sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

JULIO FERREIRA


Quando leio na imprensa que no mês de Novembro os juros do cheque especial atingiu o estratosférico índice de 174,8% ao ano, chego a sentir saudades do tempo em que os agiotas, abertamente chamados de ladrões, cobravam 10% ao mês nos empréstimos que faziam aos brasileiros. Agora, diante da agiotagem institucionalizada, os piratas do sistema bancário, mesmo recebendo benesses governamentais para manter o fluxo do crédito, assaltam a bolsa dos seus correntistas, impingindo taxas de juros exorbitantes, sob o beneplácito de um governo omisso e/ou conivente. E depois de tudo isso, ainda temos de agüentar o cinismo de algumas autoridades públicas que lançam mão de todo seu poder de influência, e espaços disponibilizados pela mídia adesista, para lançar apelos incentivando os brasileiros a manterem o consumo em alta, sob o falacioso argumento de que essa é a melhor estratégia para evitar que a crise econômica mundial se instale também ao Brasil. Até mesmo o presidente da República, exagerando nas cara e bocas, não se constrange em fazer o ridículo papel de “garoto propaganda” frente as câmeras de televisão, colocando seus “talentos” a serviço dos bancos, ávidos para “vender dinheiro”, a juros extorsivos, aos incautos consumidores brasileiros. É Por essas e outras que o Brasil é conhecido como o paraíso dos banqueiros.
Júlio Ferreira
Recife - PE

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