sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
DICAS DO CLAUDIO WILLER
Para ler:
Revista Polichinelo, de Belém do Pará, editada por Nilson Oliveira e Izabela Leal. Mais informações em http://revistapolichinelo.blogspot.com .
Satisfação de participar do n. 13, com artigo, condensação do que tenho pesquisado, sobre Kerouac. Estou em excelente companhia: há ensaios e poesia de qualidade. Encontra-se na Livraria Cultura, entre outros lugares:
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=29183492&sid=18982578213124503796191381 – mas acho que deveria ter muito, muito mais circulação. Completa um ano em que tive a satisfação de sair em boas publicações, impressas ou on line, como O Bule, Celuzlose, etc. E vem mais – logo sai uma revista visionária, Academia Onírica, e estou enviando textos para as indispensáveis Cronópios e TriploV, entre outras.
Para ver:
O irreverente e ao mesmo tempo didático ‘Heróis da decadensia’ de Tadeu Jungle, principalmente levando em conta quando foi feito, década de 1980.
Em http://magiconsundays.blogspot.com/2011/09/piva-74-herois-da-decadensia-sic.html
Há outro programa da Cultura com Piva, se não me engano também por Tadeu, do qual circulam fotos mas que não se acha no Youtube. E tem – tenho em DVD – uma sessão delirante do programa Fábrica do Som dos anos 1980, de Tadeu, incluindo cenas minhas dizendo trechos de Uivo de Ginsberg – mas o DVD tem alguma trava que impede inserção no Youtube. Por enquanto.
BOAS FESTAS
RODEIOS SÃO PROIBIDOS EM 35 CIDADES
Banimento da crueldade
Rodeios já são proibidos em 35 cidades do estado de SP
25 de dezembro de 2011
Um dos vetos recentes ocorreu em Araraquara; capital do Estado
também deixou de permitir esse tipo de evento
Combatidos por defensores de animais, pouco a pouco os rodeios vão perdendo espaço em algumas cidades paulistas.Levantamento feito por entidades a pedido da Folha aponta que, atualmente, a atividade é proibida em pelo menos 35 municípios -incluindo a capital. Em Ribeirão, não existe veto a rodeios.A última cidade a vetar o rodeio foi Araraquara. Por unanimidade de votos, rodeios, vaquejadas ou qualquer tipo de atividades em que os animais possam sofrer violência passam a ser vetados.Assistente puxa o sedém na saída do brete para apertar a virilha do animal na série de montarias que antecedeu a Professional Bull Rider, em Cajamar. Foto: Juca Varella/Folhapress
A proibição ocorreu em setembro, ainda no “calor” das discussões acerca dos acidentes que ocorreram na última edição da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, em agosto. Na ocasião, um bezerro foi sacrificado depois de ter sido imobilizado durante a prova de bulldog.Em agosto, a Promotoria obteve liminares em ações contra a realização da atividade em duas cidades: Espírito Santo do Pinhal e Santo Antônio do Jardim.
Os promotores Fausto Luciano Panicacci e Raul Ribeiro Sora se embasaram em laudos que apontam que várias provas nos rodeios são cruéis e impõem dor e sofrimento aos animais.Além dessas três cidades, as proibições ocorreram também em Sorocaba, Taubaté, Marília e até na capital.A Confederação Nacional dos Rodeios contesta os vetos e diz que os rodeios legalizados garantem a sanidade e o bem-estar dos animais. Tropeiros também dizem que as cidades que vetaram os rodeios não têm tradição nas provas (leia texto nesta pág.).
Refinamento moral
Segundo a professora Sônia Felipe, coordenadora do laboratório de Ética Prática do Departamento de Filosofia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e colunista da ANDA, a proibição significa um refinamento moral da sociedade.
Para a Promotoria e profissionais ligados às entidades de defesa dos direitos animais ouvidos pela reportagem, os frequentadores dos rodeios vão às festas de peão por causa dos shows musicais, e não devido às provas com animais.
“Nas cidades onde foram proibidos os rodeios, não houve alteração na economia local”, afirma Nina Rosa, fundadora de uma entidade de proteção que leva seu nome.
Para a advogada Viviane Alexandre, representante da WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal), as proibições vão virar tendência. “Esperamos que [os vetos] cheguem à cidade mestra, que é Barretos”, afirmou.
Fonte: Folha
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
NEIL FERREIRA
Vai que o mundo acabe em 2012
Neil que las hay las hay Ferreira
Não é a primeira vez que cito este indiscutível princípio da sabedoria universal, “que las hay las hay”; nem será a última. Com esta firme crença como ponto de partida, atrevo-me a afirmar que acredito em Stephen Hawking, quando prova a inexistência de Deus ao mesclar a teoria do Big-Bang com a da Relatividade, de Einstein; acredito nas profecias de Nostradamus e nas verdades puras que são Papai Noel, Bicho Papão, São Paulo FC e a oposicinha. Acredito no dr. Hannibal “Canibal” Lecter, em OVNIs, ETs, “X Files”, no Conde Drácula, em Nosferatu, no vampirão do Christofer Lee e naquele vampiro com penteado esquisitíssimo, do Francis Ford Copola; acredito no Lobisomem, do Anthony Hopkins.
Não acredito no Lestat, o vampiro repleto de ademanes da Anne Rice, acho-o gay demais para a espécie; vampiro tem que chupar os pescoços das meninas com volúpia, como o de Bram Stoker. Abro exceção para as belíssimas Milarca e Carmila, que quando uma chupava o pescoço da outra o cinema vinha abaixo, em “Rosas de Sangue”, de Roger Vadim. E esses vampirinhos e vampirinhas do bem, da série “Crepúsculo”, são uma ofensa pessoal aos cultores do gênero. Não acredito no SUS, outra ofensa pessoal a quem paga impostos e espera que a cumpanherada devolva-os pelo menos em parte, sob a formas de serviços decentes prestados sem a usual propinodutagem.
O Livro das Revelações do Apóstolo João Batista, também conhecido como Livro do Apocalipse, é o meu livro de cabeceira; nele revelam-se os sinais que anunciam o Fim do Mundo, com as 4 Bestas e seus Cavaleiros na vanguarda.
Crédulo, posso portanto acreditar na previsão do Calendário Maia, que marca 12/12/12 como a data do Fim do Mundo. Os sinais estão todos aí, basta ter olhos para vê-los.
Sendo crédulo, flutuo, quase me afogando, em meio a um encapelado oceano de dúvidas, a mais braba delas é a que não permite distinguir sobre qual dos dois gêmeos idênticos realmente morreu na Líbia, Muhamar al Kadafi ou Cauby Peixoto ?
Abro parênteses para revelar que assisti a um documentário no “History Channel”, mostrando hieroglifos que se supunha explicar o mistério das Grandes Pirâmides. Engano de mais de 4 mil anos, só recentemente corrigido com a descoberta de que confirmavam a profecia Maia do Fim do Mundo. Meus parcos conhecimentos de História não me autorizam a garantir quem confirma quem; se os egípcios confirmam os Maias, ou vice-versa; não sei quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha. Desconfia-se de que essa versão revista e atualizada foi soprada pela Múmia aos ouvidos dos egiptólogos de Hollywwod, Rachel Weisz e Brendan Fraser, durante as gravações do filme “O Retorno da Múmia”, grande sucesso de bilheteria. Suspeita-se que essa Múmia seja tão hollywoodiana quanto os egiptólogos citados. Fecha.
Abro novo parênteses, que prometo ser o último, para deixar bem claro que pesquisei no livro “Os Maias”, de Eça de Queiroz, alguma referência ao Fim do Mundo e nada encontrei, a não ser fofocaiadas da vida de Lisboa, na segunda metade dos anos de 1.800. Esses Maias eram outros, garanto de pés juntos, et pour cause não se fala mais neles. Fecha.
Esse nhe-nhem está aí para eu criar coragem e revelar que o Fim do Mundo já chegou. Quis escrever “tró-ló-ló” mas sobrou-me timidez porque um dos significados que o Aurélio registra refere-se à uma parte do corpo humano, dita “preferência nacional”.
O mundo acabou nos Idos de Março, em 03/03/03, terceiro dia do terceiro mês do terceiro ano do milênio iniciado em 2.000, Primeiro Ano depois de FHC. Não houve necessidade de aguardarmos até 12/12/12.
A saúde nacional foi contaminada pelo bug do milênio, sem que ninguém o percebesse; venderam-nos a idéia de que o bug não existia, existe; e nós sabemos o nome da rosa. Eu que não sou otário, percebi logo nos dois primeiros meses do primeiro ano do primeiro mandato você sabe de quem. As 4 Bestas do Apocalipse , seus Cavaleiro e áulicos chegam e instalam-se com gordas e mensaleiras mesadas, sob o codinome de “base alugada”.
Desnudo-os. A Peste (da Corrupção) a tudo infectou. O Mensalão, então recém-nascido, foi o virus que contagiou a coorte de cumpanheros, entranhada no tecido social, sem anticorpos à vista. Se anticorpos houvessem, seriam desprezados. A Morte (da Verdade), cometida a plena luz do dia por pistoleiros de aluguel, emboscados na mídia amansada e em blogs da internet, a soldo do oficialismo reinante, comprante e pagante. A Fome (de Não Largar o Osso), que rói até as migalhas que sobram do banquete das ratazanas gordas ; a Guerra (Implacável) a quem se recusa à rendição incondicional.
Travamos o Armagedon, a batalha final do Bem contra o Mal; o Mal é mais forte, mais bem armado, mais rico; o Bem entregou a rapadura.
Fugirei para Paris, lá estarei de janeiro a dezembro, ouvindo de longe as notícias do circo pegando fogo, com os olhos escancaradamente fechados para fingir que não vejo o que estou vendo aqui e agora.
Pego oavião no dia 31, umas 8 da noite, sei como será. À meia-noite, o comandante deixa sua cabine para brindar o Ano Novo com alguns passageiros. A aeromoça serve champanhe com caviar, do sistema de som vem música suave e bem educada, que permite às pessoas que conversem e troquem votos de felicidades. Nada de foguetório nem buzinaços.
À mesma hora, meia-noite, o sistema de som da classe econômica explode em foguetório e buzinaços, adrede gravados. A aeromoça serve guaraná morno e, gentil, oferece “Barrinha de cereais, senhora ?”, bem ao gosto da Nova Classe Média (rsrs) do 6º (rsrs) PIB do Mundo.
Acaricio a esperança de ter como última visão do fim do mundo a Carla Bruni passeando a sua bebê pelas belas alamedas do Parque Monceau.
Em novembro, hospedo-me no Hotel Crillon na Place de La Concorde e detono todos os meus cartões de crédito, inclusive os Platinum, na esperança de não os pagar com o Fim do Mundo no mês seguinte; rogo aos deuses Maias que o mundo acabe em barranco, para eu morrer encostado.
Como primeira visão do Outro Lado, vejo a Luz. Aquela que falam que está no fim do túnel. Lá à minha frente, banhados na Luz estourada que quase me cega, vislumbro John Lennon e George Harrison dedilhando os acordes iniciais do doce National Anthem do Admirável (Outro) Mundo Novo; “O sonho não acabou. O sonho começou”, cantam os dois primeiros “velsos”.
Doutores cardiologistas, endocrinólogos, clínicos gerais e anestesistas que me cercam na UTI do Einstein: parem as máquinas, desliguem os botões, não me obriguem a voltar, não me arranquem daqui na marra.
Dou o meu testemunho insuspeito, contrariando Hawking: Deus existe. Olha lá a Brigite Bardot aos 22 anos, só pode ser obra d´Êle; registremos isso com urgência antes que aquele outro Cara apareça por aqui e afirme que é dele a Obra-Prima, como dele é tudo o mais que é feito no mundo, fora o que é produzido pela China.
FELIZ FIM DO MUNDO EM 2012.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
JULIEN DUVIVIER
FILMES DE JULIEN DUVIVIER
Tecnalidade Artesanal
Guido Bilharinho
Desenvolvida de 1927 a 1967, é das mais longas a carreira cinematográfica de Julien Duvivier (França, 1896-1967).
Nem por isso, com isso ou apesar disso, apresenta filmes consistentes ou criativos. Suas marcas relevantes são convencionalismo, linearidade e naturalismo, que significam absoluta submissão à estória, cingindo-se seu objetivo à narrativa de fatos e acontecimentos.
Não obstante tais características, evidenciam-se pelo menos duas qualidades gerais, comuns e permanentes em sua obra e alguns aspectos isolados merecedores de destaque.
A primeira traduz-se na faculdade (e facilidade) de articulação das ocorrências, interligadas por lógica interna que as reúne e une fluente e ritmadamente, permitindo cadenciamento e homogeneidade narrativa. Além disso, ressalta-se a composição ambiental, seja onde estiver agindo suas personagens: na Casbah da capital da Argélia, em O Demônio da Argélia (Pépé-le-Moko, França, 1937), em que os décors internos e as locações externas inter-influenciam-se e complementam-se, situando e enquadrando as personagens, que se integram ao espaço, infundindo-lhe vida e dinamismo; nos esconsos ambientes e no bar de A Cabeça de Um Homem (La Tête d’Un Homme, França, 1932), nos quais os figurantes movimentam-se com a naturalidade própria de vivência espontânea; nos diversificados locais focalizados em La Bandera (Idem, França, 1935), cuja ação, em seu desenvolvimento, abarca o baixo-mundo de Barcelona, na Espanha, a existência na Legião Estrangeira e a vivência feminina no Marrocos, ressaltando-se, nesse contexto, sua posição anti-racista, a humanização das personagens femininas, o caráter colonialista das tropas legionárias e a tentativa de elevar a plano heróico sua atuação, além da presença da famosa Annabella; ou, ainda, na Paris de Sinfonia de Uma Cidade (Sous le Ciel de Paris, França, 1950), em que a inserção das personagens no contexto urbano e social transmite a impressão de verismo documental, que, em certo sentido, não deixa de ter e ser, tal a identificação entre esses elementos.
Tudo isso sem prejuízo do tecido novelesco, finalidade da realização fílmica, constituindo seu segundo atributo.
Segundo James Reid Paris (in The Great French Films. Secaucus, N.J./EE.UU., The Citadel Press, 1983, p.74), Jean Renoir teria afirmado ser Duvivier “this great technician, this precisionist, was a poet”.
Todavia, se foi grande técnico - e foi - não se pode dizer o mesmo dos demais aspectos indicados por Renoir.
As qualidades que se detectam em sua obra - acima especificadas - decorrem de seu domínio da mise-en-scène, nada tendo de especial e menos ainda de poético. Até pelo contrário. Sua intervenção imagética na paisagem e no cotidiano das personagens é seca e direta, destituída de aura poética, submetidas que são (pessoas e natureza) às necessidades e práticas da vida, preponderando em tudo (e sobretudo) a imposição do conteúdo narrativo (a estória) e não seu modo e forma.
A característica, pois, de sua atividade e obra é essa tecnalidade artesanal, que torna seus filmes apenas palatáveis, ressalvados os aspectos salientados, notadamente o registro documental, que deverá ser o responsável por sua permanente recepção e, quiçá, eternização.
A respeito de A Cabeça de Um Homem, baseado em romance policial de Georges Simenon, cumpre destacar a diferença do método desse autor com o de Agatha Christie.
Enquanto esta sonega ao leitor informações indispensáveis à descoberta dos autores de crimes, pelo que, com exceção da peça A Ratoeira (The Mousetrap, de 1954), torna-se impossível identificá-los, Simenon parte, pelo menos no romance em tela e em vários outros, do caminho oposto. De plano, já indica quem são o assassino, a vítima e o móvel do crime. A tessitura da trama desenvolve-se, então, na revelação dos fatos e ilações deles tiradas pelo Inspetor Maigret.
Observa-se, no caso, o vezo de se atribuir o ato criminoso a estrangeiro. Para certos tipos de pessoas, são sempre eles os culpados ou pelo menos os maiores culpados por crimes que se cometem em seu país.
E de se atentar, ainda, para evitar confusão, ocorrida até mesmo em dicionários de cinema, para as similitudes de títulos entre Sinfonia de Uma Cidade e Sinfonia em Paris (An American in Paris, EE.UU., 1950, de Vincente Minnelli), e entre Sous le Ciel de Paris e Sous les Toits de Paris (Sob os Tetos de Paris, França, 1930), de René Clair.
(do livro O Filme Dramático Europeu, editado pelo Instituto Triangulino de Cultura em 2010-www.institutotriangulino.wordpress.com)
Guido Bilharinho é advogado atuante em Uberaba, foi candidato ao Senado Federal e editor da revista internacional de poesia Dimensão, sendo autor de livros de literatura, cinema e história regional.
(Publicação autorizada pelo autor)
PIER PAOLO PASOLINI
A Terra Vista da Lua (La Terra Vista Dalla Luna)
Produção: Itália, 1966
Duração: 31 min
Idioma: italiano (legendas eletrônicas em português)
Terceiro episódio do filme Le Streghe (As Bruxas), La Terra Vista dalla Luna conta a história de pai e filho, que depois de terem perdido a mãe, morta por ter ingerido cogumelos venenosos, partem, tal qual Dom Quixote e Sancho Pança, à procura de uma mulher que possa substituí-la. Ao encontrá-la, logo planejam um golpe para conseguir dinheiro e manter a casa. A mulher simulará um suicídio do alto do Coliseu romano, enquanto eles pedirão dinheiro em baixo para ajudá-la. Ela, no entanto, escorrega, cai e morre. De volta ao lar, pai e filho notam que, mesmo morta, a mulher desempenha todas as suas funções. "É a felicidade, é a felicidade", gritam eles.
fonte: comunidade pier paolo pasolini/mrl-x
VALMIR VIANA
Flores de pindo
Na descida da montanha
desce o orvalho macio,
espalhando sobre há virtude
todo mar amante magistral.
Nasce o sol acolhedor
em outras aragens modelar,
belo caminho desperto
ao sabor eterno das relvas.
Campos de rastros perfeito
plumas de passar nuvens,
canteiros único na face
que há luz ressurge nas manhãs.
Valmir Viana.
Poeta
http://sites.google.com/site/valmirviana
tela: renoir
ADRIANA MANARELLI
Teia
(Adriana Manarelli)
Me recordo
O olho celeste
E a prata e a lavanda e a alfazema
Que por mais preciosa
Nenhuma joia hoje
Terá maior valor.
Minhas tripas são de uma pulsação de fogo e gelo
E somente meu cacho de mogurim
Para sempre em mim
Perdurou.
Beldade?
Entulhos, pocilga
Escaramuças, larvas
Do pó ao pó.
Enquanto essa carne patética se alimenta
O coração, Paganini, te arrebenta.
Toda manhã o olho escaldante e minha flor de maio
São minhas primevas relações.
Espasmos banais que nanam as queimaduras expostas
De primeiro grau
Dessa rede ancestral
Vínculo vital de centúrias feminas
Vibram o núcleo do qual posso me fartar
Com a única célula indivisível.
25/ 12/ 2011- TELA: CHAGALL
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
ESPORTE CLUBE NOROESTE
PROGRAMAÇÃO SEMANAL DO ESPORTE CLUBE NOROESTE
EQUIPE PROFISSIONAL
26 DE DEZEMBRO A 01 DE JANEIRO
Segunda-feira – 26/12
17h – Treino Físico (Estádio)
Terça-feira – 27/12
8h30 - Academia
16h – Treino (CT)
Entrevista - Amauri
Quarta-feira – 28/12
8h – Treino Físico
16h – Treino (Estádio)
Quinta-feira – 29/12
15h30 – Academia e Treino Técnico (Estádio)
Sexta-feira – 30/12
8h – Academia
16h – Treino (Estádio)
Entrevista - Amauri
Sábado – 31/12
8h30 – Treino Físico (CT)
Domingo – 01/01
Descanso
Reapresentação do elenco no dia 02/01 (segunda-feira), às 9hObs: A programação poderá ser modificada conforme necessidade da Comissão Técnica
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
CELSO LUNGARETTI
REFLEXÕES SOBRE A MORTE DE UM TIRANO
Celso Lungaretti (*)
Nas pegadas de Stálin: assim se cultuava a
personalidade do ditador que já foi tarde.
Pelos motivos que vou expor adiante, nunca me interessou particularmente o que acontecia na Coréia do Norte. A idade me ensinou a manter distância daquilo que só me deprimirá.
Mas, para os interessados, recomendo a ótima análise de Elio Gaspari em sua coluna Já foi tarde (acesse íntegra aqui) da qual destaco estes parágrafos estarrecedores:
"Em 1945, a península coreana foi dividida entre duas ditaduras. A do Norte, comunista e rica. A do Sul, capitalista e pobre. Nos anos 60, quando se falava em milagre coreano, o tema era a supremacia socialista. Em 1970, todos os vilarejos do país tinham eletricidade.
Passou-se uma geração, o Sul tem uma democracia e o Norte tem uma tirania enlouquecida, que mais se parece com a Spectre do romance de Ian Fleming do que com um Estado. Em apenas quatro anos, entre 1991 e 1995, a renda per capita da população caiu de US$ 2.460 para US$ 719. O regime vive do socorro cúmplice da China.
Falta eletricidade, mas as 34 mil estátuas do Pai da Pátria Socialista são iluminadas mesmo de dia.
A professora Mi-Ran conta que via alunos de cinco ou seis anos morrerem de fome nas salas de aula. Sua turma de jardim de infância de 50 alunos caiu para 15.
Nas casas desse paraíso, uma parede da sala deve ser reservada para o retrato do Líder, que é distribuído com um pano. Fiscais zelam para que nenhuma família deixe de limpá-lo.
A fome dos anos 90 matou entre 600 mil e 2 milhões de coreanos do norte. Em algumas cidades morreram dois em cada dez habitantes. Um médico conta que ensinou mães a ferver demoradamente a sopa de capim. A certa altura, as famílias preferiam que as crianças morressem de fome em casa, porque nos hospitais, onde não havia remédio, faltava também comida".
Um conceito do marxismo clássico que até hoje considero axiomático é do que o destino do mundo se decide nos países com economia avançada, não nos periféricos.
Era nesses que Marx queria iniciar a construção do socialismo, convicto de que arrastariam os demais na sua esteira.
Barricadas parisienses, 1968: os comunistas
franceses preferiram salvar Charles De Gaulle.
Mas, quando foi o reformismo e não a revolução que neles prevaleceu após a revolução soviética de 1917, os apressadinhos correram a trocar o foco, passando a tentar mudar o mundo a partir das nações menos pujantes --o que só gerou decepções e fez brotarem tiranias como cogumelos.
As potências centrais acabam sempre por anular tais arroubos, seja forçando trocas de regime, seja asfixiando tais nações mediante embargos econômicos como o imposto a Cuba.
Muitos, por estarem sendo forçados a socializar a penúria e não a abundância, acabaram descambando para os piores despotismos, como o Camboja do Pol Pot. A palavra de ordem de tais nomenklaturas é a manutenção do poder a ferro e fogo, sobre montanhas de cadáveres.
E os esquerdistas que, desde Stalin, traem a proposta libertária do marxismo e se põem a defender brutais tiranos, tornam execrável a imagem da revolução aos olhos dos explorados das nações prósperas, aqueles que precisaríamos reconquistar para voltarmos a oferecer uma perspectiva revolucionária global, como havia um século atrás.
A mesmerizante indústria cultural burguesa martela dia e noite na cabeça dos videotas que a alternativa ao capitalismo é miséria e chicote.
Os movimentos de contestação de 1968 e anos seguintes foram os últimos que abriram uma possibilidade real de revolução nos países prósperos. Nunca saberemos o que aconteceria se o Partido Comunista Francês tivesse se colocado no lado certo das barricadas, junto aos estudantes e operários jovens que se rebelaram, e não esfaqueando-os pelas costas.
Resta, para nós, a titânica tarefa de recolocarmos a revolução aos trilhos, reentronizando sua componente libertária, sem a qual ela jamais voltará a ser atrativa para os melhores seres humanos --mormente na era da internet!
É impensável, para cidadãos tão ciosos da sua liberdade pessoal como os de hoje, a perspectiva de desperdiçarem esforços na construção de regimes que lhes imporão camisas de força. Tanto quanto em 1968, temos, isto sim, de encarnar a esperança do paraíso agora!
E as terríveis frustrações com o stalinismo (degeneração burocrática da revolução que culminou na volta ao capitalismo e à democracia burguesa) e com o maoísmo (gerador do pior dos mundos possíveis, um capitalismo de estado altamente despótico) servem como sonoro alerta de que a nova revolução terá, obrigatoriamente, de ser global, tanto quanto o capitalismo hoje é global.
O chamado socialismo real implantado em países isolados, nem serviu como estopim para a revolução mundial, nem se manteve... socialista. Na verdade, tornou-se uma caricatura odiosa do socialismo, que melhor serviu à burguesia como espantalho do que para nós como cartão de visita.
É hora de reassumirmos a revolução mundial --e, eminentemente, libertária-- como meta suprema.
* jornalista e escritor. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com
WALDO LUIS VIANA
PT E PSDB:
o bipartidarismo da mentira!
“Só existem dois grupos em verdadeira luta no Brasil:
os que estão roubando e os que querem roubar."
Tenório Cavalcanti
Waldo Luís Viana*
Num país como o nosso, sobre o qual a Justiça Eleitoral afirma ter um regime “hiperpartidário”, com quase 30 partidos, em sua maioria repartições de mero registro de candidatos e negociadores de repartição do horário público eleitoral – encontramos, na prática da esperteza, duas agremiações, quase iguais, semelhantes em tudo nos costumes de seus dirigentes, brigando entre si numa interminável disputa de poder, como se fossem os únicos comensais do butim, com o povo olhando, apinhado atrás dos cordões de isolamento.
O PT, muito hábil, conclama à velha luta entre ricos e pobres, confrontando os engravatados que falam inglês com os barbudinhos da máfia de pelegos sindicais. Agora vem com a mesma estória das privatizações da Vale e das teles como massa de manobra para toldar os escândalos que abalam o seu governo “republicano”. Se isso era tão importante investigar, porque os mandatos de Lula não o fizeram no espaço de oito anos? Por que não houve qualquer devassa pra valer ou mesmo uma CPI qualquer? É muito simples responder: porque, na hora das eleições, era muito mais útil confrontar as privatizações (que o povão não sabe muito bem o que é!) com o perigo de extinção do bolsa-família (benesse que, antes, os petistas denunciavam como meras compensações eleitorais).
Essa manobra de eleger um adversário e bater na mesma tecla, transformando um boato irreal em simulacro de verdade, é tática velha e carcomida da propaganda comunista. Assim fez Stalin, em seus expurgos nos anos 1930, na União Soviética, e Teng Xiao Ping, que em 1976 denunciou ao povo o “bando dos quatro” sobre as sevícias perpetradas durante a revolução cultural chinesa. Isso é tão velho se fazer em política – nomear um só adversário para o povão entender quem é o inimigo – que custa a acreditar como os malandros do PSDB não conseguiram (ou não quiseram!) denunciar e neutralizar a prática brandida pelos petistas.
Por sua vez, o PSDB, e seus adeptos de alta plumagem, não tem programa de governo a oferecer. Apenas um duelo de vaidades, entre dois presidenciáveis, com cada metade do partido (desculpem o pleonasmo!) tentando se equilibrar em cima do muro entre os próximos e eventuais candidatos. Finge-se de oposição, denunciando suavemente o PT, sempre querendo deixar o adversário “sangrar” em busca de uma pretensa “fadiga do material” que jamais acontece.
O partido no poder, temendo perdê-lo, faz habitualmente alianças, mesmo as mais espúrias com a direita oligárquica e os rentistas internos e externos, e se mantém altaneiro em sua posição, distribuindo as conhecidas migalhas ao povão que sinceramente agradece nos períodos eleitorais. De fora ficam somente a educação, a saúde, as estradas, as ferrovias, os portos, o saneamento básico, os aeroportos, a defesa civil, a contenção de encostas e 80 impostos a pagar em troca de quase nada...
Os demais partidos assistem à pantomima como artistas coadjuvantes, pensando em abocanhar um naco da máquina estatal, irresponsavelmente distribuída para compor a tal “base aliada”, que só entra em guerra nas votações do Congresso, quando o seu apetite fisiológico e insaciável é contrariado.
O programa do PT, porém, é muito bem executado: “permanecer a qualquer custo no poder pra ver como é que fica...” E não importam os meios, aliás, ao diabo os princípios!, desde que o Estado continue todo aparelhado pela “nossa gente” e a oposição “a pão e água” – da mesma forma como em outros tempos recomendava Bakunin, outro comunista histórico...
Hoje, entretanto, há ideólogos de esquerda mais perfumados, como Gramsci, que falam da estratégia de conquistar o poder “por dentro”, dinamitando a pretensa burguesia e suas instituições, bem como formulando uma nova hegemonia com os atores sociais que promoveriam a tal revolução, distante mas inevitável, como um demiurgo fatal!
Só esqueceram que atualmente a burguesia é quase toda de esquerda – daquele tipo que chora pelo povo em comício e não quer dar aumento salarial para a empregada doméstica – aparelhista e pelega, prejudicada agora pelos expurgos anti-corrupção que estão atingindo o governo Dilma com um soco no estômago. A corrupção de esquerda, aliás, é bonita, idealista e feita por motivos tão nobres que quase nos fazem chorar. Coitadinhos dos consultores, meu Deus!
Tivemos a divulgação de um livro pela internet, “A Privataria Tucana”, sobre os pecados do ex-presidente tucano e seu mais influente ministro. Ambos atacados duramente pelos adversários, mencionando-se que tenta divulgar fatos fartamente “documentados” e tendenciosos, com o único objetivo de servir como artilharia nas próximas eleições e nos fazer esquecer, como coisa menor, a bandidagem oficial. É impressionante como sempre se encontra um jornalista de plantão para fazer esses papéis!
Assim caminha nosso regime hiperpartidário, que só tem dois partidos de fato, irmãos univitelinos na estratégia de discutir entre eles o comando do país. Nessa briga, o PMDB torna-se o mais esperto, fingindo-se de primo participante e aliado de quem vencer, porque são oligarcas regionais que não precisam possuir a presidência da República para governar. Esse, para quem conhece, é o mesmo esquema da República Velha, que terminou com Washington Luís, e se baseava em partidos regionais. Os demais partidos do imenso leque atual também são apenas partidos de região, com caciques localizados, mas que se organizam nacionalmente por força de nossa legislação cruel e adredemente formulada.
Nesse sentido, jamais teremos reforma política, porque são os mesmos lobos que controlam o galinheiro. E, pelo visto, pela ânsia dos ministros corruptos em não largar o osso, pela luta intestina por cargos, comissões, superfaturamentos e pelo conhecimento de como “funciona o Estado” para melhor roubá-lo e facilitar “os negócios” – a coisa continuará do mesmo modo e nós, atônitos, admirando o negro panorama!
Enquanto isso, o mundo gira e parece que entrou em crise ou recessão. É costume de nossas autoridades dizer ao povo que o Brasil jamais será alcançado por crises e que Deus é brasileiro. Quando vêm as tragédias, os políticos aparecem com paliativos, porque rapidamente elas são substituídas por outras, sempre cíclicas, sempre repetidas e sempre sem solução.
O bipartidarismo da mentira não resolveu nossos problemas, somente nos aproximou da beira do abismo. O problema é saber qual desses dois partidos, num verdadeiro jogo de comadres, irá dar o próximo passo...
*Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta e confessa que, aos 56 anos, se sente cansado de votar. Talvez haja outros desiludidos...
Teresópolis, 14 de dezembro de 2011.
CARTAS
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,forum-dos-leitores,812774,0.htm
O Estado de São Paulo, 20-12-2011.
Fórum dos Leitores
DIREITOS E DEVERES
Gostaria imensamente de terminar 2011 com aquela mensagem de Natal e Ano Novo. Mas, e há sempre um mas, vivemos no Brasil e, mesmo tentando ignorar a corrupção, as falhas na Saúde, Educação, Segurança, a falta de credibilidade desse Governo e da sua responsável, não posso ficar quieto quando a Câmara aprova mais uma lei (ainda deve ser "discutida" no Senado) que vai colocar mais um obstáculo entre pais e filhos. Temos leis que interferem em tudo nas nossas vidas, desde como acordar até de que lado da cama devemos deitar, passando por todas as variáveis possíveis. Temos uma legislação trabalhista que consegue transformar colaboradores (patrão e empregados) em inimigos irreconciliáveis e dá emprego a milhares de sindicalistas que vivem à custa do trabalho dos outros. Temos um Código de Defesa do Consumidor que não defende ninguém porque não é respeitado, como tantas leis que há por aí. E há mais um montão de gente por aí ganhando sem trabalhar. Temos um Estatuto da Criança e do Adolescente que só serve para descriminalizar os atos de "crianças" de 15, 16, 17 anos e que interfere na educação das crianças de fato. E mais gente ganhando! O brasileiro médio já não gosta muito de educar os seus filhos, deixando essa função para professores e escolas cuja função principal não passa por aí. Além disso, é muito mais fácil reclamar do professor do que educar um filho e, entre outras coisas não há discussão porque todos são contra o professor e a escola. A História nos mostra que sempre que se tenta defender demais uma pessoa ou uma classe social, através de leis específicas, costuma haver o efeito contrário. O próprio ECA é um exemplo disso: após a sua promulgação, a violência praticada por "elementos di menor" foi exacerbada. As leis e as respectivas delegacias de proteção à mulher geraram um aumento da violência contra elas jamais descrito anteriormente. As leis contra a homofobia geraram mais homofobia e até uma certa heterofobia totalmente desnecessárias.
Agora fica a pergunta: se um pai vir o filho de 2 anos colocar os dedinhos na tomada, deve deixar e depois rir do desastre anunciado ou dar-lhe um tapinha protetor para evitar o malfeito?É claro que esta pergunta muito facilmente respondida por qualquer mãe ou pai minimamente consciente mas e se esse pai for a julgamento por "maus tratos", uma figura de linguagem totalmente indefinida? Como se comportará a nossa "Justiça"? Vai depender do sobrenome da família, do saldo bancário, das amizades políticas? Tratando-se de Brasil, tudo é possível!
Ricardo Melhem Abdo ricabdo@gmail.com
São Paulo
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
ARNALDO BAPTISTA & LUCINHA
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
NEIL FERREIRA
“Eu tenho um sonho”
Neil sonhador Ferreira
Como o dr. Martin Luther King, eu também tenho um sonho. Em agosto de 1963, na demonstração que milhares de negros e brancos fizeram em defesa dos Direitos Civis, o dr. Martin Luther, tendo como fundo o Monolito do Memorial de George Washington, em Washington DC, contou para a multidão o seu sonho, que entrou para a História -- não só dos Estados Unidos como na de todos os países em que as lutas pelas liberdades foram lutadas.
O local não foi escolhido por acaso. O Monolito é visto de qualquer ponto da capital. É um ícone que mantém vivas a vida, a história e a lenda de George Washington, “founding father”, primeiro presidente dos Estados Unidos e modestíssima nota de um dólar.
Dizem que nunca mentiu. Foi fiador da promessa de que “todos os homens têm garantidos os direitos à vida, liberdade e busca de felicidade”. Sim, todos -- brancos, negros e de quaisquer outras origens, credos religiosos e políticos, que ali plantaram suas raízes do presente e as do futuro das suas vidas.
O dr. Martin Luther não era um palanqueiro qualquer, hipnotizando a massa e reescrevendo o passado para, como nunca antes nesse país, transformar as mentiras em verdades, como fazia o Winston no “Miniver”, o Ministério da Verdade, do profético “1984”, de Orwell. Colocava a sua marca naquele presente e falava para o futuro.
Foi assassinado em abril de 1968, vítima de “ação individual”, como os irmãos Kennedy, e não “de uma conspiração”, sentenciaram as autoridades norte-americanas. (“Ação individual ”, ah tá.)
Cito um trecho do sonho grandioso do dr. Martin Luther: “(...) Não procuremos satisfazer a nossa sede de liberdade bebendo na taça da amargura e do ódio. Precisamos conduzir nossa luta, para sempre, no alto plano da dignidade e da disciplina. Precisamos não permitir que nosso protesto criativo gere violência física. Muitas vezes, precisamos elevar-nos às majestosas alturas do encontro da força física com a força da alma; e a maravilhosa e nova combatividade que engolfou a comunidade negra não deve levar-nos à desconfiança de todas as pessoas brancas. Isto porque muitos de nosssos irmãos brancos, como está evidenciado em sua presença hoje aqui, vieram a compreender que seu destino está ligado a nosso destino. E vieram a compreender que sua liberdade está inextrincavelmente unida a nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. E quando caminhamos, precisamos assumir o compromisso de que sempre iremos adiante (...)”
Em brasilês, o resumo da ópera é “jamais entregar a rapadura”, porém sem sangue nem violência. Em stalinês, praticado pelo lobista Dirceu e pelo sequestrador Franklin Martins, é “não recuar um passo”, com sangue e a vida, palavra de ordem de Stalin aos soldados soviéticos e à população civil, na resistência heróica ao cerco nazista de Stalingrado.
Não sou nenhum dr. Martin Luther, mas tenho um sonho: “Jamais entregar a rapadura”, contudo, bebo na taça da amargura – eles não são meus irmãos, a não ser que sejam um exército de Caims à espreita dos Abels.
É impossivel esperar desse adversário um embate limpo, sem as milionárias sujeiras claras e ocultas, agora rebatizadas com doçura de “malfeitos”.
“A cada mentira que disserem de nós, corresponderá uma verdade que diremos deles”, prometeu Serra no discurso de aceitação da sua candidatura à presidência.
Pena que não tenha cumprido, mas é a nossa arma letal -- se contarmos a verdade sobre eles, com coragem, consistência e honestidade, caem de podres.
Podem demorar para cair, mas duram cada vez menos. A União Soviética demorou 75 anos; o PRI mexicano, 70; Cuba já usa fraldões aos 50; a Primavera Árabe derrubou sobas no poder há mais de 30. O nosso Reich vai indo para os 12, ameaçando chegar aos 16 ou 20.
Ao contrário do que o dr. Martin Luther disse -- “não podemos caminhar sózinhos” -- os tempos agora são outros e no país “dos mais de 80%” é nossa obrigação caminhar contra o vento por nossas próprias forças, por nossa conta e risco. Nós somos os únicos aliados de nós mesmos, mas somos 40 milhões de votos e isso não é pouca porcaria.
Meu sonho é ter uma oposição que se oponha; ver o último corrupto em cana; os mensaleiros condenados; a pimentelice punida e não justificada e perdoada; o último traficante baleado pelo Bope; o último viciado internado numa clínica; o dinheiro roubado voltar; ver o 1,4 trilhão de reais arrecadados em impostos até 13 de dezembro, serem aplicados em benefício do povo e não para a compra da base alugada; o último tiririca perder sua última eleição; o último analfabeto aprender a ler e escrever. Educação é a vacina contra tudo isso que está aí.
Buda também sonhou: “Jamais o ódio venceu o ódio; só o amor vence o ódio”. Inocente na sua pureza, Buda véio de guerra não soube o que é viver sob o lulo-petismo, não há condição de amá-lo por mais que se o odeie. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”
Walt Disney disse: “— Durmo para sonhar, não para descansar.” Vou dormir, quero continuar a sonhar, ver aonde vai parar. O meu sonho é ver o meu sonho tornado realidade.
40 MILHÕES EM AÇÃO, PRA FRENTE BRASIL, SALVE A OPOSIÇÃO (SALVE DE “SALVAR” MESMO).
CARLOS LÚCIO GONTIJO
Dia 19 próximo deste mês de dezembro, faz 22 anos que minha mãe BETTY RODRIGUES GONTIJO faleceu e foi sepultada no solo da cidade de Santo Antônio do Monte, onde ainda percebo as marcas dos passos de minha infância e posso ouvir a alegria de minha mãe preparando a casa e tecendo "guloseimas" para a chegada do Natal e da passagem de ano.
O poema, que abaixo lhe deixo, foi extraído do livro AROMA DE MÃE, editado em 1993.
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CASA
DE
HERANÇA
Carlos Lúcio Gontijo
www.carlosluciogontijo.jor.br
Os olhos são o cio das luzes
Sem eles a claridade não teria razão
Nossa emoção espiritual é fio condutor
Calor que faz a prosopopéia dos objetos
Por isso, mãe, ao vender nossa casa
Foi como negociar meu berço
Cortar as asas de pássaro
Perder o terço de orações
Mãe, confesso que chorei
Molhei meu rosto feito nuvem de chuva
Abandonei paredes que erguemos com a mão
E o limoeiro, mãe, lá no meio do terreiro
Quando for de seca a estação
Quem vai adivinhar-lhe a sede?
Mãe, em outra rede a paisagem da janela
Nova sentinela para nossas coisas
Recordo uma vida de menos solidão
Quando antes desta minha viuvez de mãe
Até havia mais doce na acidez do limão!
TELA: MONET
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
EFIGÊNIA COUTINHO
gozo do poema
Efigênia Coutinho
sinto teus lábios.
aos meus seios,descendo
abrindo meu ventre.
como lábios que descobrem,
num repente, o vulcão...
penetrando-me
teso e ereto, e por inteiro...
meu corpo entreabre-se
porta e perna, caixa e coxa
...toda, de norte a sul..
para ser a tua morada....
Balneário Camboriú
14.12.2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
ALICE RUIZ
Drumundana
Alice Ruiz
e agora maria?
o amor acabou
a filha casou
o filho mudou
teu homem foi pra vida
que tudo cria
a fantasia
que você sonhou
apagou
à luz do dia
e agora maria?
vai com as outras
vai viver
com a hipocondria
Nota: Paródia do poema “José”, de Carlos Drummond de Andrade.
Alice Ruiz nasceu em Curitiba (PR), em 22 de janeiro de 1946. Desde cedo demonstrou seu pendor para a escrita, tendo publicado, aos 26 anos, em jornais culturais e revistas, alguns poemas escritos em sua juventude. Seu primeiro livro, “Navalhanaliga”, foi publicado quando tinha 34 anos. Foi casada com Paulo Leminski, já falecido, com quem teve três filhas. Foi ele quem, ao ler seus poemas, descobriu que a autora escrevia haicais. Encantada com essa forma poética japonesa, passou a estudá-la, tendo traduzido quatro livros de autores e autoras japonesas, nos anos 80. Compõe letras desde os 26, tendo lançado, em 2005, seu primeiro CD, o “Paralelas”, em parceria com Alzira Espíndola. Escreveu, antes de lançar seu primeiro livro, textos feministas, no início dos anos 1970 e editou algumas revistas, além de textos publicitários e roteiros de histórias em quadrinhos. Participou do projeto Arte Postal, pela Arte Pau Brasil; da Exposição Transcriar - Poemas em Vídeo Texto, no III Encontro de Semiótica, em 1985, SP; do Poesia em Out-Door, Arte na Rua II, SP, em 1984; Poesia em Out-Door, 100 anos da Av. Paulista, em 1991; da XVII Bienal, Arte em Vídeo Texto e também integrou o júri de 8 Encontros Nacionais de Haicai, em São Paulo.
Algumas obras da autora:
- Navalhanaliga – 1980 (Prêmio Melhor Obra publicada no Paraná – 1980)
- Paixão Xama Paixão – 1983
- Pelos Pêlos – 1984
- Hai Tropikai – 1985 (com Paulo Leminski)
- Rimagens – 1985 (com desenhos de Leila Pugnaloni)
- Nuvem Feliz – 1986 (com desenhos de Takashi Fukushima)
- Vice Versos – 1988 (Prêmio Jabuti de Poesia – 1989)
- Desorientais – 1996
- Hai Kais – 1998 (com Guilherme Mansur)
- Poesia pra tocar no rádio – 1999 (Primeiro lugar no concurso nacional de poesia da Blocos)
- Yuuka - 2004
O poema acima foi extraído do livro Navalhanaliga, Editora ZAP – Curitiba, 1980.
PEDRO DU BOIS
PARÊNTESES
ser a vida entre parênteses
na explicação dos teores ocultos
do desplante: mentir explicações
de contados elementos na imagem
modulada no limite do esgarçamento:
conta apresentada em favores;
desligar o som e explicar o silêncio
do quarto entreaberto em atos.
O sentido do rosto contra o espelho
melancólico das imagens. Texto
tosco das palavras sem sentido.
(Pedro Du Bois, inédito)
TELA: RAFAEL
CARTAS
Será muita maldade minha concluir que o anúncio de doação de bolsas para estudantes fazerem cursos no exterior realiazado hoje por Dilma Rousseff com pompa e circunstância, e com a presença, lógico, do ainda ministro da Educação Fernando Haddad é mais uma isca pré-eleitoral para melhorar a aceitação do candidato petista á prefeitura de São Paulo? Para que ele começe a se tornar "palatável" aos paulistanos , creio que muitas outras seduções terão que fazer parte do programa de Haddad aqui em São Paulo...porque aqui a gente só consegue lembrar que ele parecia obcecado em acabar com o exame do Enem...tantas falhas consecutivas aconteceram com tanto prejuízo para os estudantes. Que ele foi o responsável pela edição de milhares de livros inadequados para serem adotados na rede pública de ensino , seja por estar recheado com informações incorretas, ou mesmo por fazer apologias inadmissíveis a estudantes do ensino fundamental.Neste festival de bolsas...essa é de encher os olhos , principalmente daqueles eternos estudantes profissionais que pululam pelas universidades públicas deste país. O reitor da Usp que o diga...
Mara Montezuma Assaf
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
CARLOS LÚCIO GONTIJO
Inanição
Carlos Lúcio Gontijo
www.carlosluciogontijo.jor.br
Minha gente perdeu o rosa da face
Não mais conta prosa nas esquinas
As retinas ardem em diques de sal
Foi a pique a nau das esperanças
O porto não passa aval às ilusões
As luzes esmaecem nos porões dos mercados
(Nem corpo sadio nem mente sã)
As manhãs sangram em economês erradio
Que não nos mata a fome
Mas que nos consome o cio!
(Poema extraído do livro CIO DE VENTO - CLG/1987)
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
ESPORTE CLUBE NOROESTE
O Esporte Clube Noroeste informa que, a partir desta semana, o técnico Amauri Knevitz concederá duas entrevistas à imprensa por semana (além das entrevistas pós-jogo). As datas das entrevistas serão publicadas juntamente com a Programação Semanal.
Atenciosamente
Thiago Navarro
Assessoria de Imprensa do EC Noroeste
ESPORTE CLUBE NOROESTE
Segue abaixo horários de treino da equipe principal do Noroeste nesta semana:
3ª feira (06/12) – 9h e 16h
4ª feira (07/12) – 16h
5ª feira (08/12) – 9h e 16h
6ª feira (09/12) – 9h e 16h
Sábado (10/12) – 9h e 16h
Reapresentação – 2ª feira (12/12) – 9h
Atenciosamente
Thiago Navarro
Assessoria de Imprensa do EC Noroeste
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
ELMAR CARVALHO
Quem você prefere para vestir a camisa 10 do tricolor? E por quê não os dois?
Publicado por windersonfanatico 09/12/2011
Caros leitores cá estamos para mais uma conversa semanal. No assunto central desta sexta-feira o nosso tão esperado camisa 10. Especulações dão conta que o tricolor está negociando (conversando, sondando) com dois jogadores da posição, Montillo destaque do Cruzeiro e Jadson que defende o Shakhtar Donetsk desde 2005.
Walter Damián Montillo tem 27 anos e defendeu 4 equipes na sua carreira que começou profissionalmente em 2005 no San Lorenzo onde fez 89 partidas e marcou 6 gols. Em 2006 Foi emprestado para o Morelia do México voltando um ano depois para ser negociado em definitivo com o Universidad do Chile onde teve grande destaque no campeonato chilenoe na Libertadores.
Em 2010 o Cruzeiro investiu cerca de 6 milhões de reais e contratou um dos melhores jogadores atuantes no Brasil dos últimos dois anos. No total Montillo fez 63 jogos com a camisa celeste e marcou incríveis 28 gols, excelente média para um meio-campista. Ele é um jogador rápido, que tem excelente drible, bom passe e ótimo chute a gol, têm todas as características de um típico camisa 10.
Mas temos dois grandes problemas para contar com ele no Maior do Mundo ano que vem. O primeiro é que a diretoria do Cruzeiro está pedindo uma quantia exorbitante para o mercado brasileiro, 15 milhões de euros. O segundo é que numa possível equiparação de ofertas Montillo declarou que vá preferir uma equipe com vaga na Libertadores da América, vaga esta que não tivemos a capacidade de conquistar este ano.
Já Jadson Rodrigues da Silva, ou apenas Jadson tem 28 anos e atuou em apenas duas equipes na carreira, começou no Atlético Paranaense onde teve grande destaque por lá, transferindo-se para o Shakhtar Donetsk em 2005 onde está atuando atualmente. É muito popular na Ucrânia, titular absoluto da equipe e muito querido pelos torcedores.
Ganhou quase tudo que disputou por lá, Penta-campeão Ucraniano, tri-campeão da Copa da Ucrania e campeão da Copa da Uefa em 2009.
A situação dele é mais fácil que a de Montillo, no seu site oficial, www.jadson.com.br, há declarações do jogador, dizendo que seria uma honra vestir o manto sagrado e que o time ucraniano não dificultará a sua saída.
O valor estipulado pelo Shakhtar é de 10 millhões de euros, o clube tem uma proposta em mãos do Liverpool da Inglaterra de 8 milhões, pesa a favor do tricolor que Jadson quer voltar para o futebol brasileiro.
Os dois são grandes jogadores, ambos já vestiram a camisa de suas seleções, sempre atuando como organizador, são jogadores experientes e estão a venda, cabe a nossa diretoria CONTRATAR este meio campo que tanto a torcida pede desde a saída do contestado Danilo.
Se eu fosse Presidente do Maior do Mundo (quem me dera) me esforçaria para trazer os dois jogadores. Isso mesmo caro leitor, o Cruzeiro está interessado em Jean e o clube da Ucrânia quer contar com os serviços de Marlos. Com cerca de 20 milhões de euros mais Jean e Marlos traríamos os dois facilmente. Lembrando sempre que vamos receber 80 milhões de reais (33 milhões de euros) de direitos de televisão no ano de 2012. Já imaginaram um meio campo com Montillo e Jadson e um ataque com Luis Fabiano e Lucas?
E se você fosse presidente do Maior do Mundo, o que faria?
CARO LEITOR AQUI VOCÊ TERÁ A OPORTUNIDADE DE REVIVER GRANDES BATALHAS DO TRICOLOR PAULISTA, VITÓRIA ÉPICAS.
Hoje uma das poucas felicidades que o tricolor nos deu este ano. Vitória sobre o Corinthians e 100º gol do Mito sob à galinhada.
FONTE: SPNET O TERMOMETRO DA TORCIDA TRICOLOR
WALDO LUIS VIANA
SOLIPSISMO E MENSALÃO
“Toda verdade passa por três fases:
primeiro é ridicularizada;
segundo, é violentamente atacada;
terceiro, é aceita como evidente.”
Arthur Schopenhauer
Waldo Luís Viana*
Solipsismo é a concepção filosófica de que, além de nós, só existem as nossas experiências. Devido a isso, a única certeza de existência é o pensamento, instância que controla a vontade. O mundo ao redor é apenas um esboço virtual do que o Ser imagina. Se o mundo ao redor é apenas um esboço virtual, as pessoas e o mundo objetivo só podem ser uma experiência mental e distorcida...
Essa corrente filosófica, neo-escolástica e disseminada no século XVII, volta com toda força em nossa época de informática, fractais, matrix e na argumentação falaciosa dos governos do PT.
O partido que antes de fincar os pés no poder era a oposição mais renhida contra a corrupção, hoje é o partido do “chame os ladrões!” E o pior é que eles comparecem, batendo continência para ONGS fajutas, superfaturamentos de obras e consultorias milionárias. A corrupção ganhou até um eufemismo: “mal-feito”, como se fossem seus autores crianças apanhadas em alguma peraltice, bastando saírem de cena para acabar o castigo.
Nem vale a pena falar no primeiro ano do atual governo, com recorde mundial de seis ministros demitidos por “mal-feitos”, porque a tendência é a lista se alargar, em virtude de que quanto mais se mexe no que não presta à montante, mais se suja o rio à jusante.
O ponto fulcral, no entanto, da esquerda arquitetura é provar em breve que o mensalão do PT – os tais quarenta ladrões, sem Ali Babá, lembram-se! – jamais existiu! Foi apenas uma invenção da imprensa golpista que detesta o ex-presidente, hoje careca, e seus (bem) feitos...
Invoca-se a instalação de uma realidade distorcida, diante dos imperativos interesses do poder instalado. Tendo como aliados a natural lentidão da Justiça e o tamanho do processo, sabe-se que a chicana dos advogados ricos e seus múltiplos recursos cairão em campo para toldar qualquer julgamento sério. Existe, inclusive, o perigo de o processo ser desdobrado, voltando parte dele à primeira instância, o que equivaleria à sua virtual extinção. Mero solipsismo!
Quanto mais o tempo passar, mais os filósofos petistas, do tipo acadêmico-paulistas, continuarão dizendo que não houve “mensalão”, apenas financiamento de caixa dois de campanha, dinheiro inocente e não contabilizado para satisfazer os partidos aliados que não puderam pagar dívidas pós-eleitorais. Enfim, mera piada de salão de quem não tem mais o que fazer...
A realidade distorcida ficou evidente com a tentativa de recuperação moral e eleitoral dos personagens incriminados, que vêm voltando gradativamente ao poder, como se nada houvesse acontecido.
Afinal, não houve dinheiro na cueca e nenhum publicitário careca gerindo as “unhas encravadas” selecionadas por um ex-tesoureiro. Não houve mesada a parlamentares para assegurar maioria no Congresso, em 2005, assim como o olho ferido do então denunciante foi apenas decorrente da funesta queda de uma estante em sua casa.
O interessante é que a oposição, que à época ingenuamente desejava ver o mandatário sangrar, não percebeu que o presidente era apoiado por rentistas externos (160 bilhões por ano de juros) e pelos internos, porque os lucros dos bancos brasileiros jamais exorbitaram tanto na história da República. Nesse contexto, foi a nossa burguesia de esquerda, somada à direita oligárquica mais hipócrita, que conseguiu superar a crise e garantir a reeleição do ex-metalúrgico. Aí então o povo foi ao paraíso e, narcotizado, esqueceu-se de vez do mensalão...
Como a mesma operação se deu em Minas e em Brasília, provando que era sistêmico o processo, afetando também próceres da oposição, ficou o dito pelo não dito – todos preocupados em esconder a realidade podre que é melhor mesmo que não exista...
‘Stamos em pleno mar de corrupção, revolto, e nós, os brasileiros somos os escravos de um fantasmagórico navio negreiro, vergastados pela chibata dos impostos, das carências de infraestrutura e dos monumentais eventos esportivos vindouros, que custarão os olhos e as vísceras da Nação.
Nosso governo é solipsista, isto é, não pode ser conhecido em si mesmo e nem ao menos criticado, porque seus pecados não existem, são mera projeção de nossos mórbidos pensamentos, porque muitos de nós, teimosos e arredios, ainda não nos acostumamos de verdade a amar o Grande Irmão!
E como seremos felizes quando soubermos que aquilo que nos incomoda – e às vezes até aparece de vez em quando em nossa memória – jamais existiu?
*Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta e já está quase acreditando que o mensalão do PT jamais existiu...
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
CINEMA
O ANO PASSADO EM MARIENBAD
Tempo e Memória
Guido Bilharinho
Quando se pensava o cinema ter atingido patamar superior de realização com Hiroshima, Meu Amor (Hiroshima Mon Amour, França, 1959), o primeiro longa de ficção de Alain Resnais (1922-), em que linguagem e ficção, forma e tema fundem-se na recuperação do tempo e da memória, de conteúdo e significado, eis que dois anos após surge O Ano Passado em Marienbad (L’Année Dernière à Marienbad, França, 1961), do mesmo diretor.
Nele, o procedimento estético-ficcional posto em prática em Hiroshima radicaliza-se imageticamente, alcançando meios e modos requintados de exploração formal e temática, subvertendo (e invertendo) o tempo e confundindo o espaço.
À época esse processo cinematográfico provocou impacto e desnorteamento, tal a complexidade metodológica e intelecto-racional adotada (e aplicada), influenciando a linguagem do cinema daí diante, de modo que, com o tempo, pôde-se pouco a pouco assimilá-la, com ela se acostumando.
Mesmo com o hábito e a necessidade (ou vezo) de se tentar diante de obra de ficção acompanhar e compreender a trama e o drama que encerra e conduz, o que primeiro aturde o espectador no filme é o esplendor visual decorrente da sofisticada utilização da câmera na seleção de seu objeto e na perspectiva da angulação e enquadramento a que é submetido com o intuito de produzir beleza estética cinematográfica daquilo que, por si, visualmente, já é belo.
A mesclagem dessas realidades estéticas, conduzida por desenvolta percepção racional e apurada sensibilidade, resulta em molde que sintetiza dialeticamente o estático (o objeto filmado) e o movimento de sua imagem num processo equivalente à visualização e movimentação do olhar humano.
Contudo, não do comum (e geralmente desatento e deseducado) olhar que enxerga, mas, não vê e nem percebe a beleza observada em sua plenitude.
Resnais, adentrando o portentoso hotel, não se limita a expô-lo na voluptuosidade barroca de seus corredores, escadas, galerias, salas, salões, quartos, tetos, painéis, adornos, lustres e portas. Com isso, e mais que isso, infunde-lhe beleza imagética ao extraí-la e exibí-la diretamente dos próprios objetos e ambientes captados.
O rigor que fundamenta e dirige sua ação e prática é o mesmo com que introduz o ser humano nesse espaço recortado da realidade privilegiada por sua valorização estética.
A princípio, as personagens, imóveis e hieráticas, compõem os amplos recintos focalizados apenas como adornos de sua visualidade.
Aos poucos, porém, mas sincopadamente, é-lhes infundido movimento em ritmo e conformidade com sua inserção estético-composicional no ambiente.
Onde há ser humano há vida, emoção, memória, relacionamentos e problemas.
A triangulação amorosa procedida no filme, por força da sutileza de sua elaboração, é submetida, antes de tudo, à poetização tão sofisticada, quase certamente ímpar no cinema, tais a delicadeza e a beleza de sua construção, articulação e condução.
A depuração formal resultante dos movimentos e angulações da câmera e dos enquadramentos das imagens combinada com o refinamento estrutural e procedimental do relacionamento entre os protagonistas num jogo sensorial e verbal que subverte e inverte tempo e memória e os confunde num bloco sintagmático único, porém, dinâmico, atingem no filme a máxima possibilidade estética e racional.
Se o desnorteamento inicialmente provocado pelo filme foi anabolizado, racionalizado e compreendido, a beleza nele e por ele produzida (objetivo e finalidade da arte) mantém-se íntegra e incólume às flutuações do tempo e dos humores humanos, do mesmo modo que a complexidade de sua formulação intelectual e a criatividade e inventividade de sua elaboração cinematográfica, bem como - e ainda - a potencialização das possibilidades sistêmicas da arte cinematográfica na criação de beleza estética que, juntamente com a alta formulação teórica e os avanços científicos, constituem as extremas possibilidades humanas.
(do livro O Filme Dramático Europeu, editado pelo Instituto Triangulino de Cultura em 2010-www.institutotriangulino.wordpress.com)
Guido Bilharinho é advogado atuante em Uberaba, foi candidato ao Senado Federal e editor da revista internacional de poesia Dimensão, sendo autor de livros de literatura, cinema e história regional.
(Publicação autorizada pelo autor)
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
ALMANDRADE
Almandrade
(esculturas, objetos, pinturas, desenhos, instalação e poemas visuais)
caixa cultural
praça da sé são paulo
de 03 de dezembro / 2011 a 26 de fevereiro / 2012
A mostra é constituída de diversos suportes utilizados por Almandrade.
São trabalhos elaborados dentro de princípios e critérios que vêm
direcionando a produção do artista, por quase quatro décadas. “O
Almandrade capricha nas miniaturas de suas criaturas, cuja nudez
implica mudez, límpido limpamento do olho artístico, já cansado da
fantástica história da arte deste século interminável, deste milênio
infinito.” (Décio Pignatari, 1995). Século que já é passado. O
importante é mostrar, mesmo de forma abreviada, o percurso do artista
. A coerência e o rigor do artista em lidar com diferentes suportes,
incluindo a palavra (poesia), fazem de Almandrade, um pensador que se
utiliza desses suportes para produzir reflexões.
A proposta artística de Almandrade convida o espectador a pensar sobre
a própria natureza da arte. Depois da passar pelo concretismo e arte
conceitual nos anos 70, seu trabalho prossegue na busca de uma
linguagem singular, limpa, com um vocabulário gráfico sintético.
Aparentemente frias, suas construções estéticas impressionam pelo
rigor e pela leveza de suas concepções, marcadas pelo exercício de um
saber ao lidar com formas, cores, a matéria e o conceito. Provocam
emoções variadas conforme o ponto de vista do observador. Que ninguém
duvide: a economia de elementos e de dados não se dá por acaso,
configura uma opção estética, inteiramente coerente com a tendência a
síntese, ao traço essencial, ao quase vestígio. Um nada, cuja gênese
reside na totalidade absoluta. Assim também é a sua poesia.
Esta exposição é um recorte do seu trabalho elaborado em mais de três
décadas de utilização do objeto de arte para estimular o pensamento e
provocar a reflexão, segundo critério fundamentados na racionalidade,
na materialidade e, não por acaso, na economia de dados, sem deixar
que conceitos sobreponham ao fazer artístico. Almandrade compromete-se
com a pesquisa de linguagens artísticas que envolve artes plásticas,
poesia e conceitos. No percurso do artista destaca-se a passagem pelo
concretismo e a arte conceitual, nos anos 70, o que contribuiu
fortemente com a incessante busca de uma linguagem singular, limpa, de
vocabulário gráfico sintético. De certa forma, um trabalho que sempre
se diferenciou da arte produzida na Bahia.
O trabalho de Almandrade, tanto pictórico quanto linguístico, vem se
impondo, ao longo de todos esses anos, como um lugar de reflexão,
solitário e à margem do cenário cultural baiano. Depois dos primeiros
ensaios figurativos, no início da década de 70, conquistando uma
Menção Honrosa no I Salão Estudantil, em 1972, sua pesquisa plástica
se encaminha para o abstracionismo geométrico e para a arte
conceitual. Como poeta, mantém contato com a poesia concreta e o
poema/processo, produzindo uma série de poemas visuais. Com um estudo
mais rigoroso do construtivismo e da Arte Conceitual, sua arte se
desenvolve entre a geometria e o conceito. Desenhos em preto-e-branco,
objetos e projetos de instalações, essencialmente cerebrais, calcados
num procedimento primoroso de tratar questões práticas e conceituais,
marcam a produção deste artista na segunda metade da década de 70.
Redescobre a cor no começo dos anos 80 e os trabalhos, quer sejam
pinturas ou objetos e esculturas, ganham uma dimensão lúdica, sem
perder a coerência e a capacidade de divertir com inteligência.
Um escultor que trabalha com a cor e com o espaço e um pintor que
medita sobre a forma, o traço e a cor no plano da tela. A arte de
Almandrade dialoga com certas referências da modernidades,
reinventando novas leituras.
O artista ainda completa “É permitido o devaneio, e ele dá sentido
àquilo que vê”.
. Artista plástico e poeta, formado em arquitetura, ele se mostra um
artista versátil dentro de sua proposta. Nos seus quase quarenta anos
de carreira nas artes visuais caminhou pelo desenho, pintura,
escultura, instalações e poesia. Transita entre a bi e a
tridimensionalidade, entre a imagem e a palavra de forma fluida. A
metamorfose de uma para outra às vezes não se completa e mesmo
observando duas formas de expressão distintas elas parecem falar a
mesma língua.
Almandrade é o nome artístico de Antonio Luiz M. Andrade, Artista
plástico, poeta, arquiteto com mestrado em Urbanismo, pela Escola de
Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, é considerado pela
crítica como um pioneiro da arte contemporânea da Bahia., participou
de importantes mostras nacionais e internacionais como Bienal de São
Paulo. Experimentalista assumido, Almandrade vem se comprometendo com
a pesquisa de linguagens artísticas desde l972, onde ora se envolve
com as artes plásticas, ora com a literatura. Poeta da arte e artista
da poesia. Realizou mais de trinta exposições individuais em várias
capitais, autor do livro de poesia “Arquitetura de Algodão”, “Escritos
sobre Arte” e “Malabarismo das Pedras” (poesia). É um dos principais
divulgadores e crítico da arte contemporânea no Brasil. Ou melhor, um
defensor da arte como instrumento de pensamento e não entretenimento.
Almandrade (Antônio Luiz M. Andrade)
ESPORTE CLUBE NOROESTE
Elenco retorna aos treinos e conhece novo treinador
Jogadores do Alvirrubro voltaram aos treinos nesta segunda-feira
O elenco do Noroeste voltou aos treinos na tarde desta segunda-feira (05/12). Logo após ser apresentado à imprensa, o técnico Amauri Knevitz e os demais membros da Comissão Técnica foram apresentados aos jogadores noroestinos. Pouco depois, os atletas passaram por um treino físico sob a orientação do preparador físico Robert Yoshio.
Treinaram neste primeiro dia de trabalho os goleiros Nicolas, Yuri e Welliquem, os laterais Betinho, Mizael, Thiago e Pedro, os zagueiros Marcelinho, Jean e Wesley, os volantes Juninho, França, Tiago Ulisses e Leonardo, os meias Nathan e Rodrigo Carioca e os atacantes Daniel Grando, Vitor Hugo, Mariano e Henry López.
Liberações
Seis atletas já haviam sido liberados após o final da Copa Paulista: os zagueiros Cris e Bruno Lopes, os meias Altair e Da Silva e os atacantes Anderson Cavalo e Renam. Nesta segunda-feira, a diretoria confirmou que o volante Tales e o meia Felipe Barreto não terão seus vínculos renovados com o Alvirrubro. O goleiro André Luis e o lateral-esquerdo Gustavo também não ficarão para a disputa da Série A-2 de 2012.
Esporte Clube Noroeste
Assessoria de Comunicação
Contatos para a imprensa:
Thiago Navarro – MTB: 61737/SP
Telefone: (14) 9685-1951
E-Mail: imprensa@noroestebauru.com.br
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
CINEMA
TUPAC AMARU
Dia 8 de Dezembro (quinta) às 20 horas
Local: Cinemateca Brasileira
Direção: Federico García Hurtado
Elenco: Reynaldo Arenas, Zully Azurin, Carlos Cano de la Fuente
Origem: Cuba | Peru
Duração: 95 min
Legenda em português
Ano: 1984
O filme conta a história de um herói da luta pela libertação da América Latina. Tupac Amaru liderou uma revolta popular que abalou os alicerces da dominação colonial e oligarquica. Derrotado, preso, torturado, foi brutalmente assassinado em 1781. Considerado um dos mais importantes filmes políticos da América Latina, recebeu o prêmio da Associação de Cineastas Latino-americanos em Havana (1985) e a Menção Honrosa no Festival de Cinema de Londres (1986). Co-produzido com o Instituto Cubano del Arte y la Industria Cinematográficos (ICAIC), contou com a participação de organizações populares de Cusco no Perú.
Federico García Hurtado iniciou sua carreira nos anos 1960 com Huando, Tierra sin patrones e Inkari. Em 1975 dirigiu Donde nacen los cóndores. Outro destaque de sua obra é “Melgar, sangre de poeta” (1982), que trata da vida de outro herói independentista. Mais recentemente esteve à frente da produção da mini-série chamada “El Amauta” sobre a juventude do líder comunista peruano José Carlos Mariategui.
ADRIANA MANARELLI
Yule
(Adriana Manarelli)
Nas nuvens azuis recosto-me:
Pedaço de minha carne,
Pinheiros e bolas coloridas
Devolvem-me muitos anos.
Por um prato de lentilhas
Vendi minhas bençãos
E tudo o que me resta
É areia e sal.
Caminho no fio da navalha.
Todo o meu mundo é silêncio.
E o escaldar da chama eterna
Que dia após dia me consome
Meu cardo em coroa
Nesse nevoeiro zonzo
Da nítida fome que me envolve
Neste mês cor de papoula
Debaixo de sete palmos bate meu coração, respira meu pulmão
Alucinados contextos, húmus da carícia.
Sobre a parreira repousa minha pulsação
Naquela alameda o meu índigo racemo.
Um rosto verruguento devora meu caminho
Lambe minha prata: meu chiqueiro.
Sagrados são os laços vermelhos
O resto é insignificante: Eu traço cada vírgula no horizonte
Cada ponto sob o meu joelho.
03/ 12/ 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
JULIANA MACHADO FERREIRA
One Woman's Fight to Keep Brazil's Wild Birds Aloft
Posted: Mon 10/31/2011 02:06 AM | By: Laura Kiniry
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Photo: Courtesy of SOS FAUNA
Photo: Courtesy of SOS FAUNA
Biologist Juliana Machado Ferreira is working to keep bird populations aloft.
With more than 1,800 native avian species, Brazil is home to one of the most diverse bird populations on the planet. But each year, poachers capture hundreds of thousands of birds—including red-cowled cardinals, green-winged saltators, and buffy-fronted seedeaters—to sell as pets in towns and cities like São Paulo and Rio de Janeiro. Luckily, Brazilian police are able to rescue many of these birds from homes, fairs, and cargo trucks—which is where 31-year-old doctoral student Juliana Machado Ferreira comes in.
A volunteer with wildlife organization SOS FAUNA, which aids law enforcement in their efforts against poachers and rehabilitates seized creatures, Ferreira is studying ways for science to ensure these rescued birds are returned to their home forests. Releasing the birds in the wrong place—and mixing animals from separate genetic populations—could lead to outbreeding depression, a phenomenon that can result in offspring that are poorly adapted to their environment. "By constructing a bird's genetic profile through DNA extraction and comparing it to the genetic populations within a species, I hope to determine its likely origin," Ferreira says. "That's the first step in reintegrating it."
Photo: Courtesy of SOS FAUNA
Photo: Courtesy of SOS FAUNA
On a typical day in the field, Ferreira ventures out on predawn trips into Brazil's forests and savannas—where she risks coming face-to-face with the armed poachers she's battling—to collect blood samples. She also spends part of the year at the U.S. Fish and Wildlife Service's National Forensics Laboratory in Ashland, Oregon; a sort of CSI for animals, it's the world's only scientific lab devoted entirely to solving crimes against wildlife. Ferreira hopes to establish a similar lab in Brazil to further her fight against this mostly undocumented environmental crisis, which threatens more than just the exploited birds. "When a species is regularly taken from the wild," she says, "over time the effect can unbalance the entire ecosystem." For the brainy and passionate Ferreira, winning this war might just be in the genes.
Read more: http://www.oprah.com/blogs/One-Womans-Fight-to-Keep-Brazils-Wild-Birds-Aloft#ixzz1fIJhdqhT
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