terça-feira, 27 de novembro de 2012

ALAORPOETA

Na célula de solidão
a cama tão grande
dispensa unhas vermelhas.
Da porta (que porta?)
                 o tempo
                 contempla
e se come autofágico
à espera de si mesmo:
a moça nua
na posição de concha
captura o futuro
de seus descendentes.

Entre quatro paredes
o desencanto
mora no canto
          da frente:
no frenesi efêmero do
                         prazer
a volúpia é séria
porque a natureza
               não sorri.

Alaor Tristante Júnior

Um comentário:

Rita Lavoyer disse...

Parabéns, Alaor! Muito lindo, esse seu lírico é porreta! !