segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ANDRÉ AUGUSTO PASSARI


Ainda sente
Não tente, pobre donzela,
Encontrar uma alma em meu cérebro
Pois ele é feito de células nervosas
Que, de sinapse em sinapse,
Transmitem o impulso nervoso

Nem tente, triste donzela,
Encontrar amor em meu coração
Pois ele é apenas uma câmara que bombeia
Levando sangue para as células do meu corpo

Também não vá esperar
Suspiros poéticos do meu peito
Pois nele há apenas um pulmão já cansado
Que aspira e expira

Mas se acaso um dia, linda donzela,
Eu disser: te amo!
Por favor, acredite

Afinal, meu coração ainda bate
Meu pulmão ainda respira
E meu cérebro, de sinapse em sinapse,
Ainda sente

(André Augusto Passari)

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