sexta-feira, 7 de maio de 2010

JOÃO FELINTO


ETERNA SOLIDÃO

O que eu tive na vida

Além da data esquecida,

Da dor no peito, contida,

E da perdida ilusão?

O que mantenho na mão,

Já na forma cadavérica,

Senão,

A luta sem trégua

Com os germes que a terra

Colocou em meu caixão?

Os meus feitos,

Foram em vão.

Meus defeitos,

Exaltados.

Não sou de Deus nem do Diabo.

Sou um louco condenado

A eterna solidão.
joão felinto

tela: basquiat

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