sexta-feira, 16 de outubro de 2009

IN THE COURT OF THE CRIMSON KING


IN THE COURT OF THE CRIMSON KING - KING CRIMSON
Álbum inaugural do conjunto concebido em 1969. A formação do momento contava com Robert Fripp (guitarra) ; Greg Lake ( baixo, vocal ); Ian McDonald ( sopros, mellotron, vocais); Michael Giles (bateria, percussão, vocais) e Peter Sinfield (letras). Trabalho excepcional e marcante, que funde elementos de rock psicodélico, progressivo e heavy metal. Para muitos, o marco inicial do rock progressivo como o conhecemos. Letras pessimistas e sonoridade que permeia desde a agressividade até o puro lirismo. Não há como não fazer mensão à capa do álbum, que mostra a pintura de um rosto em desespero. Capa clássica das clássicas!Vamos às músicas.

21 CENTURY SCHIZOID MAN including Mirrors
O disco já começa com um som estranho de um mellotron. Em seguida entra rasgando uma guitarra distorcida acompanhada do sax. O susto começa grande e se amplia com o vocal totalmente rasgado e incisivo. Letra pessimista sobre o futuro da humanidade no século XXI. A bateria e o baixo destacam-se com um riff empolgante da guitarra e do sax combinados. Os instrumentos continuam em progressão e de repente a música se acelera e combina elementos jazzísticos no mesmo compasso, enquanto um solo de guitarra dita o ritmo e o baixo e a bateria arrasam no acompanhamento. O instrumentos aceleram e diminuem o ritmo como numa brincadeira até tudo voltar ao riff inicial. É retomada a letra e a música acaba com todos os instrumentos em o que parece ser uma corrida de 100m rasos. Não há como negar o impacto inicial.
I TALK TO WIND
Após recuperar-se do susto, uma linda melodia é introduzida por uma flauta e uma bela voz que, ainda em tom pessimista, revela solidão e desilusão. Som bem sessentista, onde os instrumentos não buscam nenhuma reviravolta a não ser acompanhar o vocal delicado e melodioso. A flauta se destaca conduzindo o seu encerramento e deixando o ouvinte mais relaxado. Linda música!

EPITAPH including March for no Reason and Tommorow and TommorowO rufar dos tambores acompanhado de uma belíssima melodia construída pelos teclados, guitarra e baixo combinados levam o ouvinte a um outro nível de percepção. Com a entrada do vocal ( sensacional ) não há como não sentir o clima melancólico e soturno de uma letra que acompanha o conceito do álbum até então, qual seja , o pessimismo. Essa canção fala, de maneira profética, sobre os erros cometidos pelo homem e suas conseqüências. Na minha visão, pode-se interpretar essa letra como um simbolismo do inferno.
Bateria e baixo marcados acompanhando a divagação do vocal. Dedilhados de violão embalam o ritmo. O mellotron acompanha os demais instrumentos deixando a música simplesmente maravilhosa e emocionante. A voz em tom, hora de desespero, hora profética, encanta pelo tom dramático. Aqui se acentua a veia progressiva da banda no que tem de melhor, criar um clima mágico com alternações de ritmo épicas. Finalmente o eu-lírico irrompe e anuncia o clímax melancólico e triste. O final é espetacular! Os teclados destacam-se com o rufar de tambores e os solos de bateria. Música ao mesmo tempo marcante, melancólica, bela e inquietante. Clássico!
MOONCHILD including The Dream and The Illusion
Essa música inicia com solos de guitarra viajantes acompanhados do piano e do vocal calmo e melódico. A letra aparentemente trata sobre uma criatura mitologia em um bosque. O narrador nos conta essa história revestido de trovador. Até então, violões dedilhados, teclado e bateria discretos acompanham as peripécias deste ser. De repente, tudo pára e ouvimos apenas um sintetizador criando uma atmosfera tranqüila. Por vezes, sons de guitarra ou pratos espaçados. Já percebemos uma característica marcante do King Crimson: o experimentalismo. Neste momento, as melodias dão lugar a sons aparentemente sem sentido ou desconexos.
IN THE COURT OF THE CRIMSON KING including The Return of the Fire Witch and The Dance Of The Puppets
Então toda a “viajeira” acaba com um lindo teclado e uma bateria solando ao som de um narrador contando uma espécie de julgamento em um tribunal sinistro ( que me lembra muito Alice no país das maravilhas ) introduzindo a música que dá nome ao disco. Bela flauta transversa e dedilhado de violões. Deve-se destacar também o lindo coro de vozes. Clima sombrio e amedrontador. O mellotron e bateria comandam as ações. É uma música linda, mas inquietante, Deixa-me alternadamente encantado e um pouco incomodado. O solo de flauta é simples, mas bonito, intermeado por um contrabaixo destacado. Toda vez que o vocal intervém me deixa com medo! Tudo, aparentemente, se encerra, porém o experimentalismo continua com as baquetas brincando nos pratos e o mellotron tocando baixinho a mesma melodia, até que a bateria dá as caras novamente e retoma o desenvolvimento da canção.
Rock progressivo e psicodélico na veia!!!
Gente, essa é a minha análise sobre esse disco excepcional que marcou época e, a meu ver, plantou a semente, de fato, desse gênero chamado de rock progressivo. Gostaria de ler a opinião dos amigos sobre essa obra difícil, mas essencial aos amantes de rock.Um abraço a todos! trespass foxtrot

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