terça-feira, 7 de julho de 2009
VIDA CULTURAL EM ARAÇATUBA
VIDA CULTURAL EM ARAÇATUBA nos anos 80
por everi rudinei carrara
OUVINDO DEBUSSY EM ARAÇATUBA
parte 1
Eu me mudei para Araçatuba/SP, em fevereiro de 1970, quando meus pais resolveram mudar de Bauru/SP, em razão das exigências de trabalho. boa parte de minha infância,adolescência ,juventude e maturidade foram vividas em Araçatuba,embora eu ainda conserve um carinho especial ás cidades de Bauru, Marília,e outras.Não pretendo realizar um histórico sobre a vida cultural de Araçatuba, orientando-me por alguma ordem cronológica ou refém de bibliografias e coisas semelhantes. Oriento-me pela minha intuição e vivência,colhendo evidentemente, o testemunho de amigos e alguns moradores.Devo enfatizar, que optarei pelo registro de artistas e pessoas que me parecem essenciais para a vida cultural da cidade,e que de alguma forma influenciaram-me por algum motivo,ao longo das 3 últimas décadas.Portanto, farei um relato sobre as décadas de 80 até os dias atuais. O que sempre me chamou a atenção foram os artistas e pessoas marginalizadas, que produzem arte e resistência aos modismos e á cultura elitista.Mesmo porque, as classes priveligiadas optaram por contar sua história, sua versão dos fatos, desconsiderando os feitos realizados pelos demais. Ocorre que, a arte nunca foi um dom atribuido especificamente á classes sociais . Entretanto, percebi ao longo dos anos, que houveram exclusões, não obstante serem os excluidos,artistas de reconhecido valor entre a comunidade e o povo. Com o advento da internet ficou mais fácil contar a história dessa cidade, para um número maior de pessoas.
Araçatuba é uma cidade bela, de clima quente, distante de São Paulo, o que ainda nos anos 80 dificultava o acesso á produção cultural que imperava na capital e nos grandes centros do país. Então, para se adquirir discos de vinil, fitas de vídeo cassete,livros de autores consagrados,era necessário encomendá-los em lojas ou contar com os amigos e pessoas que viajassem ,colaborando com os pedidos. A estrada de ferro ainda existia traçando o mapa de MATO GROSSO á SÃO PAULO,o que nos facilitava o percurso, na temporada de férias escolares.
Em 1980,eu estava começando a cursar Direito, e já estava estudando piano erudito, e noções básicas de violão e sax-tenor. Tive a honra de ser aluno do professor PAULO GIOVANINI, e do ZÉ PRETINHJO (que vinha de TUPÃ/SP para ministrar aulas de sax-tenor
e teoria musical). Minha maior influência em música erudita foi CLAUDE DEBUSSY, por isso procurei estudar com afinco alguns de seus prelúdios e tocá-los para os amigos,apesar de estar ciente sobre minhas deficiências técnicas,mas sabendo que todos também procuravam conhecer um pouco mais sobre esse compositor. O prof. PAULO GIOVANINI contribuiu muito para que meus conhecimentos sobre DEBUSSY fossem ampliados em teoria e prática.PAULO GIVONANI tocava alguns prelúdios de DEBUSSY ao piano. Para mim, era um prêmio. Considero DEBUSSY como uma espécie de liberador de sons e imagens para o amante das artes. Nesse período meus amigos ouviam rock,pop, mpb, música erudita, jazz. Meus amigos frequentavam uma sala ao fundo de minha casa, onde se discutia sobre música, poesia, cinema,televisão, e as coisas da vida.Nesse grupo de jovens, destacaria as presenças de EDSON JOSÉ DA SILVA (poeta "África" ,compositor e violonista), VALDIR CALIXTO (compositor, cantor,e violonista), MARCOS ZAMBON (guitarrista), JOSE CARLOS MENDONÇA (cantor/lojista), JOSE JORGE DA COSTA NETO ( filósofo,poeta e violonista), ZÉ LAÉRCIO (poeta).
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