segunda-feira, 2 de junho de 2008
EDITORA GLOBO
COLEÇÃO
FILOSOFIA FRENTE & VERSO
JOSÉ LUIZ FURTADO, JOSÉ DE ANCHIETA CORRÊA,
JUVENAL SAVIAN FILHO
Nova coleção reforça a tendência contemporânea de reaproximar a filosofia do grande público, abordando filosoficamente temas como morte, amor e Deus
A COLEÇÃO:
Heidegger, o filósofo alemão, afirmou que só era possível filosofar... em alemão – frase que Caetano Veloso popularizou em português. Mas, na verdade, parece que é impossível não filosofar – ao menos nas línguas ocidentais. Pois embora se fale, por exemplo, de “filosofias orientais”, como o budismo, estas jamais se separaram de fato da religião. A filosofia que merece o nome é, portanto, uma criação tão ocidental quanto o soneto – que, aliás, tem um pé na filosofia. Pois se trata de uma poesia pensada (em mais de um sentido), assim como a filosofia é um pensamento construído. Filosofar é pensar pensando também no modo de pensar. Filosofar é um pensar que sabe de si. Daí que tudo o que a filosofia pensa, pensa diferente do senso comu m. Senso comum que, aliás, pensa que a filosofia só sabe pensar sobre temas obscuros. Na verdade, a filosofia pode – e por isso deve – pensar sobre tudo, de um modo que só ela sabe fazer. Incluindo temas como morte, amor, Deus...
A nova coleção da Editora Globo, Filosofia Frente & Verso, cumpre precisamente o papel de trazer a filosofia para o grande público através de temas de grande interesse. Cada livro, de cerca de 150 pp., escrito por um especialista de maneira ao mesmo tempo acessível e sedutora, aborda então um único tema de modo simultaneamente amplo e sintético – incluindo, ao final, as seções “Ensaiando leituras”, com a reprodução de passagens de grandes autores sobre o tema, e “Bibliografia”. Se disto resulta, por um lado, uma síntese do que a filosofia pensou sobre o tema, de outro, apresenta uma pequena história temática da filosofia. Pois sintetizar o que a filosofia já pensou, por exemplo, sobre a morte, o amor, Deus, é também mapear a própria histór ia da filosofia.
Os primeiros lançamentos da coleção são, justamente, Morte, por José de Anchieta Corrêa (128 pp.), Amor, por José Luiz Furtado (134 pp.), e Deus, por Juvenal Savian Filho (108 pp.). Três dos maiores temas tanto da vida quanto, por isso mesmo, da filosofia.
OS LANÇAMENTOS:
Morte, de José de Anchieta Corrêa, é talvez o livro, digamos, mais natural da coleção. Pois a morte foi, desde sempre, um dos principais temas da filosofia, a partir da constatação de ser a única certeza da vida. Logo, um objeto irresistível para homens de pensamento – considerando que, então, todo resto é dúvida. Porém a morte é uma certeza paradoxal, pois uma certeza opaca: sabe-se que ela é certa, mas dela não se sabe nada ao certo. Ou talvez se saiba tudo, que é ser o fim da vida. O que se sabe, enfim, com certeza, é não o que seja a morte, mas o que não seja: isto é, a não-vida. Não-vida que se revela, assim, parte certa, incontornável, da vida. Pensar sobre a morte revelou-se, afinal, pensar sobre a vida. Foi por esse caminho que trilharam os primeiros filósofos gregos, concluindo, de um lado, que a vida é uma longa preparação para a morte, e de outro, que a morte não existe, porque, ao morrer, um homem deixa de existir, logo, não pode viver a própria morte. E se ela não será jamais vivida, por mais certa que seja, não faz afinal parte de vida, não fazendo, então, nenhum sentido se ocupar dela ou se preocupar com ela. Uma certeza clara que resta dessa certeza complexa é, enfim, ser ela um dos temas mais naturais (em mais de um sentido) da filosofia.
Amor, de José Luiz Furtado, deflagra imediatamente uma questão: como o amor é um dos temas mais corriqueiros da cultura contemporânea – não tendo sido necessariamente um tema dominante em todas as épocas históricas, mesmo no Ocidente –, é difícil à primeira vista imaginar o que a filosofia pode acrescentar a um assunto já abordado por todos – da música popular à poesia, passando pelo cinema e pelas conversas de bar e de chats da internet. Mas justamente por isso, a filosofia pode dar ao tema um vigor renovado, distante, portanto, das grandes redundâncias. Se o amor é um tema vital, abordá-lo de forma inteligente é, além de inteligente, vital. Este livro, portanto, o aborda não apenas de modo inteligente, como abrangente, mapeando a hist&o acute;ria do amor desde a filosofia grega (e o mito de Eros) até o surgimento moderno do amor romântico e sua permanência na cultura contemporânea.
Deus, de Juvenal Savian Filho, é uma verdadeira minibiografia de Deus. Não do ser de Deus, naturalmente, que, se de fato existe, não tem biografia. Mas da idéia ou idéias de Deus; assim, alguns de seus capítulos são: “O Deus dos filósofos antigos”, “O Deus dos filósofos contemporâneos”, “Questões sobre Deus e o ser humano” “Deus não é uma hipótese desnecessária?”, “Deus e as ciências”. E como Deus se tornou, a despeito de todas as expectativas do início da modernidade, um personagem central da cultura (e da política) contemporânea(s), este livro sintético, mas extensivo, funciona como aqueles pequenos dicionários de viagem: torna a “viagem” pela nossa própria cultura, se n&a tilde;o mais fácil (o papel da filosofia não é facilitar as coisas, mas dar a devida dimensão de sua dificuldade), um pouco mais compreensível.
Ficha técnica:
Título: Morte
Autor: José de Anchieta Corrêa
Número de páginas: 128
Formato: 12,3 cm x 20,5 cm
Preço: R$19,50
ISBN: 978-85-250-4474-7
Título: Amor
Autor: José Luiz Furtado
Número de páginas: 134
Formato: 12,3 cm x 20,5
Preço: R$21,00
ISBN: 978-85-250-4473-X
Título: Deus
Autor: Juvenal Savian Filho
Número de páginas: 106
Formato: 12,3 cm x 20,5 cm
Preço: R$18,00
ISBN: 978-85-250-4472-3
Informações:
Verônica Papoula e Julie Krauniski
E-mail: imprensaglobolivros@edglobo.com.br
Telefones: (11) 3767-7819 / (11) 3767-7863
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