou em contrato. Sequer vou aqui mencionar os problemas de Belo Monte, Jirau, do Complexo Petroquímico de Itaboraí , CSA e a transfiguração de um município inteiro (São João da Barra) pelo pai do novamente envolvido em problemas automobilísticos, o dublê de celerado e filho de milionário Thor, filho do Eike Batista. Assim, em alegres farândulas econômicas e financeiras, o capital internacional e seus agentes aqui no Brasil vão, de uma cajadada só, impor a castração da memória histórica do Brasil, escondendo quem apoiou o golpe, inclusive eles, e ainda vão, estimulando os histriônicos militares de pijama, mas sem descuidar dos novatos (lembrem-se que o homenageado na turma de cadetes formandos de 2012 da AMAN - Agulhas Negras - foi o ditador general emílio garrastazu mérdici), além de na Confusão Programada em vigor e suas pautas invertidas e “de fora” vão avançando na rapinagem econômica avassaladora que sofremos. O Que Fazer? Abandonar a questão da tortura? Evidentemente que não! E quem me conhece sabe que não brinco em serviço. Minha ideia é que nós, que não cedemos um milímetro em “Cláusulas Pétreas” da dignidade humana, deixemos de tratar com o respeito que tratamos estes adesistas com fachada de esquerda, e os denunciemos como aliados não só dos militares e civis saudosos da linha dura, mas também do capital internacional. E, para isso, bastam alguns desafios para que se livrem desta pecha que lhes irá macular, não tenho dúvida, a tão desejada biografia de “lutadores do Povo e para o Povo”, quais sejam: Exigir da presidenta Lula-Dilma, sob preço de rompimento político em 30 dias que Desfaça as nomeações de todos os militares da linha dura que estão como cães guardando os arquivos da ditadura, os liberando seletivamente em conteúdo e a quem os procuram. Envie um Decreto lei ao Congresso, ampliando o prazo da Comissão da Verdade para 5 anos, e o número de integrantes para 15 membros, sendo que os próximos nomeados por um processo de consulta muito mais amplo do que a vontade majestática da presidenta. Que dote esta comissão de orçamento compatível com as suas atribuições, para uso independente de quaisquer outras autorizações. O resto, prezados leitores, é pura balela, a qual não alimentarei, muito ao contrário. (*)Raymundo Araujo Filho é médico veterinário homeopata e gosta de dizer que “Respeito é bom e eu gosto, mas só tenho por quem age respeitosamente comigo e com os outros”.

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