segunda-feira, 12 de outubro de 2009
VIEGAS FERNANDES DA COSTA
POESIA MARGINAL, DA MARGEM DO JORNAL À MARGEM DA RODOVIA
Viegas Fernandes da Costa
Traço versos nas margens de um marginal jornal
enquanto percorro bairros e ruas, pontes e rodovias
A cada curva que faz o coletivo, a cada buraco...
uma nova palavra, uma velha idéia se traça em tão frágil suporte
Escrevo sem saber o que, apenas uma brincadeira compulsiva
a necessidade de preencher cada canto da margem, ejaculando letras que se encontram e
[constróem um mundo
Escrevo sem atinar com meu percurso
o ônibus prossegue, e me transporta, a mim e ao mundo que carrego
O jornal, marginal, completa-se com a tinta azul da esferográfica
e preenche-se, cada espaço, repleto, e procuro desesperado um novo suporte
No encosto do banco da frente, branco, prossigo
assustado com os olhares que me denunciam, vandalizo o coletivo
Já o jornal, esquecido, voa pelo corredor, entre os passageiros
e encontra uma janela, por onde se esquiva, planando sobre o asfalto...
... voa o jornal e a poesia
esta, liberta das minhas mãos e agrilhoada ao papel,
encontra o rio...
e se afoga!
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Um comentário:
Poema delicado, muito bonito mesmo.
Gostei muito , portanto, meus parabéns, Viegas fernandes da Costa
Maria Lindgren
m-lindgren@uol.com.br
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