quinta-feira, 16 de outubro de 2008
FAUSTO WOLFF
Fausto Wolff
A falta que ele faz!
Por Valter XéuA única certeza da vida é a morte e assim sendo, podemos dizer que ao nascer, começamos a caminhar ao encontro dela.
No inicio do Noticias da Bahia nos anos 80, perdemos o grande jornalista José Wilson, de quem posso afirmar com todas as letras, herdei esse lado intransigente com as injustiças que são cometidas aqui e alhures.
Passado algum tempo, lá se foi o nosso querido João Saldanha que não era um colaborador do Noticias, mas que eu tinha feito amizade nos botecos do Rio de Janeiro, sempre acompanhado do meu amigo Jose Roberto Gomes Correa, que tirou férias no JB em maio de 84 para passar alguns dias em Feira comigo e Elis Regina, dando os retoques finais para o lançamento do Noticias da Bahia.
Os anos se passaram e lá vem outro baque.
Morre Tarso de Castro, fundador do Pasquim, este sim, exímio colaborador do Noticias.
Daí por diante foi tal de ver os amigos passando desta, foi-se Armando Oliveira, colaborador do Noticias da Bahia desde o seu nascimento, Egberto Costa, grande amigo e conselheiro, Pedro Augusto, Anísio Felix e agora Fausto.
Nos anos 70, quando sonhava em ser arquiteto e para tal, trabalhava no escritório de arquitetura de José Monteiro Filho e Juracy Dórea em Feira de Santana.
Foi lá, onde aos sábados, ouvindo sempre Paul MacCartney, levava uma turma de amigos do Colégio Estadual de Feira e transformava-mos o escritório em redação de um jornal estudantil que eu criei no colégio.
Alem de usarmos a sala de Monteiro e Juracy, secávamos as garrafas de whisk, acompanhado de tira gostos de bacalhau comprado no bar do espanhol Pepe no térreo do edifício Mandacaru.Já naquela época, começou a minha inclinação para o jornalismo, com Monteiro que era o presidente do Cajueiro e Adessil Guimarães, presidente do Feira Tênis Clube, sendo os dois patrocinadores pois não tinham-nos grana para comprar papel oficio nem tinta para o mimeografo a óleo. Eles patrocinavam tudo, inclusive a capa que era imprensa na gráfica de Fred no Beco do Moco.Éramos fissurados no Pasquim, cujos exemplares, chegavam semanalmente nas bancas da cidade e foi daí que mesmo sem conhecer a patota, passei a admirar, Jaguar, Sergio Cabral, Ivan Lessa, Fausto Wolf, Tasso de Castro, Milor Fernandes e Ziraldo.Quanto mais crescia a admiração, mais eu mim distanciava da arquitetura e ficava mais próximo do jornalismo.Anos mais tarde, já dirigindo o Noticias da Bahia com a minha esposa Elis Regina, vim a conhecer através de Chico Vasconcelos, o jornalista carioca Jose Roberto G.Correa, amigo de toda a turma do Pasca e a quem fui apresentado.Primeiro foi o Tarso, depois o Jaguar e por ultimo o Fausto que autorizou a republicar no NB todos os seus textos que eram publicados semanalmente no Pasquim, depois Bundas, Pasquim 21 e por ultimo o Jornal do Brasil.A colaboração era gratuita, pois o jornal não tinha condições de pagar pelo brilhante texto, mas com a condição de levá-lo numa viagem a Cuba, país que ele já conhecia e onde fez uma serie de reportagens. A viagem nunca veio a se concretizar em virtude dos inúmeros compromissos que o Fausto tinha, com lançamento de livros, palestras e etc. Agora em 2008, iríamos escrever um dos seus livros no Premio das Américas, patrocinado pela Casa das Américas em Cuba.
Mensalmente a gente se falava e apesar dos problemas de saúde que o atormentava, era sempre o mesmo Fausto, critico acido do governo Lula, e quando baixava nele o colunista Natanael Jebão, ali o fausto não deixava passar nada, na sua comicidade, era um critico feroz dessa elite putrefaz quer ai esta. Brizolista convicto e um eterno defensor da revolução cubana dentro do Jornal do Brasil.
Lá através de Nelson Tanury o proprietário do jornal, ele tinha a liberdade para escrever o que quisesse, mesmo que fosse de encontro à linha editorial do jornal. Era o Augusto Nunes batendo em Fidel, Hugo Chávez, Evo Moralles e Rafael Correa e lá no Caderno B sempre tinha um Fausto na trincheira defendendo-os.
Cuba perdeu um brilhante soldado, O Noticias da Bahia e o Pátria Latina um grande colaborador, mas o exemplo e a bravura de Fausto aqui ficam, e cada vez mais fortalecidos, pois o exemplo dele ficara para sempre entre nos seus amigos e admiradores, tendo a certeza que em algum lugar voltaremos a nos encontrar.
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