sexta-feira, 9 de outubro de 2009
VIDA CULTURAL EM ARAÇATUBA/ PARTE 8
VIDA CULTURAL EM ARAÇATUBA NOS ANOS 80/ PARTE 8
revistas efervescentes
Em 1987, eu estava retornando para Araçatuba, e percebendo que a cidade havia mudado um pouco, no que se refere á construção de novas avenidas e bairros.Muitos se aproximavam de mim para questionar a vida universitária fora de Araçatuba, nossas aventuras e experiências. Nessa ocasião, havia uma certa efervescência de ideáis culturais e esquerdistas, envolvendo alguns bares da cidade. Havia o BAR RAÍZES, no centro, próximo ao Araçatuba Clube, gerenciado pelo Folquito, um rapaz ousado,esquerdista, que procurava aglutinar os artistas e pessoas interessantes da cidade, ao som dos músicos locais, apresentação de performances e palestras.Eu e o MARCELINO DUARTE levamos para o Folquito , vídeos da banda THE CURE/e siouxie and the banshees para a rapaziada curtir. A ditadura militar ainda ecoava sobre os debates mais efervescentes. Havia também o "Bar do Papai",ao lado da Pça. São Joaquim, notável por suportar as fitas cassete de bandas explosivas que entregávamos para o seu dono colocar pra tocar, estourando os tímpanos dos mais desavisados. Nesse período, o EDSON JOSÉ DA SILVA, apresentou-me algumas pessoas interessantes, entre as quais: Luizinho ( trabalhava no consórcio Dionísio,e tornou-se anos depois, proprietário da pioneira loja de discos e Cds raríssimos,Underground), e o Luis Antonio Freitas de Carvalho (Heavy). Nosso amigo Heavy, era cabeludo, magro, desbocado, underground, criador da apoteótica revista de quadrinhos OS TIPINHUS, um marco na história cultural araçatubense, revista que já circulou por diversos países. Heavy sempre foi um tipo marginalizado em Araçatuba, pela sua postura combativa, guerreira, ácida perante o conformismo bocó habitual em terra brasilis. Saia pelas ruas vendendo ou doando alguns números de OS TIPINHUS, batalhando oportunidades de emprego, criando aparelhos eletrônicos, consertando aparelhos de som, uivando em bandas de rock. Mas heavy sempre foi um cara legal, desenhista dos bons, sincero, simples e outsider. Alguns me diziam que ele representa a verdadeira cara do movimento underground araçatubense. Em sua revista, alguns personagens de araçatuba,amigos e gente do mundo eram retratados com extremo bom humor, certa avacalhação e questionamento.
EVERI RUDINEI CARRARA/ http://telescopio.vze.com
revista os tipinhus: "spunka arruma um trampo -o gerente"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
essa matéria é a coisa mais legal que li sobre o movimento rock de araçatuba. toquei com o reavy muitos anos e fiquei muito feliz por alguem lembrar da importância que ele tem no movimento aí da cidade parabéns.
Postar um comentário