sexta-feira, 11 de setembro de 2009

ADRIANA MANARELLI


Céu de betume
Adriana Manarelli

Atravessamos o misterioso umbral
E entramos no compartimento mais escuro.
Tudo é sacudido por um negror atávico
Caudalosamente uma névoa densa
Cobre o ar
E o espaço sem tempo
Se espalha num espasmo-deserto
Dormimos no espelho obscuro.


Firmamento negro
E silêncio
O acalanto calado
A memória de faquir
É prata,é prata
Para o vício do eterno
Daquilo que é diamante
Dentro da alma.
E o silêncio atordoa-segredo
O reflexo da vida-láctea


Nas nuvens cor de aço
Teu espaço
E refletem a aurora
E a carícia
Como se os céus se abrissem
Céus e terra se consomem.

1 de setembro de 2009/ARAÇATUBA-SP
Para minha mãe (in memorian): Inézia Manarelli (Valderez)
tela/van gogh-starry night

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